Cordel-Livro Ilustrado – Edição Poética Completa
🎨 CAPA ILUSTRADA (descrição)
Título:
🌿 MORADAS ESPIRITUAIS: Fusões de Mundos e Culturas
✍️ Por Nhenety Kariri-Xocó
Descrição visual sugerida:
Uma imagem realista digital em 3D, vibrante e mística, mostrando um caminho radiante no céu, feito de luz dourada, ligando Olimpo, Asgard, Avalon, Duaat, Campos Elísios e Nova Jerusalém.
Os mundos aparecem como templos e palácios suspensos entre nuvens, com brilho etéreo e atmosfera espiritual.
Ao fundo, constelações formam pontes de energia.
Assinatura discreta no canto inferior: Nhenety Kariri-Xocó – Porto Real do Colégio, Alagoas, Brasil.
🌸 Dedicatória Poética
Dedico este verso à brisa,
Que sopra de antigos céus,
Aos povos de toda a terra,
E às moradas dos anteus.
Que a alma, livre e serena,
Cruze mundos, vá sem pena,
Com fé nos caminhos seus.
📚 Índice Poético
Abertura – O Canto das Moradas Eternas
Prólogo Poético – O Chamado das Fusões Antigas
Capítulo I – Natiankié e Ywymara’Ey: O Pulso da Floresta Viva
Capítulo II – No Reino do Duaat: A Travessia Egípcia
Capítulo III – Campos Elísios: O Repouso dos Heróis
Capítulo IV – Valhalla: A Glória dos Bravos Eternos
Capítulo V – Sheol e Gan Eden: Entre Sombra e Luz Divina
Capítulo VI – Tír na nÓg: O Jardim dos Tuatha Dé Danann
Encerramento – A Convergência das Almas
Epílogo Poético – As Escolhas do Espírito Livre
Nota de Fontes – Ecos das Antigas Escrituras
🌅 Abertura – O Canto das Moradas Eternas
No seio da criação,
Há mundos que se entrelaçam,
Moradas de luz e sombra,
Que no tempo se enlaçam.
São pontes de fé e história,
Que guardam a velha glória
De espíritos que não passam.
No sopro das tradições,
Há florestas, há desertos,
Reinos feitos de memória,
De mistérios tão abertos.
São vozes de cada era,
Que a alma humana espera,
Entre vivos e encobertos.
Do Natiankié sagrado,
Ao Valhalla dos guerreiros,
Do Duaat dos julgamentos,
Aos jardins mais verdadeiros.
Cada povo fez seu canto,
Seu caminho, seu encanto,
Nos passos do mundo inteiro.
E hoje, em fusão sagrada,
Essas terras coexistem.
São espelhos da esperança,
Onde os sonhos ainda insistem.
Pois cada fé, cada estrada,
É centelha revelada
Dos deuses que ainda existem.
🔮 Prólogo Poético – O Chamado das Fusões Antigas
O homem busca morada,
Quando o corpo se desfaz,
Pergunta ao vento e ao tempo
Pra onde a alma vai em paz.
E os mundos, como canções,
Misturam tradições e nações,
Num só templo universal, capaz.
Do solo ameríndio vem
O espírito do sagrado,
Que vive entre folhas verdes,
E o rio encantado.
Lá, os ancestrais repousam,
E as árvores que os pousam,
Guardam o sonho encantado.
No Egito, o sol se inclina,
Sobre o vale e o tribunal,
Onde Osíris pesa a pena
De cada ser mortal.
A alma, leve ou pesada,
Segue pura ou condenada
Pela ordem celestial.
Na Grécia, os justos dormem,
Nos Campos Elísios de flor,
Enquanto os deuses narravam
A glória do seu valor.
Entre mitos e epopeias,
Brilham luzes, velhas teias,
Tecidas no mesmo amor.
O Norte ergueu Valhalla,
Salão de lanças e vinho,
Onde o guerreiro eterno
Celebra o seu destino.
