Capítulo V: O Sertão Consagrado e a Fé do Povo Nordestino
Como neste baú de valores
O nordeste ficou sintetizado
Que o Luiz Gonzaga cantou
Num centro bem urbanizado
Serão as narrativas verídicas
Neste sertão mais divulgado.
Na época que Gonzaga vivia
Esse forró seria desconhecido
Foi assim baião, xote, xaxado
Não haveria nada tão parecido
Após caminhar todo o sudeste
Tudo ficando mais esclarecido.
Personificando o sertanejo
Das ambiguidades políticas
Na sua devoção aos santos
Com pessoas pobres e ricas
Numa cultura de nosso povo
Sempre aquelas autocríticas.
No modo nordestino de ser
Afirmando com a dignidade
Da história por ele contada
Naquela grande humildade
Sertanejo tem voz na música
Agora canta nossa Majestade.
As romarias nas procissões
Que sua música documentou
Uma trajetória de fé e oração
O Luiz Gonzaga incrementou
No repertório as celebrações
Litúrgicas que ele apresentou.
Padre Cícero e o Frei Damião
Compondo contos e benditos
Os reais santos do nordestino
Todas bênçãos nos vereditos
Edificando as almas sofridas
Pobres na fome sempre aflitos.
Com o Luiz Gonzaga seu Lula
Fazendo a maior festa junina
Nessa dimensão onde chegou
Esplendor a cultura nordestina
Arrais de grande porte e fama
Ser Rei do Baião era sua sina.
Retratou paisagens da seca
Da poesia trágicas do sertão
Migrações com os retirantes
Saudades no Pajeú e riachão
Na terra natal muito querida
De Exu do Araripe sua região.
Forró popularizou-se no Brasil
Com nordestinos na migração
Foram a outras regiões do país
A cultura estava em integração
Para outro eixo Rio e São Paulo
Chega Brasília capital da nação.
No forró teve reis e rainhas
Nesse mundo maravilhoso
Vou citando os nomes deles
Porque parece mais famoso
Sem esquecer das mulheres
Com o seu som harmonioso.
Capítulo VI: Reis e Rainhas do Forró: Vozes que Encantam o Brasil
Destacando vários artistas
Discografia principalmente
Jackson do Pandeiro 1960
Sua obra o título não mente
Considerado “O Rei do Ritmo”
No forró dançou muita gente.
Entre as mulheres Marinês
Uma artista pernambucana
Convidada por Luiz Gonzaga
Para o Rio pela Copacabana
Coroada “Rainha do Xaxado”
Agora o forró ficou bacana.
Clemilda cantora alagoana
A música fez longa carreira
Considera “Rainha do Forró”
Gerson Filho a companheira
Estourou o sucesso na rádio
Com sanfoneiro de primeira.
No termo “forró pé de serra”
Chegando na origem serrana
Vem das festas lá do Araripe
Dessa região pernambucana
Por muito tempo de Januário
O lugar montanhoso bacana.
Expressão de Luiz Gonzaga
Falemos o local relacionado
Desse Pé da Serra do Araripe
Que inspirou o som cantado
Na letra “No meu pé de Serra”
Assim nesse do jeito gravado.
Desses gêneros musicais
Citamos outra celebridade
Animado Alcymar Monteiro
Reinando outra Majestade
Afirmando no “Rei do Forró”
Já conhecido na sociedade.
Considerando o Flávio José
No compositor e sanfoneiro
Reconhecido o “Rei do Xote”
Tocando neste Brasil inteiro
Com as músicas tradicionais
Assume parada em primeiro.
Complementando os ícones
Categoria forró instrumental
Apresentando “O Rei do Pife”
A nossa cultura fundamental
Como o músico João do Pife
O grande artista monumental.
Tocou com Coroné Ludugero
Onde João do Pife fez carreira
A galeria do Forró Pé de Serra
Tocando o pífano na forrozeira
Mais Gonzagão “Rei do Baião”
Dominguinhos sua derradeira.
O Luiz Gonzaga no ano 1964
Comprou terrenos de criação
Fica nesse município de Exu
Com um sonho na realização
Chamado Parque Asa Branca
Este lugar de sua habitação.
Capítulo VII: Asa Branca e a Eternidade do Rei do Baião
No terreno o “Rei do Baião”
Construiu casas e pousada
Para ele e seu pai Januário
Recebendo toda forrozada
Morando até o final da vida
O forró tem nova rapaziada.
A sua casa do Rei do Baião
Dos locais o mais visitados
Haveria Museu e Mausoléu
Velhos tempos recordados
Percebemos como tudo era
Seus bens ali organizados.
