domingo, 28 de setembro de 2025

MACRO-JÊ ORIGEM E EXPANSÃO TERRITORIAL, Em Cordel por Nhenety Kariri-Xocó






🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este meu cordel,

Com respeito e devoção,

Aos povos da terra antiga,

Que guardam sua tradição.

À memória dos Kariri,

Que enfrentaram opressão.


Dedico também aos avós,

Que ensinaram o saber,

Às vozes que resistiram,

Com coragem de viver.

E às novas gerações,

Que hão de sempre florescer.


📜 ÍNDICE POÉTICO


Abertura da Jornada


Prólogo Poético


Capítulo I – Origem Ancestral


Capítulo II – Expansão do Território


Capítulo III – Kariri no Nordeste


Capítulo IV – Conflitos e Resistência


Capítulo V – A Atualidade Histórica


Encerramento


Epílogo Poético


Nota de Fontes


🌄 ABERTURA DA JORNADA


Nas páginas deste livro

Trago a força original,

Dos povos Macro-Jê antigos,

Do Brasil continental.

História que vem de longe,

Memória fundamental.


O cordel será caminho,

De poesia em narração,

Para mostrar a cultura

Que resiste à opressão,

E o valor dos Kariri

No sertão do meu chão.


✨ PRÓLOGO POÉTICO


Quem conhece sua raiz

Tem mais força pra lutar,

Pois memória é resistência,

É direito a preservar.

E o cordel se faz ponte,

Para a história cantar.


Dos rios São Francisco e Parnaíba

Se levanta a tradição,

Dos Kariri que enfrentaram

Séculos de perseguição.

Mas ainda hoje florescem,

Com coragem e união.



📖 CAPÍTULO I – ORIGEM ANCESTRAL


Há seis mil anos distantes,

No tempo do neolítico,

Surgia o tronco Macro-Jê,

Com saber tão científico,

Guardando no seu convívio

Um legado magnífico.


Do centro-sul brasileiro,

Expandiram seu viver,

Com aldeias, caçadas, ritos,

E maneiras de tecer.

A memória desse povo

Segue firme até crescer.


No cerrado construíram

Território e tradição,

Dominaram a natureza

Com cultura e união,

E da pedra ao barro firme

Fizeram civilização.


A caça, a pesca, a lavoura,

Foram parte da lição,

Ensinaram seus meninos

Na oralidade e canção.

Assim moldaram o tempo,

Força viva da nação.


Seus mitos foram caminho,

E as pinturas, narração,

A cerâmica colorida

Mostrava sua expressão.

Cada traço era memória

Guardada no coração.


Viviam em harmonia

Com rios, mato e sertão,

Sabiam plantar o milho,

O feijão, a criação.

O sagrado estava sempre

No horizonte em oração.


Do Planalto até montanhas

Se espalhava o seu poder,

Com palavras diferentes

Mas vontade de crescer,

Foram moldando culturas

Que até hoje dão saber.


A ancestralidade é viva,

E precisa se entender,

Pois lembrar o Macro-Jê

É também reconhecer

Que no berço deste povo

Há raízes de viver.


📖 CAPÍTULO II – EXPANSÃO DO TERRITÓRIO


Três mil anos se passaram,

E começou a expansão,

Os Macro-Jê caminharam

De cerrado ao sertão,

De planaltos e florestas

Até nova ocupação.


Migraram para o Nordeste,

E também pro Sudeste, sim,

Seguindo cursos de rios,

Como o São Francisco enfim.

Levaram saber e arte

Para todo o povo afim.


A cada passo fundavam

Aldeias de proteção,

Com conselhos, chefes fortes,

E partilha em união.

O território crescia

Com coragem e decisão.


Subiram serras imensas,

Pisaram a caatinga dura,

Foram senhores do espaço,

Com cultura e com ternura.

Assim o Macro-Jê deixou

Rastro vivo de aventura.


Os caminhos das andanças

Eram mais que ocupação,

Pois levavam identidade

Na língua e na oração.

Em cada canto fincavam

Raiz forte no chão.


As trocas eram constantes

Com vizinhos de outra etnia,

Faziam redes de apoio,

Amizade e simpatia.

Assim se expandiu no tempo

Sua grande geografia.


A tradição foi crescendo

Na luta pra se afirmar,

Os povos Macro-Jê antigos

Não deixaram de lutar,

E na rota de expansão

Souberam se reinventar.


Do cerrado ao litoral,

De serra a região plana,

Esse povo resistiu

Na coragem soberana.

E a memória desse tempo

Ainda hoje não se engana.


