segunda-feira, 27 de outubro de 2025

A MÚSICA E A DANÇA COMO EXPRESSÕES MÍTICAS E SAGRADAS, Literatura de Cordel

 




🌾 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico ao som da floresta,

Ao vento que canta no chão,

À tribo que dança a festa,

Batendo o pé com paixão.

Ao toque do tambor sagrado,

Que ecoa no coração.


Dedico aos deuses antigos,

Que uniram ritmo e cor,

De Hathor a Shiva e Apolo,

Cada um com seu fervor.

Aos povos da minha aldeia,

Que louvam som e amor.


🎵 ÍNDICE POÉTICO


1️⃣ Dedicatória Poética

2️⃣ Índice Poético

3️⃣ Abertura

4️⃣ Prólogo Poético

5️⃣ Capítulo I – A Origem Mítica da Música e da Dança

6️⃣ Capítulo II – O Som, o Movimento e o Divino

7️⃣ Capítulo III – O Maracá e o Som Ancestral 

8️⃣  Capítulo IV – A Dança Como Ponte Divina 

9️⃣  Encerramento 

🔟  Epílogo Final 

1️⃣1️⃣  Nota das Fontes Rimada

1️⃣2️⃣  Ficha Técnica 

1️⃣ 3️⃣  Epílogo Final 

1️⃣ 4️⃣  Quarta Capa Poética 

1️⃣ 5️⃣  Sobre o Autor 

1️⃣ 6️⃣  Sobre a Obra 


🔆 ABERTURA


Quando o mundo era silêncio,

E a lua aprendia a brilhar,

Um sopro de luz divina

Fez o universo vibrar.

Nasceu do sopro um ritmo,

Que o tempo fez pulsar.


Das águas brotou o canto,

Da terra, o tambor do chão,

Do fogo nasceu o assopro,

Do vento a inspiração.

E o homem, em sua prece,

Criou música e canção.


🌙 PRÓLOGO POÉTICO


Oh, som que vibra nas pedras,

Que mora nas folhas do ar,

Dança que move o infinito,

Mistério a se revelar.

Tu vens dos deuses antigos,

Do sonho e do despertar.


Eliade já nos dizia,

Que o sagrado é criação,

Pois quem canta o mito antigo

Refaz o gesto da mão

Do ser que sopra o universo,

Em pura manifestação.


Assim nasceu nossa arte,

No rito, na comunhão,

Onde o corpo é oferenda

E o som, revelação.

Música é alma que dança,

E a dança é pura oração.


📖 CAPÍTULO I – A ORIGEM MÍTICA DA MÚSICA E DA DANÇA


Nos tempos da aurora antiga,

Quando o homem era clarão,

Veio Hathor com seu riso,

Guiando a celebração.

No Egito, o som dos címbalos

Erguia a consagração.


Dançavam homens e deuses,

Na harmonia do altar,

Pois quem dançava com ela

Sentia o cosmos girar.

Era o corpo em sintonia

Com o mistério do criar.


Apolo tocava a lira,

Fazendo o tempo parar,

E as Musas, filhas do céu,

Começaram a entoar:

“O canto é ponte divina,

Que une o homem ao luar.”


Na Índia, Shiva sagrado,

Nataraja em rotação,

Fez do gesto o próprio ciclo

De vida, morte e criação.

Seu passo move o universo,

Num eterno coração.


Na China o som foi norma,

Lei justa da educação,

Pois Confúcio ensinava

Que o ritmo é correção,

E a música põe em ordem

A alma e a nação.


Na África, o tambor fala

Como um espírito irmão,

O toque é verbo dos deuses

Que dançam no mesmo chão.

E o vento sopra cantigas

Na língua da criação.


📖 CAPÍTULO II – O SOM, O MOVIMENTO E O DIVINO


Em cada rito sagrado

Há sempre um tom a soar,

Um ritmo que abre portais,

Um corpo a se libertar.

Música e dança se unem

Pra o sagrado revelar.


O som não é mero gesto,

É ponte pra o espiritual,

E cada nota desperta

A essência primordial.

É Verger quem nos ensina:

“O tambor é o portal.”


No Egito, a cada festa,

O faraó ia dançar,

Pois quem move o corpo ao ritmo

O cosmos vem equilibrar.

O som é lei invisível

Que mantém o mundo no ar.


Na Grécia, entre as colunas,

O povo ia festejar,

Nas Dionisíacas santas

Onde o vinho vinha cantar.

E as Musas com suas harpas

Faziam a alma voar.