E nas canções dos bardos,
Entre ventos e leopardos,
Há bravura e desatino.
Entre os hebreus se divide,
O caminho do depois,
Sheol recebe a todos,
Gan Eden, só alguns heróis.
Mas no fim, cada passagem,
É justiça em sua imagem,
Ecoando velhos avós.
E nos campos dos celtas velhos,
Há eterna juventude,
Tír na nÓg, terra dourada,
De amor e plenitude.
Onde a alma não envelhece,
E o tempo se desvanece,
No sopro da magnitude.
Assim, irmão caminheiro,
A fusão se fez semente,
E as moradas se uniram
Num só firmamento ardente.
Hoje o espírito escolhe,
Entre véus que o tempo enrole,
O seu céu, livre e presente.
🪶 Capítulo I – Natiankié e Ywymara’Ey: O Pulso da Floresta Viva
No berço da mata antiga,
O canto do vento ensina,
Que a vida não tem fronteira,
Nem alma se termina.
Natiankié é caminho,
De raiz, sonho e espinho,
Na trilha que ilumina.
Os povos da terra pura,
Chamam o céu de sagrado,
Pois veem nos rios e folhas
O espírito encarnado.
Na névoa que se levanta,
O coração se encanta,
Com o tempo eternizado.
Ywymara’Ey é o nome,
De morada entre os astros,
Onde o pajé vê estrelas
Que brilham em seus rastros.
É o lar do sol sereno,
Do trovão forte e terreno,
Do trovador dos contrastos.
A alma que ali repousa,
Não dorme em sombra ou lamento,
Mas dança nas folhas verdes,
Ao sopro do pensamento.
Cada árvore é testemunha,
Da vida que se reúna
No sagrado movimento.
No chão das antigas aldeias,
O tambor ecoa em vão?
Jamais! Pois toda batida
É prece e recordação.
Quem morre volta em essência,
Com força e com consciência,
Na luz da reencarnação.
O jaguar vela o portal,
O beija-flor traz o canto,
Os rios são mensageiros
Que cruzam o verde manto.
O Natiankié é ponte,
Entre o céu, a terra e o monte,
Do mistério e seu encanto.
Quem parte do corpo breve,
Segue o curso do luar,
E entre raízes antigas,
Vai de novo germinar.
Na floresta, o ser floresce,
O espírito permanece,
Num eterno despertar.
Ywymara’Ey é abrigo,
Do guerreiro e da criança,
De quem semeou bondade,
E viveu com esperança.
É morada de equilíbrio,
Entre o medo e o delírio,
Da natureza e sua dança.
E assim, a vida sagrada,
Revela o ciclo profundo:
Do barro, ao pó, à lembrança,
Volta o ser ao mesmo mundo.
Natiankié é verdade,
Que une em eternidade
O humano e o ser fecundo.
🌞 Capítulo II – No Reino do Duaat: A Travessia Egípcia
Do Nilo nasce o mistério,
Que brilha ao luar distante,
Entre templos e pirâmides,
Paira o sopro do amante.
Duaat é o grande espelho,
Que reflete o sol vermelho
Do espírito navegante.
Osíris, juiz do além,
Espera com justa mão,
Que o coração seja leve
E puro na intenção.
Na balança do destino,
Quem foi justo no caminho
Ganha o peso da salvação.
O livro dos mortos guia
As sendas da travessia,
E o morto, ao ser julgado,
Busca a Ma’at em harmonia.
Pois só quem tem dentro a paz,
Acolhe a vida que traz
A eterna sabedoria.
Sob o barco da manhã,
Rá renasce em esplendor,
E conduz os navegantes
Ao reino do novo ardor.
Cada estrela é testemunha,
Da jornada que se insinua
No brilho do seu fervor.
Os portais se abrem lentos,
Guardados por leões de ouro,
O falecido atravessa,
O silêncio e o tesouro.
