🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA
Dedico este cordel vivo
Ao povo da tradição,
À infância que se alimenta
Do poder da imaginação.
E a Lobato, que fez brotar
No Sítio a nossa nação.
Dedico aos contadores,
Que mantêm o fogo aceso,
Aos mestres da voz antiga,
Do riso e do canto preso.
E às crianças do futuro,
Que herdarão o mesmo enlevo.
Dedico às mãos criadeiras,
De Tia Nastácia e seu dom,
Que amassam o pão da vida
Com ternura e emoção.
E aos poetas do sertão,
Que rimam com o coração.
Dedico à alma do livro,
Que liberta sem prender,
Que transforma o pensamento
Em asas para aprender.
E ao Brasil, esse menino,
Que insiste em florescer.
📜 ÍNDICE POÉTICO
Abertura – O chamado da imaginação
Prólogo Poético – Monteiro Lobato e sua criação
Capítulo 1 – O Plano Primordial: Brasil Encantado
Capítulo 2 – O Plano dos Saberes: o livro é portal sagrado
Capítulo 3 – O Plano Cotidiano: a vida no Sítio amado
Capítulo 4 – A Harmonia dos Planos: equilíbrio bem narrado
Capítulo 5 – As Personagens e seus destinos traçados
Capítulo 6 – Os Heróis do Mundo chegam ao Sítio
Capítulo 7 – Ciência e Magia de mãos dadas
Capítulo 8 – As Viagens pelos Livros
Interlúdio Poético – Entre o Livro e a Luz
Capítulo 9 – A Eternidade da Infância
Capítulo 10 – A Eternidade dos Seres
Conclusão Poética Final — O Canto da Unidade
Encerramento – O Sítio como coração encantado
Oração dos Seres e dos Saberes (Prece Final de Nhenety Kariri-Xocó)
Epílogo Poético – A chama da imaginação não se apaga do passado
1 Síntese simbólica
Nota de Fontes Rimada
2 Síntese simbólica
Ficha Técnica
Epílogo Final — O Fecho do Universo do Sítio
Quarta Capa Poética — O Sítio que Permanece
Sobre o Autor
Sobre a Obra
✨ ABERTURA
No sertão da fantasia
Floresceu um jardim inteiro,
Sítio do Picapau Amarelo,
Patrimônio verdadeiro.
Entre mito e realidade
Brilha o sonho brasileiro.
Lá a lua dança em verso,
E o sol nasce em melodia,
Cada árvore conta histórias,
Cada bicho tem sabedoria.
E o vento, feito menino,
Sopra o riso e a poesia.
É um mundo de invenções,
De brinquedos e memórias,
Onde o tempo se distrai
Recontando velhas glórias.
O Sítio é um portal sagrado
Que abre o peito às histórias.
🎭 PRÓLOGO POÉTICO
Monteiro Lobato inventou
Um Brasil de encantamento,
Misturando o livro e o mito
Com a voz do conhecimento.
Fez da roça um universo,
Um cosmo em movimento.
No terreiro das palavras
Brota o sonho da leitura,
Onde a letra vira fruta
E o saber é sem costura.
Cada conto é uma ponte
Entre ciência e ternura.
Com Emília, o verbo ousado,
Fez pensar sem ser mandado,
Com Pedrinho e Narizinho,
O amor foi semeado.
E o Visconde, de sabugo,
Fez da lógica um recado.
Lobato plantou sementes
Que o tempo não apagou,
E o Brasil, com sua infância,
De novo se reinventou.
Pois no Sítio e na palavra
O futuro germinou.
📖 CAPÍTULO 1 – O PLANO PRIMORDIAL
Antes do Sítio existir
Com seu terreiro sagrado,
O Brasil era regido
Por seres do povo encantado:
Saci, Curupira e Iara,
Mistério nunca apagado.
A Cuca guardava os medos,
O Boitatá, fogo ardente.
O Lobisomem rondava
Na mata escura e silente.
Era um tempo ancestral,
Da floresta onipresente.
O vento era mensageiro,
Trazia canto e recado,
O trovão falava alto,
O rio era consagrado.
Na voz das águas se ouvia
O segredo do passado.
As árvores conversavam
Com o céu e com a lua,
O luar banhava as folhas,
E a terra se fazia nua.
Era a infância da vida,
Quando a alma era contínua.
O tempo era circular,
Sem pressa, sem direção,
Os seres viviam juntos,
Em pura comunhão.
