sexta-feira, 31 de outubro de 2025

A PERSONIFICAÇÃO DOS SERES, Literatura de Cordel, Por Nhenety anos







🌺 Dedicatória Poética 



Dedico aos seres da mata,

Do rio, do céu, do luar,

Que falam nas vozes do vento

E ensinam o verbo escutar.

Dedico à Mãe Terra viva,

Que a todos veio animar.


Dedico aos ancestrais sábios,

Que viram no som e na cor

A alma que em tudo habita,

No bicho, na pedra e na flor.

Pois quem sente o mundo inteiro

Sabe o poder do amor.



📜 Índice Poético 



Abertura – A Voz da Criação


Prólogo Poético – A Força da Palavra


Canto I – Dos Deuses e Titãs


Canto II – Dos Heróis


Canto III – Dos Monstros e Mistérios


Canto IV – Das Naturezas e Elementos (novo)


Canto V – Dos Seres da Alma e do Sonho 


Encerramento – A Linguagem da Vida


Epílogo Poético – O Retorno da Palavra


Nota de Fontes Rimada


Ficha Técnica


Sobre o Autor


Sobre a Obra


Epílogo Final




🌅 Abertura – A Voz da Criação



Antes do verbo existir,

O silêncio era o chão,

Onde a vida adormecia

Nos mistérios da amplidão.

E a fala brotou da alma,

Feita pura em emoção.


Das águas, o som primeiro,

Do fogo, a chama e o brilho,

Do ar, o sopro divino,

Da terra, o antigo filho.

E assim nasceu a palavra,

Que o mundo fez seu trilho.



🌾Prólogo Poético – A Força da Palavra



No tempo dos ancestrais,

A palavra era magia,

Dava voz à natureza,

Tornava viva a poesia.

Era a força da expressão,

Que encantava noite e dia.


A figura é conhecida,

Por prosopopeia também,

Dar aos seres inanimados

A emoção que o homem tem.

Um recurso da linguagem

Que o leitor entende bem.


O vento assovia forte,

Na janela faz canção,

O sol sorri para a lua,

Com ternura e emoção.

A onda beija a areia,

No balanço do verão.


Assim objetos e bichos

Ganhavam vida e ação,

Falavam, riam, dançavam,

Com humana expressão.

Era a língua criativa

Transformando a narração.


Na mitologia antiga

Tudo tinha coração:

Montes, rios, tempestades,

Estrelas na imensidão.

Era a vida retratada

Com força da imaginação.



⭐️Capítulo I – Dos Deuses e Titãs



Do Caos nasceu o princípio,

Na Grécia, o mito maior,

Dele vieram o Érebo,

A Noite em seu véu de cor,

E a deusa mãe Geia,

Que deu à Terra o vigor.


O Céu chamado Urano,

Com Geia veio se unir,

Dos dois surgiram os Titãs,

Que iam o mundo assumir.

Cronos tomou a coroa,

E o tempo fez dividir.


Zeus nasceu poderoso,

Senhor do raio e trovão,

Personificando a força

Da justiça e da razão.

Era o pai do Olimpo,

Comandava a criação.


Poseidon, rei dos mares,

Agitava as águas em vão,

Com o tridente nas ondas

Punha o mar em rebelião.

Era o sopro das tormentas,

Era a fúria em ação.


Atena, a deusa da mente,

Da guerra com sabedoria,

Surgia armada e justa,

Trazendo paz e harmonia.

Personificação da luz,

Do pensar que alumia.


Afrodite, bela estrela,

Do amor era guardiã,

Do mar nasceu cintilante,

Com sorriso de manhã.

O desejo e a paixão

Faziam dela irmã.


Apolo, sol radiante,

Com lira e inspiração,

Guiava os homens nos cantos,

Na cura e revelação.

Era a arte, era a música,

Era a vida em expressão.


Dioniso, deus do vinho,

Das festas e da loucura,

Mostrava que a existência

Também tem sua doçura.

