quarta-feira, 8 de outubro de 2025

O REINO DO FORRÓ, Literatura de Cordel, Por Nhenety Kariri-Xocó, Capítulos V - VIII





Capítulo V: O Sertão Consagrado e a Fé do Povo Nordestino



Como neste baú de valores

O nordeste ficou sintetizado

Que o Luiz Gonzaga cantou

Num centro bem urbanizado

Serão as narrativas verídicas

Neste sertão mais divulgado.


Na época que Gonzaga vivia

Esse forró seria desconhecido

Foi assim baião, xote, xaxado

Não haveria nada tão parecido

Após caminhar todo o sudeste

Tudo ficando mais esclarecido.


Personificando o sertanejo

Das ambiguidades políticas

Na sua devoção aos santos

Com pessoas pobres e ricas

Numa cultura de nosso povo

Sempre aquelas autocríticas.


No modo nordestino de ser

Afirmando com a dignidade

Da história por ele contada

Naquela grande humildade

Sertanejo tem voz na música

Agora canta nossa Majestade.


As romarias nas procissões

Que sua música documentou

Uma trajetória de fé e oração

O Luiz Gonzaga incrementou

No repertório as celebrações

Litúrgicas que ele apresentou.


Padre Cícero e o Frei Damião

Compondo contos e benditos

Os reais santos do nordestino

Todas bênçãos nos vereditos

Edificando as almas sofridas

Pobres na fome sempre aflitos.


Com o Luiz Gonzaga seu Lula

Fazendo a maior festa junina

Nessa dimensão onde chegou

Esplendor a cultura nordestina

Arrais de grande porte e fama

Ser Rei do Baião era sua sina.


Retratou paisagens da seca

Da poesia trágicas do sertão

Migrações com os retirantes

Saudades no Pajeú e riachão

Na terra natal muito querida

De Exu do Araripe sua região.


Forró popularizou-se no Brasil

Com nordestinos na migração

Foram a outras regiões do país

A cultura estava em integração

Para outro eixo Rio e São Paulo

Chega Brasília capital da nação.


No forró teve reis e rainhas

Nesse mundo maravilhoso

Vou citando os nomes deles

Porque parece mais famoso

Sem esquecer das mulheres

Com o seu som harmonioso.



Capítulo VI: Reis e Rainhas do Forró: Vozes que Encantam o Brasil



Destacando vários artistas

Discografia principalmente

Jackson do Pandeiro 1960

Sua obra o título não mente

Considerado “O Rei do Ritmo”

No forró dançou muita gente.


Entre as mulheres Marinês

Uma artista pernambucana

Convidada por Luiz Gonzaga

Para o Rio pela Copacabana

Coroada “Rainha do Xaxado”

Agora o forró ficou bacana.


Clemilda cantora alagoana

A música fez longa carreira

Considera “Rainha do Forró”

Gerson Filho a companheira

Estourou o sucesso na rádio

Com sanfoneiro de primeira.


No termo “forró pé de serra”

Chegando na origem serrana

Vem das festas lá do Araripe

Dessa região pernambucana

Por muito tempo de Januário

O lugar montanhoso bacana.


Expressão de Luiz Gonzaga

Falemos o local relacionado

Desse Pé da Serra do Araripe

Que inspirou o som cantado

Na letra “No meu pé de Serra”

Assim nesse do jeito gravado.


Desses gêneros musicais

Citamos outra celebridade

Animado Alcymar Monteiro

Reinando outra Majestade

Afirmando no “Rei do Forró”

Já conhecido na sociedade.


Considerando o Flávio José

No compositor e sanfoneiro

Reconhecido o “Rei do Xote”

Tocando neste Brasil inteiro

Com as músicas tradicionais

Assume parada em primeiro.


Complementando os ícones

Categoria forró instrumental

Apresentando “O Rei do Pife”

A nossa cultura fundamental

Como o músico João do Pife

O grande artista monumental.


Tocou com Coroné Ludugero

Onde João do Pife fez carreira

A galeria do Forró Pé de Serra

Tocando o pífano na forrozeira

Mais Gonzagão “Rei do Baião”

Dominguinhos sua derradeira.


O Luiz Gonzaga no ano 1964

Comprou terrenos de criação

Fica nesse município de Exu

Com um sonho na realização

Chamado Parque Asa Branca

Este lugar de sua habitação.



Capítulo VII: Asa Branca e a Eternidade do Rei do Baião



No terreno o “Rei do Baião”

Construiu casas e pousada

Para ele e seu pai Januário

Recebendo toda forrozada

Morando até o final da vida

O forró tem nova rapaziada.