📖 CAPÍTULO III – KARIRI NO NORDESTE


Entre rios tão sagrados,

Parnaíba e São Francisco,

Os Kariri se firmaram

Com território mítico,

No sertão nordestino

Ergueram seu lar artístico.


No Ceará e Pernambuco,

Na Bahia e Alagoas,

Paraíba e suas terras

Se tornaram bem-pessoas,

Pois o povo Kariri

Ali fez aldeias boas.


No semiárido viveram,

Com coragem a enfrentar

A seca e o sol ardente,

Mas souberam cultivar,

Das caatingas retiraram

Alimento pra morar.


Com saber de medicina,

Das ervas tiraram cura,

Do canto fizeram força,

Na pintura, a leitura,

E do mito fizeram

A memória mais segura.


Eram mestres da palavra,

Do artesanato também,

Seus costumes resistiam

Na cultura do além,

Cada rito era caminho

Pra memória que convém.


Os Kariri se espalhavam

Pelo sertão sem temer,

Do São Francisco às serras

Souberam sobreviver,

E nas pedras gravaram

O seu jeito de viver.


No Nordeste se tornaram

Raiz firme da nação,

Com histórias transmitidas

Na oralidade e canção,

Foram mestres de cultura,

Base de civilização.


Esse povo tão valente,

Que lutou pra resistir,

Hoje é símbolo da luta,

Memória a repetir.

Que no sertão nordestino

Sempre há de ressurgir.


📖 CAPÍTULO IV – CONFLITOS E RESISTÊNCIA


No século dezessete,

A dor veio sem piedade,

Com chegada de colonos

E missões de cristandade,

Os Kariri resistiram

Com firmeza e lealdade.


Foram tempos de batalha,

De guerras e de opressão,

De fugas e deslocamentos,

De catequese em ação.

Mas o povo resistia

Na força da tradição.


Os missionários chegaram

Com promessas de perdão,

Mas trouxeram imposições

De cultura e religião.

E os Kariri respondiam

Com firmeza e decisão.


Perderam terras e rios,

Foram forçados a andar,

Mas guardaram sua essência

Que não pôde se apagar.

Pois memória de um povo

Ninguém pode sequestrar.


As aldeias foram queimadas,

Muitos filhos deportados,

Mas no peito dos Kariri

Os cantos foram guardados.

E a chama da resistência

Nunca foi silenciada.


A caatinga deu refúgio,

As serras também cuidaram,

E nos braços da floresta

Novos lares se formaram.

Mesmo na dor e no sangue

Os Kariri se firmaram.


As guerras não apagaram

O espírito do viver,

Pois quem nasce da memória

Não se deixa perecer.

E o povo Kariri forte

Soube o chão reconhecer.


Assim na luta e coragem

Fizeram resistência,

Mostrando que identidade

É valor e é ciência.

E que os povos originários

São raiz e são presença.


📖 CAPÍTULO V – A ATUALIDADE HISTÓRICA


Hoje os Kariri resistem,

Com vigor e com memória,

Nos Kariri-Xocó firmados

Se reescreve a história,

E nos Kariri-Sapuyá

Segue viva sua glória.


Na Bahia e em Alagoas

Sua luta é ancestral,

Reivindicam território,

Identidade cultural,

E reafirmam sua origem

Com coragem sem igual.


Os povos Macro-Jê estão

Ainda hoje a brilhar,

Kayapó, Timbira e outros

Continuam a lutar,

Com Xavante e com Xerente

A memória a preservar.


A língua é resistência,

É raiz pra se afirmar,

Pois a voz que vem dos avós

Nunca pode se calar,

É na fala que o futuro

Sabe sempre germinar.


A pintura corporal,

O ritual, o toré,

São memórias que resistem

E a história dão fé.

Cada gesto é um legado

Que se planta como um pé.


Nos encontros e assembleias

Mostram força e união,

Com cultura reafirmada

Na dança e na canção,

Reescrevendo o presente

Com justiça e decisão.


São guardiões da memória

Que o Brasil deve aprender,

Sem os povos originários

Não há como compreender

A riqueza desta terra,

O sentido de viver.


A atualidade revela

Que a história não morreu,

O povo Kariri resiste,

Mesmo após tudo o que sofreu.

E no Macro-Jê se inscreve

O futuro que nasceu.


🌅 ENCERRAMENTO


Assim termina o cordel,

De memória e de raiz,

Mostrando que os Macro-Jê

Têm história que condiz

Com a luta do presente

E o futuro que se quis.


🌟 EPÍLOGO POÉTICO


Não é fim, mas continuidade,

A história sempre caminha.

