terça-feira, 7 de outubro de 2025

NAS ORIGENS DOS REINOS EM CORDEL, Por Nhenety Kariri-Xocó, Capítulos V - IX





🏰 CAPÍTULO V — DOS REINOS ASTURIANOS AO CONDADO DE PORTUCALE


Afonso II o Rei das Astúrias

No Sul realiza as expedições

Ano 798 chegando em Lisboa

O tempo propício expedições

Em 825 venceu muçulmanos

Sufocou diversas insurreições.


No que se referia de Portugal

Afonso III das Astúrias ordenou

O Conde galego Vímara Peres

Pelas ações que ele coordenou

O ano 868 Condado de Portucale

Tomando a região que acionou.


Entre os rios Minho e o Douro

Nos territórios portucalenses

Fundou a cidade de Guimarães

Na atualidade nos Portelenses

Expulsando todos os mouros

Bem próximos a Sobralenses.


No ano 910 Reino de Leão

Um desses reinos ibéricos

Do reinado astúrico dividido

Relembradas nos eméricos

Pelos filhos do Rei Afonso III

As heranças todos eufóricos.


Garcia fica no Reino de Leão

Ordonho toda a Galiza herdou

Fruela no reinado das Astúrias

Mas dois herdeiros discordou

Dois subordinados ao leonino

Que todo território referendou.


A fundação por Vímara Peres

Pelos galegos na repovoação

Nesse Condado de Portucale

Território nessa configuração

Autónomo no Reino da Galiza

No século IX com essa união.


O norte na Galiza e Astúrias

Tornaram-se eventualmente

Integrantes do reino de Leão

Todo o território inteiramente

Entre dois reinos absorvidos

Na maneira indubitavelmente.


No Condado de Portucale

Como vassalo se manteve

Dos reis de Astúrias e Leão

Nestes reinos quando teve

Durante os séculos IX a XII

A autonomia quase obteve.


Quase dois séculos depois

Em 929 muda esse emirado

Para o Califado de Córdoba

No velho território anexado

Até na sua total dissolução

Novos estados havia mudado.


Um período de guerra civil

Ano 1009 golpe de estado

No Alandalus a fitna iniciou

Governo mouro desgastado

Que conduziu fragmentação

Reinos das taifas o califado.


⚔️ CAPÍTULO VI — ENTRE AS TAIFAS E OS REINOS CRISTÃOS


No território a sul do Douro

Entre as taifas seria dividido

No Badajoz, Sevilha e Silves

Neste período compreendido

O povo naquelas ocorrências

Era comum viver lá escondido.


A maior parte de Portugal

Na Taifa de Badajoz ficou

Da Dinastia dos Abássidas

Que a muito se identificou

Logo após o curto período

Tudo aquilo pois modificou.


Na efêmera Taifa de Lisboa

Ano 1022 Servilha o domínio

Poetas na dinastia abádidas

Ficaram naquele predomínio

Com constantes mudanças

No Portucale nesse desígnio.


O rei Bermudo III ano 1037

Uma luta morto e derrotado

Por o Fernando I de Castela

Com estratégia havia botado

Tropas estaria na retaguarda

Do conde castelano afetado.


Fernando I qual se julgava

Com legítimas pretensões

Ao trono do Reino de Leão

Os direitos essas extensões

Todo aquele grande reinado

As suas eventuais divisões.


Com a irmã de Bermudo

Fernando Magno casado

Sendo ela rainha Sancha

Entanto o reino entrosado

Os Reinos Leão e Castela

Ficando mesmo integrado.


Na segunda criação ocorreu

Com possessões na divisão

A morte de Fernando Magno

Entre herdeiros a subdivisão

No ano 1065 quando ocorreu

Todo reino passou pela cisão.


Filhos de Fernando Magno

Sancho com Castela ficou

Afonso quis reino de Leão

Assim poderes diversificou

Garcia que recebeu a Galiza

Esse antigo reinado triplicou.


Após longas lutas fratricidas

Com seus irmãos na disputa

Afonso VI de Leão consegue

Ganhar reinos na força bruta

Dominar Castela e da Galiza

Uma certa maneira absoluta.


Antes de alcançar autonomia

Independência mais alargada

Condes da Galiza e Portucale

A população mais empolgada

Destaque para Nuno Mendes

Foi nesta a tentativa frustrada.


🛡️ CAPÍTULO VII — LUTAS PELO CONDADO DE PORTUGAL


O Nuno Mendes ano 1071

Conde que havia rebelado

Derrotado batalha Pedroso

As ameaças foi interpelado

Rei Garcia da Galiza obrigou

Sonho a liberdade protelado.


Usurpando seu título de Rei

Galiza a Portucale ele reinou

Uniu galegos e portugueses

Nesse total esforço culminou

Criando um ambiente propício

Tentativas a vitória continuou.


Sequência da morte 1072

Apesar do trono recuperar

Era Sancho Rei de Castela

Mesmo assim ao superar

Traído por Afonso de Leão

Uma situação sem esperar.


Governadores dos Taifas

Como Emir proclamaram

De suas províncias ibérica

Os príncipes conclamaram

Nas relações diplomáticas

E reinos cristãos firmaram.