A sua casa do Rei do Baião

Dos locais o mais visitados

Haveria Museu e Mausoléu

Velhos tempos recordados

Percebemos como tudo era

Seus bens ali organizados.


Já no final da década 1970

Novos símbolos utilizados

Artistas do Trio Nordestino

Com o toque mais refinado

Bateria e guitarra elétrica

Num forró mais incorporado.


O destaque o Trio Nordestino

Estourando todas as paradas

Do autêntico Forró Pé de Serra

Pelo público sendo adoradas

Com Lindú, Cobrinha e Coroné

Suas músicas referenciadas.


Nos meados década 1980

Forró eletrônico originado

Agregando num axé music

O estudo teria solucionado

Do eletrônico ao tradicional

Por onde estar aproximado.


Ano 1984 Gonzaga introduz

Os padrões do forró original

Bateria, guitarra com o baixo

Sem sair do estilo tradicional

Pelo menos nas gravadoras

Era uma questão o opcional.


Outro foi Jorge de Altinho

Havia realizado mudança

Introduziu mais os metais

Modernizando toda dança

Sendo no forró urbanizado

São João aquela festança.


No forró eletrônico iniciando

Ano 1990 subgênero originou

Mesclou estilos e tradicionais

Também chamado estilizado

Misturando gêneros musicais

Tudo mais bem sistematizado.


As influências do rock, pop

Discernindo o ritmo original

Saindo sertanejo, axé music

Numa mudança sensacional

Sem esquecer as lambadas

Nesse contexto do funcional.


Com nova vertente do forró

Sem a zabumba tradicional

No lugar chegou o saxofone

Em destaque muito especial

O som real ou nota de efeito

Fazendo todo seu referencial.



Capítulo VIII: O Forró Moderno e a Eternização da Cultura Nordestina



Seria a cidade de Fortaleza

Onde todo gênero originou

Bandas fazendo nos bailes

A lambada que revolucionou

Vários estilos eram tocados

Desta maneira caracterizou.


Com Eliane fez a tal ruptura

Entre o moderno tradicional

“A Rainha do Forró Eletrônico”

Considerada no preferencial

Romantismo da música pop

Sensualizou gênero original.


Ficando como forró eletrônico

A crítica pelos conservadores

Incita a apologia ou tecnologia

Arte também dos sonhadores

Retornando passado ao futuro

A cultura muda consumidores.


Entre os anos 1990 a 1994

Com as bandas precursoras

Mastruz com Leite, Aquárius

Saindo as músicas difusoras

Foi o Mel com Terra e Styllus

No nordeste as promissoras.


O grupo Mastruz com Leite

Entretanto a banda pioneira

A “Mãe do Forró Eletrônico”

Com este gênero a primeira

Regravando outras músicas

De amor na festa brasileira.


Banda Magníficos ano 1995

Sucesso do forró romântico

Calcinha Preta o mesmo ano

Vocal Daniel Diau um titânico

Já o Limão com Mel e Caviar

Com Rapadura mais sinfônico.


A partir dessa geração 2000

Chegando estilo Forronerão

Com Banda Brasas do Forró

Vem ganhando um dinheirão

Desejo de Menina e o Aviões

Do Forró que acompanharão.


Esse foi mesmo o período

Surge o Forró Universitário

Como o Grupo Falamansa

Nesse subgênero musicário

Revive no estilo pé de serra

Coloca sudeste no cenário.


Entre os anos 2005 a 2009

Música muda radicalmente

Saia Rodada no Forró Miúdo

Crescendo gradativamente

Canções num duplo sentido

Dispara consumo realmente.


O Wesley Safadão ano 2015

Aviões do Forró referências

Um modelo contemporâneo

Músicas e outras aparências

Os novos artistas aparecendo

Culturas suas sobrevivências.


Forró expandindo no mundo

Permanece para posteridade

Cada gênero com rei e rainha

Existe a sua pura majestade

De evoluir novas roupagens

Foi deixando toda a saudade.



🎶 Encerramento


O tempo gira e renova

O som da sanfona sagrada,

Entre reis, rainhas e mitos

A cultura foi preservada.

Cada acorde no espaço

Ecoa uma história encantada.


E assim termina este canto

De rima e consagração,

O forró segue reinando

Na alma da tradição.

De Exu até o infinito,

Gonzaga é nossa canção!


🌕 Epílogo Poético


Se o sertão fosse um livro,

O forró seria a capa,

E dentro de suas páginas

A sanfona sempre escapa.

Entre fé, suor e esperança,

É o povo que nunca se acaba.


Pois quem nasce nordestino

Já traz no peito o baião,

E quando pisa na terra

Sente a pura emoção.

É mais que som — é destino,

É luz, cultura e oração.