Entre deuses e serpentes,
As almas são persistentes,
Em busca do seu decoro.
O coração, se é pesado,
É entregue a Ammit voraz,
Monstro de forma terrível,
Que devora quem não faz
Da justiça seu caminho,
Do bem seu doce vinho,
Da verdade o seu cartaz.
Mas se leve for o peito,
E sincera a compaixão,
O falecido atravessa
O portal da redenção.
E nas margens do luar,
Vai com Ísis repousar,
No abraço da criação.
O Duaat não é castigo,
É espelho e é lição,
É a rota da consciência,
É o fruto da ação.
Cada alma é navegante,
Do princípio ao instante,
Da queda à ascensão.
Assim, o Egito ensina,
Que a morte é renascer,
Que o sol, ao fim da tarde,
Volta sempre a florescer.
Duaat é o ventre vivo,
Do eterno ciclo altivo,
De morrer pra reviver.
⚜️ Capítulo III – Campos Elísios: O Repouso dos Heróis
Na Grécia o vento murmura,
Entre colunas de luz,
E os deuses moldam o tempo
Com a pena que seduz.
Nos Campos Elísios dormem
Os heróis que se transformem
Nas canções que Zeus conduz.
Lá não há dor nem guerra,
Nem lamento ou solidão,
Somente a brisa serena
Traz paz ao coração.
O justo colhe o que planta,
E em jardins de vida santa
Floresce a recordação.
Os rios correm suaves,
Com perfumes de loureiro,
E o canto das musas soa
Com timbre verdadeiro.
As ninfas dançam contentes,
E Apolo, em luz crescente,
Faz do céu seu ateliê inteiro.
Quem ali chega é guiado
Por Hermes, o mensageiro,
Que conduz com leve passo
O espírito forasteiro.
E no campo da harmonia,
Tudo é brilho e poesia,
Tudo é sonho verdadeiro.
Os guerreiros e poetas
Partilham o mesmo altar,
Entre vinhos e lembranças,
Entre o rir e o meditar.
O destino se dissolve,
E a alma livre se envolve
Com o eterno despertar.
Os Elísios são morada
Da virtude e do valor,
Do gesto nobre e sincero,
Da amizade e do amor.
É onde o tempo se apaga,
E a memória se propaga
Como um hino ao Criador.
Mas nem todos lá repousam,
Somente os de coração,
Que serviram à justiça
Com pureza e devoção.
Pois quem viveu em verdade,
Encontra felicidade
Na divina imersão.
E assim, os deuses guardam
O campo do merecer,
Onde o humano é divino
E o divino sabe ser.
Pois viver com retidão
É, ao fim, a salvação,
No eterno florescer.
⚔️ Capítulo IV – Valhalla: A Glória dos Bravos Eternos
Ao Norte, o trovão ressoa,
Entre montes de cristal,
E o vento sopra coragem
Sobre o campo boreal.
Valhalla é o grande abrigo,
Do guerreiro destemido,
Que lutou no bem e no mal.
Lá, Odin ergue o banquete,
Com escudos e canções,
E as Valquírias descem leves
Guiando os corações.
Quem tombou em dura guerra,
Ganha abrigo e nova terra
No salão das gerações.
As lanças brilham em ouro,
Os corvos cantam no céu,
E os heróis se cumprimentam
Sob o eterno carrossel.
Thor levanta seu martelo,
E o trovão, firme e belo,
Rasga o espaço em seu papel.
Cada aurora traz combate,
Mas sem ódio ou punição,
Pois lutam só pela honra,
Não por sangue ou dominação.
Após cada duelo ardente,
Há banquete e riso quente,
No festim da gratidão.
As taças transbordam vinho,
As risadas ecoam livres,
E os bardos, com suas harpas,
Fazem cânticos incríveis.
Pois morrer em valentia
É nascer em alegria,
Nos salões dos céus possíveis.