Na Índia, o som é mantra,

É vibração a orar,

Cada sílaba é energia

Que o tempo vem consagrar.

O corpo é templo e caminho

Pra o divino habitar.


Na China, nota e silêncio

São passos pra meditar,

O mestre ouve e compreende

O que o céu quer ensinar.

E o músico é como o sábio

Que escuta antes de falar.


Assim, a dança e a música

São forças do mesmo altar,

Nascem do mesmo princípio,

O de amar e celebrar.

Pois quando o homem se eleva,

O divino vem dançar.


📖 CAPÍTULO III – O MARACÁ E O SOM ANCESTRAL


No berço da Mãe-Terra antiga,

O som primeiro ecoou,

Não foi lira nem foi címbalo,

Foi o maracá que cantou.

Ali nas mãos dos Kariri,

O ritmo do céu brotou.


O som veio das profundezas,

Da água que faz pulsar,

Do sopro do vento antigo,

Que ensina o corpo a dançar.

É o verbo da natureza

Que o pajé vem decifrar.


Maracá não é brinquedo,

É a voz do ancestral,

Que fala com som do vento

E vibra no ritual.

É a alma em movimento,

É poder espiritual.


Quando o maracá desperta,

O antepassado vem chegar,

Trazendo conselho e força

Pra quem veio escutar.

Cada grão que nele mora

Tem o dom de abençoar.


Os Kariri são guardiões

Da música e do luar,

Pois em cada batimento

Há um mundo a se lembrar.

O som é código antigo

Que ensina a se conectar.


Dos rios vem o seu eco,

Das folhas o seu falar,

Do fogo a chama que dança,

Do chão o verbo solar.

E o pajé, na sua reza,

Faz o tempo se curvar.


Assim, o povo sagrado

Mantém viva a tradição,

Do maracá que desperta

A terra e o coração.

Som que liga o céu à mata,

E o espírito à canção.


Eliade já nos dizia

Com palavra e devoção:

“O rito é tempo divino,

É o mito em repetição.”

E o canto dos Kariri

Faz eterna a criação.


📖 CAPÍTULO IV – A DANÇA COMO PONTE DIVINA


A dança é vento e chama,

É reza, força e poder,

É corpo que gira em prece,

Pra o cosmos compreender.

Quem dança refaz o mundo,

Quem dança aprende a viver.


No Egito, era o equilíbrio

Que o corpo vinha mostrar,

Em volta do Sol sagrado,

O povo a se renovar.

Pois dançar era oferenda

Pra o céu ressuscitar.


Na Grécia, o passo era rito,

O gesto, uma invocação,

Cada volta de um dançarino

Recriava a criação.

E o ritmo das Musas

Guiava a imaginação.


Na Índia, Shiva girava,

Com mil braços a brilhar,

E o mundo, no mesmo giro,

Voltava a se recriar.

O som fazia o caminho

Do nascer ao renascer.


Na África, o corpo é templo,

E o tambor, sua oração,

Pois o toque é quem desperta

Os espíritos do chão.

A dança é ponte do tempo

Que liga a alma à canção.


E no povo Kariri,

A roda é templo lunar,

Os pés marcam o compasso,

As mãos começam a orar.

O canto se faz memória,

E o corpo se faz altar.


O maracá acompanha,

O som começa a vibrar,

Cada batida é mensagem

Que o vento vem levar.

E o encantado responde

No eco do seu cantar.


Assim se une a dança

Do índio e do orixá,

De Apolo, Hathor e Shiva,

Do maracá ao gongá.

O mundo inteiro celebra

O dom divino de amar.


🌺 ENCERRAMENTO


Música e dança sagradas

São faces de um mesmo chão,

Uma fala pelos deuses,

Outra fala pelo irmão.

Mas ambas unem o tempo

Num só ciclo e vibração.


O som é sopro divino,

A dança é corpo estelar,

Quem canta renova o mito,

Quem dança faz despertar.

E a Terra, templo sagrado,

Volta sempre a pulsar.


🌙 EPÍLOGO POÉTICO


Se o homem perder o ritmo,

O mundo perde a canção,

Se o corpo não mais dançar,

Enfraquece a criação.

Pois no som mora o espírito,

E no passo, a comunhão.


Que viva o canto dos povos,

Da África ao Xocó lunar,

Do Egito ao monte grego,

Do Ganges ao mar sem par.

A música é o milagre

Que faz o cosmos cantar.


📚 NOTA DE FONTES POÉTICA (RIMADA)


Eliade, mestre do mito,

Disse em seu livro ancestral,

Que o rito é ponte divina,

Entre o humano e o imortal.

