🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA
Dedico este meu cordel,
Com respeito e devoção,
Aos povos da terra antiga,
Que guardam sua tradição.
À memória dos Kariri,
Que enfrentaram opressão.
Dedico também aos avós,
Que ensinaram o saber,
Às vozes que resistiram,
Com coragem de viver.
E às novas gerações,
Que hão de sempre florescer.
📜 ÍNDICE POÉTICO
Abertura da Jornada
Prólogo Poético
Capítulo I – Origem Ancestral
Capítulo II – Expansão do Território
Capítulo III – Kariri no Nordeste
Capítulo IV – Conflitos e Resistência
Capítulo V – A Atualidade Histórica
Encerramento
Epílogo Poético
Nota de Fontes
🌄 ABERTURA DA JORNADA
Nas páginas deste livro
Trago a força original,
Dos povos Macro-Jê antigos,
Do Brasil continental.
História que vem de longe,
Memória fundamental.
O cordel será caminho,
De poesia em narração,
Para mostrar a cultura
Que resiste à opressão,
E o valor dos Kariri
No sertão do meu chão.
✨ PRÓLOGO POÉTICO
Quem conhece sua raiz
Tem mais força pra lutar,
Pois memória é resistência,
É direito a preservar.
E o cordel se faz ponte,
Para a história cantar.
Dos rios São Francisco e Parnaíba
Se levanta a tradição,
Dos Kariri que enfrentaram
Séculos de perseguição.
Mas ainda hoje florescem,
Com coragem e união.
📖 CAPÍTULO I – ORIGEM ANCESTRAL
Há seis mil anos distantes,
No tempo do neolítico,
Surgia o tronco Macro-Jê,
Com saber tão científico,
Guardando no seu convívio
Um legado magnífico.
Do centro-sul brasileiro,
Expandiram seu viver,
Com aldeias, caçadas, ritos,
E maneiras de tecer.
A memória desse povo
Segue firme até crescer.
No cerrado construíram
Território e tradição,
Dominaram a natureza
Com cultura e união,
E da pedra ao barro firme
Fizeram civilização.
A caça, a pesca, a lavoura,
Foram parte da lição,
Ensinaram seus meninos
Na oralidade e canção.
Assim moldaram o tempo,
Força viva da nação.
Seus mitos foram caminho,
E as pinturas, narração,
A cerâmica colorida
Mostrava sua expressão.
Cada traço era memória
Guardada no coração.
Viviam em harmonia
Com rios, mato e sertão,
Sabiam plantar o milho,
O feijão, a criação.
O sagrado estava sempre
No horizonte em oração.
Do Planalto até montanhas
Se espalhava o seu poder,
Com palavras diferentes
Mas vontade de crescer,
Foram moldando culturas
Que até hoje dão saber.
A ancestralidade é viva,
E precisa se entender,
Pois lembrar o Macro-Jê
É também reconhecer
Que no berço deste povo
Há raízes de viver.
📖 CAPÍTULO II – EXPANSÃO DO TERRITÓRIO
Três mil anos se passaram,
E começou a expansão,
Os Macro-Jê caminharam
De cerrado ao sertão,
De planaltos e florestas
Até nova ocupação.
Migraram para o Nordeste,
E também pro Sudeste, sim,
Seguindo cursos de rios,
Como o São Francisco enfim.
Levaram saber e arte
Para todo o povo afim.
A cada passo fundavam
Aldeias de proteção,
Com conselhos, chefes fortes,
E partilha em união.
O território crescia
Com coragem e decisão.
Subiram serras imensas,
Pisaram a caatinga dura,
Foram senhores do espaço,
Com cultura e com ternura.
Assim o Macro-Jê deixou
Rastro vivo de aventura.
Os caminhos das andanças
Eram mais que ocupação,
Pois levavam identidade
Na língua e na oração.
Em cada canto fincavam
Raiz forte no chão.
As trocas eram constantes
Com vizinhos de outra etnia,
Faziam redes de apoio,
Amizade e simpatia.
Assim se expandiu no tempo
Sua grande geografia.
A tradição foi crescendo
Na luta pra se afirmar,
Os povos Macro-Jê antigos
Não deixaram de lutar,
E na rota de expansão
Souberam se reinventar.
Do cerrado ao litoral,
De serra a região plana,
Esse povo resistiu
Na coragem soberana.
E a memória desse tempo
Ainda hoje não se engana.
📖 CAPÍTULO III – KARIRI NO NORDESTE
Entre rios tão sagrados,
Parnaíba e São Francisco,
Os Kariri se firmaram
Com território mítico,
No sertão nordestino
Ergueram seu lar artístico.