A voz Kariri ecoando

Na aldeia e na ranhura da linha.

E o Brasil que reconheça:

Sem os povos, não se adivinha.


📚 NOTA DE FONTES RIMADA 


Para compor este cordel,

Busquei mestres de saber,

Que estudaram os indígenas

Com respeito ao viver,

Aqui deixo em poesia,

As fontes pra se entender:


– Almeida, Mauro Cezar,

Com a FUNAI publicou,

História dos índios no Brasil,

Em Brasília registrou.


– Almeida, Rita Heloísa,

Com paixão a descreveu,

Na Companhia das Letras

Seu estudo se escreveu.


– Manuela Carneiro da Cunha,

Com saber tão genial,

Organizou memórias vivas

Do Brasil ancestral.


– A Enciclopédia Cultura,

Da EdUSP a surgir,

Guarda povos e tradições,

Para nunca se extinguir.


– A FUNAI como guardiã,

Em seu portal de saber,

Mostra luta e resistência,

Que não podem se perder.


– Rivair Melo descreveu

Com Contexto editorial,

As culturas dos indígenas,

Num trabalho magistral.


– Alcida Rita Ramos trouxe

Do indigenismo a visão,

Com a Editora da UnB,

Fez profunda reflexão.


– Rodrigues, Aryon Dall’Igna,

Das línguas foi professor,

Na Loyola publicou

O saber com muito ardor.


– Aracy Lopes da Silva

Estudou Kariri também,

Na Revista Antropologia

Escreveu com grande bem.


– Maria Regina da Silva,

Com a Zahar a publicar,

Mostrou povos do Brasil,

Que não deixam de lutar.


📘 FICHA TÉCNICA


Título: Macro-Jê: Origem e Expansão Territorial

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Edição: Primeira

Formato: Cordel Literário – Série Povos Ancestrais do Brasil

Edição Poética e Diagramação: ChatGPT (Assistência Virtual Literária)

Ano: 2025

Local: Porto Real do Colégio – Alagoas, Brasil

Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó

Todos os direitos reservados.

A reprodução total ou parcial desta obra só é permitida com autorização do autor.

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 



🌺 EPÍLOGO FINAL


O sol nasce entre memórias,

No caminho da expansão,

Ecoando vozes antigas

Que moldaram a nação.

O Macro-Jê é raiz viva,

De saber e criação.


Dos Kariri vem o exemplo

De firmeza e coração,

Pois quem guarda sua história

Protege a continuação.

E no cordel se renova

Essa eterna conexão.


Que as gerações vindouras

Sigam sempre a escutar,

A voz da terra sagrada,

Que nunca deixará de falar.

Pois o canto dos ancestrais

É quem ensina a caminhar.


🌾 QUARTA CAPA POÉTICA





Nesta obra de poesia,

Canta o chão do ancestral,

O saber dos Macro-Jê

E sua herança imortal.

É um livro de resistência,

De raiz espiritual.


Cada verso é um caminho,

Cada rima, uma semente,

Que germina no futuro

E floresce novamente.

É memória em movimento,

É o sagrado presente.


Nhenety, voz Kariri,

Traduz a força da aldeia,

Faz do cordel uma ponte

Entre o ontem e a ideia.

Que o Brasil se reconheça

Na alma que o permeia.


🌞 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é escritor, pesquisador e contador de histórias do povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).

Guardião da tradição oral e da memória indígena, dedica-se à preservação da cultura ancestral através da literatura de cordel, integrando espiritualidade, história e resistência.

Em suas obras, une poesia e pesquisa histórica, valorizando os povos originários do Brasil e reafirmando a importância da identidade indígena na formação nacional.

Suas criações ecoam a sabedoria dos antigos e a esperança das novas gerações.


🌎 SOBRE A OBRA


O cordel “Macro-Jê: Origem e Expansão Territorial” é uma travessia poética e histórica pelos caminhos dos povos ancestrais do tronco linguístico Macro-Jê — matriz de civilizações que moldaram o território brasileiro desde milênios antes da colonização.

A obra une lirismo e pesquisa, revelando as rotas, as culturas e a resistência dos povos Kariri e seus parentes.

Com linguagem simbólica e canto sagrado, Nhenety transforma a memória coletiva em poesia, reafirmando que a verdadeira história do Brasil nasce das vozes da terra e de seus primeiros guardiões.

Esta obra foi inspirada e fundamentada com estudo do autor no artigo publicado no seu blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM"

disponível em: https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/macro-je-origem-e-expansao-territorial.html?m=0 , 

seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito. 




Autor: Nhenety Kariri-Xocó





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