No Valhalla o tempo cessa,
Mas o espírito não dorme,
Pois prepara o novo dia
Em que a paz se transforma.
Ragnarök é a promessa,
De que a vida recomeça
No ciclo que nunca deforma.
As Valquírias são guardiãs,
Do destino e da memória,
Escolhem com olho justo
Quem merece entrar na glória.
E o bravo que foi leal,
Recebe o bem final,
Da coragem e da história.
Valhalla é mais que um reino,
É a lição da superação,
De que a vida e a morte
São faces da união.
Quem lutou sem vaidade,
Ganha a eternidade,
Como filho da amplidão.
E o trovão, quando ecoar,
No horizonte boreal,
Lembra os povos e os guerreiros
Do poder espiritual.
Pois coragem é o tesouro,
Mais valioso que o ouro,
No mundo celestial.
🌙 Capítulo V – Sheol e Gan Eden: Entre Sombra e Luz Divina
Do Oriente ecoa o cântico,
Das tribos de Israel,
Que viram o céu em mistério,
E o pó feito de papel.
Sheol foi o nome antigo,
Da morada e do abrigo
Do justo e do infiel.
No Sheol não há distinção,
Entre sábio ou pecador,
Pois todos, ao pó voltando,
São iguais diante do Criador.
É silêncio e é lembrança,
É repouso, é esperança,
Do perdão e do amor.
Ali a alma descansa,
Sem tormento ou punição,
Apenas sente o tempo
Calar o coração.
É o ventre da espera,
Que o eterno considera
Como doce expiação.
Mas com o passar das eras,
Surge o brilho mais sereno,
Gan Eden, o jardim santo,
De perfume puro e pleno.
É o lar dos que viveram
Com amor e que souberam
Ser luz no bem terreno.
Gan Eden é promessa
De pureza e recompensa,
Onde a alma se renova,
Livre de toda sentença.
Ali os rios são claros,
Os frutos, raros e caros,
E a paz vence a descrença.
Os justos andam em graça,
Com vestes de claridade,
Cercados de anjos suaves,
Em eterna fraternidade.
O olhar do Eterno acena,
E a alma, pura, serena,
Sorri na imensidade.
Sheol e Gan Eden juntos,
São faces do mesmo sol,
A sombra que se converte
Em luz, no eterno rol.
Um é sono e esquecimento,
Outro é o renascimento,
Da vida após o arrebol.
Assim, o povo hebreu canta,
A aliança e o perdão,
Crendo que o bem é a ponte
Para a libertação.
Pois mesmo o que se arrepende,
Ao fim, o Eterno entende
E acolhe em compaixão.
E no som das sinagogas,
Entre prece e tradição,
O Sheol perde o seu medo,
O Éden ganha expressão.
Ambos são a trajetória
Do espírito em sua glória,
No ciclo da Criação.
🍀 Capítulo VI – Tír na nÓg: O Jardim dos Tuatha Dé Danann
No ocidente das brumas,
Onde o vento fala em flor,
Surge a terra encantada,
Tír na nÓg, reino de amor.
Lá o tempo não existe,
E a juventude persiste,
Como eterno resplendor.
Os celtas guardam o mito
De um povo que não morria,
Os Tuatha Dé Danann,
Sábios de antiga magia.
Com harpas e melodias,
Eles moldam alegrias,
Entre aurora e calmaria.
Tír na nÓg é pureza,
É o brilho da manhã,
Onde a alma se renova
Na dança celta pagã.
É o sonho que não se apaga,
A canção que nunca vaga,
Na colina de Dana.
Os mares são transparentes,
As flores, de prata e mel,
Os cavalos correm livres
Sob um eterno véu.
E o viajante que chega,
Sente a alma que navega
Entre o mundo e o céu.
O tempo ali se dissolve,
Não há idade ou ferida,
Quem ama nunca envelhece,
Nem conhece a despedida.
O coração, feito chama,
É quem dita a trama
Do renascer da vida.