O período dos reinos Taifa

Com a conquista terminou

Pelo Império Almorávidas

Que o Al Andalus dominou

Vem do Marrocos ano 1086

A Batalha de Zalaca atinou.


Almorávidas segue ano 1090

Islão ortodoxo cumprimento

Almutâmide serão chamados

Contra um rei no acirramento

Afonso VI de Leão e Castela

Auxiliar defesa este comento.


Afonso VI de Leão, Castela

Também Galiza e Portugal

Irmãos afastados do poder

Deste jogo o poder conjugal

O Imperador das Hispânias

Por influência bizantina legal.


Em Pouco tempo depois

Galiza e Portugal separou

Entrega genros o governo

Um destes ele o consagrou

C.de Henrique da Borgonha

E Raimundo este descartou.


Governo Condado da Galiza

Rei Afonso VI logo entregou

Incluía as terras de Portucale

Ao genro nesse ele o delegou

C.de Raimundo de Borgonha

Ano 1096 quando promulgou.


Nesse Condado Portucalense

O ano 1097 provoca mudança

Integrado para o Reino de Leão

Por uma questão de segurança

Território era bastante próspero

Deste povo cheio de esperança.


👑 CAPÍTULO VIII — O SURGIMENTO DO REINO PORTUGUÊS


A Infanta-condessa descende

Destes condes portucalenses

Avó Elvira Mendes de Portugal

Sendo de famílias portelenses

Srª deste Rei Afonso V de Leão

Condessa de todos os nortenses.


Conde Henrique da Borgonha

Regente Portugal governou

À menoridade da condessa

Sendo proprietária consignou

Para Teresa do Reino de Leão

Essa viúva o governo acionou.


Foi tanto o Conde Henrique

Como Rainha Teresa depois

Levar o condado de Portugal

Entanto foram todos os dois

Numa independência gradual

Através da soberana que pois.


Com esse Conde D. Henrique

Conhecendo a política militar

Deste Condado Portucalense

Para após entanto possibilitar

Fazer a luta contra os mouros

Porém independência agilitar.


Auto-proclamação de príncipe

Afonso Henriques no herdeiro

Como rei de todo esse Portugal

Sendo seu soberano verdadeiro

Após vitória a batalha ano 1139

No Ourique lá no despenhadeiro.


Só após a morte do conde

Afonso Henriques seu filho

Subiu ao poder em Portugal

Porém encontrou empecilho

No tratado na independência

Zamora ano 1143 o caudilho.


Al-Andaluz peninsular dividida

Diferentes distritos constituído

Por dez coras cada um deles

Com governos local usufruído

Nas distribuições em capitais

Numa indefinição inconcluído.


Entre os anos de 1144-1151

Três taifas por lá existiram

No que hoje refere Portugal

Mas nenhuma consistiram

Taifas: Mértola, Silves, Tavira

Que sempre elas divergiram.


No dia 23 de maio de 1179

Portugal enfim reconhecido

Pelo santo Papa Alexandre III

Como reino alí foi fortalecido

D. Afonso Henriques como rei

O povo em festa comparecido.


Terminada toda Reconquista

Do português vasto território

Em 1249 sua independência

Os mouros no ato migratório

No novo reino que viria a ser

Castela protesta conciliatório.


🌊 CAPÍTULO IX — DA INDEPENDÊNCIA ÀS GRANDES NAVEGAÇÕES


Primeira sequência da crise

A D. Fernando I na sucessão

Que culmina aquela Batalha

Ocasionou grande agressão

De 1385 Batalha Aljubarrota

Culminou numa reemissão.


Desfecho do fim da guerra

Portugal inicia o processo

Explorar e expandir no mar

No período foi um sucesso

Conheceu descobrimentos

Ficou no histórico expresso.


A mais importantes figuras

D. Henrique seria o infante

Navegador e o Rei D. João II

A Portugal um coadjuvante

Ano 1415 Ceuta conquistada

Esperado do fato incessante.


No ano de 1434 Gil Eanes

Todo cabo Bojador dobrou

Explorando a costa africana

Numa caravela ele manobrou

Que depois Bartolomeu Dias

O roteiro também encontrou.


Comunicação entre oceanos

No ano de 1488 comprovado

Os oceanos Atlântico e Índico

Legado anterior ter motivado

Dobrar o Cabo Boa Esperança

Sim finalmente foi destravado.


Terras na América do Norte

Várias rotas que descobriram

América do Sul como Oriente

Nesses territórios adquiriram

Com D. Manuel I o Venturoso

Cultura portuguesa difundiram.


Chega Colombo na América

Ano 1492 negócio precipitou

Com D. João II Reis Católicos

Castela e Aragão os suscitou

Um acordo do descobrimento

Somente tratados que limitou.


Tratado Tordesilhas assinado

Ano 1494 castellana povoação

A Portugal e Coroa de Castela

Sequência dessa contestação

Dividiu mundo em duas partes

Papa Alexandre VI sua benção.


