🌿 DEDICATÓRIA POÉTICA
Aos povos da mata e do céu,
Que falam com a estrela guia,
À fumaça que se faz véu
Entre o tempo e a profecia.
Aos que veem no firmamento
O sopro vivo do pensamento,
E nas cinzas da criação,
A voz divina e a razão.
Aos antigos Tupi-Guarani,
Guardadores da aurora antiga,
Que no cachimbo de Nhanderu vi
A origem que a ciência investiga.
Que este cordel seja ponte sagrada
Entre a chama e a luz estelar traçada,
Entre o canto ritual e a teoria,
Entre o mito e a astronomia.
🌌 ÍNDICE POÉTICO
Abertura ................................................................. p. 7
Prólogo Poético ...................................................... p. 9
Capítulo I – A Fumaça Sagrada de Nhanderu ............... p. 13
Capítulo II – A Nebulosa Solar e o Berço do Sistema .... p. 25
(Demais capítulos na Parte II da obra)
☀️ ABERTURA
Entre o fumo e o infinito,
O Criador sopra o alento,
E o que era apenas espírito
Se faz fogo e movimento.
Da nuvem vem a matéria,
Da canção nasce a galáxia,
E o verbo que tudo encerra
É sopro, mito e ciência.
O cordel que ora começa
Une estrela e cachimbo, irmão,
Pois há na bruma da crença
Um eco da criação.
O cosmo que o ancião narra
Com sabedoria e calma,
É o mesmo que a luz amarra
No espaço, tempo e alma.
🌠 PRÓLOGO POÉTICO
Quando o velho pajé cantava
Sob a lua do nascimento,
Disse: “A fumaça se alçava
E formou o firmamento”.
Nhanderu, com sopro e chama,
Criou do fumo o chão e o céu,
E toda estrela que se inflama
É cinza viva do seu véu.
Séculos passam, vem Laplace,
Com cálculos e teorias,
E diz que o Sol, em sua face,
Veio da poeira em mares frios.
Mas o que o ancião descrevia
Com cântico e sabedoria,
O sábio traduziu com fórmulas
E chamou de astronomia.
Oh, tempo que une dois mundos,
O saber do céu e da Terra!
No fumo, o cosmos profundo;
Na ciência, a mesma guerra.
Ambas buscam o mesmo sentido:
De onde vem o existir?
Da fumaça que é vida e mito,
Ou do gás que faz o porvir?
🌿 CAPÍTULO I – A FUMAÇA SAGRADA DE NHANDERU
1️⃣
Nhanderu acende o cachimbo,
No escuro do antes do ser,
O sopro transforma-se em símbolo,
E o mundo começa a nascer.
A fumaça sobe girando,
O vento se faz cantando,
E o pó das eras futuras
Brilha em auroras puras.
2️⃣
Da fumaça nasce o rio,
Do rio desponta a semente,
O trovão no alto bravio
É a voz do Criador presente.
Cada folha tem sua história,
Cada pedra tem memória,
E o que hoje chamamos “matéria”
Era outrora névoa etérea.
3️⃣
O fumo se ergue no espaço,
Ligando o chão ao divino,
Na curva do tempo e do passo,
O sol desperta o destino.
Tudo é sopro, vento, poeira,
Força da mão verdadeira,
Que molda a luz e o ar
No gesto de originar.
4️⃣
Nhanderu sopra em silêncio,
A fumaça desenha o além,
E o mundo surge imenso
Do que parecia um nada também.
Entre mundos, ele passeia,
Semeando a centelha cheia,
E o invisível se torna chão,
Flor, bicho, lua, trovão.
5️⃣
O pajé conta ao seu neto:
“O mundo nasceu do sopro!”
E o menino, em tom discreto,
Vê o céu no cachimbo em fogo.
Compreende que toda fumaça
É alma que o Criador traça,
E que o universo respira
No fumo que tudo inspira.
6️⃣
O povo dança, celebra,
Canta o início da existência,
E a fumaça que se eleva
É símbolo da consciência.
O céu se faz altar vivo,
O ar se torna sagrado,
E no sopro coletivo
Há um canto consagrado.
7️⃣
A fumaça não tem forma,
Mas contém toda criação,
É o caos que vira norma,
É o fumo em gestação.
Assim o cosmos se fez,
Entre o mito e sua vez,
E o homem, ao respirar,
Recria o mundo no ar.
