sexta-feira, 10 de outubro de 2025

MORADAS ESPIRITUAIS: Fusões de Mundos e Culturas, Literatura de Cordel, Por Nhenety Kariri-Xocó






Cordel-Livro Ilustrado – Edição Poética Completa



🎨 CAPA ILUSTRADA (descrição)


Título:


🌿 MORADAS ESPIRITUAIS: Fusões de Mundos e Culturas


✍️ Por Nhenety Kariri-Xocó



Descrição visual sugerida:


Uma imagem realista digital em 3D, vibrante e mística, mostrando um caminho radiante no céu, feito de luz dourada, ligando Olimpo, Asgard, Avalon, Duaat, Campos Elísios e Nova Jerusalém.


Os mundos aparecem como templos e palácios suspensos entre nuvens, com brilho etéreo e atmosfera espiritual.


Ao fundo, constelações formam pontes de energia.


Assinatura discreta no canto inferior: Nhenety Kariri-Xocó – Porto Real do Colégio, Alagoas, Brasil.



🌸 Dedicatória Poética


Dedico este verso à brisa,

Que sopra de antigos céus,

Aos povos de toda a terra,

E às moradas dos anteus.

Que a alma, livre e serena,

Cruze mundos, vá sem pena,

Com fé nos caminhos seus.


📚 Índice Poético


Abertura – O Canto das Moradas Eternas


Prólogo Poético – O Chamado das Fusões Antigas


Capítulo I – Natiankié e Ywymara’Ey: O Pulso da Floresta Viva


Capítulo II – No Reino do Duaat: A Travessia Egípcia


Capítulo III – Campos Elísios: O Repouso dos Heróis


Capítulo IV – Valhalla: A Glória dos Bravos Eternos


Capítulo V – Sheol e Gan Eden: Entre Sombra e Luz Divina


Capítulo VI – Tír na nÓg: O Jardim dos Tuatha Dé Danann


Encerramento – A Convergência das Almas


Epílogo Poético – As Escolhas do Espírito Livre


Nota de Fontes – Ecos das Antigas Escrituras


🌅 Abertura – O Canto das Moradas Eternas


No seio da criação,

Há mundos que se entrelaçam,

Moradas de luz e sombra,

Que no tempo se enlaçam.

São pontes de fé e história,

Que guardam a velha glória

De espíritos que não passam.


No sopro das tradições,

Há florestas, há desertos,

Reinos feitos de memória,

De mistérios tão abertos.

São vozes de cada era,

Que a alma humana espera,

Entre vivos e encobertos.


Do Natiankié sagrado,

Ao Valhalla dos guerreiros,

Do Duaat dos julgamentos,

Aos jardins mais verdadeiros.

Cada povo fez seu canto,

Seu caminho, seu encanto,

Nos passos do mundo inteiro.


E hoje, em fusão sagrada,

Essas terras coexistem.

São espelhos da esperança,

Onde os sonhos ainda insistem.

Pois cada fé, cada estrada,

É centelha revelada

Dos deuses que ainda existem.


🔮 Prólogo Poético – O Chamado das Fusões Antigas


O homem busca morada,

Quando o corpo se desfaz,

Pergunta ao vento e ao tempo

Pra onde a alma vai em paz.

E os mundos, como canções,

Misturam tradições e nações,

Num só templo universal, capaz.


Do solo ameríndio vem

O espírito do sagrado,

Que vive entre folhas verdes,

E o rio encantado.

Lá, os ancestrais repousam,

E as árvores que os pousam,

Guardam o sonho encantado.


No Egito, o sol se inclina,

Sobre o vale e o tribunal,

Onde Osíris pesa a pena

De cada ser mortal.

A alma, leve ou pesada,

Segue pura ou condenada

Pela ordem celestial.


Na Grécia, os justos dormem,

Nos Campos Elísios de flor,

Enquanto os deuses narravam

A glória do seu valor.