O sol era um deus antigo,
A noite, meditação.
Cada bicho tinha um nome,
Cada pedra, um coração,
Cada estrela, uma lembrança,
Feita de imaginação.
O Sítio ainda dormia
No berço da criação.
O curumim das matas
Sonhava com a palmeira,
O trovador das estrelas
Cantava na cordilheira.
E o Brasil, em seu silêncio,
Preparava a sementeira.
Foi então que o vento soprou
Com voz de encantamento,
Chamando os guardiões do mito
Pra um novo nascimento.
Do chão brotou a palavra,
E o verbo virou fundamento.
O Sítio nascia em sonho,
Entre o real e o mistério,
Um reflexo do divino
Num espelho etéreo.
O Brasil encantado fluía
Do mito ao hemisfério.
E na aurora desse mundo,
Entre o mato e a canção,
O Picapau colorido
Abriu as asas do chão.
Era o selo do princípio,
A chave da criação.
📖 CAPÍTULO 2 – O PLANO DOS SABERES
Mas o tempo trouxe o livro,
E com ele o conhecer,
Dona Benta fez do Sítio
Uma escola do saber.
Cada história é um portal
Onde o mundo vem nascer.
Dos gregos vieram os deuses,
Com seus raios e trovões.
Dos nórdicos, os gigantes,
Dragões, medos e visões.
Da África, a voz dos tambores,
Do Egito, as tradições.
O livro virou ponte viva
Entre o ontem e o amanhã,
Na mesa de Dona Benta
Brilha o pão e a maçã.
Emília lê em voz alta,
E o Sítio se irmana.
O saber não é distância,
É corrente, é partilha,
Cada conto é alimento,
Cada letra é uma trilha.
E o Visconde, com paciência,
Transforma a dúvida em ilha.
Os meninos descobrem mundos
Que o mapa não desenhou,
Pedrinho caça cometas,
E Narizinho já voou.
A ciência se faz brinquedo,
E o brincar se iluminou.
Dona Benta ensina o tempo
Com ternura e sabedoria,
Faz do estudo uma canção,
Da leitura, poesia.
E Tia Nastácia, ao lado,
Tem saber da cosmogonia.
As palavras são sementes
De saber ancestral,
Cada livro é uma estrela,
Com brilho espiritual.
E o Sítio, entre os planos,
É templo universal.
Emília, com sua ousadia,
Desafia o pensamento,
Questiona reis e teorias
Com graça e atrevimento.
E o Visconde sorri leve,
No meio do argumento.
Assim o mito e o livro
Formam laço e comunhão,
O saber é coisa viva,
Feito rima e oração.
O Brasil se lê no Sítio,
Com alma e coração.
Pois no livro há encantado,
E no encantado há saber,
A palavra é sementeira
Do eterno florescer.
O Sítio é portal divino
Pra quem deseja aprender.
📖 CAPÍTULO 3 – O PLANO COTIDIANO
No terreiro tem quitanda,
Tem café, bolo e carinho,
Tia Nastácia põe na mesa
O sabor do nordestino.
E no pomar, fruta doce
Adoça o ser do menino.
Pedrinho corre valente,
Narizinho sonha em prosa.
Emília, sempre atrevida,
Dá resposta perigosa.
E o Visconde, feito de palha,
Vira ciência curiosa.
No galinheiro, a alvorada
Canta em tom de harmonia,
E o sol, nascendo redondo,
Acorda toda alegria.
A casa cheira a infância,
A pão e filosofia.
Dona Benta abre os livros
Com olhar sereno e puro,
Faz do ontem uma janela
E do hoje um muro seguro.
Cada conto que ela narra
É uma ponte pro futuro.
As galinhas são poetas,
Os porquinhos têm memória,
Cada bicho do terreiro
Participa da história.
E até o riso da Emília
Tem lição e trajetória.
Na varanda, as conversas
São de sonho e de aventura,
Um lugar onde o pensar
É feito de doçura.
O saber e o sentimento
Vivem juntos na cultura.
O moinho conta o tempo
Rodando como oração,
E o riacho, lá no fundo,
Entoa sua canção.
O Sítio é viva morada
Do mito e da criação.
O céu se espelha na terra,
O mato canta contente,
E a criança, ao aprender,
Faz-se sábia novamente.
A rotina é encantada,
O comum, onipotente.
Cada tarde tem risadas,
Cada noite, tradição.
