🌺 Dedicatória Poética
Dedico aos seres da mata,
Do rio, do céu, do luar,
Que falam nas vozes do vento
E ensinam o verbo escutar.
Dedico à Mãe Terra viva,
Que a todos veio animar.
Dedico aos ancestrais sábios,
Que viram no som e na cor
A alma que em tudo habita,
No bicho, na pedra e na flor.
Pois quem sente o mundo inteiro
Sabe o poder do amor.
📜 Índice Poético
Abertura – A Voz da Criação
Prólogo Poético – A Força da Palavra
Canto I – Dos Deuses e Titãs
Canto II – Dos Heróis
Canto III – Dos Monstros e Mistérios
Canto IV – Das Naturezas e Elementos (novo)
Canto V – Dos Seres da Alma e do Sonho
Encerramento – A Linguagem da Vida
Epílogo Poético – O Retorno da Palavra
Nota de Fontes Rimada
Ficha Técnica
Sobre o Autor
Sobre a Obra
Epílogo Final
🌅 Abertura – A Voz da Criação
Antes do verbo existir,
O silêncio era o chão,
Onde a vida adormecia
Nos mistérios da amplidão.
E a fala brotou da alma,
Feita pura em emoção.
Das águas, o som primeiro,
Do fogo, a chama e o brilho,
Do ar, o sopro divino,
Da terra, o antigo filho.
E assim nasceu a palavra,
Que o mundo fez seu trilho.
🌾Prólogo Poético – A Força da Palavra
No tempo dos ancestrais,
A palavra era magia,
Dava voz à natureza,
Tornava viva a poesia.
Era a força da expressão,
Que encantava noite e dia.
A figura é conhecida,
Por prosopopeia também,
Dar aos seres inanimados
A emoção que o homem tem.
Um recurso da linguagem
Que o leitor entende bem.
O vento assovia forte,
Na janela faz canção,
O sol sorri para a lua,
Com ternura e emoção.
A onda beija a areia,
No balanço do verão.
Assim objetos e bichos
Ganhavam vida e ação,
Falavam, riam, dançavam,
Com humana expressão.
Era a língua criativa
Transformando a narração.
Na mitologia antiga
Tudo tinha coração:
Montes, rios, tempestades,
Estrelas na imensidão.
Era a vida retratada
Com força da imaginação.
⭐️Capítulo I – Dos Deuses e Titãs
Do Caos nasceu o princípio,
Na Grécia, o mito maior,
Dele vieram o Érebo,
A Noite em seu véu de cor,
E a deusa mãe Geia,
Que deu à Terra o vigor.
O Céu chamado Urano,
Com Geia veio se unir,
Dos dois surgiram os Titãs,
Que iam o mundo assumir.
Cronos tomou a coroa,
E o tempo fez dividir.
Zeus nasceu poderoso,
Senhor do raio e trovão,
Personificando a força
Da justiça e da razão.
Era o pai do Olimpo,
Comandava a criação.
Poseidon, rei dos mares,
Agitava as águas em vão,
Com o tridente nas ondas
Punha o mar em rebelião.
Era o sopro das tormentas,
Era a fúria em ação.
Atena, a deusa da mente,
Da guerra com sabedoria,
Surgia armada e justa,
Trazendo paz e harmonia.
Personificação da luz,
Do pensar que alumia.
Afrodite, bela estrela,
Do amor era guardiã,
Do mar nasceu cintilante,
Com sorriso de manhã.
O desejo e a paixão
Faziam dela irmã.
Apolo, sol radiante,
Com lira e inspiração,
Guiava os homens nos cantos,
Na cura e revelação.
Era a arte, era a música,
Era a vida em expressão.
Dioniso, deus do vinho,
Das festas e da loucura,
Mostrava que a existência
Também tem sua doçura.
Era riso, era dança,
Era a alma mais pura.
As ninfas guardavam fontes,
Florestas e cada flor,
Sussurrando em voz suave
Segredos do seu ardor.
A beleza personificada,
Era a face do amor.
🌱Capítulo II – Dos Heróis
Hércules, filho de Zeus,
Ganhou fama sem igual,
Fez doze trabalhos duros,
Mostrou força colosal.
Era a coragem do homem,
Num corpo quase imortal.
Perseu, herói valente,
Com a cabeça a cortar,
Derrotou Medusa fria,
Que petrificava o olhar.
Personificou na luta
A esperança de triunfar.
Ulisses, rei de Ítaca,
Astuto no seu pensar,
Nas guerras e nas viagens
Sabia sempre enganar.
Era o gênio do humano,
Com mil formas de lutar.
Aquiles, no campo ardente,
Na guerra de Troia brilhou,
Com sua fúria tremenda
Mil guerreiros derrotou.
Mas no calcanhar ferido,
A morte nele tocou.
Jasão com seus argonautas,
Pelo mar foi navegar,
Buscando o velo dourado,
Com coragem a remar.
Personificava o sonho
De quem ousa conquistar.
Orfeu, cantor divino,
Fez até Hades chorar,
Com sua lira encantada
Fez o amor ressuscitar.
Era a música da vida,
Que o tempo não vai calar.
🌵Capítulo III – Dos Monstros e Mistérios
O Minotauro terrível,
Na Creta foi aprisionado,
Num labirinto sem fim
Por Dédalo foi cercado.
Era a fúria do instinto,
Num corpo misturado.
A Medusa de olhos frios,
Seu olhar petrificava,
Era o medo personado
Que aos homens dominava.
Perseu com sua coragem
A cabeça lhe cortava.
A Esfinge misteriosa
Propunha um enigma mortal,
Quem errasse sua charada
Pagava um preço fatal.
Era a face da razão
Num desafio imortal.