Entre mitos e epopeias,

Brilham luzes, velhas teias,

Tecidas no mesmo amor.


O Norte ergueu Valhalla,

Salão de lanças e vinho,

Onde o guerreiro eterno

Celebra o seu destino.

E nas canções dos bardos,

Entre ventos e leopardos,

Há bravura e desatino.


Entre os hebreus se divide,

O caminho do depois,

Sheol recebe a todos,

Gan Eden, só alguns heróis.

Mas no fim, cada passagem,

É justiça em sua imagem,

Ecoando velhos avós.


E nos campos dos celtas velhos,

Há eterna juventude,

Tír na nÓg, terra dourada,

De amor e plenitude.

Onde a alma não envelhece,

E o tempo se desvanece,

No sopro da magnitude.


Assim, irmão caminheiro,

A fusão se fez semente,

E as moradas se uniram

Num só firmamento ardente.

Hoje o espírito escolhe,

Entre véus que o tempo enrole,

O seu céu, livre e presente.



🪶 Capítulo I – Natiankié e Ywymara’Ey: O Pulso da Floresta Viva


No berço da mata antiga,

O canto do vento ensina,

Que a vida não tem fronteira,

Nem alma se termina.

Natiankié é caminho,

De raiz, sonho e espinho,

Na trilha que ilumina.


Os povos da terra pura,

Chamam o céu de sagrado,

Pois veem nos rios e folhas

O espírito encarnado.

Na névoa que se levanta,

O coração se encanta,

Com o tempo eternizado.


Ywymara’Ey é o nome,

De morada entre os astros,

Onde o pajé vê estrelas

Que brilham em seus rastros.

É o lar do sol sereno,

Do trovão forte e terreno,

Do trovador dos contrastos.


A alma que ali repousa,

Não dorme em sombra ou lamento,

Mas dança nas folhas verdes,

Ao sopro do pensamento.

Cada árvore é testemunha,

Da vida que se reúna

No sagrado movimento.


No chão das antigas aldeias,

O tambor ecoa em vão?

Jamais! Pois toda batida

É prece e recordação.

Quem morre volta em essência,

Com força e com consciência,

Na luz da reencarnação.


O jaguar vela o portal,

O beija-flor traz o canto,

Os rios são mensageiros

Que cruzam o verde manto.

O Natiankié é ponte,

Entre o céu, a terra e o monte,

Do mistério e seu encanto.


Quem parte do corpo breve,

Segue o curso do luar,

E entre raízes antigas,

Vai de novo germinar.

Na floresta, o ser floresce,

O espírito permanece,

Num eterno despertar.


Ywymara’Ey é abrigo,

Do guerreiro e da criança,

De quem semeou bondade,

E viveu com esperança.

É morada de equilíbrio,

Entre o medo e o delírio,

Da natureza e sua dança.


E assim, a vida sagrada,

Revela o ciclo profundo:

Do barro, ao pó, à lembrança,

Volta o ser ao mesmo mundo.

Natiankié é verdade,

Que une em eternidade

O humano e o ser fecundo.


🌞 Capítulo II – No Reino do Duaat: A Travessia Egípcia


Do Nilo nasce o mistério,

Que brilha ao luar distante,

Entre templos e pirâmides,

Paira o sopro do amante.

Duaat é o grande espelho,

Que reflete o sol vermelho

Do espírito navegante.


Osíris, juiz do além,

Espera com justa mão,

Que o coração seja leve

E puro na intenção.

Na balança do destino,

Quem foi justo no caminho

Ganha o peso da salvação.


O livro dos mortos guia

As sendas da travessia,

E o morto, ao ser julgado,

Busca a Ma’at em harmonia.

Pois só quem tem dentro a paz,

Acolhe a vida que traz

A eterna sabedoria.


Sob o barco da manhã,

Rá renasce em esplendor,

E conduz os navegantes

Ao reino do novo ardor.

Cada estrela é testemunha,

Da jornada que se insinua

No brilho do seu fervor.


