sexta-feira, 26 de setembro de 2025

O BRASIL FOLCLÓRICO SEGUNDO CÂMARA CASCUDO, Cordel de Nhenety Kariri-Xocó







ÍNDICE POÉTICO 


Quem quiser ler meu cordel

Veja aqui por onde andar,

Cada parte é um caminho

Do folclore popular.

Com Cascudo como mestre

Vou no verso apresentar:


👉 Abertura – Cantoria

Mostro o tema e a missão,

Digo as matrizes sagradas

Que formaram a nação.


👉 Encerramento – Gratidão

Deixo aqui minha homenagem,

Na memória popular,

Pois folclore é viva chama

Que jamais vai se apagar.


✍️ DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este meu cordel

Com respeito e devoção,

Ao mestre Câmara Cascudo,

Guardião da tradição.

Que estudou o povo simples

E lhe deu valorização.


Dedico ao povo indígena,

Raiz firme e primeira,

Que ensinou o som da mata,

A ciência verdadeira.

Que deixou na nossa história

Sua marca duradoura e inteira.


Dedico ao povo africano,

Que no ferro se acorrentou,

Mas no canto e no batuque

Sua força proclamou.

E no axé de seus deuses

A esperança semeou.


Dedico também à lusa

Com seus contos e memórias,

Que misturou fé e festa

Na estrada de tantas histórias.

Assim brotou o Brasil

Com riqueza e vitórias.


Dedico ao povo brasileiro,

Do sertão e do litoral,

Que faz da vida sofrida

Um folguedo sem igual.

E transforma dor em riso,

Na cultura imortal.



📜 ABERTURA


Na viola da memória

Vou cantando a tradição,

Com Cascudo como guia

Pra contar nossa nação.

Do folclore brasileiro

Faço aqui celebração.


São três troncos poderosos

Que formaram o Brasil:

A matriz do povo índio,

O europeu varonil,

E o africano guerreiro,

Resistente e sutil.



📜 PRÓLOGO POÉTICO


Leitor amigo que chega

Com vontade de aprender,

Aqui começa o cordel

Pra sua mente enriquecer.

É viagem no folclore,

Vem comigo conhecer.


O folclore é a raiz

Que sustenta a tradição,

É brinquedo, é cantoria,

É memória do sertão.

É reza, mito e costume

Que formaram a nação.


Luís da Câmara Cascudo

Foi quem muito pesquisou,

Deu respeito ao povo simples,

Seu saber registrou.

Com livros, contos e estudos,

O Brasil ele mostrou.


Por isso nesse cordel

Vou seguindo seu caminho,

Das matrizes culturais

Teço versos com carinho.

E convido o nobre leitor

Pra seguir no meu cantinho.


Sente e abra bem os olhos,

Deixe o coração mandar,

Cada página é um retrato

Do folclore popular.

Que essa leitura lhe faça

Mais sonhar e mais pensar.



🌿 CAPÍTULO I – A MATRIZ INDÍGENA


O Tempo Primordial


Antes mesmo de Cabral

Chegar neste litoral,

Já havia povos livres

Com cultura sem igual.

Nessa terra abençoada

Florescia o ancestral.


Era o tempo das aldeias,

Das florestas sem cercado,

Onde o rio era caminho,

Onde o mito era narrado.

Na palavra do ancião

Todo saber repassado.


Curupira, pé virado,

Protetor do matagal,

Boitatá, cobra de fogo,

Contra o dano ambiental.

E o Saci de uma perna

Brinca em modo desigual.


Jaci, lua feminina,

Com Tupã, trovão maior,

Guardiões da natureza,

Do universo, do suor.

E a Iara, linda sereia,

Seduzia o pescador.


Na pajelança do povo

Com raiz, fumo e maracá,

Rezador soprava forte,

Espírito vinha ajudar.

E a cura que não se via

Tornava o doente a andar.


No alimento a fartura:

Mandioca em beijus quentes,

Tapioca, cauim doce,

Peixes frescos reluzentes.

Essa mesa originária

Nutria povos contentes.


⛪ CAPÍTULO II – A MATRIZ EUROPEIA


O Tempo Colonial


No século dezesseis

A nau grande se avistou,

E na praia do Brasil

O europeu desembarcou.

