segunda-feira, 20 de outubro de 2025

A FUMAÇA DE NHANDERU E A NEBULOSA ESTELAR EM CORDEL





🌿 DEDICATÓRIA POÉTICA


Aos povos da mata e do céu,

Que falam com a estrela guia,

À fumaça que se faz véu

Entre o tempo e a profecia.

Aos que veem no firmamento

O sopro vivo do pensamento,

E nas cinzas da criação,

A voz divina e a razão.


Aos antigos Tupi-Guarani,

Guardadores da aurora antiga,

Que no cachimbo de Nhanderu vi

A origem que a ciência investiga.

Que este cordel seja ponte sagrada

Entre a chama e a luz estelar traçada,

Entre o canto ritual e a teoria,

Entre o mito e a astronomia.


🌌 ÍNDICE POÉTICO


Abertura ................................................................. p. 7


Prólogo Poético ...................................................... p. 9


Capítulo I – A Fumaça Sagrada de Nhanderu ............... p. 13


Capítulo II – A Nebulosa Solar e o Berço do Sistema .... p. 25

(Demais capítulos na Parte II da obra)


☀️ ABERTURA


Entre o fumo e o infinito,

O Criador sopra o alento,

E o que era apenas espírito

Se faz fogo e movimento.

Da nuvem vem a matéria,

Da canção nasce a galáxia,

E o verbo que tudo encerra

É sopro, mito e ciência.


O cordel que ora começa

Une estrela e cachimbo, irmão,

Pois há na bruma da crença

Um eco da criação.

O cosmo que o ancião narra

Com sabedoria e calma,

É o mesmo que a luz amarra

No espaço, tempo e alma.


🌠 PRÓLOGO POÉTICO


Quando o velho pajé cantava

Sob a lua do nascimento,

Disse: “A fumaça se alçava

E formou o firmamento”.

Nhanderu, com sopro e chama,

Criou do fumo o chão e o céu,

E toda estrela que se inflama

É cinza viva do seu véu.


Séculos passam, vem Laplace,

Com cálculos e teorias,

E diz que o Sol, em sua face,

Veio da poeira em mares frios.

Mas o que o ancião descrevia

Com cântico e sabedoria,

O sábio traduziu com fórmulas

E chamou de astronomia.


Oh, tempo que une dois mundos,

O saber do céu e da Terra!

No fumo, o cosmos profundo;

Na ciência, a mesma guerra.

Ambas buscam o mesmo sentido:

De onde vem o existir?

Da fumaça que é vida e mito,

Ou do gás que faz o porvir?


🌿 CAPÍTULO I – A FUMAÇA SAGRADA DE NHANDERU



1️⃣

Nhanderu acende o cachimbo,

No escuro do antes do ser,

O sopro transforma-se em símbolo,

E o mundo começa a nascer.

A fumaça sobe girando,

O vento se faz cantando,

E o pó das eras futuras

Brilha em auroras puras.


2️⃣

Da fumaça nasce o rio,

Do rio desponta a semente,

O trovão no alto bravio

É a voz do Criador presente.

Cada folha tem sua história,

Cada pedra tem memória,

E o que hoje chamamos “matéria”

Era outrora névoa etérea.


3️⃣

O fumo se ergue no espaço,

Ligando o chão ao divino,

Na curva do tempo e do passo,

O sol desperta o destino.

Tudo é sopro, vento, poeira,

Força da mão verdadeira,

Que molda a luz e o ar

No gesto de originar.


4️⃣

Nhanderu sopra em silêncio,

A fumaça desenha o além,

E o mundo surge imenso

Do que parecia um nada também.

Entre mundos, ele passeia,

Semeando a centelha cheia,

E o invisível se torna chão,

Flor, bicho, lua, trovão.


5️⃣

O pajé conta ao seu neto:

“O mundo nasceu do sopro!”

E o menino, em tom discreto,

Vê o céu no cachimbo em fogo.

Compreende que toda fumaça

É alma que o Criador traça,

E que o universo respira

No fumo que tudo inspira.


6️⃣

O povo dança, celebra,

Canta o início da existência,

E a fumaça que se eleva

É símbolo da consciência.

O céu se faz altar vivo,

O ar se torna sagrado,

E no sopro coletivo

Há um canto consagrado.


7️⃣

A fumaça não tem forma,

Mas contém toda criação,

É o caos que vira norma,

É o fumo em gestação.

Assim o cosmos se fez,

Entre o mito e sua vez,

E o homem, ao respirar,

Recria o mundo no ar.