Os deuses dançam na névoa,
Com os bardos e guerreiros,
E a lua, com seu toque,
Pinta céus inteiros.
Cada estrela é lembrança,
Do poder da esperança
Nos caminhos derradeiros.
Mas Tír na nÓg não é fuga,
É união e comunhão,
É o sonho de quem procura
Paz, amor e conexão.
É a vida em plenitude,
A fé, a juventude,
Do sagrado coração.
Os Tuatha guardam a chama,
Que brilha em cada mortal,
Pois o espírito que ama
Vence o ciclo desigual.
E o homem, em sua essência,
Torna a luz, consciência,
Do destino universal.
Assim termina o caminho,
Dos povos e seus altares,
Mas cada morada ensina
Que há pontes e lugares.
Que o céu, em muitas cores,
Reúne os mesmos amores,
De tantos seres e mares.
🕊️ ENCERRAMENTO
(O Ciclo da Eternidade Retorna à Luz)
I
O vento canta nos montes, o rio torna a correr,
A vida roda em espiral, no eterno amanhecer.
Da semente brota o tempo, no chão do coração,
E o verbo antigo desperta nas vozes da criação.
II
Natiankié se despede com perfume de jasmim,
Ywymara’Ey abençoa o caminho do sem-fim.
O saber dos ancestrais se entrelaça à nova era,
Onde o espírito é raiz e a alma é primavera.
III
Cada povo, cada rito, cada fé que se renova,
É centelha do mistério que o amor novamente prova.
Entre o Egito, o Valhalla e o Éden da recordação,
Tudo vive no reflexo da grande reencarnação.
IV
Que o homem aprenda o ciclo, sem julgar o que é alheio,
Pois a chama é uma só, ainda que mude o seio.
A verdade não é muro, mas vento que atravessa,
Aplainando o orgulho e exaltando a pureza.
V
E assim termina o cordel, mas o canto não se finda,
Pois o verbo, como o sol, tem a alma que ainda infinda.
Entre sombra e claridade, entre o pó e o amanhecer,
O mistério do divino é viver para aprender.
🌺 EPÍLOGO POÉTICO
(O Poeta e o Eterno Retorno)
I
Na beira do rio antigo, sentei-me a meditar,
E o tempo veio ao meu lado, disposto a conversar.
Falou-me de muitas eras, de mundos que já se foram,
De almas que se encontraram e de sonhos que ainda moram.
II
Vi o Sheol e o Éden juntos, como faces de um cristal,
O inferno e o paraíso, num mesmo portal.
Vi os deuses conversando sob um céu de aurora fina,
E o sopro da Mãe-Terra chamando à disciplina.
III
O poeta não termina — apenas muda o tom,
Pois seu canto é oferenda ao Mistério e ao Som.
Cada verso é uma ponte que o espírito atravessa,
Levando um pouco de luz a quem da luz se esqueça.
IV
E quando o livro se fecha, e a noite chega serena,
A lua se debruça na página pequena.
Lá, em letras de ouro, o vento quer escrever:
“O amor é o alfa e o ômega do saber.”
📜 NOTA DE FONTES
(Bibliografia Rimada e Harmonizada ao Canto Final)
I
Das margens do Eufrates, ouvi o canto sumério,
Com Kramer e Leick guiando o mistério.
De lá vieram os mitos — raízes da lembrança,
Que abriram o portal da ciência e da esperança.
II
No Egito, luz e sombra se casam na verdade,
Assmann revela o rito e a eternidade.
Entre papiros e templos, o Duaat me chamou,
E Anúbis silencioso o caminho revelou.
III
Dos gregos, veio o sopro — campos cheios de brisa,
Com Hesíodo e Homero na lira que eterniza.
Vernant explicou o mito, e Burkert deu o sinal:
“Cada rito é espelho do bem e do mal.”