O candeeiro se acende
Pra iluminar o sertão.
E o sonho, no travesseiro,
É mapa da imaginação.
Assim vive o Sítio amado,
Entre livros e fogão,
Entre o real e o eterno,
Entre o mito e o chão.
É a infância do universo,
No terreiro do coração.
📖 CAPÍTULO 4 – A HARMONIA DOS PLANOS
O mito encontra o saber,
O saber se encontra à mesa,
E no dia a dia simples
Acontece a singeleza:
O Sítio é cosmogonia
Feita em forma de beleza.
O Brasil mítico se une
Com os contos do estrangeiro,
E no colo de Dona Benta
Tudo vira verdadeiro.
O Sítio é ponte sagrada,
Relicário brasileiro.
Emília fala de Newton,
Mas cita o Curupira,
Mistura ciência e floresta,
Num debate que inspira.
E o Visconde, admirado,
Anota o que ela delira.
Tia Nastácia conta causos
Que o livro não escreveu,
E o saber da velha preta
É raiz que Deus teceu.
Cada gesto de sabença
É história que reviveu.
Pedrinho, entre aventuras,
Vê o mito em cada ação,
Narizinho entende o mundo
Com pureza e reflexão.
E o Sítio, nessa mistura,
É país e coração.
Os deuses antigos olham
Do alto do firmamento,
E percebem que o Sítio
É um novo nascimento.
Um lugar onde a criança
É síntese do pensamento.
As fronteiras se dissolvem,
Entre o livro e o terreiro,
Entre a Grécia e o sertão,
Entre o campo e o estrangeiro.
O Sítio é mapa celeste
E lar do povo inteiro.
Cada mito é professor,
Cada conto é aprendizado,
A razão e o encantado
Vivem lado a lado.
O saber é reza antiga,
E o sonho, um recado.
Assim o Sítio revela
O segredo do universo:
O equilíbrio é poesia,
É o amor no verso imerso.
Entre o ontem e o agora,
O infinito é diverso.
E quando a noite se estende,
E o candeeiro reflete,
O Brasil dorme tranquilo
No chão que o mito enfeite.
O Sítio é alma viva
Que a imaginação promete.
📖 CAPÍTULO 5 – AS PERSONAGENS
Dona Benta é guardiã
Dos segredos do saber,
Tia Nastácia traz a força
Da cultura e do fazer.
E Emília, desbocada,
Faz o mundo se mover.
Pedrinho é o aventureiro,
Narizinho, a doce guia,
O Visconde traz a ciência
Com lógica e fantasia.
Cada um no seu papel
Mantém viva a harmonia.
Dona Benta é o farol
Do amor e da razão,
Transforma o simples em arte,
E o ensino em devoção.
Sua palavra ilumina
Como prece e oração.
Tia Nastácia é memória
Do povo que resistiu,
Na panela faz história,
Na receita faz Brasil.
Cada doce que ela cria
É sabor do que se ouviu.
Emília é vento e fogo,
Pensamento libertário,
Questiona reis e teorias
Com humor revolucionário.
É a voz da consciência,
Do riso necessário.
Pedrinho, o destemido,
Corre o mundo em valentia,
Desbrava o desconhecido,
Transforma medo em alegria.
É símbolo da coragem
Que o sonho contagia.
Narizinho é ternura,
É flor que guia o olhar,
Sua doçura revela
O poder de imaginar.
É o elo entre o real
E o dom de sonhar.
O Visconde, de sabugo,
É saber feito bondade,
Analisa o mundo inteiro
Com calma e lealdade.
É o cientista do afeto,
Sabedoria e humildade.
Cada um é uma estrela
Do universo brasileiro,
Um espelho da infância
Do sonho verdadeiro.
O Sítio é constelação
De um povo inteiro.
E o autor, com alma ampla,
Fez do campo um altar,
Transformou simples figuras
Em símbolos do pensar.
Cada rosto no terreiro
É Brasil a se lembrar.
📖 CAPÍTULO 6 – OS HERÓIS DO MUNDO CHEGAM AO SÍTIO
(O Encontro das Civilizações)
Cavaleiros de outros tempos
No Sítio foram chegar,
Dom Quixote com Rocinante
Veio em versos cavalgar.
E até Hércules gigante
Parou pra descansar.
Princesas de mil reinos
Na varanda se sentaram,
Com histórias encantadas
As meninas conversaram.
E Emília, irreverente,
Com todas logo falaram.