E ao cantar o som sagrado,

O homem torna-se igual.


Groenewegen, em seu estudo,

Falou da Hathor real,

Que dançava entre os altares

Com sorriso celestial.

Arte e fé são irmãs gêmeas,

No Egito ritual.


Sachs contou em seus escritos,

Sobre o ritmo universal,

Do oriente ao ocidente,

A música é ritual.

E Verger, com voz de África,

Chamou o tambor vital.


Neto lembrou que nas festas

O som é força cultural,

Que move o povo e o corpo,

Em união espiritual.

E Hesíodo viu nas Musas

O dom mais transcendental.


🪶 FICHA TÉCNICA RIMADA


Título:bA MÚSICA E A DANÇA COMO EXPRESSÕES MÍTICAS E SAGRADAS

Autor: Nhenety Kariri-Xocó – Guardião da Palavra, Contador de Histórias e Filho do Som Ancestral

Gênero: Literatura de Cordel Sagrada, Poética e Mítica

Estilo: Versificação em sextilhas tradicionais (rima ABABCC)

Edição e Organização Poética: Realizadas com o auxílio do Assistente Virtual ChatGPT

Para a preservação da Memória Sagrada e da Linguagem dos Povos

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 

Local de Inspiração: Porto Real do Colégio – AL

Às margens do Velho Chico, onde a canção nasce do vento e do rio

Ano: 2025 

Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó – Todos os direitos reservados.

É permitida a reprodução parcial com citação da fonte e do autor.

Simbolismo desta Edição: O dourado da luz solar e o azul do espírito celeste

Unindo o divino e o humano em som e movimento eterno


🌞 EPÍLOGO FINAL


No fim de toda jornada,

O silêncio quer cantar,

Pois nele moram os deuses

Que o som veio despertar.

Quem ouve além da matéria,

Vê o eterno se mostrar.


A música é filha do tempo,

A dança é irmã do luar,

Ambas curam e lembram

O que viemos buscar:

A essência que nos habita

E nos faz reencantar.


Nos passos dos Kariri,

O maracá vem guiar,

É a ponte entre os mundos,

Que ensina a respirar.

Pois dançar é ser o verbo,

E cantar é semear.


Assim termina este canto,

Que nunca quer terminar,

Pois o som é infinito

E a alma quer continuar.

Enquanto houver quem cante,

O sagrado vai pulsar.



🌕 QUARTA CAPA POÉTICA





Quando o vento sopra manso

E a terra começa a soar,

É o eco dos ancestrais

Que voltam pra abençoar.

O maracá vibra em luzes,

E o corpo começa a orar.


O som é ponte divina,

Que liga o céu ao chão,

A dança é prece em gesto,

É ritmo e comunhão.

E o livro que ora repousa

É fruto dessa canção.


Quem ler ouvirá o tempo,

Quem sentir verá girar,

Pois a música é o espírito

Que aprende a caminhar.

E a dança é o mapa oculto

Que ensina o ser a amar.



🌿 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é poeta, contador de histórias e guardião das tradições orais do povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).

Sua escrita une o canto sagrado da aldeia com o verbo da literatura universal, fazendo da poesia um instrumento de resistência e memória espiritual.

Nos cordéis, Nhenety entrelaça o tempo mítico dos ancestrais com as vozes dos antepassos, celebrando o poder do som, da dança e da palavra como caminhos de cura e sabedoria.

Em cada verso, vibra o maracá do coração indígena, despertando o diálogo entre as civilizações antigas e a essência viva dos povos originários.



🔔 SOBRE A OBRA


📘 “A Música e a Dança como Expressões Míticas e Sagradas” é um cordel-livro de inspiração universal e indígena,

onde a arte se transforma em ponte entre o humano e o divino.

Inspirado em estudos de Eliade, Verger, Sachs, Groenewegen-Frankfort, Hesíodo e Neto,

o texto reconstrói poeticamente a origem sagrada do som e do movimento —

da lira de Apolo ao tambor africano, do passo de Shiva ao maracá dos Kariri-Xocó.

Nesta obra, a música é o verbo do cosmos e a dança, seu gesto primordial.

Cada capítulo é um cântico, cada estrofe um ritual,

onde o corpo, a alma e a terra vibram em mesma harmonia.

É um convite para ouvir com o coração e dançar com o espírito.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/05/a-musica-e-danca-como-expressoes.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito. 



✨ Encerramento Sagrado


“Que o som do maracá desperte o amor em cada leitura,

e que a dança do verbo una o céu e a terra em pura ternura.”




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 




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