📚 Nota de Fontes (em Cordel Rimado)


As fontes que aqui se erguem,

São rastros de tradição,

Dos livros e das memórias,

Que guardam nossa canção.

Pesquisei nas vozes vivas,

Do povo e da devoção.


Nos escritos de Cascudo,

Raiz do povo encontrei,

No Dicionário do Folclore,

Muitos rastros decifrei.

Com Câmara, mestre da fala,

As tradições revisitei.


Li Vaqueiros e Cantadores,

Que traz verso e coração,

E em Gonzagão: A Lenda,

Vi nascer a inspiração.

Lá estavam os sanfoneiros,

Da mais pura geração.


Em O Forró no Brasil,

De Durval Muniz aprendi,

Como o ritmo nordestino

Tomou forma e resisti.

De Exu até Fortaleza,

Seu reinado percebi.


Os discos, os velhos toques,

De Gonzaga e de Dominguinhos,

Guardam memórias sonoras

Que ecoam pelos caminhos.

São fontes do meu cordel,

Entre fé, amor e espinhos.



📖 FICHA TÉCNICA


Título: O REINO DO FORRÓ — Literatura de Cordel

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Edição: Primeira Edição Poética

Gênero: Cordel Histórico-Cultural

Formato: A5 — 148 x 210 mm

Produção Literária: Nhenety Kariri-Xocó

Edição Digital e Diagramação: ChatGPT (Assistência Virtual de Criação)

Arte de Capa e Quarta Capa 3D: ChatGPT — Estilo Dourado e Textura Antiga

Publicação: Porto Real do Colégio, Alagoas, Brasil

Ano: 2025

Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó — Todos os direitos reservados.

É permitida a citação deste cordel, desde que com referência ao autor e à obra.


🌄 EPÍLOGO FINAL


Entre sons e clarinadas,

Fez-se reino e tradição,

O forró virou bandeira

Do amor e da devoção.

No batuque da zabumba,

Ecoou a consagração.


Do barro fez-se memória,

Do vento nasceu a fé,

Luiz Gonzaga é o tempo

Que o sertão sempre revê.

Cada sanfona tocada

É o povo dizendo: “é de pé!”


E assim finda o cordel

Que nasceu do coração,

Do Kariri até Exu,

Vive eterna a inspiração.

Pois onde há forró vivo,

Há também libertação.


🌻 QUARTA CAPA POÉTICA





No reino do som e do chão,

Brilha o ouro do baião.

Reis e rainhas dançam

Num trono feito de emoção.

A sanfona é a coroa,

E o povo, a nobre nação.


Entre feiras e luares,

A cultura se eterniza,

Pois o forró é altar

De uma fé que não precisa

De templo nem de coro,

Apenas da alma precisa.


Este cordel é um canto,

É raiz e é caminho.

É o sertão falando alto

Com Gonzaga e o seu destino.

Entre versos e lembranças,

Reina o povo nordestino.


🌾 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó

É Contador de Histórias Oral e Escrita,

filho do povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL).

Guarda nas palavras o eco dos ancestrais,

e nas rimas, o sopro da memória viva.

Poeta, pesquisador e guardião cultural,

reconstrói o Brasil profundo por meio do cordel —

onde a poesia é resistência e a fé é raiz.


Em cada obra, une tradição e consciência,

celebrando o diálogo entre passado e presente,

terra e espírito, voz e eternidade.


🎶 SOBRE A OBRA


O REINO DO FORRÓ é um tributo poético

à cultura nordestina e ao legado imortal de Luiz Gonzaga.

Entre as páginas, o leitor caminha

pelas veredas do sertão sonoro —

onde o forró se ergue como altar,

a sanfona fala por mil corações,

e a história dança ao compasso do povo.


Este cordel não apenas narra: ele canta,

ressoa, pulsa e ilumina.

É o espelho da alma nordestina,

onde a poesia é a semente e o baião é o sol.


✨ DESCRIÇÃO PARA A QUARTA CAPA 3D DIGITAL


Tema: Quarta capa 3D realista digital, no mesmo estilo artístico da capa principal.

Elementos visuais:


Fundo com textura antiga dourada e luz suave, lembrando pergaminho iluminado.


No centro, a figura simbólica de uma sanfona aberta, irradiando feixes dourados que formam o mapa do Nordeste.


À esquerda, um lampião aceso; à direita, uma asa branca em voo.


No alto, título: “O REINO DO FORRÓ — Literatura de Cordel”, em letras ornamentadas.


Na base, assinatura discreta: Nhenety Kariri-Xocó.


Atmosfera solene, poética e luminosa — o dourado representando o espírito eterno do forró e da cultura popular nordestina.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Contador de Histórias Oral e Escrita

Do povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio (AL)





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