Sherlock Holmes, curioso,
Fez do Sítio investigação,
Com Visconde a seu lado,
Buscou causa e explicação.
Enquanto Tia Nastácia ria
Do jeito da dedução.
De longe veio Ulisses,
Com histórias do mar profundo,
E Narizinho escutava
Os segredos do outro mundo.
No terreiro da palavra,
O mito tornava-se fecundo.
Robin Hood, do arco certo,
Atirou no mangueiral,
E Pedrinho aplaudiu forte,
Chamou-o de “cara leal”.
Emília, rindo, comentou:
“Esse é herói rural!”
Chegou Sansão, forte e sério,
Falando de fé e valor,
Enquanto Dona Benta o ouvia
Com ternura e louvor.
No Sítio, força e sabença
Se uniram em esplendor.
Até Merlin apareceu,
Com sua barba prateada,
Fez chover livros no pátio
Com magia encantada.
E o Visconde anotou tudo,
Com mente iluminada.
As histórias se encontraram
Numa só canção global,
O sertão virou biblioteca,
O Sítio, templo total.
O Brasil dialogava
Com o mito universal.
Os heróis se despediram
Com promessa de voltar,
Deixaram no chão do Sítio
Um brilho a se lembrar.
E Emília disse sorrindo:
“O saber é viajar!”
O terreiro se encheu
De tempo e tradição,
Cada mito se fez vivo
Em nova encarnação.
O Sítio virou planeta
Do sonho e da criação.
📖 CAPÍTULO 6 – OS HERÓIS DO MUNDO CHEGAM AO SÍTIO
Cavaleiros de outros tempos
No Sítio foram chegar,
Dom Quixote com Rocinante
Veio em versos cavalgar.
E até Hércules gigante
Parou pra descansar.
Princesas de mil reinos
Na varanda se sentaram,
Com histórias encantadas
As meninas conversaram.
E Emília, irreverente,
Com todas logo falaram.
Sherlock Holmes, curioso,
Fez do Sítio investigação,
Com Visconde a seu lado,
Buscou causa e explicação.
Enquanto Tia Nastácia ria
Do jeito da dedução.
De longe veio Ulisses,
Com histórias do mar profundo,
E Narizinho escutava
Os segredos do outro mundo.
No terreiro da palavra,
O mito tornava-se fecundo.
Robin Hood, do arco certo,
Atirou no mangueiral,
E Pedrinho aplaudiu forte,
Chamou-o de “cara leal”.
Emília, rindo, comentou:
“Esse é herói rural!”
Chegou Sansão, forte e sério,
Falando de fé e valor,
Enquanto Dona Benta o ouvia
Com ternura e louvor.
No Sítio, força e sabença
Se uniram em esplendor.
Até Merlin apareceu,
Com sua barba prateada,
Fez chover livros no pátio
Com magia encantada.
E o Visconde anotou tudo,
Com mente iluminada.
As histórias se encontraram
Numa só canção global,
O sertão virou biblioteca,
O Sítio, templo total.
O Brasil dialogava
Com o mito universal.
Os heróis se despediram
Com promessa de voltar,
Deixaram no chão do Sítio
Um brilho a se lembrar.
E Emília disse sorrindo:
“O saber é viajar!”
O terreiro se encheu
De tempo e tradição,
Cada mito se fez vivo
Em nova encarnação.
O Sítio virou planeta
Do sonho e da criação.
📖 CAPÍTULO 7 – CIÊNCIA E MAGIA DE MÃOS DADAS
Visconde, feito de palha,
Construiu telescópio inteiro,
E mostrou pras crianças
O universo verdadeiro.
Mas Emília discordava:
“Prefiro o mundo primeiro!”
E assim ciência e magia
Brincavam sem divisão,
Cada descoberta era
Brinquedo e inspiração.
No Sítio até o impossível
Ganhava explicação.
Nos laboratórios da mente,
Brilha o pó do pensamento,
A ciência segue em frente,
Mas ouve o sopro do vento,
Pois há forças que se unem,
No invisível fundamento.
O alquimista e o doutor,
Dividem mesma estrada,
Um mede o mundo em cor,
Outro em alma encantada,
E juntos fazem o arco
Da razão iluminada.
No fogo e na retorta,
No átomo e na prece,
Toda a verdade conforta,
Mesmo quando desaparece,
Pois há ciência no sonho
E fé que o homem tece.