Já no final da década 1970
Novos símbolos utilizados
Artistas do Trio Nordestino
Com o toque mais refinado
Bateria e guitarra elétrica
Num forró mais incorporado.
O destaque o Trio Nordestino
Estourando todas as paradas
Do autêntico Forró Pé de Serra
Pelo público sendo adoradas
Com Lindú, Cobrinha e Coroné
Suas músicas referenciadas.
Nos meados década 1980
Forró eletrônico originado
Agregando num axé music
O estudo teria solucionado
Do eletrônico ao tradicional
Por onde estar aproximado.
Ano 1984 Gonzaga introduz
Os padrões do forró original
Bateria, guitarra com o baixo
Sem sair do estilo tradicional
Pelo menos nas gravadoras
Era uma questão o opcional.
Outro foi Jorge de Altinho
Havia realizado mudança
Introduziu mais os metais
Modernizando toda dança
Sendo no forró urbanizado
São João aquela festança.
No forró eletrônico iniciando
Ano 1990 subgênero originou
Mesclou estilos e tradicionais
Também chamado estilizado
Misturando gêneros musicais
Tudo mais bem sistematizado.
As influências do rock, pop
Discernindo o ritmo original
Saindo sertanejo, axé music
Numa mudança sensacional
Sem esquecer as lambadas
Nesse contexto do funcional.
Com nova vertente do forró
Sem a zabumba tradicional
No lugar chegou o saxofone
Em destaque muito especial
O som real ou nota de efeito
Fazendo todo seu referencial.
Capítulo VIII: O Forró Moderno e a Eternização da Cultura Nordestina
Seria a cidade de Fortaleza
Onde todo gênero originou
Bandas fazendo nos bailes
A lambada que revolucionou
Vários estilos eram tocados
Desta maneira caracterizou.
Com Eliane fez a tal ruptura
Entre o moderno tradicional
“A Rainha do Forró Eletrônico”
Considerada no preferencial
Romantismo da música pop
Sensualizou gênero original.
Ficando como forró eletrônico
A crítica pelos conservadores
Incita a apologia ou tecnologia
Arte também dos sonhadores
Retornando passado ao futuro
A cultura muda consumidores.
Entre os anos 1990 a 1994
Com as bandas precursoras
Mastruz com Leite, Aquárius
Saindo as músicas difusoras
Foi o Mel com Terra e Styllus
No nordeste as promissoras.
O grupo Mastruz com Leite
Entretanto a banda pioneira
A “Mãe do Forró Eletrônico”
Com este gênero a primeira
Regravando outras músicas
De amor na festa brasileira.
Banda Magníficos ano 1995
Sucesso do forró romântico
Calcinha Preta o mesmo ano
Vocal Daniel Diau um titânico
Já o Limão com Mel e Caviar
Com Rapadura mais sinfônico.
A partir dessa geração 2000
Chegando estilo Forronerão
Com Banda Brasas do Forró
Vem ganhando um dinheirão
Desejo de Menina e o Aviões
Do Forró que acompanharão.
Esse foi mesmo o período
Surge o Forró Universitário
Como o Grupo Falamansa
Nesse subgênero musicário
Revive no estilo pé de serra
Coloca sudeste no cenário.
Entre os anos 2005 a 2009
Música muda radicalmente
Saia Rodada no Forró Miúdo
Crescendo gradativamente
Canções num duplo sentido
Dispara consumo realmente.
O Wesley Safadão ano 2015
Aviões do Forró referências
Um modelo contemporâneo
Músicas e outras aparências
Os novos artistas aparecendo
Culturas suas sobrevivências.
Forró expandindo no mundo
Permanece para posteridade
Cada gênero com rei e rainha
Existe a sua pura majestade
De evoluir novas roupagens
Foi deixando toda a saudade.
🎶 Encerramento
O tempo gira e renova
O som da sanfona sagrada,
Entre reis, rainhas e mitos
A cultura foi preservada.
Cada acorde no espaço
Ecoa uma história encantada.
E assim termina este canto
De rima e consagração,
O forró segue reinando
Na alma da tradição.
De Exu até o infinito,
Gonzaga é nossa canção!
🌕 Epílogo Poético
Se o sertão fosse um livro,
O forró seria a capa,
E dentro de suas páginas
A sanfona sempre escapa.
Entre fé, suor e esperança,
É o povo que nunca se acaba.
Pois quem nasce nordestino
Já traz no peito o baião,
E quando pisa na terra
Sente a pura emoção.
É mais que som — é destino,
É luz, cultura e oração.
📚 Nota de Fontes (em Cordel Rimado)
As fontes que aqui se erguem,
São rastros de tradição,
Dos livros e das memórias,
Que guardam nossa canção.