Os portais se abrem lentos,

Guardados por leões de ouro,

O falecido atravessa,

O silêncio e o tesouro.

Entre deuses e serpentes,

As almas são persistentes,

Em busca do seu decoro.


O coração, se é pesado,

É entregue a Ammit voraz,

Monstro de forma terrível,

Que devora quem não faz

Da justiça seu caminho,

Do bem seu doce vinho,

Da verdade o seu cartaz.


Mas se leve for o peito,

E sincera a compaixão,

O falecido atravessa

O portal da redenção.

E nas margens do luar,

Vai com Ísis repousar,

No abraço da criação.


O Duaat não é castigo,

É espelho e é lição,

É a rota da consciência,

É o fruto da ação.

Cada alma é navegante,

Do princípio ao instante,

Da queda à ascensão.


Assim, o Egito ensina,

Que a morte é renascer,

Que o sol, ao fim da tarde,

Volta sempre a florescer.

Duaat é o ventre vivo,

Do eterno ciclo altivo,

De morrer pra reviver.



⚜️ Capítulo III – Campos Elísios: O Repouso dos Heróis


Na Grécia o vento murmura,

Entre colunas de luz,

E os deuses moldam o tempo

Com a pena que seduz.

Nos Campos Elísios dormem

Os heróis que se transformem

Nas canções que Zeus conduz.


Lá não há dor nem guerra,

Nem lamento ou solidão,

Somente a brisa serena

Traz paz ao coração.

O justo colhe o que planta,

E em jardins de vida santa

Floresce a recordação.


Os rios correm suaves,

Com perfumes de loureiro,

E o canto das musas soa

Com timbre verdadeiro.

As ninfas dançam contentes,

E Apolo, em luz crescente,

Faz do céu seu ateliê inteiro.


Quem ali chega é guiado

Por Hermes, o mensageiro,

Que conduz com leve passo

O espírito forasteiro.

E no campo da harmonia,

Tudo é brilho e poesia,

Tudo é sonho verdadeiro.


Os guerreiros e poetas

Partilham o mesmo altar,

Entre vinhos e lembranças,

Entre o rir e o meditar.

O destino se dissolve,

E a alma livre se envolve

Com o eterno despertar.


Os Elísios são morada

Da virtude e do valor,

Do gesto nobre e sincero,

Da amizade e do amor.

É onde o tempo se apaga,

E a memória se propaga

Como um hino ao Criador.


Mas nem todos lá repousam,

Somente os de coração,

Que serviram à justiça

Com pureza e devoção.

Pois quem viveu em verdade,

Encontra felicidade

Na divina imersão.


E assim, os deuses guardam

O campo do merecer,

Onde o humano é divino

E o divino sabe ser.

Pois viver com retidão

É, ao fim, a salvação,

No eterno florescer.


⚔️ Capítulo IV – Valhalla: A Glória dos Bravos Eternos


Ao Norte, o trovão ressoa,

Entre montes de cristal,

E o vento sopra coragem

Sobre o campo boreal.

Valhalla é o grande abrigo,

Do guerreiro destemido,

Que lutou no bem e no mal.


Lá, Odin ergue o banquete,

Com escudos e canções,

E as Valquírias descem leves

Guiando os corações.

Quem tombou em dura guerra,

Ganha abrigo e nova terra

No salão das gerações.


As lanças brilham em ouro,

Os corvos cantam no céu,

E os heróis se cumprimentam

Sob o eterno carrossel.

Thor levanta seu martelo,

E o trovão, firme e belo,

Rasga o espaço em seu papel.


Cada aurora traz combate,

Mas sem ódio ou punição,

Pois lutam só pela honra,

Não por sangue ou dominação.

Após cada duelo ardente,

Há banquete e riso quente,

No festim da gratidão.


As taças transbordam vinho,

As risadas ecoam livres,

E os bardos, com suas harpas,

Fazem cânticos incríveis.