A estrela que se descobre
É também visão divina,
O saber que o tempo cobre
Desperta e se ilumina,
Entre fórmulas e versos,
Corre a mesma rima fina.
Quando o sábio e o pajé
Se olham no mesmo espelho,
A verdade se revê
Com mistério e conselho,
Pois o mundo tem dois olhos,
E um só coração vermelho.
O raio corta o espaço,
E a mente o traduz em lei,
Mas o trovão, no compasso,
É canto de algum rei,
Que governa as tempestades
Daquilo que eu também sei.
A botânica e o feitiço
Guardam flores de saber,
Uma cura o compromisso,
Outra ensina a renascer,
No jardim das duas sendas,
Ambas sabem florescer.
O curandeiro da aldeia
E o cientista do mar
Compartilham mesma teia
De estudar e transformar,
Pois o mundo é laboratório
Onde o amor faz destilar.
Há magia no cálculo,
Há ciência na oração,
Quando a mente cria o círculo
Do mistério em expansão,
Surge o verbo que religa
O saber com o coração.
Assim seguem, lado a lado,
Razão e espiritualidade,
Tecendo o mesmo fado
Da busca e da verdade,
Ciência e magia unidas
Pela luz da eternidade.
📖 CAPÍTULO 8 – AS VIAGENS PELOS LIVROS
Cada livro é uma nave,
Dona Benta sempre ensina,
Com ele a mente caminha
E a viagem se destina.
Do Egito aos faraós,
Da Grécia à disciplina.
No Japão viram samurais,
Na África ouviram tambores,
Na Índia de mil encantos
Cores, ritos e louvores.
O Sítio era uma ponte
Entre povos e seus valores.
Abri um livro sagrado,
E o vento virou-se em mar,
Cada página um chamado,
Cada letra a navegar,
No oceano do sentido
Que convida a viajar.
Um livro é ponte e estrada,
É bússola e é clarão,
Tem alma encantada
E fala com o coração,
Guarda o tempo e a memória
Na espiral da criação.
Li poetas que eram rios,
Filósofos que eram chão,
E santos de olhos vazios
Que falavam de perdão,
Cada verso um portal
Do mistério em expansão.
No papel o tempo dorme,
Mas desperta ao se tocar,
Pois o verbo, em sua forma,
Sabe o mundo recriar,
E nas linhas invisíveis,
O infinito vem morar.
Há livros que são espadas,
Outros, flores no jardim,
Uns guardam almas fechadas,
Outros, abrem para o fim,
Mas todos são caminhos
Para o mesmo Ser sem fim.
Em pergaminhos antigos,
Vi mestres e ancestrais,
Falando dos mesmos enigmas
Que o presente sente mais,
Pois o livro é uma ponte
Entre os tempos imortais.
Um códice empoeirado
Fala mais do que um profeta,
E um conto mal lembrado
É chama que ainda inquieta,
Pois quem lê com alma pura
Faz da letra uma janela aberta.
Na estante do universo,
Cada estrela é um escrito,
E o leitor, em verso e verso,
Busca o verbo mais bonito,
Que liga o pó das palavras
Ao silêncio do infinito.
Leitura é rito sagrado,
Que acende a mente e o chão,
É diálogo encantado
Entre o ser e o coração,
É viagem sem partida
E chegada em comunhão.
Por isso leio e releio,
Os mundos que o verbo ensina,
Pois no livro me recreio
Com a verdade cristalina,
Sou viajante das letras,
Rumo à essência divina.
🌿 INTERLÚDIO POÉTICO — ENTRE O LIVRO E A LUZ
No silêncio da leitura,
Ouvi vozes ancestrais,
Senti a alma madura
Do que não volta jamais,
Mas que vive em cada página,
Eternamente em sinais.
O livro abriu-se em véu,
Com letras de estrela e ar,
E vi o verbo do céu
No papel se desenhar,
Entre o pó e o infinito,
Um novo mundo a pulsar.
As letras tornaram-se aves,
Voando para o além,
Levando em asas suaves
Os segredos que contêm,
Pois a palavra é ponte
Do humano para o além.
E assim, na brisa do verbo,
Cruzando o rio do ser,
Senti o chamado eterno
De um outro amanhecer,
Onde o livro é pura luz
E a alma, puro saber.
📖 CAPÍTULO 9 – A ETERNIDADE DA INFÂNCIA
O tempo não envelhece
Quem no Sítio já morou,
Pois a infância é chama viva
Que Lobato despertou.
