🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA
Dedico este canto ao tempo,
Que gira no céu em flor,
Aos povos de toda a Terra,
Guardando o mesmo esplendor.
Aos astros que são memórias
De vidas, lutas e glórias,
Que o vento leva em louvor.
Dedico ao nome sagrado,
Que o espírito faz brilhar,
Às mães, aos filhos e mestres
Que aprenderam a nomear.
Pois nomear é criar mundo,
É fazer eterno o fecundo
No ciclo do recordar.
📜 ÍNDICE POÉTICO
1️⃣ Abertura – “O Céu como Livro e Canto”
2️⃣ Prólogo Poético – “O Nome, a Luz e o Destino”
3️⃣ Capítulo I – “As Estrelas Contam Memórias”
4️⃣ Capítulo II – “O Nome Que Faz Brilhar”
5️⃣ Capítulo III – “Os Espíritos da Terra e da Vida”
6️⃣ Capítulo IV – “O Espelho do Céu e da Terra”
7️⃣ Encerramento – “O Círculo da Eternidade”
8️⃣ Epílogo Poético – “A Voz Que Vira Estrela”
9️⃣ Nota de Fontes em Rima
🔟 Ficha Técnica
11️⃣ Epílogo Final
12️⃣ Sobre o Autor
13️⃣ Sobre a Obra
14️⃣ Quarta Capa Poética
🌠 ABERTURA — O CÉU COMO LIVRO E CANTO
Desde o início dos mundos,
O céu é livro sagrado,
Onde o homem lê seu sonho
E o destino é revelado.
Cada estrela, uma história,
Cada luz, uma memória,
De um ser já iluminado.
Antes do papel e da pena,
A noite era o pergaminho,
O vento era quem soprava
O verso e o seu caminho.
E o povo, olhando o escuro,
Via o futuro mais puro
No brilho do seu vizinho.
Assim nasceram os mitos,
As constelações de amor,
Onde um nome vira estrela
E o corpo se faz fulgor.
Na voz da Terra e do Céu,
Há sempre um mesmo cordel
Tecendo o som do Criador.
🔱 PRÓLOGO POÉTICO — O NOME, A LUZ E O DESTINO
Nomear é mais que chamar,
É dar alma e direção,
É plantar no tempo eterno
A semente da criação.
O nome é sol invisível
Que torna o ser indestrutível
No ciclo da recordação.
Quando o homem diz um nome,
Recria o mundo ao redor,
Faz do instante uma lembrança
E do silêncio, um tambor.
Pois cada nome é caminho,
É traço, raiz, destino,
É ponte entre dor e amor.
Nos céus do mundo antigo,
Cada herói tinha lugar,
Cada alma era constelação
Que o povo vinha adorar.
O xamã, com gesto lento,
Fazia o firmamento
Em memória cintilar.
✨ CAPÍTULO I — AS ESTRELAS CONTAM MEMÓRIAS
Nas mitologias antigas,
O céu falava em poesia,
Com reis, guerreiros e musas
Que brilham até hoje em dia.
Orion caçava os ventos,
Perseu rasgava os momentos
E Andrômeda renascia.
Cassiopeia, vaidosa,
Foi ao trono celestial,
E Zeus, em trono de fogo,
Lhe deu o brilho imortal.
Assim a lenda descreve
Que a estrela nunca se atreve
A apagar seu ritual.
Na China, o Imperador
De Jade, sábio e profundo,
Dava nomes a constelações
Para proteger o mundo.
Cada luz era um espírito,
Guardião do infinito,
Sustento do céu fecundo.
E lá no Japão distante,
Tanabata é a lembrança
De dois amantes celestes
Separados pela esperança.
Quando as estrelas se unem,
O povo canta e comunga
Do amor que não se cansa.
E os povos da América,
De alma pura e guerreira,
Vêm nas Plêiades os guias
Da tribo verdadeira.
Na Via Láctea sagrada,
Caminha a alma encantada
Na trilha da luz primeira.
🌌 CAPÍTULO II — O NOME QUE FAZ BRILHAR
Nomear é criar destino,
É acender nova aurora,
É fazer do som um templo
Que jamais se vai embora.
O nome é verbo divino,
Que transforma o peregrino
Em estrela que ainda chora.
Quando o xamã nomeava,
O espírito ascendia,
Do chão subia à brancura
Que o firmamento vestia.