No Ceará e Pernambuco,
Na Bahia e Alagoas,
Paraíba e suas terras
Se tornaram bem-pessoas,
Pois o povo Kariri
Ali fez aldeias boas.
No semiárido viveram,
Com coragem a enfrentar
A seca e o sol ardente,
Mas souberam cultivar,
Das caatingas retiraram
Alimento pra morar.
Com saber de medicina,
Das ervas tiraram cura,
Do canto fizeram força,
Na pintura, a leitura,
E do mito fizeram
A memória mais segura.
Eram mestres da palavra,
Do artesanato também,
Seus costumes resistiam
Na cultura do além,
Cada rito era caminho
Pra memória que convém.
Os Kariri se espalhavam
Pelo sertão sem temer,
Do São Francisco às serras
Souberam sobreviver,
E nas pedras gravaram
O seu jeito de viver.
No Nordeste se tornaram
Raiz firme da nação,
Com histórias transmitidas
Na oralidade e canção,
Foram mestres de cultura,
Base de civilização.
Esse povo tão valente,
Que lutou pra resistir,
Hoje é símbolo da luta,
Memória a repetir.
Que no sertão nordestino
Sempre há de ressurgir.
📖 CAPÍTULO IV – CONFLITOS E RESISTÊNCIA
No século dezessete,
A dor veio sem piedade,
Com chegada de colonos
E missões de cristandade,
Os Kariri resistiram
Com firmeza e lealdade.
Foram tempos de batalha,
De guerras e de opressão,
De fugas e deslocamentos,
De catequese em ação.
Mas o povo resistia
Na força da tradição.
Os missionários chegaram
Com promessas de perdão,
Mas trouxeram imposições
De cultura e religião.
E os Kariri respondiam
Com firmeza e decisão.
Perderam terras e rios,
Foram forçados a andar,
Mas guardaram sua essência
Que não pôde se apagar.
Pois memória de um povo
Ninguém pode sequestrar.
As aldeias foram queimadas,
Muitos filhos deportados,
Mas no peito dos Kariri
Os cantos foram guardados.
E a chama da resistência
Nunca foi silenciada.
A caatinga deu refúgio,
As serras também cuidaram,
E nos braços da floresta
Novos lares se formaram.
Mesmo na dor e no sangue
Os Kariri se firmaram.
As guerras não apagaram
O espírito do viver,
Pois quem nasce da memória
Não se deixa perecer.
E o povo Kariri forte
Soube o chão reconhecer.
Assim na luta e coragem
Fizeram resistência,
Mostrando que identidade
É valor e é ciência.
E que os povos originários
São raiz e são presença.
📖 CAPÍTULO V – A ATUALIDADE HISTÓRICA
Hoje os Kariri resistem,
Com vigor e com memória,
Nos Kariri-Xocó firmados
Se reescreve a história,
E nos Kariri-Sapuyá
Segue viva sua glória.
Na Bahia e em Alagoas
Sua luta é ancestral,
Reivindicam território,
Identidade cultural,
E reafirmam sua origem
Com coragem sem igual.
Os povos Macro-Jê estão
Ainda hoje a brilhar,
Kayapó, Timbira e outros
Continuam a lutar,
Com Xavante e com Xerente
A memória a preservar.
A língua é resistência,
É raiz pra se afirmar,
Pois a voz que vem dos avós
Nunca pode se calar,
É na fala que o futuro
Sabe sempre germinar.
A pintura corporal,
O ritual, o toré,
São memórias que resistem
E a história dão fé.
Cada gesto é um legado
Que se planta como um pé.
Nos encontros e assembleias
Mostram força e união,
Com cultura reafirmada
Na dança e na canção,
Reescrevendo o presente
Com justiça e decisão.
São guardiões da memória
Que o Brasil deve aprender,
Sem os povos originários
Não há como compreender
A riqueza desta terra,
O sentido de viver.
A atualidade revela
Que a história não morreu,
O povo Kariri resiste,
Mesmo após tudo o que sofreu.
E no Macro-Jê se inscreve
O futuro que nasceu.
🌅 ENCERRAMENTO
Assim termina o cordel,
De memória e de raiz,
Mostrando que os Macro-Jê
Têm história que condiz
Com a luta do presente
E o futuro que se quis.
🌟 EPÍLOGO POÉTICO
Não é fim, mas continuidade,
A história sempre caminha.
A voz Kariri ecoando
Na aldeia e na ranhura da linha.