Era riso, era dança,

Era a alma mais pura.


As ninfas guardavam fontes,

Florestas e cada flor,

Sussurrando em voz suave

Segredos do seu ardor.

A beleza personificada,

Era a face do amor.



🌱Capítulo II – Dos Heróis


Hércules, filho de Zeus,

Ganhou fama sem igual,

Fez doze trabalhos duros,

Mostrou força colosal.

Era a coragem do homem,

Num corpo quase imortal.


Perseu, herói valente,

Com a cabeça a cortar,

Derrotou Medusa fria,

Que petrificava o olhar.

Personificou na luta

A esperança de triunfar.


Ulisses, rei de Ítaca,

Astuto no seu pensar,

Nas guerras e nas viagens

Sabia sempre enganar.

Era o gênio do humano,

Com mil formas de lutar.


Aquiles, no campo ardente,

Na guerra de Troia brilhou,

Com sua fúria tremenda

Mil guerreiros derrotou.

Mas no calcanhar ferido,

A morte nele tocou.


Jasão com seus argonautas,

Pelo mar foi navegar,

Buscando o velo dourado,

Com coragem a remar.

Personificava o sonho

De quem ousa conquistar.


Orfeu, cantor divino,

Fez até Hades chorar,

Com sua lira encantada

Fez o amor ressuscitar.

Era a música da vida,

Que o tempo não vai calar.



🌵Capítulo III – Dos Monstros e Mistérios



O Minotauro terrível,

Na Creta foi aprisionado,

Num labirinto sem fim

Por Dédalo foi cercado.

Era a fúria do instinto,

Num corpo misturado.


A Medusa de olhos frios,

Seu olhar petrificava,

Era o medo personado

Que aos homens dominava.

Perseu com sua coragem

A cabeça lhe cortava.


A Esfinge misteriosa

Propunha um enigma mortal,

Quem errasse sua charada

Pagava um preço fatal.

Era a face da razão

Num desafio imortal.


As harpias gritavam alto,

Roubando todo o banquete,

Com suas asas de fera

Trazendo pranto e repente.

Eram a fome e a angústia,

No corpo de uma serpente.


O Oráculo de Delfos santo,

No templo sempre a falar,

Com a voz de Apolo vivo

Revelava o que ia chegar.

Era a personificação

Do destino a se anunciar.


Semideuses nascidos

Da união de um mortal,

Com os deuses poderosos

Ganhavam brilho imortal.

Eram pontes vivas e fortes

Do humano ao divinal.


Assim a Grécia criou

Seu universo encantado,

Onde tudo tinha alma,

Deuses, homens, cada lado.

Era a vida transformada,

Num mito eternizado.



🌿 Capítulo IV – Das Naturezas e Elementos 



O vento dança nas serras,

Em giros de vibração,

Canta ao mar e às montanhas,

Semeia renovação.

É o sopro da existência,

Da vida em transmutação.


O fogo é chama da alma,

Que purifica e destrói,

No templo, na forja antiga,

Em tudo o ser constrói.

É o espírito que ascende,

E o que o tempo reconstrói.


A água reflete o céu,

Com doçura e claridade,

É lágrima e correnteza,

Fonte de eternidade.

Personifica o perdão

E a pureza da verdade.


A terra é mãe generosa,

Que abraça o broto e a flor,

Guarda os passos do tempo,

E os frutos do agricultor.

É ventre de toda vida,

E morada do amor.


O raio fala no alto,

Trovão anuncia poder,

Mostrando que o som divino

É a força de renascer.

Personifica a energia

Do verbo em seu crescer.


As nuvens, brancas ou densas,

São sonhos em transição,

Transformando em chuva e brisa

A eterna renovação.

Têm alma leve e etérea,

Que se faz contemplação.


A lua rege os caminhos

Do ciclo, do ser e do mar,

Sussurra aos poetas vivos

Segredos do imaginar.