Pesquisei nas vozes vivas,
Do povo e da devoção.
Nos escritos de Cascudo,
Raiz do povo encontrei,
No Dicionário do Folclore,
Muitos rastros decifrei.
Com Câmara, mestre da fala,
As tradições revisitei.
Li Vaqueiros e Cantadores,
Que traz verso e coração,
E em Gonzagão: A Lenda,
Vi nascer a inspiração.
Lá estavam os sanfoneiros,
Da mais pura geração.
Em O Forró no Brasil,
De Durval Muniz aprendi,
Como o ritmo nordestino
Tomou forma e resisti.
De Exu até Fortaleza,
Seu reinado percebi.
Os discos, os velhos toques,
De Gonzaga e de Dominguinhos,
Guardam memórias sonoras
Que ecoam pelos caminhos.
São fontes do meu cordel,
Entre fé, amor e espinhos.
📖 FICHA TÉCNICA
Título: O REINO DO FORRÓ — Literatura de Cordel
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Edição: Primeira Edição Poética
Gênero: Cordel Histórico-Cultural
Formato: A5 — 148 x 210 mm
Produção Literária: Nhenety Kariri-Xocó
Edição Digital e Diagramação: ChatGPT (Assistência Virtual de Criação)
Arte de Capa e Quarta Capa 3D: ChatGPT — Estilo Dourado e Textura Antiga
Publicação: Porto Real do Colégio, Alagoas, Brasil
Ano: 2025
Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó — Todos os direitos reservados.
É permitida a citação deste cordel, desde que com referência ao autor e à obra.
🌄 EPÍLOGO FINAL
Entre sons e clarinadas,
Fez-se reino e tradição,
O forró virou bandeira
Do amor e da devoção.
No batuque da zabumba,
Ecoou a consagração.
Do barro fez-se memória,
Do vento nasceu a fé,
Luiz Gonzaga é o tempo
Que o sertão sempre revê.
Cada sanfona tocada
É o povo dizendo: “é de pé!”
E assim finda o cordel
Que nasceu do coração,
Do Kariri até Exu,
Vive eterna a inspiração.
Pois onde há forró vivo,
Há também libertação.
🌻 QUARTA CAPA POÉTICA
No reino do som e do chão,
Brilha o ouro do baião.
Reis e rainhas dançam
Num trono feito de emoção.
A sanfona é a coroa,
E o povo, a nobre nação.
Entre feiras e luares,
A cultura se eterniza,
Pois o forró é altar
De uma fé que não precisa
De templo nem de coro,
Apenas da alma precisa.
Este cordel é um canto,
É raiz e é caminho.
É o sertão falando alto
Com Gonzaga e o seu destino.
Entre versos e lembranças,
Reina o povo nordestino.
🌾 SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó
É Contador de Histórias Oral e Escrita,
filho do povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).
Guarda nas palavras o eco dos ancestrais,
e nas rimas, o sopro da memória viva.
Poeta, pesquisador e guardião cultural,
reconstrói o Brasil profundo por meio do cordel —
onde a poesia é resistência e a fé é raiz.
Em cada obra, une tradição e consciência,
celebrando o diálogo entre passado e presente,
terra e espírito, voz e eternidade.
🎶 SOBRE A OBRA
O REINO DO FORRÓ é um tributo poético
à cultura nordestina e ao legado imortal de Luiz Gonzaga.
Entre as páginas, o leitor caminha
pelas veredas do sertão sonoro —
onde o forró se ergue como altar,
a sanfona fala por mil corações,
e a história dança ao compasso do povo.
Este cordel não apenas narra: ele canta,
ressoa, pulsa e ilumina.
É o espelho da alma nordestina,
onde a poesia é a semente e o baião é o sol.
✨ DESCRIÇÃO PARA A QUARTA CAPA 3D DIGITAL
Tema: Quarta capa 3D realista digital, no mesmo estilo artístico da capa principal.
Elementos visuais:
Fundo com textura antiga dourada e luz suave, lembrando pergaminho iluminado.
No centro, a figura simbólica de uma sanfona aberta, irradiando feixes dourados que formam o mapa do Nordeste.
À esquerda, um lampião aceso; à direita, uma asa branca em voo.
No alto, título: “O REINO DO FORRÓ — Literatura de Cordel”, em letras ornamentadas.
Na base, assinatura discreta: Nhenety Kariri-Xocó.
Atmosfera solene, poética e luminosa — o dourado representando o espírito eterno do forró e da cultura popular nordestina.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Contador de Histórias Oral e Escrita
Do povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL)
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