Era o selo da memória,
A eternidade na história
Que o povo reconhecia.
Assim, um nome celeste
É ritual de ascensão,
É o eco da lembrança
Gravado no coração.
Pois nomear é soprar vida,
É transformar a partida
Em pura consagração.
Hoje a ciência repete
O gesto ancestral do além:
Batiza plantas e astros
Com os nomes que o homem tem.
Einstein brilha no espaço,
Rosa gallica dá abraço
Ao jardim do que vai bem.
Entre o saber e o mistério,
Há um laço que não se quebra:
O nome é ponte e memória,
É chama que o tempo celebra.
Seja em céu ou natureza,
A palavra é fortaleza
Da vida que nunca medra.
✨ CAPÍTULO III — OS ESPÍRITOS DA TERRA E DA VIDA
Em cada planta que nasce,
Há lembrança e há missão,
Um eco de voz antiga
Cantando no coração.
A folha sopra a memória,
O caule guarda a história,
A flor é ressurreição.
Nos tempos das aldeias,
O pajé em rito profundo
Via a alma dos guerreiros
Nas flores do outro mundo.
E quando um ente partia,
A mata resplandecia
Com seu perfume fecundo.
Os Tupis e os Guaranis
Contam lendas de meninos,
Que viraram lindas flores
Nos campos peregrinos.
E guerreiros, após luta,
Ganham asas de labuta
Nos ventos do seu destino.
Os africanos ensinam
Que o Baobá é morada,
De espíritos e dos velhos,
De memória abençoada.
Suas raízes são pontes,
Ligam o tempo e as fontes,
De alma transfigurada.
E os povos das águas firmes,
Do rio e da imensidão,
Veem nas aves o retorno
Da vida em transmutação.
Um peixe, um pássaro, um canto,
São corpos do mesmo manto,
Do ciclo da criação.
O nome que o povo dá
A um bicho ou a uma flor,
É mais que simples palavra,
É sinal de eterno amor.
Pois cada nome evocado
Deixa o mundo encantado,
Com a luz do Criador.
Assim se unem os reinos
Do céu, do chão e do mar,
Cada ser é um espelho
Do mistério a nos guiar.
E o verbo que nomeia
É o sopro que semeia
O poder de eternizar.
🌎 CAPÍTULO IV — O ESPELHO DO CÉU E DA TERRA
O céu reflete a montanha,
A montanha reflete o céu,
E entre ambos corre a vida,
Como fio de azul cordel.
A Terra é mãe luminosa,
O firmamento, a rosa
Que floresce no papel.
Os povos de voz antiga
Chamavam o céu de “livro”,
Onde os ancestrais guardavam
O saber mais sensitivo.
Cada estrela é testemunha,
Cada luz é uma unha
Do universo afetivo.
Lá em cima está o retrato
Do que existe cá embaixo,
Pois o cosmos é espelhado,
É do mesmo azul riacho.
O nome liga esses mundos,
Os visíveis e os profundos,
No tempo do mesmo encaixo.
O xamã levanta os olhos
E enxerga o povo em estrelas,
O sábio, vendo as constelações,
Reconhece as faces belas.
O Céu é Terra sonhada,
A Terra é Céu em jornada,
São almas irmãs, sem celas.
Os que compreendem o ciclo
Sabem que o nome é ponte:
Une o rio e o cometa,
Une o chão e o horizonte.
Quando um ser é nomeado,
Seu espírito é guiado
À nascente do sem fronte.
E quando o tempo se apaga,
Fica a lembrança que brilha,
Pois o nome no firmamento
Nunca perde a sua trilha.
A estrela é o testemunho
De um amor que faz o punho
Do universo em maravilha.
Assim, a vida é espelho
De constelações divinas,
E o homem, entre o céu e o chão,
Segue as rotas cristalinas.
O nome é luz que ampara,
É raiz que não se separa,
É voz nas eras antigas.
🌕 ENCERRAMENTO – O CÍRCULO DA ETERNIDADE
Tudo que nasce retorna,
Tudo que parte refloresce,
Na dança dos astros santos
O tempo nunca envelhece.
O nome é ponte infinita,
Que do chão ao céu habita,
E no amor tudo enriquece.
A estrela que um dia foi homem,
O homem que um dia é flor,
A planta que vira brisa,
E a brisa que traz o odor.
Tudo é ciclo de lembrança,
Tudo é vida em esperança,
No cordel do Criador.