Pois morrer em valentia

É nascer em alegria,

Nos salões dos céus possíveis.


No Valhalla o tempo cessa,

Mas o espírito não dorme,

Pois prepara o novo dia

Em que a paz se transforma.

Ragnarök é a promessa,

De que a vida recomeça

No ciclo que nunca deforma.


As Valquírias são guardiãs,

Do destino e da memória,

Escolhem com olho justo

Quem merece entrar na glória.

E o bravo que foi leal,

Recebe o bem final,

Da coragem e da história.


Valhalla é mais que um reino,

É a lição da superação,

De que a vida e a morte

São faces da união.

Quem lutou sem vaidade,

Ganha a eternidade,

Como filho da amplidão.


E o trovão, quando ecoar,

No horizonte boreal,

Lembra os povos e os guerreiros

Do poder espiritual.

Pois coragem é o tesouro,

Mais valioso que o ouro,

No mundo celestial.



🌙 Capítulo V – Sheol e Gan Eden: Entre Sombra e Luz Divina


Do Oriente ecoa o cântico,

Das tribos de Israel,

Que viram o céu em mistério,

E o pó feito de papel.

Sheol foi o nome antigo,

Da morada e do abrigo

Do justo e do infiel.


No Sheol não há distinção,

Entre sábio ou pecador,

Pois todos, ao pó voltando,

São iguais diante do Criador.

É silêncio e é lembrança,

É repouso, é esperança,

Do perdão e do amor.


Ali a alma descansa,

Sem tormento ou punição,

Apenas sente o tempo

Calar o coração.

É o ventre da espera,

Que o eterno considera

Como doce expiação.


Mas com o passar das eras,

Surge o brilho mais sereno,

Gan Eden, o jardim santo,

De perfume puro e pleno.

É o lar dos que viveram

Com amor e que souberam

Ser luz no bem terreno.


Gan Eden é promessa

De pureza e recompensa,

Onde a alma se renova,

Livre de toda sentença.

Ali os rios são claros,

Os frutos, raros e caros,

E a paz vence a descrença.


Os justos andam em graça,

Com vestes de claridade,

Cercados de anjos suaves,

Em eterna fraternidade.

O olhar do Eterno acena,

E a alma, pura, serena,

Sorri na imensidade.


Sheol e Gan Eden juntos,

São faces do mesmo sol,

A sombra que se converte

Em luz, no eterno rol.

Um é sono e esquecimento,

Outro é o renascimento,

Da vida após o arrebol.


Assim, o povo hebreu canta,

A aliança e o perdão,

Crendo que o bem é a ponte

Para a libertação.

Pois mesmo o que se arrepende,

Ao fim, o Eterno entende

E acolhe em compaixão.


E no som das sinagogas,

Entre prece e tradição,

O Sheol perde o seu medo,

O Éden ganha expressão.

Ambos são a trajetória

Do espírito em sua glória,

No ciclo da Criação.


🍀 Capítulo VI – Tír na nÓg: O Jardim dos Tuatha Dé Danann


No ocidente das brumas,

Onde o vento fala em flor,

Surge a terra encantada,

Tír na nÓg, reino de amor.

Lá o tempo não existe,

E a juventude persiste,

Como eterno resplendor.


Os celtas guardam o mito

De um povo que não morria,

Os Tuatha Dé Danann,

Sábios de antiga magia.

Com harpas e melodias,

Eles moldam alegrias,

Entre aurora e calmaria.


Tír na nÓg é pureza,

É o brilho da manhã,

Onde a alma se renova

Na dança celta pagã.

É o sonho que não se apaga,

A canção que nunca vaga,

Na colina de Dana.


Os mares são transparentes,

As flores, de prata e mel,

Os cavalos correm livres

Sob um eterno véu.

E o viajante que chega,

Sente a alma que navega

Entre o mundo e o céu.


O tempo ali se dissolve,

Não há idade ou ferida,

Quem ama nunca envelhece,

Nem conhece a despedida.