É a musa personificada

Que ensina o mundo a amar.


O sol, senhor da alvorada,

Ilumina o coração,

Desperta o canto e a vida,

A fé e a inspiração.

É o olhar do Criador,

Em dourada extensão.



🌌 Capítulo V – Dos Seres da Alma e do Sonho 



O sonho fala em imagens,

Com voz de mistério e luz,

Mostrando ao ser que dorme

O que o tempo traduz.

É a alma personificada,

Que ao futuro o guia conduz.


A sombra é o outro lado,

Que no homem quer se achar,

Traz o medo e o silêncio,

Que ensinam a despertar.

É a lição invisível

Que faz o ser se elevar.


A esperança tem asas,

E pousa em todo lugar,

Mesmo quando o mundo é frio

Ela insiste em cantar.

É a chama do impossível

Que o humano quer alcançar.


A morte não é fim triste,

Mas passagem e renascer,

Ela fala em voz serena

Ao que precisa entender.

É a ponte dos dois mundos,

Onde a vida vai crescer.


O amor, o mais divino,

É verbo da criação,

Personifica os caminhos

Da alma em comunhão.

É o sopro eterno e vivo,

Que faz pulsar o coração.


A paz é o som do tempo,

Que cessa o grito e o rancor,

É o silêncio sagrado

Onde habita o Criador.

Personifica o equilíbrio,

E o retorno do amor.


Assim o ser se descobre

Entre o real e o além,

Dando voz à própria essência,

Com o verbo que o mantém.

Pois cada coisa existente

Tem espírito também.



🌄 Encerramento  – A Linguagem da Vida


Tudo o que fala e respira

É parte da criação,

Seja rio, estrela ou folha,

Tudo vibra em conexão.

A personificação é ponte

Entre o sonho e a razão.



🌺 Epílogo Poético  – O Retorno da Palavra



O verbo que dá sentido

À pedra, ao vento, ao chão,

É o mesmo que move os astros

Na grande contemplação.

Assim, o poeta revive

O mito em seu coração.



🪶 Nota de Fontes Rimada 

 


Busquei nos cantos antigos,

Da Grécia e sua lição,

Os mitos e seus sentidos,

Guardados na tradição.

E na palavra poética,

A eterna revelação.


Autores como Homero,

E o sábio Hesíodo também,

Forjaram as narrativas

Que o tempo preserva bem.

São fontes que o verso acolhe,

Para quem lê ir além.



🧾 Ficha Técnica 



Título: A Personificação dos Seres

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Gênero: Literatura de Cordel

Formato: A5 – Cordel-Livro Digital

Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó

Edição Poética e Diagramação: ChatGPT – Assistente Virtual 

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 

Ano: 2025

Origem: Povo Kariri-Xocó – Porto Real do Colégio, Alagoas, Brasil



👣 Sobre o Autor 



Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, pertencente ao povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).

Sua obra preserva o espírito da ancestralidade e da palavra viva, unindo tradição indígena, mito universal e poesia cordelista.



📘 Sobre a Obra 



Este cordel é um cântico da imaginação sagrada.

Em versos rimados, “A Personificação dos Seres” revela como o verbo humano deu alma ao mundo e transformou mito em linguagem, natureza em poesia, e o invisível em expressão viva.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no cordel publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/09/a-personificacao-dos-seres.html?m=0 , respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito. 



🌞 Epílogo Final 



Assim se encerra o cordel,

Mas não se apaga a canção,

Pois cada ser que respira

Tem voz no mesmo clarão.

E o poeta, ao nomear,

Faz do verbo oração.



🌅 Quarta Capa Poética 



“Neste cordel o mundo fala,

E tudo tem coração:

O mar, o fogo, a floresta,

O mito e a criação.

Personificar é lembrar

Que o verbo é alma e ação.”





Autor: Nhenety Kariri-Xocó 




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