Não há morte, há passagem,
Não há fim, há mutação,
Pois a alma, sendo chama,
Veste nova encarnação.
O cosmos gira em poesia,
E o nome é melodia
Que não perde direção.
Assim termina e renasce
O livro de cada ser,
Nas páginas do universo
Que o tempo faz renascer.
A memória é semente,
O amor é sol presente,
E o verbo é o florescer.
🌠 EPÍLOGO POÉTICO – A VOZ QUE VIRA ESTRELA
Quando a voz se faz silêncio,
O brilho toma o lugar,
Pois quem canta com verdade
Nunca deixa de brilhar.
O som se torna clarão,
Ecoando na imensidão,
Para o espírito guiar.
Cada verso dito ao vento
É estrela em gestação,
É palavra que ascende o céu
Com força e consagração.
E quem nomeia com ternura,
Dá à noite a formosura
De uma nova constelação.
O poeta é jardineiro
Das flores que o tempo cria,
Cultiva nomes, memórias
E o perfume da harmonia.
E quando o seu canto finda,
O universo se ainda
Em luz e sabedoria.
Assim, Nhenety, tua escrita,
Feita de alma e de chão,
Será farol dos que buscam
A estrela da recordação.
Pois a voz que vira estrela
É chama, flor e centelha
Do eterno coração.
📚 NOTA DE FONTES RIMADA
As fontes que me inspiraram
São vozes de antiga estrada,
De Bachelard e Campbell,
A sabedoria encantada.
Eliade e Verger presentes,
Com saberes reluzentes,
De jornada iluminada.
Levi-Strauss e Viveiros
Guardam a selva e o ritual,
Gusdorf mostra que o mito
É espelho transcendental.
Da ciência à tradição,
Cada um fez comunhão
Do terrestre e do astral.
Essas obras me mostraram
Que o nome é flor e poder,
Que ao nomear um ser vivo
Se aprende a reviver.
E neste cordel sagrado,
Cada astro é consagrado
Pela arte de escrever.
🕊 FICHA TÉCNICA
Título: A ETERNA TRANSFORMAÇÃO EM ESTRELA
Gênero: Literatura de Cordel Filosófico-Ancestral
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Edição: Digital Poética – Formato A5
Ano: 2025
Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó
Produção Literária e Edição Virtual: ChatGPT – Irmão Virtual e Assistente Editorial
Publicação Digital:
KXNHENETY.BLOGSPOT.COM
Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó – Todos os direitos reservados
Publicação para blog e acervos culturais indígenas
🌄 EPÍLOGO FINAL
Fecham-se as páginas do tempo,
Mas a luz continua acesa,
Pois cada nome lembrado
É centelha de realeza.
O Céu sorri ao ver a Terra
Cantando o que o amor encerra
Na sua sagrada beleza.
O cordel, feito constelação,
Permanece em cada olhar,
E quem ler este poema
Vai sentir-se a navegar.
Na canoa da memória,
Rema o homem pela história
Sem jamais naufragar.
🪶 SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, guardião da memória ancestral de seu povo, originário de Porto Real do Colégio – AL.
Sua voz une o sagrado e o poético, a raiz indígena e o verbo universal.
Em seus cordéis e escritos, transforma mitos em pontes, ligando Terra e Céu, tradição e conhecimento.
Sua missão é manter viva a chama da sabedoria dos antigos e fazer da palavra um altar de resistência cultural e espiritual.
🌌 SOBRE A OBRA
“A Eterna Transformação em Estrela” é um canto poético-filosófico que celebra o poder da nomeação simbólica nas culturas humanas.
Inspirado em tradições antigas e na mitopoética indígena, o cordel mostra como o ato de nomear um ser, uma flor ou uma estrela é forma de eternizar sua essência.
A obra é um tributo à ancestralidade que transforma a vida em luz e o nome em constelação, revelando o parentesco sagrado entre o Céu e a Terra.
Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/05/a-eterna-transformacao-em-estrela.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
🌟 QUARTA CAPA POÉTICA
No firmamento do verbo,
cada nome tem morada,
cada estrela é um caminho,
cada alma iluminada.
Quem lê este cordel sente
o infinito em sua mente
e a vida eternizada.
Pois o Céu e a Terra falam
na língua do coração:
nomear é tecer mundos,
é sagrar a criação.
Nhenety, voz da memória,
canta o tempo e sua glória
em pura consagração.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó


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