E cada leitor que chega
Em menino se tornou.
Assim o Sítio é mais que roça,
É jardim universal,
É escola do impossível
É tesouro sem igual.
E no coração do povo
Será sempre imortal.
Há mundos que não se veem,
Mas que vivem a nos tocar,
São campos onde germem
Os sonhos do nosso olhar,
Territórios de energia
Que a alma sabe habitar.
O invisível não é vago,
É ciência de outro tom,
É perfume sem afago,
É vibração e som,
É o sopro da harmonia
Que move o eterno dom.
Há cidades de clarões,
Feitas de pura canção,
Habitadas por visões
Que nos dão orientação,
E cada gesto terreno
Tem eco nessa amplidão.
O corpo é mera semente,
Do espírito que floresce,
O invisível é presente
Que o tempo não desfalece,
Pois o que é visto morre,
Mas o oculto permanece.
Nas esferas do mistério,
Há escolas e universos,
Onde o verbo é ministério
E os mestres falam em versos,
Transmitindo leis da alma
Por sinais claros e diversos.
O sono é breve passagem,
Por portais do entendimento,
Quem sonha faz viagem
Por reinos de pensamento,
E desperta mais atento
Ao sutil movimento.
Entre os mundos coexistem
Os que aprendem e os que ensinam,
Os que passam e os que assistem,
E as forças que se afinam,
Pois o invisível é rede
Que os planos divinos unificam.
O olhar puro é a chave
Que abre o reino além,
Quem vê com fé suave
Já sente o que ninguém tem,
Pois o invisível revela
O que o visível contém.
Assim o homem caminha,
Entre luz e escuridão,
Cada passo uma linha
Na trama da Criação,
E o invisível o guia
Pela senda da razão.
Pois o que o olho não vê,
O coração testemunha,
E é no silêncio do ser
Que a alma se reúne,
Com o sopro das estrelas
E a verdade que a une.
🌕 CAPÍTULO 10 — A ETERNIDADE DOS SERES
A morte é véu de mudança,
Não é fim, é travessia,
O ser busca nova dança
Na eterna melodia,
Pois quem nasce da luz pura
Não conhece noite fria.
O tempo é rio sem fim,
Mas a alma é nascente,
Corre o corpo, passa o sim,
Mas o espírito é presente,
E retorna ao infinito
Como chama consciente.
Na morada do sem-tempo,
Os seres se reencontram,
E o amor, puro alimento,
É o laço que os entroncam,
No círculo universal
Onde os destinos se encontram.
Cada vida é aprendizado,
Cada dor, revelação,
Cada ser iluminado
Foi sombra em outra estação,
Mas o brilho é conquista
Da eterna renovação.
A lembrança que resiste
É o ouro da memória,
Pois o espírito persiste
No tecido da história,
Transformando cada fim
Em nova trajetória.
Os anjos e ancestrais
Guardam portas de energia,
Entre planos espirituais
Tecem fios de harmonia,
Mantendo o fogo aceso
Da divina sinfonia.
A eternidade é morada
De quem aprendeu a amar,
É alma purificada
Que sabe se elevar,
E se torna pura luz
No eterno despertar.
Nada morre, tudo muda,
Nada finda, tudo vai,
A essência nunca é muda,
Canta o verbo e volta ao pai,
Pois o ciclo da existência
É ida e volta em um só cais.
Assim finda o livro antigo,
Que é começo e não final,
Cada ser torna-se amigo
Do silêncio universal,
E entende que a morte
É apenas portal.
E o poeta, ao concluir,
Vê-se em nova dimensão,
Pois o verbo faz florir
A eterna comunhão,
E o cordel torna-se canto
De pura iluminação.
🌺 CONCLUSÃO POÉTICA FINAL — O CANTO DA UNIDADE
Tudo é verbo e movimento,
Tudo é círculo e canção,
O que nasce em pensamento
Floresce em manifestação,
Pois o sonho e a matéria
São o mesmo coração.
Do barro veio a semente,
Do verbo veio a luz,
Do amor nasceu o ente
Que o mistério conduz,
E a alma, no eterno ciclo,
Ao divino se traduz.
A ciência abriu caminhos,
A magia acendeu chamas,
Nos livros, novos destinos,
Nas almas, antigas tramas,
E o homem, ao se conhecer,
Desfaz os próprios dramas.