8️⃣
No fumo há vida e passagem,
Entre o visível e o além,
É ponte, sonho, viagem,
É espírito que contém
O mistério do universo
Em silêncio tão diverso,
Que o próprio tempo se curva
E o infinito se inaugura.
9️⃣
Nhanderu olha o espaço aberto,
E o vento se faz canção,
Os astros giram por perto,
Num eterno pulsar do chão.
Da fumaça nascem caminhos,
De estrelas, rios e ninhos,
E cada ciclo de vida
Repete a aurora nascida.
🔟
Assim foi o primeiro sopro,
Assim o fogo se fez,
E o cachimbo, em seu corpo,
Trouxe a origem outra vez.
O mito é ciência em chama,
É saber que não se inflama,
Mas acende em quem escuta
A verdade absoluta.
🌌 CAPÍTULO II – A NEBULOSA SOLAR E O BERÇO DO SISTEMA
1️⃣
Milênios passam, o homem estuda,
Olha o céu com outro olhar,
E na bruma que o tempo muda,
Vê-se o cosmos se formar.
Laplace e Kant, com ciência,
Falam da mesma essência:
Da nuvem feita de pó,
Que criou o Sol e o nó.
2️⃣
A nebulosa se adensa,
Gira, aquece, se condensa,
E o fogo nasce da poeira,
Como alma verdadeira.
O Sol surge em seu centro,
Planetas rodam por dentro,
E o que era gás difuso
Ganha forma e curso obtuso.
3️⃣
A ciência fala em energia,
Gravidade e colisão,
Mas há na sua poesia
O sopro da criação.
Pois do caos vem o sentido,
Do nada, o mundo erguido,
E a luz que tudo inaugura
É também chama madura.
4️⃣
O homem vê telescópios,
Satélites e galáxias,
Mas sente no peito, exato,
O sopro das antigas práticas.
Entre cálculo e profecia,
Entre fórmula e harmonia,
O cientista e o pajé
Falam da mesma fé.
5️⃣
Ambos olham o invisível,
Buscam o mesmo princípio,
Um o chama “força incrível”,
Outro, “espírito ativo”.
Mas no fundo é o mesmo sopro
Que move a vida e o corpo,
E o universo em expansão
É eco da criação.
6️⃣
O que é gás para o físico,
É fumaça para o ancião,
Ambos tocam o místico
No cerne da explicação.
Pois onde há luz e matéria,
Há memória milenária,
E o átomo que explode em chama
É o verbo que o mito proclama.
7️⃣
Assim a ciência confirma
O que o mito já previa:
Que a origem é uma firma
De sopro, fogo e poesia.
Que o céu nasceu da poeira,
Que o sol brilha na esteira,
Do mesmo fumo ancestral
Que criou o mundo real.
8️⃣
Cada estrela é lembrança,
De um sopro que se expandiu,
E o homem, em esperança,
Procura o que já sentiu.
Na névoa do conhecimento,
Há também encantamento,
E o cientista se torna
Um pajé de nova forma.
9️⃣
A Terra, em sua dança,
Segue a luz do criador,
E o que chamam de mudança
É ciclo que traz amor.
Tudo nasce e se refaz,
Da fumaça e do gás,
Num mesmo ventre estelar,
Que não cessa de pulsar.
🔟
Assim mito e ciência unidas
Cantam a mesma canção,
E o que o tempo divide
A alma junta em visão.
Nhanderu sopra a estrela,
Laplace calcula a centelha,
E o universo, em harmonia,
É sopro e astronomia.
🌌 CAPÍTULO III – ENTRE O MITO E A CIÊNCIA: VOZES DO MESMO MISTÉRIO
1️⃣
O mito nasce do canto,
A ciência, da observação,
Mas ambas, em seu encanto,
Querem ler a Criação.
Uma vê espírito e chama,
Outra mede o que inflama,
Mas ambas, com voz sincera,
Buscam saber da esfera.
2️⃣
No tronco da mesma árvore,
Há folhas de toda cor,
E o mito é o fruto nobre,
A ciência, seu sabor.
Cada qual tem seu caminho,
Mas se cruzam no mesmo ninho,
Pois o homem, desde o início,
Busca o sopro do ofício.
3️⃣
O pajé lê nas estrelas
O destino do existir,
O cientista tenta vê-las
Com cálculos a descobrir.
Mas quando ambos se calam,
E as almas se embalam,
Sentem que o saber maior
É o silêncio do Criador.
4️⃣
Nhanderu sopra nas brumas,
Laplace escreve no papel,
E o tempo, em suas espumas,
Une o fogo e o cordel.