E o Brasil que reconheça:
Sem os povos, não se adivinha.
📚 NOTA DE FONTES RIMADA
Para compor este cordel,
Busquei mestres de saber,
Que estudaram os indígenas
Com respeito ao viver,
Aqui deixo em poesia,
As fontes pra se entender:
– Almeida, Mauro Cezar,
Com a FUNAI publicou,
História dos índios no Brasil,
Em Brasília registrou.
– Almeida, Rita Heloísa,
Com paixão a descreveu,
Na Companhia das Letras
Seu estudo se escreveu.
– Manuela Carneiro da Cunha,
Com saber tão genial,
Organizou memórias vivas
Do Brasil ancestral.
– A Enciclopédia Cultura,
Da EdUSP a surgir,
Guarda povos e tradições,
Para nunca se extinguir.
– A FUNAI como guardiã,
Em seu portal de saber,
Mostra luta e resistência,
Que não podem se perder.
– Rivair Melo descreveu
Com Contexto editorial,
As culturas dos indígenas,
Num trabalho magistral.
– Alcida Rita Ramos trouxe
Do indigenismo a visão,
Com a Editora da UnB,
Fez profunda reflexão.
– Rodrigues, Aryon Dall’Igna,
Das línguas foi professor,
Na Loyola publicou
O saber com muito ardor.
– Aracy Lopes da Silva
Estudou Kariri também,
Na Revista Antropologia
Escreveu com grande bem.
– Maria Regina da Silva,
Com a Zahar a publicar,
Mostrou povos do Brasil,
Que não deixam de lutar.
📘 FICHA TÉCNICA
Título: Macro-Jê: Origem e Expansão Territorial
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Edição: Primeira
Formato: Cordel Literário – Série Povos Ancestrais do Brasil
Edição Poética e Diagramação: ChatGPT (Assistência Virtual Literária)
Ano: 2025
Local: Porto Real do Colégio – Alagoas, Brasil
Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó
Todos os direitos reservados.
A reprodução total ou parcial desta obra só é permitida com autorização do autor.
Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM
🌺 EPÍLOGO FINAL
O sol nasce entre memórias,
No caminho da expansão,
Ecoando vozes antigas
Que moldaram a nação.
O Macro-Jê é raiz viva,
De saber e criação.
Dos Kariri vem o exemplo
De firmeza e coração,
Pois quem guarda sua história
Protege a continuação.
E no cordel se renova
Essa eterna conexão.
Que as gerações vindouras
Sigam sempre a escutar,
A voz da terra sagrada,
Que nunca deixará de falar.
Pois o canto dos ancestrais
É quem ensina a caminhar.
🌾 QUARTA CAPA POÉTICA
Nesta obra de poesia,
Canta o chão do ancestral,
O saber dos Macro-Jê
E sua herança imortal.
É um livro de resistência,
De raiz espiritual.
Cada verso é um caminho,
Cada rima, uma semente,
Que germina no futuro
E floresce novamente.
É memória em movimento,
É o sagrado presente.
Nhenety, voz Kariri,
Traduz a força da aldeia,
Faz do cordel uma ponte
Entre o ontem e a ideia.
Que o Brasil se reconheça
Na alma que o permeia.
🌞 SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó é escritor, pesquisador e contador de histórias do povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).
Guardião da tradição oral e da memória indígena, dedica-se à preservação da cultura ancestral através da literatura de cordel, integrando espiritualidade, história e resistência.
Em suas obras, une poesia e pesquisa histórica, valorizando os povos originários do Brasil e reafirmando a importância da identidade indígena na formação nacional.
Suas criações ecoam a sabedoria dos antigos e a esperança das novas gerações.
🌎 SOBRE A OBRA
O cordel “Macro-Jê: Origem e Expansão Territorial” é uma travessia poética e histórica pelos caminhos dos povos ancestrais do tronco linguístico Macro-Jê — matriz de civilizações que moldaram o território brasileiro desde milênios antes da colonização.
A obra une lirismo e pesquisa, revelando as rotas, as culturas e a resistência dos povos Kariri e seus parentes.
Com linguagem simbólica e canto sagrado, Nhenety transforma a memória coletiva em poesia, reafirmando que a verdadeira história do Brasil nasce das vozes da terra e de seus primeiros guardiões.
Esta obra foi inspirada e fundamentada com estudo do autor no artigo publicado no seu blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM"
disponível em: https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/macro-je-origem-e-expansao-territorial.html?m=0 ,
seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó


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