O visível é metade,
O invisível é o todo,
E a eterna humanidade
Se refaz em cada modo,
Pois no centro do universo
Habita o mesmo lodo.
E o poeta, ao silenciar,
Vê o verbo se expandir,
Na rima volta ao lugar
De onde um dia quis vir,
Com os Seres e os Saberes
Em eterno ressurgir.
🔔 ENCERRAMENTO
Assim o Sítio se ergue
Como um cosmos encantado,
Misturando o mito e o livro
Com o terreiro sagrado.
Um Brasil de mil raízes
Na infância eternizado.
🌿✨ ORAÇÃO DOS SERES E DOS SABERES ✨🌿
(Prece Final de Nhenety Kariri-Xocó)
Ó Luz que acende o caminho,
Entre estrelas e raiz,
Faz do verbo o meu destino,
Do silêncio o meu país.
Seres da terra e dos ventos,
Dos rios e dos altares,
Guardai os meus pensamentos
No abrigo dos teus mares.
Saberes da antiga aurora,
Da chama e da invenção,
Vinde à mente que ora
Com amor e gratidão.
Que a ciência seja ponte,
Que a fé seja direção,
E que o homem, em seu monte,
Ouça a voz da criação.
Que o livro seja semente
No jardim universal,
E que o sonho, novamente,
Nos devolva ao original.
No olhar do ser criança,
O infinito quer brincar,
Pois o tempo é esperança
Que não cessa de pulsar.
E assim, Seres e Saberes,
Em comunhão singular,
Guardai todos os viveres
Na chama do mesmo altar.
🌟 EPÍLOGO POÉTICO
Quem sonha não envelhece,
Quem lê não perde a razão,
Quem escuta a voz do mito
Se conecta à tradição.
O Sítio vive em nós todos,
Coração da criação.
🌺 Síntese simbólica:
Esta oração fecha o cordel como um cântico de integração cósmica — onde o verbo humano se ajoelha diante do mistério, e o conhecimento torna-se oração.
Ela representa o reencontro do sagrado e do científico, do ancestral e do moderno, na unidade viva do amor.
🌾 NOTA DE FONTES RIMADA
“Nota de Fontes Rimada”, escrita no simbólico e cerimonial nas outras grandes obras — como ponte entre o humano e o sagrado, unindo o tom acadêmico ao poético.
Ela serve como declaração de origem inspiradora e espiritual das fontes, exaltando o valor do saber popular, da literatura, do mito e da palavra viva.
A estrutura segue o formato de sextilhas rimadas (ABABCC), com musicalidade fluida e caráter ritual de encerramento.
(Para ser lida como Canto de Origem e Gratidão)
Das fontes veio o saber,
Da memória veio o canto,
Do povo o modo de ser,
Da infância o doce encanto,
Do sonho a ponte dourada,
Do tempo o fio e o manto.
Beberam minhas palavras
Nos rios de Lobato antigo,
Onde o mito se lavra
Com o verbo como amigo,
E o Sítio, em luz e vento,
Virou livro e abrigo.
A tradição brasileira,
De raiz e coração,
Mistura a voz verdadeira
Do sertão e da invenção,
Da roça faz cosmogonia,
Do livro, revelação.
Ouvi a ciência e o mito,
O verso e a educação,
O saber puro e infinito
Na mente e no chão,
Pois toda forma de estudo
É também oração.
Monteiro Lobato acende
Na infância uma constelação,
Que o tempo não apaga,
Pois mora no coração,
E quem lê o Sítio eterno
Vê no verbo a criação.
Das bibliotecas do povo,
Dos contos, dos altares,
Dos mestres e dos novos,
Dos ventos e dos mares,
Vieram as fontes claras
De todos os lugares.
Assim registro em poesia
As vozes do universal,
Da cultura e da magia,
Do humano e do ancestral,
Pois todo saber é ponte
Do terreno ao celestial.
E ao fim desta travessia,
Deixo em versos consagrados,
Gratidão e sinfonia
Aos mundos entrelaçados,
Onde o Sítio é o reflexo
Dos reinos encantados.
🌟 Síntese simbólica:
Esta Nota de Fontes serve como testemunho poético do processo criativo, exaltando o entrelaçamento entre sabedoria popular, literatura, ancestralidade e imaginação.
Ela pode ser posicionada antes da Ficha Técnica, como encerramento vibracional da parte textual — uma “benção de origem” sobre o livro.