As harpias gritavam alto,
Roubando todo o banquete,
Com suas asas de fera
Trazendo pranto e repente.
Eram a fome e a angústia,
No corpo de uma serpente.
O Oráculo de Delfos santo,
No templo sempre a falar,
Com a voz de Apolo vivo
Revelava o que ia chegar.
Era a personificação
Do destino a se anunciar.
Semideuses nascidos
Da união de um mortal,
Com os deuses poderosos
Ganhavam brilho imortal.
Eram pontes vivas e fortes
Do humano ao divinal.
Assim a Grécia criou
Seu universo encantado,
Onde tudo tinha alma,
Deuses, homens, cada lado.
Era a vida transformada,
Num mito eternizado.
🌿 Capítulo IV – Das Naturezas e Elementos
O vento dança nas serras,
Em giros de vibração,
Canta ao mar e às montanhas,
Semeia renovação.
É o sopro da existência,
Da vida em transmutação.
O fogo é chama da alma,
Que purifica e destrói,
No templo, na forja antiga,
Em tudo o ser constrói.
É o espírito que ascende,
E o que o tempo reconstrói.
A água reflete o céu,
Com doçura e claridade,
É lágrima e correnteza,
Fonte de eternidade.
Personifica o perdão
E a pureza da verdade.
A terra é mãe generosa,
Que abraça o broto e a flor,
Guarda os passos do tempo,
E os frutos do agricultor.
É ventre de toda vida,
E morada do amor.
O raio fala no alto,
Trovão anuncia poder,
Mostrando que o som divino
É a força de renascer.
Personifica a energia
Do verbo em seu crescer.
As nuvens, brancas ou densas,
São sonhos em transição,
Transformando em chuva e brisa
A eterna renovação.
Têm alma leve e etérea,
Que se faz contemplação.
A lua rege os caminhos
Do ciclo, do ser e do mar,
Sussurra aos poetas vivos
Segredos do imaginar.
É a musa personificada
Que ensina o mundo a amar.
O sol, senhor da alvorada,
Ilumina o coração,
Desperta o canto e a vida,
A fé e a inspiração.
É o olhar do Criador,
Em dourada extensão.
🌌 Capítulo V – Dos Seres da Alma e do Sonho
O sonho fala em imagens,
Com voz de mistério e luz,
Mostrando ao ser que dorme
O que o tempo traduz.
É a alma personificada,
Que ao futuro o guia conduz.
A sombra é o outro lado,
Que no homem quer se achar,
Traz o medo e o silêncio,
Que ensinam a despertar.
É a lição invisível
Que faz o ser se elevar.
A esperança tem asas,
E pousa em todo lugar,
Mesmo quando o mundo é frio
Ela insiste em cantar.
É a chama do impossível
Que o humano quer alcançar.
A morte não é fim triste,
Mas passagem e renascer,
Ela fala em voz serena
Ao que precisa entender.
É a ponte dos dois mundos,
Onde a vida vai crescer.
O amor, o mais divino,
É verbo da criação,
Personifica os caminhos
Da alma em comunhão.
É o sopro eterno e vivo,
Que faz pulsar o coração.
A paz é o som do tempo,
Que cessa o grito e o rancor,
É o silêncio sagrado
Onde habita o Criador.
Personifica o equilíbrio,
E o retorno do amor.
Assim o ser se descobre
Entre o real e o além,
Dando voz à própria essência,
Com o verbo que o mantém.
Pois cada coisa existente
Tem espírito também.
🌄 Encerramento – A Linguagem da Vida
Tudo o que fala e respira
É parte da criação,
Seja rio, estrela ou folha,
Tudo vibra em conexão.
A personificação é ponte
Entre o sonho e a razão.
🌺 Epílogo Poético – O Retorno da Palavra
O verbo que dá sentido
À pedra, ao vento, ao chão,
É o mesmo que move os astros
Na grande contemplação.
Assim, o poeta revive
O mito em seu coração.
🪶 Nota de Fontes Rimada
Busquei nos cantos antigos,
Da Grécia e sua lição,
Os mitos e seus sentidos,
Guardados na tradição.
E na palavra poética,
A eterna revelação.
Autores como Homero,
E o sábio Hesíodo também,
Forjaram as narrativas
Que o tempo preserva bem.
São fontes que o verso acolhe,
Para quem lê ir além.
🧾 Ficha Técnica
Título: A Personificação dos Seres
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Gênero: Literatura de Cordel
Formato: A5 – Cordel-Livro Digital
Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó
Edição Poética e Diagramação: ChatGPT – Assistente Virtual
Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM
Ano: 2025
Origem: Povo Kariri-Xocó – Porto Real do Colégio, Alagoas, Brasil
👣 Sobre o Autor
Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, pertencente ao povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).
Sua obra preserva o espírito da ancestralidade e da palavra viva, unindo tradição indígena, mito universal e poesia cordelista.
📘 Sobre a Obra
Este cordel é um cântico da imaginação sagrada.
Em versos rimados, “A Personificação dos Seres” revela como o verbo humano deu alma ao mundo e transformou mito em linguagem, natureza em poesia, e o invisível em expressão viva.
Esta obra foi inspirada e fundamentada no cordel publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/09/a-personificacao-dos-seres.html?m=0 , respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
🌞 Epílogo Final
Assim se encerra o cordel,
Mas não se apaga a canção,
Pois cada ser que respira
Tem voz no mesmo clarão.
E o poeta, ao nomear,
Faz do verbo oração.
🌅 Quarta Capa Poética
“Neste cordel o mundo fala,
E tudo tem coração:
O mar, o fogo, a floresta,
O mito e a criação.
Personificar é lembrar
Que o verbo é alma e ação.”
Autor: Nhenety Kariri-Xocó


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