Com ele vieram crenças

Que o folclore incorporou.


Veio a reza, veio o santo,

O rosário em procissão,

A bandeira do Divino,

O presépio no sertão.

E a folia de Reisada

Ecoava a devoção.


Lobisomem e visagens

Vieram do velho além,

Com duendes e mouras tortas

Que Cascudo cita bem.

E a mula sem cabeça

Corre e assombra até hoje também.


No terreiro da fazenda

O fandango começou,

A catira bate palmas,

Com viola se entoou.

E a ciranda portuguesa

Com o povo se juntou.


São João traz fogueira alta,

Balão sobe pelo ar,

Com quadrilha e casamento,

Pamonha e milho a rolar.

No arraiá do Nordeste

Todo mundo vai dançar.


Na cozinha portuguesa

O sabor também chegou:

O pão-de-ló, o azeite,

O quindim que encantou.

E o arroz com bacalhau

Na mesa se firmou.


🥁 CAPÍTULO III – A MATRIZ AFRICANA


O Tempo da Resistência


Do outro lado do mar

Vieram negros cativos,

Mas no peito carregavam

Seus deuses sempre vivos.

E no Brasil espalharam

Seus cantos tão expressivos.


Nas senzalas e terreiros

Reinava o tambor sagrado,

Batuque de resistência

Contra o mundo escravizado.

E nos pontos de candomblé

O orixá era invocado.


Iemanjá, rainha-d’água,

Mãe dos peixes, do mar,

Oxum, dona da beleza,

Com espelho a se enfeitar.

Xangô com seu machado

Fez trovão trovejar.


Ogum, senhor da batalha,

Foi quem abriu o caminho,

Oxóssi, rei das caçadas,

Protegia o peregrino.

E Exu com sua força

Levava recado divino.


Na ginga da capoeira

A cultura se defende,

Com berimbau, atabaque,

O corpo dança e surpreende.

Era luta disfarçada

Que o opressor não entende.


Na culinária africana

Dendê deu cor e sabor,

Vatapá e caruru,

Feijão-preto e seu valor.

E o acarajé sagrado

Ofertado ao orixá de amor.


Congadas e maracatus

Desfilaram pelo chão,

Misturando o catolicismo

Com a força da devoção.

E o Brasil se reinventava

Na batida do refrão.


🎭 CAPÍTULO IV – A SÍNTESE DO BRASIL FOLCLÓRICO


Das três matrizes se fez

Um Brasil rico e plural,

Que mistura fé e festa,

Brincadeira e ritual.

É um tesouro de memórias

Do povo sem igual.


É o boi-bumbá de Parintins,

Com vermelho e azul brilhante,

É o frevo de Pernambuco,

Com passista elegante.

É a ciranda na praia,

Do caboclo dançante.


É congada em Minas Gerais,

É carimbó do Pará,

É reisado no Nordeste,

É fandango a encantar.

Cada canto desta terra

Tem cultura pra mostrar.


O folclore não é morto,

É raiz que sempre cresce,

Se transforma com o tempo,

E no povo permanece.

É herança que nos guia,

É riqueza que fortalece.


✒️ ENCERRAMENTO


Assim fecho este cordel,

Com Cascudo como guia,

Mostrando o Brasil folclórico

Em cultura e poesia.

Nhenety deixa registrado:

É raiz, força e magia.



EPÍLOGO POÉTICO 



No sopro da tradição que o tempo não apaga,

Ergue-se a palavra firme como chama que alaga.

O cordel é rio antigo, que corre sem ter fim,

Leva histórias do passado, traz futuro para mim.


Na aldeia da memória, no terreiro da canção,

O verso se faz ponte ligando o coração.

Entre a sombra e a luz, entre o ontem e o agora,

O cordel segue cantando, nunca parte, sempre aflora.


E quem lê estas rimas, leva um pedaço da vida,

Um grão da eternidade, uma seiva já nascida.

Pois cada verso plantado é raiz que se renova,

Guardião da resistência, que o tempo nunca prova.


Assim se fecha o cordel, mas o canto não se cala,

Ecoa nas gerações, feito estrela que não se abala.

