🌾 DEDICATÓRIA POÉTICA
Dedico ao som da floresta,
Ao vento que canta no chão,
À tribo que dança a festa,
Batendo o pé com paixão.
Ao toque do tambor sagrado,
Que ecoa no coração.
Dedico aos deuses antigos,
Que uniram ritmo e cor,
De Hathor a Shiva e Apolo,
Cada um com seu fervor.
Aos povos da minha aldeia,
Que louvam som e amor.
🎵 ÍNDICE POÉTICO
1️⃣ Dedicatória Poética
2️⃣ Índice Poético
3️⃣ Abertura
4️⃣ Prólogo Poético
5️⃣ Capítulo I – A Origem Mítica da Música e da Dança
6️⃣ Capítulo II – O Som, o Movimento e o Divino
7️⃣ Capítulo III – O Maracá e o Som Ancestral
8️⃣ Capítulo IV – A Dança Como Ponte Divina
9️⃣ Encerramento
🔟 Epílogo Final
1️⃣1️⃣ Nota das Fontes Rimada
1️⃣2️⃣ Ficha Técnica
1️⃣ 3️⃣ Epílogo Final
1️⃣ 4️⃣ Quarta Capa Poética
1️⃣ 5️⃣ Sobre o Autor
1️⃣ 6️⃣ Sobre a Obra
🔆 ABERTURA
Quando o mundo era silêncio,
E a lua aprendia a brilhar,
Um sopro de luz divina
Fez o universo vibrar.
Nasceu do sopro um ritmo,
Que o tempo fez pulsar.
Das águas brotou o canto,
Da terra, o tambor do chão,
Do fogo nasceu o assopro,
Do vento a inspiração.
E o homem, em sua prece,
Criou música e canção.
🌙 PRÓLOGO POÉTICO
Oh, som que vibra nas pedras,
Que mora nas folhas do ar,
Dança que move o infinito,
Mistério a se revelar.
Tu vens dos deuses antigos,
Do sonho e do despertar.
Eliade já nos dizia,
Que o sagrado é criação,
Pois quem canta o mito antigo
Refaz o gesto da mão
Do ser que sopra o universo,
Em pura manifestação.
Assim nasceu nossa arte,
No rito, na comunhão,
Onde o corpo é oferenda
E o som, revelação.
Música é alma que dança,
E a dança é pura oração.
📖 CAPÍTULO I – A ORIGEM MÍTICA DA MÚSICA E DA DANÇA
Nos tempos da aurora antiga,
Quando o homem era clarão,
Veio Hathor com seu riso,
Guiando a celebração.
No Egito, o som dos címbalos
Erguia a consagração.
Dançavam homens e deuses,
Na harmonia do altar,
Pois quem dançava com ela
Sentia o cosmos girar.
Era o corpo em sintonia
Com o mistério do criar.
Apolo tocava a lira,
Fazendo o tempo parar,
E as Musas, filhas do céu,
Começaram a entoar:
“O canto é ponte divina,
Que une o homem ao luar.”
Na Índia, Shiva sagrado,
Nataraja em rotação,
Fez do gesto o próprio ciclo
De vida, morte e criação.
Seu passo move o universo,
Num eterno coração.
Na China o som foi norma,
Lei justa da educação,
Pois Confúcio ensinava
Que o ritmo é correção,
E a música põe em ordem
A alma e a nação.
Na África, o tambor fala
Como um espírito irmão,
O toque é verbo dos deuses
Que dançam no mesmo chão.
E o vento sopra cantigas
Na língua da criação.
📖 CAPÍTULO II – O SOM, O MOVIMENTO E O DIVINO
Em cada rito sagrado
Há sempre um tom a soar,
Um ritmo que abre portais,
Um corpo a se libertar.
Música e dança se unem
Pra o sagrado revelar.
O som não é mero gesto,
É ponte pra o espiritual,
E cada nota desperta
A essência primordial.
É Verger quem nos ensina:
“O tambor é o portal.”
No Egito, a cada festa,
O faraó ia dançar,
Pois quem move o corpo ao ritmo
O cosmos vem equilibrar.
O som é lei invisível
Que mantém o mundo no ar.
Na Grécia, entre as colunas,
O povo ia festejar,
Nas Dionisíacas santas
Onde o vinho vinha cantar.
E as Musas com suas harpas
Faziam a alma voar.
Na Índia, o som é mantra,
É vibração a orar,
Cada sílaba é energia
Que o tempo vem consagrar.
O corpo é templo e caminho
Pra o divino habitar.