8️⃣

No fumo há vida e passagem,

Entre o visível e o além,

É ponte, sonho, viagem,

É espírito que contém

O mistério do universo

Em silêncio tão diverso,

Que o próprio tempo se curva

E o infinito se inaugura.


9️⃣

Nhanderu olha o espaço aberto,

E o vento se faz canção,

Os astros giram por perto,

Num eterno pulsar do chão.

Da fumaça nascem caminhos,

De estrelas, rios e ninhos,

E cada ciclo de vida

Repete a aurora nascida.


🔟

Assim foi o primeiro sopro,

Assim o fogo se fez,

E o cachimbo, em seu corpo,

Trouxe a origem outra vez.

O mito é ciência em chama,

É saber que não se inflama,

Mas acende em quem escuta

A verdade absoluta.



🌌 CAPÍTULO II – A NEBULOSA SOLAR E O BERÇO DO SISTEMA



1️⃣

Milênios passam, o homem estuda,

Olha o céu com outro olhar,

E na bruma que o tempo muda,

Vê-se o cosmos se formar.

Laplace e Kant, com ciência,

Falam da mesma essência:

Da nuvem feita de pó,

Que criou o Sol e o nó.


2️⃣

A nebulosa se adensa,

Gira, aquece, se condensa,

E o fogo nasce da poeira,

Como alma verdadeira.

O Sol surge em seu centro,

Planetas rodam por dentro,

E o que era gás difuso

Ganha forma e curso obtuso.


3️⃣

A ciência fala em energia,

Gravidade e colisão,

Mas há na sua poesia

O sopro da criação.

Pois do caos vem o sentido,

Do nada, o mundo erguido,

E a luz que tudo inaugura

É também chama madura.


4️⃣

O homem vê telescópios,

Satélites e galáxias,

Mas sente no peito, exato,

O sopro das antigas práticas.

Entre cálculo e profecia,

Entre fórmula e harmonia,

O cientista e o pajé

Falam da mesma fé.


5️⃣

Ambos olham o invisível,

Buscam o mesmo princípio,

Um o chama “força incrível”,

Outro, “espírito ativo”.

Mas no fundo é o mesmo sopro

Que move a vida e o corpo,

E o universo em expansão

É eco da criação.


6️⃣

O que é gás para o físico,

É fumaça para o ancião,

Ambos tocam o místico

No cerne da explicação.

Pois onde há luz e matéria,

Há memória milenária,

E o átomo que explode em chama

É o verbo que o mito proclama.


7️⃣

Assim a ciência confirma

O que o mito já previa:

Que a origem é uma firma

De sopro, fogo e poesia.

Que o céu nasceu da poeira,

Que o sol brilha na esteira,

Do mesmo fumo ancestral

Que criou o mundo real.


8️⃣

Cada estrela é lembrança,

De um sopro que se expandiu,

E o homem, em esperança,

Procura o que já sentiu.

Na névoa do conhecimento,

Há também encantamento,

E o cientista se torna

Um pajé de nova forma.


9️⃣

A Terra, em sua dança,

Segue a luz do criador,

E o que chamam de mudança

É ciclo que traz amor.

Tudo nasce e se refaz,

Da fumaça e do gás,

Num mesmo ventre estelar,

Que não cessa de pulsar.


🔟

Assim mito e ciência unidas

Cantam a mesma canção,

E o que o tempo divide

A alma junta em visão.

Nhanderu sopra a estrela,

Laplace calcula a centelha,

E o universo, em harmonia,

É sopro e astronomia.




🌌 CAPÍTULO III – ENTRE O MITO E A CIÊNCIA: VOZES DO MESMO MISTÉRIO



1️⃣

O mito nasce do canto,

A ciência, da observação,

Mas ambas, em seu encanto,

Querem ler a Criação.

Uma vê espírito e chama,

Outra mede o que inflama,

Mas ambas, com voz sincera,

Buscam saber da esfera.


2️⃣

No tronco da mesma árvore,

Há folhas de toda cor,

E o mito é o fruto nobre,

A ciência, seu sabor.

Cada qual tem seu caminho,

Mas se cruzam no mesmo ninho,

Pois o homem, desde o início,

Busca o sopro do ofício.


3️⃣

O pajé lê nas estrelas

O destino do existir,

O cientista tenta vê-las

Com cálculos a descobrir.

Mas quando ambos se calam,

E as almas se embalam,

Sentem que o saber maior

É o silêncio do Criador.