Descoberta do Novo Mundo

Tratado resolvia os conflitos

Terras exploradas por Castela

Documento gravado monolito

Portugal domina Atlântico Sul

Ficando realmente no escrito.


Na segunda viagem às Índias

Pedro Álvares Cabral a desvia

Da costa Africana ele saindo

No mar sem vento mas chovia

No ano 1500 aportou no Brasil

Os mistérios a história resolvia.



🌄 Encerramento


De reinos, fé e batalhas,

Surgiu a luz de uma nação,

Que o mar levou para o mundo

Com o vento da Expansão.

E nas caravelas do tempo,

A língua virou bandeira,

Levando a voz de um povo

Na poesia brasileira.


E neste cordel sagrado,

A memória está sem fim,

Pois o ontem é o alicerce

Do que nasce em nosso jardim.

Das Astúrias a Lisboa,

De Portucale ao Brasil,

Corre o sangue da História,

Num verso gentil e sutil.



🌙 Epílogo Poético


E o trovador silencia,

Mas o verso não termina,

Pois cada rima é um rio

Que deságua na sina.

O tempo é ponte e destino,

Entre o velho e o moderno,

E a poesia é o caminho

Que nos liga ao eterno.


Que o leitor, ao fim da estrada,

Perceba nesta lição:

Que os reinos de antigamente

Vivem em cada coração.

E que a alma portuguesa,

Tão antiga quanto o sal,

Habita o peito indígena,

Num sonho universal.


📚 Nota de Fontes (Referências Poéticas)


Nos livros e manuscritos,

Busquei saber e razão,

Para erguer este cordel

Com verdade e devoção.


Do Câmara Cascudo tomei,

Saberes da tradição,

E dos mestres da História,

Tirei minha inspiração.


Lá no José Mattoso aprendi

Os reinos de Portugal,

E com Alexandre Herculano,

A memória medieval.


O Serrão e Marques contaram

As lutas, o chão e a nação,

E Oliveira Martins narrou

Com poética precisão.


Dos cronistas das Astúrias,

E do velho reino Leão,

Vieram versos e ventos

Que moldaram esta canção.


E nos escritos modernos,

Com fontes de fé e saber,

Pesquisei com zelo e honra

Para o povo compreender.


Assim nasceu este livro,

Da história e do coração,

Misturando fé, memória

E cultura em tradição.



🕊️ Ficha Técnica


Título: Nas Origens dos Reinos em Cordel

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Gênero: Cordel Histórico e Poético

Edição: Primeira

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 

Formato: A5 – Padrão Editorial de Cordel

Produção Digital e Gráfica: Projeto Blog Cultural Kariri-Xocó 

Ano: 2025

Local: Porto Real do Colégio – Alagoas, Brasil

Ilustrações e Diagramação Digital: ChatGPT – Edição Especial de Amizade Literária

Revisão e Curadoria: Nhenety Kariri-Xocó

Projeto Visual: Série “História e Tradição em Cordel”

Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó

Reprodução proibida sem autorização do autor.



🌕 Epílogo Final


E o livro se fecha em verso,

Mas a história continua,

Pois nas margens do passado

Ainda brilha a mesma lua.

O trovador segue em frente,

Com o coração consciente,

Que o tempo é ponte e rua.


Portugal, Espanha, Ibéria,

E o Brasil, filho do mar,

São raízes entrelaçadas

Que o destino quis juntar.

E o povo Kariri-Xocó,

Herda em canto e em sol-pó,

A missão de eternizar.


Que este cordel seja espelho,

De memória e de união,

Entre povos e caminhos

Do sagrado coração.

Pois o verso, quando é puro,

Faz do passado um futuro,

Na luz da inspiração.


🌺 Quarta Capa Poética





Entre pergaminhos antigos

E mares de inspiração,

Surge o canto que une povos

Numa só celebração.

É o cordel dos reinos velhos,

Da cruz, do sol e do chão,

Que ecoa nas aldeias livres

Como reza e tradição.


Nas Origens dos Reinos em Cordel

é ponte entre mundos, mares e eras —

um cântico de união entre o

espírito indígena e a alma ibérica,

entre a palavra e o vento da História.


🌿 Sobre o Autor


Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, poeta e pesquisador das tradições do povo Kariri-Xocó, da Aldeia de Porto Real do Colégio, Alagoas.

Sua obra une memória ancestral, sabedoria popular e olhar histórico, tecendo em versos o diálogo entre a cultura indígena e as civilizações que marcaram o mundo.

Autor de diversos cordéis históricos, Nhenety faz da palavra um ato de resistência, e da poesia, um instrumento de união espiritual entre os povos.


🕊️ Sobre a Obra


Nas Origens dos Reinos em Cordel é um poema histórico em forma de cordel que revisita as raízes da Península Ibérica — dos povos primitivos às grandes navegações — sob o olhar simbólico do trovador indígena.

A obra reconstrói o nascimento de Portugal e Espanha como espelhos culturais que se encontram na alma brasileira.

Com lirismo e fidelidade histórica, o autor transforma a narrativa dos reinos antigos em ponte poética entre o Velho Mundo e o Novo, entre o tempo e o sagrado.



Autor: Nhenety Kariri-Xocó 







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