A fumaça e a poeira fina,
São irmãs na mesma sina,
Pois o universo é só um
No sopro do Ser comum.
5️⃣
O pajé e o professor
São filhos do mesmo pó,
Um o chama de amor,
Outro, de átomo só.
Mas ambos tocam o mistério,
No limite do hemisfério,
Onde o verbo vira som
E o cálculo, oração.
6️⃣
Há ciência na cantiga,
Há mito na equação,
E quando a verdade abriga,
Há luz em cada razão.
Pois o homem que investiga
Também busca antiga liga,
Entre corpo, alma e mente,
Entre o céu e o nascente.
7️⃣
O saber não se divide,
Mas se veste de linguagens,
Cada povo o traduz e decide
Suas próprias viagens.
O indígena lê no vento,
O astrônomo lê no tempo,
Mas ambos, no firmamento,
Vêem o mesmo pensamento.
8️⃣
O mito é poesia viva,
A ciência é prosa madura,
E na dança intuitiva
Nasce a grande escritura.
Pois a fumaça que flui
É o mesmo gás que evolui,
E o brilho da criação
É verbo e combustão.
9️⃣
Assim se unem dois saberes,
Como rios que vão ao mar,
E do fumo aos alvoreceres
Nasce o cosmos a pulsar.
No espelho do céu profundo
Há reflexo do mundo,
E nas cinzas do cachimbo
Há o germe de todo limbo.
🔟
O mito é pai da memória,
A ciência, filha da prova,
Mas ambas guardam a história
Que o Criador renova.
E o homem, entre os extremos,
Descobre que somos gêmeos:
O sopro, a luz e o pensar,
Tudo volta ao mesmo ar.
🌠 CAPÍTULO IV – DO INVISÍVEL AO VISÍVEL: A CRIAÇÃO RECRIADA
1️⃣
Do invisível nasce a forma,
Do silêncio, a vibração,
E o caos obedece a norma
Que vem da inspiração.
O que o olho não alcança,
O espírito avança,
E o que é pó na galáxia
É semente da existência.
2️⃣
Do átomo à constelação,
Tudo é dança em espiral,
E o coração da criação
Bate em ritmo universal.
O pajé, ao fumar seu cachimbo,
Sente o pulsar do destino,
E o físico, ao ver o átomo,
Descobre o mesmo divino.
3️⃣
A fumaça sobe ao espaço,
A luz volta em radiação,
E cada sopro é um traço
Do eterno da Criação.
Não há fim nem começo,
A roda é o mesmo recomeço,
E o universo, em sua lida,
É uma canção sem medida.
4️⃣
A estrela morre em brilho,
Nasce o planeta do pó,
E o tempo, em seu andar tranquilo,
Refaz tudo o que criou.
Nada morre, tudo muda,
A essência nunca se exuda,
E a alma cósmica segue
O sopro que o mundo ergue.
5️⃣
Do invisível vem o verbo,
Do verbo vem o ser,
E o que parece incerto
É apenas o nascer.
O mito é a voz do antes,
A ciência, a dos instantes,
Mas ambas cantam no ar
O dom de recomeçar.
6️⃣
Nhanderu e o físico velho
Se olham no mesmo espelho,
Um vê espírito e fogo,
Outro, átomo e jogo.
Mas no centro da visão
Há a mesma pulsação,
Pois o Criador se revela
Na brasa e na estrela.
7️⃣
Tudo que é invisível
Um dia se tornará,
E o que parece impossível
É apenas o despertar.
A fumaça e a poeira fina
São irmãs na mesma sina,
E o homem, feito de pó,
É Nhanderu em forma só.
8️⃣
Cada vida, um universo,
Cada alma, uma explosão,
E o canto, em seu reverso,
É pura criação.
Quem ouve o som do vento
Entende o firmamento,
Pois o cosmos é um tambor
Que vibra em ressonador.
9️⃣
O invisível é matéria,
O visível, sua canção,
E o fogo, em luz etérea,
É corpo e inspiração.
O mito é o que ilumina,
A ciência, o que destina,
E o fumo de Nhanderu
É o sol que sempre reluz.
🔟
Assim o ciclo se fecha,
E se abre no mesmo instante,
O saber é chama eterna
No coração do viajante.
O mito é o fumo do tempo,
A ciência, seu movimento,
E no encontro dos dois brilhos
Mora o mistério dos filhos.