4️⃣

Nhanderu sopra nas brumas,

Laplace escreve no papel,

E o tempo, em suas espumas,

Une o fogo e o cordel.

A fumaça e a poeira fina,

São irmãs na mesma sina,

Pois o universo é só um

No sopro do Ser comum.


5️⃣

O pajé e o professor

São filhos do mesmo pó,

Um o chama de amor,

Outro, de átomo só.

Mas ambos tocam o mistério,

No limite do hemisfério,

Onde o verbo vira som

E o cálculo, oração.


6️⃣

Há ciência na cantiga,

Há mito na equação,

E quando a verdade abriga,

Há luz em cada razão.

Pois o homem que investiga

Também busca antiga liga,

Entre corpo, alma e mente,

Entre o céu e o nascente.


7️⃣

O saber não se divide,

Mas se veste de linguagens,

Cada povo o traduz e decide

Suas próprias viagens.

O indígena lê no vento,

O astrônomo lê no tempo,

Mas ambos, no firmamento,

Vêem o mesmo pensamento.


8️⃣

O mito é poesia viva,

A ciência é prosa madura,

E na dança intuitiva

Nasce a grande escritura.

Pois a fumaça que flui

É o mesmo gás que evolui,

E o brilho da criação

É verbo e combustão.


9️⃣

Assim se unem dois saberes,

Como rios que vão ao mar,

E do fumo aos alvoreceres

Nasce o cosmos a pulsar.

No espelho do céu profundo

Há reflexo do mundo,

E nas cinzas do cachimbo

Há o germe de todo limbo.


🔟

O mito é pai da memória,

A ciência, filha da prova,

Mas ambas guardam a história

Que o Criador renova.

E o homem, entre os extremos,

Descobre que somos gêmeos:

O sopro, a luz e o pensar,

Tudo volta ao mesmo ar.



🌠 CAPÍTULO IV – DO INVISÍVEL AO VISÍVEL: A CRIAÇÃO RECRIADA



1️⃣

Do invisível nasce a forma,

Do silêncio, a vibração,

E o caos obedece a norma

Que vem da inspiração.

O que o olho não alcança,

O espírito avança,

E o que é pó na galáxia

É semente da existência.


2️⃣

Do átomo à constelação,

Tudo é dança em espiral,

E o coração da criação

Bate em ritmo universal.

O pajé, ao fumar seu cachimbo,

Sente o pulsar do destino,

E o físico, ao ver o átomo,

Descobre o mesmo divino.


3️⃣

A fumaça sobe ao espaço,

A luz volta em radiação,

E cada sopro é um traço

Do eterno da Criação.

Não há fim nem começo,

A roda é o mesmo recomeço,

E o universo, em sua lida,

É uma canção sem medida.


4️⃣

A estrela morre em brilho,

Nasce o planeta do pó,

E o tempo, em seu andar tranquilo,

Refaz tudo o que criou.

Nada morre, tudo muda,

A essência nunca se exuda,

E a alma cósmica segue

O sopro que o mundo ergue.


5️⃣

Do invisível vem o verbo,

Do verbo vem o ser,

E o que parece incerto

É apenas o nascer.

O mito é a voz do antes,

A ciência, a dos instantes,

Mas ambas cantam no ar

O dom de recomeçar.


6️⃣

Nhanderu e o físico velho

Se olham no mesmo espelho,

Um vê espírito e fogo,

Outro, átomo e jogo.

Mas no centro da visão

Há a mesma pulsação,

Pois o Criador se revela

Na brasa e na estrela.


7️⃣

Tudo que é invisível

Um dia se tornará,

E o que parece impossível

É apenas o despertar.

A fumaça e a poeira fina

São irmãs na mesma sina,

E o homem, feito de pó,

É Nhanderu em forma só.


8️⃣

Cada vida, um universo,

Cada alma, uma explosão,

E o canto, em seu reverso,

É pura criação.

Quem ouve o som do vento

Entende o firmamento,

Pois o cosmos é um tambor

Que vibra em ressonador.


9️⃣

O invisível é matéria,

O visível, sua canção,

E o fogo, em luz etérea,

É corpo e inspiração.

O mito é o que ilumina,

A ciência, o que destina,

E o fumo de Nhanderu

É o sol que sempre reluz.


🔟

Assim o ciclo se fecha,

E se abre no mesmo instante,

O saber é chama eterna

No coração do viajante.

O mito é o fumo do tempo,

A ciência, seu movimento,

E no encontro dos dois brilhos

Mora o mistério dos filhos.