No silêncio da palavra, há um grito imortal,

Da aldeia para o mundo, um legado ancestral.



🪶 NOTA DE FONTES / NOTA FONTIUM


Este cordel se inspirou

No mestre pesquisador,

Câmara Cascudo é nome

De imenso valor e amor.

Guardião do nosso povo,

Do folclore e do contador.


Consultando seus escritos,

Aprendi cada lição,

Nas páginas do Dicionário

Brota a alma da nação.

E em Geografia dos Mitos

Revela a inspiração.


Made in Africa descreve

A raiz de um povo irmão,

Que em batuques e cantigas

Deu ao Brasil coração.

E em Vaqueiros e Cantadores

Mostrou fé, chão e canção.


Mas também vem da memória,

Do terreiro e da aldeia,

Da ciranda e da cantiga

Que a cultura semeia.

Das vozes que nunca morrem,

Mesmo o tempo sendo areia.


Assim deixo registrada

A origem deste cantar,

Com respeito aos que vieram

O Brasil decifrar.

Da boca do povo simples

Surge a arte de rimar.



⚙️ FICHA TÉCNICA

Título: O Brasil Folclórico Segundo Câmara Cascudo
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Gênero: Literatura de Cordel
Edição: 1ª Edição – Edição de Autor
Formato: A5 – Edição Ilustrada
Idioma: Português
Edição e Organização: Nhenety Kariri-Xocó e ChatGPT (Assistente Virtual)
Ilustração de Capa 3D: Criação Digital – Estilo Realista
Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó
Ano: 2025
Produção Digital e Gráfica: Projeto Blog Cultural Kariri-Xocó 
Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 
Local: Porto Real do Colégio – Alagoas – Brasil
ISBN: (a definir)
Direitos Autorais: © 2025 – Todos os direitos reservados ao autor
É permitida a reprodução parcial com citação da fonte e do autor.




🌺 EPÍLOGO FINAL

O Brasil é um mosaico de cantos, rezas e esperanças.
Cada verso deste cordel é uma semente da memória coletiva — um chamado à preservação do folclore como alma da nação.
De Norte a Sul, das aldeias às cidades, o povo continua sendo o grande contador de histórias.
E, como ensinou Câmara Cascudo, o folclore não é coisa do passado, mas presente que pulsa na fala, na festa e na fé.
Assim, este livro encerra sua viagem poética com a certeza de que o folclore é o espelho onde o Brasil se reconhece.



🎨 QUARTA CAPA POÉTICA






Nas páginas deste cordel, o Brasil canta e se reflete.
Da oca ao engenho, do terreiro ao arraial,
três matrizes se encontram — indígena, europeia e africana —
e formam o coração mestiço da nossa cultura.

Com versos de amor e respeito,
Nhenety Kariri-Xocó ergue a voz ancestral
para celebrar o mestre Câmara Cascudo,
guardião do saber popular.

Este livro é um convite à alma do Brasil,
para que nunca esqueçamos
que o folclore é o povo,
e o povo é o próprio milagre da vida.



✍️ SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é escritor, poeta e contador de histórias do povo Kariri-Xocó, nascido em Porto Real do Colégio (AL).
Guardião das tradições orais, dedica sua obra à preservação das memórias indígenas e populares do Brasil.
Nos cordéis que escreve, une o canto ancestral à força da palavra moderna, revelando o espírito de resistência e beleza do seu povo.
Autor de diversas obras poético-culturais, compartilha sua arte no blog:
👉 https://kxnhenety.blogspot.com/?m=1



📘 SOBRE A OBRA


O Brasil Folclórico Segundo Câmara Cascudo é um tributo poético ao maior estudioso do folclore brasileiro.
O cordel resgata, em forma rimada, o legado das três matrizes culturais — indígena, europeia e africana — que moldaram o Brasil.
Cada capítulo é uma viagem simbólica pela memória, pelas crenças e pelas festas que compõem a identidade nacional.
Com lirismo e respeito, Nhenety reconstrói o mapa espiritual do país sob o olhar do povo, reafirmando a palavra viva do cordel como patrimônio cultural imortal.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/o-brasil-folclorico-segundo-camara.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito. 





Autor: Nhenety Kariri-Xocó 





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