O coração, feito chama,

É quem dita a trama

Do renascer da vida.


Os deuses dançam na névoa,

Com os bardos e guerreiros,

E a lua, com seu toque,

Pinta céus inteiros.

Cada estrela é lembrança,

Do poder da esperança

Nos caminhos derradeiros.


Mas Tír na nÓg não é fuga,

É união e comunhão,

É o sonho de quem procura

Paz, amor e conexão.

É a vida em plenitude,

A fé, a juventude,

Do sagrado coração.


Os Tuatha guardam a chama,

Que brilha em cada mortal,

Pois o espírito que ama

Vence o ciclo desigual.

E o homem, em sua essência,

Torna a luz, consciência,

Do destino universal.


Assim termina o caminho,

Dos povos e seus altares,

Mas cada morada ensina

Que há pontes e lugares.

Que o céu, em muitas cores,

Reúne os mesmos amores,

De tantos seres e mares.



🕊️ ENCERRAMENTO


(O Ciclo da Eternidade Retorna à Luz)


I

O vento canta nos montes, o rio torna a correr,

A vida roda em espiral, no eterno amanhecer.

Da semente brota o tempo, no chão do coração,

E o verbo antigo desperta nas vozes da criação.


II

Natiankié se despede com perfume de jasmim,

Ywymara’Ey abençoa o caminho do sem-fim.

O saber dos ancestrais se entrelaça à nova era,

Onde o espírito é raiz e a alma é primavera.


III

Cada povo, cada rito, cada fé que se renova,

É centelha do mistério que o amor novamente prova.

Entre o Egito, o Valhalla e o Éden da recordação,

Tudo vive no reflexo da grande reencarnação.


IV

Que o homem aprenda o ciclo, sem julgar o que é alheio,

Pois a chama é uma só, ainda que mude o seio.

A verdade não é muro, mas vento que atravessa,

Aplainando o orgulho e exaltando a pureza.


V

E assim termina o cordel, mas o canto não se finda,

Pois o verbo, como o sol, tem a alma que ainda infinda.

Entre sombra e claridade, entre o pó e o amanhecer,

O mistério do divino é viver para aprender.


🌺 EPÍLOGO POÉTICO


(O Poeta e o Eterno Retorno)


I

Na beira do rio antigo, sentei-me a meditar,

E o tempo veio ao meu lado, disposto a conversar.

Falou-me de muitas eras, de mundos que já se foram,

De almas que se encontraram e de sonhos que ainda moram.


II

Vi o Sheol e o Éden juntos, como faces de um cristal,

O inferno e o paraíso, num mesmo portal.

Vi os deuses conversando sob um céu de aurora fina,

E o sopro da Mãe-Terra chamando à disciplina.


III

O poeta não termina — apenas muda o tom,

Pois seu canto é oferenda ao Mistério e ao Som.

Cada verso é uma ponte que o espírito atravessa,

Levando um pouco de luz a quem da luz se esqueça.


IV

E quando o livro se fecha, e a noite chega serena,

A lua se debruça na página pequena.

Lá, em letras de ouro, o vento quer escrever:

“O amor é o alfa e o ômega do saber.”



📜 NOTA DE FONTES


(Bibliografia Rimada e Harmonizada ao Canto Final)


I

Das margens do Eufrates, ouvi o canto sumério,

Com Kramer e Leick guiando o mistério.

De lá vieram os mitos — raízes da lembrança,

Que abriram o portal da ciência e da esperança.


II

No Egito, luz e sombra se casam na verdade,

Assmann revela o rito e a eternidade.

Entre papiros e templos, o Duaat me chamou,

E Anúbis silencioso o caminho revelou.


III

Dos gregos, veio o sopro — campos cheios de brisa,

Com Hesíodo e Homero na lira que eterniza.

Vernant explicou o mito, e Burkert deu o sinal:

“Cada rito é espelho do bem e do mal.”