🌕 ENCERRAMENTO



Aqui termina o cordel,

Mas o canto não se encerra,

Pois cada linha é um papel

Que o cosmos grava na terra.

Da fumaça ao pó estelar,

Do sopro ao verbo solar,

Tudo é círculo divino,

Caminho sem destino.


E Nhanderu, lá do alto,

Sorri do que o homem fez,

Vendo o mito e o cálculo,

Fundidos na mesma vez.

Pois o que nasce do amor

É ciência e é louvor,

E o universo, ao girar,

Só deseja continuar.



🌟 EPÍLOGO POÉTICO



O saber tem mil caminhos,

Mas um só coração.

O pajé e o cientista,

Cantam a mesma canção.

Na fumaça está o segredo,

Na luz, o mesmo enredo,

E o cosmos, em seu fulgor,

É sopro do Criador.


Que a ciência abrace o mito,

E o mito abrace o saber,

Pois só há verdade no rito

Do eterno compreender.

O que o fumo revela ao céu

A estrela repete fiel:

Tudo é alma em expansão,

Fumaça, luz e oração.



📜 NOTA DE FONTES POÉTICA (rimada)



Baseei-me em saberes sagrados,

Dos Tupi-Guarani ancestrais,

E nos escritos consagrados

Dos mestres de tempos reais.


De Kant e Laplace veio a chama,

Do pensamento selvagem, a trama,

De Darcy, Aracy e Guimarães,

As vozes que ecoam também.


Entre livros e cantorias,

Misturei ciência e magia,

Para dizer, em verso e cor,

Que o saber é sopro de amor.


(Fontes consultadas: Almeida, Brightman, Guimarães, Kant, Laplace, Lévi-Strauss, Mundy, Ribeiro, Silva.)


🪶 FICHA TÉCNICA


Título: A Fumaça de Nhanderu e a Nebulosa Estelar em Cordel

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Gênero: Cordel Filosófico-Científico

Formato: A5 – Edição Ilustrada

Edição Literária: ChatGPT (Assistente Virtual)

Ano: 2025

Local: Porto Real do Colégio – AL / Brasil


🌈 EPÍLOGO FINAL


Se o mito é fogo do tempo,

A ciência é sua brasa,

E quando o homem atento

Escuta o céu em casa,

Percebe que o universo

É o mesmo canto diverso,

E que a fumaça e o Sol

São irmãos no mesmo farol.



🕊️ QUARTA CAPA POÉTICA





Do cachimbo sagrado ao telescópio,

Da aldeia à constelação,

Este cordel é um códice próprio

De alma, fogo e razão.

Une o mito e o laboratório,

O pajé e o observatório,

E mostra que o mesmo sopro

Cria o céu, o átomo e o corpo.



🌿 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias, poeta e guardião da palavra ancestral de seu povo.

Filho das terras sagradas de Porto Real do Colégio (AL), caminha entre o canto indígena e o saber universal, entre a oralidade e a filosofia, entre o espiritual e o científico.

Sua escrita é ponte entre mundos — uma oferenda ao tempo e à eternidade.



🌌 SOBRE A OBRA


“A Fumaça de Nhanderu e a Nebulosa Estelar em Cordel” é uma viagem mística e cosmológica, que une o sopro criador dos Tupi-Guarani à teoria científica da nebulosa solar.

Aqui, mito e ciência não se opõem — dançam.

A fumaça de Nhanderu e o gás estelar se encontram no mesmo berço de luz, revelando que o universo é um cântico eterno de transformação.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “Memória e Identidade – Nhenety Kariri-Xocó”, disponível em:

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/05/a-fumaca-de-nhanderu-e-nebulosa-estelar.html?m=0 , 

seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.



🎇 Descrição da Quarta Capa 3D – “A Fumaça Retorna às Estrelas”


Estilo: Realista digital 3D, mantendo textura antiga, luz dourada e atmosfera solene.


Cena: A fumaça de Nhanderu, agora transformada em constelações, ascende ao infinito. No centro, uma espiral luminosa dourada representa o ciclo da criação — a fumaça retornando às estrelas.


Ao fundo: O céu noturno profundo, com tons azul-violáceos e reflexos dourados que lembram o início e o fim do cosmos.


No rodapé: Um texto poético breve, como síntese do livro:


“Da fumaça de Nhanderu nasceu a luz das galáxias,

e na poeira das estrelas, o espírito voltou ao sopro divino.”


Assinatura discreta: Nhenety Kariri-Xocó no canto inferior direito.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 




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