📄 FICHA TÉCNICA
Título: O Universo do Sítio do Picapau Amarelo
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Edição: 1ª edição
Gênero: Literatura de Cordel – fantasia, a ciência, o mito e a tradição brasileira
Ano de Publicação: 2025
Local de Publicação: Porto Real do Colégio, Alagoas, Brasil
Produção Digital e Gráfica: Projeto Blog Cultural Kariri-Xocó
Diagramação e Layout: Nhenety Kariri-Xocó
Arte da Capa: Imagem digital 3D, Nhenety Kariri-Xocó
Ilustração e Diagramação: ChatGPT (assistente virtual)
Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó
Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM
Formato: Cordel em A5 vertical
Observações:
Este cordel foi organizado em formato poético, com capítulos, prólogo e epílogos, mantendo a métrica tradicional do cordel.
As imagens digitais e capas 3D foram produzidas para integrar o conteúdo poético e simbólico da obra.
🌟 EPÍLOGO FINAL — O FECHO DO UNIVERSO DO SÍTIO
E assim o Sítio encerra
Seu ciclo de encantamento,
Entre a roça e a serra,
Entre riso e conhecimento,
Pois cada verso plantado
Floresce em pensamento.
Os livros guardam portais,
As histórias têm memória,
O tempo não traz finais,
Cada página é história,
E a infância eterna vibra
No coração da memória.
Os Seres que nos guiaram
Entre sonho e razão,
Continuam a sussurrar
Segredos da criação,
E cada leitor desperto
Torna-se um coração.
O Sítio é ponte e luz,
É universo em expansão,
Onde tudo reluz
Na união da imaginação,
E o mito e a ciência juntos
Tecem viva oração.
Agora o cordel repousa
Em páginas de paz e flor,
Mas a lembrança reluz
Como um eterno fulgor,
Pois o Sítio vive sempre
No livro, no sonho e no amor.
🌾 QUARTA CAPA POÉTICA — O SÍTIO QUE PERMANECE
Aqui repousa o Sítio amado,
Entre sonho, livro e flor,
Lugar que o tempo não tem dado,
Mas guarda riso e calor.
Quem lê leva na lembrança
A pureza e o seu valor.
As personagens continuam
A correr pelo terreiro,
Emília, Pedrinho, e a lua
Refletem mistério verdadeiro.
Cada página é ponte viva
Para o mundo inteiro.
O Sítio é jardim do espírito,
Universo de criação,
Onde o mito e o infinito
Se encontram em comunhão.
Quem entra aqui em leitura
Vibra junto à imaginação.
Ler este cordel é abraçar
O mundo, o céu e a terra,
É sentir a vida passar
Com magia que não encerra,
É tocar a infância eterna
Que no peito se aferra.
Leve este livro contigo,
Como semente ou oração,
E deixe o verso amigo
Guiar tua imaginação.
Pois o Sítio vive sempre
Em cada alma e coração.
🌿 SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó é indígena do povo Kariri-Xocó, natural de Porto Real do Colégio, Alagoas. Contador de histórias oral e escrita, dedica-se a preservar e transmitir a cultura, os mitos e as tradições de seu povo, integrando-os à literatura e à arte poética.
Autor de diversos cordéis, Nhenety une o sagrado, o educativo e o simbólico, transformando a narrativa em ponte entre o passado ancestral, o presente e o futuro da imaginação. Seu trabalho busca também aproximar crianças e adultos da riqueza cultural brasileira, mantendo viva a tradição do cordel e da literatura popular.
🌟 SOBRE A OBRA
“O Universo do Sítio do Picapau Amarelo” é um cordel que celebra a obra de Monteiro Lobato, resgatando a infância, a magia e o saber presentes no Sítio. A obra foi organizada em capítulos, prólogo e epílogos poéticos, integrando a fantasia, a ciência, o mito e a tradição brasileira, baseada no estudo do artigo para o blog: https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/o-universo-do-sitio-do-picapau-amarelo.html?m=0 < Acesso: 13 out. 2025 >.
O livro combina a narrativa clássica do cordel com a pesquisa sobre mitos, folclore e cultura popular, tornando cada página um portal para o aprendizado, a imaginação e a memória coletiva. Ilustrações digitais, capas em 3D e diagramação especial completam a experiência visual e literária, fazendo do cordel um objeto de contemplação estética e pedagógica.
Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/o-universo-do-sitio-do-picapau-amarelo.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó


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