🌕 ENCERRAMENTO
Aqui termina o cordel,
Mas o canto não se encerra,
Pois cada linha é um papel
Que o cosmos grava na terra.
Da fumaça ao pó estelar,
Do sopro ao verbo solar,
Tudo é círculo divino,
Caminho sem destino.
E Nhanderu, lá do alto,
Sorri do que o homem fez,
Vendo o mito e o cálculo,
Fundidos na mesma vez.
Pois o que nasce do amor
É ciência e é louvor,
E o universo, ao girar,
Só deseja continuar.
🌟 EPÍLOGO POÉTICO
O saber tem mil caminhos,
Mas um só coração.
O pajé e o cientista,
Cantam a mesma canção.
Na fumaça está o segredo,
Na luz, o mesmo enredo,
E o cosmos, em seu fulgor,
É sopro do Criador.
Que a ciência abrace o mito,
E o mito abrace o saber,
Pois só há verdade no rito
Do eterno compreender.
O que o fumo revela ao céu
A estrela repete fiel:
Tudo é alma em expansão,
Fumaça, luz e oração.
📜 NOTA DE FONTES POÉTICA (rimada)
Baseei-me em saberes sagrados,
Dos Tupi-Guarani ancestrais,
E nos escritos consagrados
Dos mestres de tempos reais.
De Kant e Laplace veio a chama,
Do pensamento selvagem, a trama,
De Darcy, Aracy e Guimarães,
As vozes que ecoam também.
Entre livros e cantorias,
Misturei ciência e magia,
Para dizer, em verso e cor,
Que o saber é sopro de amor.
(Fontes consultadas: Almeida, Brightman, Guimarães, Kant, Laplace, Lévi-Strauss, Mundy, Ribeiro, Silva.)
🪶 FICHA TÉCNICA
Título: A Fumaça de Nhanderu e a Nebulosa Estelar em Cordel
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Gênero: Cordel Filosófico-Científico
Formato: A5 – Edição Ilustrada
Edição Literária: ChatGPT (Assistente Virtual)
Ano: 2025
Local: Porto Real do Colégio – AL / Brasil
🌈 EPÍLOGO FINAL
Se o mito é fogo do tempo,
A ciência é sua brasa,
E quando o homem atento
Escuta o céu em casa,
Percebe que o universo
É o mesmo canto diverso,
E que a fumaça e o Sol
São irmãos no mesmo farol.
🕊️ QUARTA CAPA POÉTICA
Do cachimbo sagrado ao telescópio,
Da aldeia à constelação,
Este cordel é um códice próprio
De alma, fogo e razão.
Une o mito e o laboratório,
O pajé e o observatório,
E mostra que o mesmo sopro
Cria o céu, o átomo e o corpo.
🌿 SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias, poeta e guardião da palavra ancestral de seu povo.
Filho das terras sagradas de Porto Real do Colégio (AL), caminha entre o canto indígena e o saber universal, entre a oralidade e a filosofia, entre o espiritual e o científico.
Sua escrita é ponte entre mundos — uma oferenda ao tempo e à eternidade.
🌌 SOBRE A OBRA
“A Fumaça de Nhanderu e a Nebulosa Estelar em Cordel” é uma viagem mística e cosmológica, que une o sopro criador dos Tupi-Guarani à teoria científica da nebulosa solar.
Aqui, mito e ciência não se opõem — dançam.
A fumaça de Nhanderu e o gás estelar se encontram no mesmo berço de luz, revelando que o universo é um cântico eterno de transformação.
Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “Memória e Identidade – Nhenety Kariri-Xocó”, disponível em:
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/05/a-fumaca-de-nhanderu-e-nebulosa-estelar.html?m=0 ,
seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
🎇 Descrição da Quarta Capa 3D – “A Fumaça Retorna às Estrelas”
Estilo: Realista digital 3D, mantendo textura antiga, luz dourada e atmosfera solene.
Cena: A fumaça de Nhanderu, agora transformada em constelações, ascende ao infinito. No centro, uma espiral luminosa dourada representa o ciclo da criação — a fumaça retornando às estrelas.
Ao fundo: O céu noturno profundo, com tons azul-violáceos e reflexos dourados que lembram o início e o fim do cosmos.
No rodapé: Um texto poético breve, como síntese do livro:
“Da fumaça de Nhanderu nasceu a luz das galáxias,
e na poeira das estrelas, o espírito voltou ao sopro divino.”
Assinatura discreta: Nhenety Kariri-Xocó no canto inferior direito.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
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