IV
Do Norte, ouvi o trovão do martelo retumbando,
Snorri Sturluson, nas sagas, me guiando.
Valhalla ergue-se em versos de honra e de clarão,
Eliade o interpretou — no mito, a renovação.
V
Dos hebreus, luz e sombra — Sheol e o Éden florescem,
Na Bíblia e no Talmude os caminhos se tecem.
Scholem soprou cabala, e Neher iluminou,
O anjo e o barro se encontraram, e o homem despertou.
VI
Na Irlanda, o verde canta, com fada e guerreiro,
MacCulloch e Joyce descrevem o roteiro.
Tír na nÓg é promessa — a terra da juventude,
Onde o mito se renova na etérea plenitude.
VII
E na alma do poeta, tudo isso se uniu,
Na canção que da floresta ao cosmos se fundiu.
Que o leitor, ao fechar estas páginas, perceba:
Toda crença é caminho, e toda vida é seiva.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Guardião da Palavra e do Tempo
Porto Real do Colégio – Alagoas, Brasil
🪶 FICHA TÉCNICA POÉTICA
Título completo: MORADAS ESPIRITUAIS: Fusões de Mundos e Culturas
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Gênero: Cordel-Livro Ilustrado (Filosófico, Mitológico e Espiritual)
Edição: Primeira Edição Poética – 2025
Local: Porto Real do Colégio, Alagoas, Brasil
Ilustração digital (sugerida): Imagem realista 3D – “O Caminho de Conexão dos Mundos”
Arte e composição digital: ChatGPT (assistente virtual do autor)
Coordenação poética: Nhenety Kariri-Xocó
Edição e formatação: Estrutura tradicional de cordel com métrica e rima de setilha
Publicação: blog "KXNHENETY.BLOGSPOT.COM – A Voz da Terra e do Tempo”
Licença: Livre para fins culturais, educativos e espirituais, com menção ao autor.
🌎 EPÍLOGO FINAL
“De todos os reinos que percorri,
o mais profundo foi o do coração.
Pois nele mora o princípio e o fim —
o mundo que habita em toda criação.”
🌌 QUARTA CAPA POÉTICA
MORADAS ESPIRITUAIS: FUSÕES DE MUNDOS E CULTURAS
Por Nhenety Kariri-Xocó
Nas moradas do espírito, onde o tempo é semente,
Cruzam-se povos, crenças e destinos reluzentes.
Do Natiankié ao Olimpo, do Duaat à Nova Jerusalém,
Caminhos de luz se entrelaçam, onde o sagrado vai e vem.
O autor — filho da terra Kariri-Xocó,
traz em versos o eco de antigos avós.
Sua pena é ponte entre mundos distantes,
onde o humano e o divino dançam vibrantes.
Aqui, o leitor atravessa portais sutis,
entre mitos celtas, egípcios e tupi-guaranis.
Descobre que morrer é apenas mudar de estação,
e que o eterno habita no coração.
Um cordel que une filosofia, memória e tradição —
nascido do encontro entre povos e constelação.
“Cada morada é uma canção do infinito,
cada cultura, um reflexo do mesmo espírito.”
🌿 SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó é poeta, contador de histórias oral e escrita, pesquisador das tradições espirituais e culturais dos povos originários.
Filho do povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL), dedica sua obra à harmonia entre os mundos, à preservação da memória ancestral e à valorização do conhecimento espiritual universal.
Suas criações unem a sabedoria dos antigos ao poder da palavra rimada, transformando o cordel em portal de sabedoria viva.
✨ SOBRE A OBRA
“Moradas Espirituais: Fusões de Mundos e Culturas”
é um convite ao despertar interior.
Um livro de cordel que transcende fronteiras,
onde cada estrofe é uma travessia luminosa
entre o sagrado indígena, o mistério egípcio,
a honra nórdica e a serenidade celta.
Aqui, o céu e a terra se reencontram —
e a poesia é a estrada de luz que os une.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
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