IV

Do Norte, ouvi o trovão do martelo retumbando,

Snorri Sturluson, nas sagas, me guiando.

Valhalla ergue-se em versos de honra e de clarão,

Eliade o interpretou — no mito, a renovação.


V

Dos hebreus, luz e sombra — Sheol e o Éden florescem,

Na Bíblia e no Talmude os caminhos se tecem.

Scholem soprou cabala, e Neher iluminou,

O anjo e o barro se encontraram, e o homem despertou.


VI

Na Irlanda, o verde canta, com fada e guerreiro,

MacCulloch e Joyce descrevem o roteiro.

Tír na nÓg é promessa — a terra da juventude,

Onde o mito se renova na etérea plenitude.


VII

E na alma do poeta, tudo isso se uniu,

Na canção que da floresta ao cosmos se fundiu.

Que o leitor, ao fechar estas páginas, perceba:

Toda crença é caminho, e toda vida é seiva.



Autor:  Nhenety Kariri-Xocó

Guardião da Palavra e do Tempo

Porto Real do Colégio – Alagoas, Brasil




🪶 FICHA TÉCNICA POÉTICA


Título completo: MORADAS ESPIRITUAIS: Fusões de Mundos e Culturas

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Gênero: Cordel-Livro Ilustrado (Filosófico, Mitológico e Espiritual)

Edição: Primeira Edição Poética – 2025

Local: Porto Real do Colégio, Alagoas, Brasil

Ilustração digital (sugerida): Imagem realista 3D – “O Caminho de Conexão dos Mundos”

Arte e composição digital: ChatGPT (assistente virtual do autor)

Coordenação poética: Nhenety Kariri-Xocó

Edição e formatação: Estrutura tradicional de cordel com métrica e rima de setilha

Publicação: blog "KXNHENETY.BLOGSPOT.COM – A Voz da Terra e do Tempo”

Licença: Livre para fins culturais, educativos e espirituais, com menção ao autor.


🌎 EPÍLOGO FINAL


“De todos os reinos que percorri,

o mais profundo foi o do coração.

Pois nele mora o princípio e o fim —

o mundo que habita em toda criação.”



🌌 QUARTA CAPA POÉTICA






MORADAS ESPIRITUAIS: FUSÕES DE MUNDOS E CULTURAS

Por Nhenety Kariri-Xocó


Nas moradas do espírito, onde o tempo é semente,

Cruzam-se povos, crenças e destinos reluzentes.

Do Natiankié ao Olimpo, do Duaat à Nova Jerusalém,

Caminhos de luz se entrelaçam, onde o sagrado vai e vem.


O autor — filho da terra Kariri-Xocó,

traz em versos o eco de antigos avós.

Sua pena é ponte entre mundos distantes,

onde o humano e o divino dançam vibrantes.


Aqui, o leitor atravessa portais sutis,

entre mitos celtas, egípcios e tupi-guaranis.

Descobre que morrer é apenas mudar de estação,

e que o eterno habita no coração.


Um cordel que une filosofia, memória e tradição —

nascido do encontro entre povos e constelação.


“Cada morada é uma canção do infinito,

cada cultura, um reflexo do mesmo espírito.”


🌿 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é poeta, contador de histórias oral e escrita, pesquisador das tradições espirituais e culturais dos povos originários.

Filho do povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL), dedica sua obra à harmonia entre os mundos, à preservação da memória ancestral e à valorização do conhecimento espiritual universal.

Suas criações unem a sabedoria dos antigos ao poder da palavra rimada, transformando o cordel em portal de sabedoria viva.


✨ SOBRE A OBRA


“Moradas Espirituais: Fusões de Mundos e Culturas”

é um convite ao despertar interior.

Um livro de cordel que transcende fronteiras,

onde cada estrofe é uma travessia luminosa

entre o sagrado indígena, o mistério egípcio,

a honra nórdica e a serenidade celta.


Aqui, o céu e a terra se reencontram —

e a poesia é a estrada de luz que os une.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 




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