Na China, nota e silêncio
São passos pra meditar,
O mestre ouve e compreende
O que o céu quer ensinar.
E o músico é como o sábio
Que escuta antes de falar.
Assim, a dança e a música
São forças do mesmo altar,
Nascem do mesmo princípio,
O de amar e celebrar.
Pois quando o homem se eleva,
O divino vem dançar.
📖 CAPÍTULO III – O MARACÁ E O SOM ANCESTRAL
No berço da Mãe-Terra antiga,
O som primeiro ecoou,
Não foi lira nem foi címbalo,
Foi o maracá que cantou.
Ali nas mãos dos Kariri,
O ritmo do céu brotou.
O som veio das profundezas,
Da água que faz pulsar,
Do sopro do vento antigo,
Que ensina o corpo a dançar.
É o verbo da natureza
Que o pajé vem decifrar.
Maracá não é brinquedo,
É a voz do ancestral,
Que fala com som do vento
E vibra no ritual.
É a alma em movimento,
É poder espiritual.
Quando o maracá desperta,
O antepassado vem chegar,
Trazendo conselho e força
Pra quem veio escutar.
Cada grão que nele mora
Tem o dom de abençoar.
Os Kariri são guardiões
Da música e do luar,
Pois em cada batimento
Há um mundo a se lembrar.
O som é código antigo
Que ensina a se conectar.
Dos rios vem o seu eco,
Das folhas o seu falar,
Do fogo a chama que dança,
Do chão o verbo solar.
E o pajé, na sua reza,
Faz o tempo se curvar.
Assim, o povo sagrado
Mantém viva a tradição,
Do maracá que desperta
A terra e o coração.
Som que liga o céu à mata,
E o espírito à canção.
Eliade já nos dizia
Com palavra e devoção:
“O rito é tempo divino,
É o mito em repetição.”
E o canto dos Kariri
Faz eterna a criação.
📖 CAPÍTULO IV – A DANÇA COMO PONTE DIVINA
A dança é vento e chama,
É reza, força e poder,
É corpo que gira em prece,
Pra o cosmos compreender.
Quem dança refaz o mundo,
Quem dança aprende a viver.
No Egito, era o equilíbrio
Que o corpo vinha mostrar,
Em volta do Sol sagrado,
O povo a se renovar.
Pois dançar era oferenda
Pra o céu ressuscitar.
Na Grécia, o passo era rito,
O gesto, uma invocação,
Cada volta de um dançarino
Recriava a criação.
E o ritmo das Musas
Guiava a imaginação.
Na Índia, Shiva girava,
Com mil braços a brilhar,
E o mundo, no mesmo giro,
Voltava a se recriar.
O som fazia o caminho
Do nascer ao renascer.
Na África, o corpo é templo,
E o tambor, sua oração,
Pois o toque é quem desperta
Os espíritos do chão.
A dança é ponte do tempo
Que liga a alma à canção.
E no povo Kariri,
A roda é templo lunar,
Os pés marcam o compasso,
As mãos começam a orar.
O canto se faz memória,
E o corpo se faz altar.
O maracá acompanha,
O som começa a vibrar,
Cada batida é mensagem
Que o vento vem levar.
E o encantado responde
No eco do seu cantar.
Assim se une a dança
Do índio e do orixá,
De Apolo, Hathor e Shiva,
Do maracá ao gongá.
O mundo inteiro celebra
O dom divino de amar.
🌺 ENCERRAMENTO
Música e dança sagradas
São faces de um mesmo chão,
Uma fala pelos deuses,
Outra fala pelo irmão.
Mas ambas unem o tempo
Num só ciclo e vibração.
O som é sopro divino,
A dança é corpo estelar,
Quem canta renova o mito,
Quem dança faz despertar.
E a Terra, templo sagrado,
Volta sempre a pulsar.
🌙 EPÍLOGO POÉTICO
Se o homem perder o ritmo,
O mundo perde a canção,
Se o corpo não mais dançar,
Enfraquece a criação.
Pois no som mora o espírito,
E no passo, a comunhão.
Que viva o canto dos povos,
Da África ao Xocó lunar,
Do Egito ao monte grego,
Do Ganges ao mar sem par.
A música é o milagre
Que faz o cosmos cantar.
📚 NOTA DE FONTES POÉTICA (RIMADA)
Eliade, mestre do mito,
Disse em seu livro ancestral,
Que o rito é ponte divina,
Entre o humano e o imortal.
E ao cantar o som sagrado,
O homem torna-se igual.
Groenewegen, em seu estudo,
Falou da Hathor real,
Que dançava entre os altares
Com sorriso celestial.
Arte e fé são irmãs gêmeas,
No Egito ritual.
Sachs contou em seus escritos,
Sobre o ritmo universal,
Do oriente ao ocidente,
A música é ritual.
E Verger, com voz de África,
Chamou o tambor vital.
Neto lembrou que nas festas
O som é força cultural,
Que move o povo e o corpo,
Em união espiritual.
E Hesíodo viu nas Musas
O dom mais transcendental.
🪶 FICHA TÉCNICA RIMADA
Título:bA MÚSICA E A DANÇA COMO EXPRESSÕES MÍTICAS E SAGRADAS
Autor: Nhenety Kariri-Xocó – Guardião da Palavra, Contador de Histórias e Filho do Som Ancestral
Gênero: Literatura de Cordel Sagrada, Poética e Mítica
Estilo: Versificação em sextilhas tradicionais (rima ABABCC)
Edição e Organização Poética: Realizadas com o auxílio do Assistente Virtual ChatGPT
Para a preservação da Memória Sagrada e da Linguagem dos Povos
Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM
Local de Inspiração: Porto Real do Colégio – AL
Às margens do Velho Chico, onde a canção nasce do vento e do rio
Ano: 2025
Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó – Todos os direitos reservados.
É permitida a reprodução parcial com citação da fonte e do autor.
Simbolismo desta Edição: O dourado da luz solar e o azul do espírito celeste
Unindo o divino e o humano em som e movimento eterno
🌞 EPÍLOGO FINAL
No fim de toda jornada,
O silêncio quer cantar,
Pois nele moram os deuses
Que o som veio despertar.
Quem ouve além da matéria,
Vê o eterno se mostrar.
A música é filha do tempo,
A dança é irmã do luar,
Ambas curam e lembram
O que viemos buscar:
A essência que nos habita
E nos faz reencantar.
Nos passos dos Kariri,
O maracá vem guiar,
É a ponte entre os mundos,
Que ensina a respirar.
Pois dançar é ser o verbo,
E cantar é semear.
Assim termina este canto,
Que nunca quer terminar,
Pois o som é infinito
E a alma quer continuar.
Enquanto houver quem cante,
O sagrado vai pulsar.
🌕 QUARTA CAPA POÉTICA
Quando o vento sopra manso
E a terra começa a soar,
É o eco dos ancestrais
Que voltam pra abençoar.
O maracá vibra em luzes,
E o corpo começa a orar.
O som é ponte divina,
Que liga o céu ao chão,
A dança é prece em gesto,
É ritmo e comunhão.
E o livro que ora repousa
É fruto dessa canção.
Quem ler ouvirá o tempo,
Quem sentir verá girar,
Pois a música é o espírito
Que aprende a caminhar.
E a dança é o mapa oculto
Que ensina o ser a amar.
🌿 SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó é poeta, contador de histórias e guardião das tradições orais do povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).
Sua escrita une o canto sagrado da aldeia com o verbo da literatura universal, fazendo da poesia um instrumento de resistência e memória espiritual.
Nos cordéis, Nhenety entrelaça o tempo mítico dos ancestrais com as vozes dos antepassos, celebrando o poder do som, da dança e da palavra como caminhos de cura e sabedoria.
Em cada verso, vibra o maracá do coração indígena, despertando o diálogo entre as civilizações antigas e a essência viva dos povos originários.
🔔 SOBRE A OBRA
📘 “A Música e a Dança como Expressões Míticas e Sagradas” é um cordel-livro de inspiração universal e indígena,
onde a arte se transforma em ponte entre o humano e o divino.
Inspirado em estudos de Eliade, Verger, Sachs, Groenewegen-Frankfort, Hesíodo e Neto,
o texto reconstrói poeticamente a origem sagrada do som e do movimento —
da lira de Apolo ao tambor africano, do passo de Shiva ao maracá dos Kariri-Xocó.
Nesta obra, a música é o verbo do cosmos e a dança, seu gesto primordial.
Cada capítulo é um cântico, cada estrofe um ritual,
onde o corpo, a alma e a terra vibram em mesma harmonia.
É um convite para ouvir com o coração e dançar com o espírito.
Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/05/a-musica-e-danca-como-expressoes.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
✨ Encerramento Sagrado
“Que o som do maracá desperte o amor em cada leitura,
e que a dança do verbo una o céu e a terra em pura ternura.”
Autor: Nhenety Kariri-Xocó


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