domingo, 28 de novembro de 2010

HORIZONTE CULTURAL

 
No Horizonte a Serra da Apreaca
   De cima do barranco, avistávamos o rio São Francisco, com suas águas verdes descendo em direção ao mar; olhando para o meio, percebíamos umas pequenas ilhas que as pessoas chamavam de croas de areias claras, com vegetação espinhosa denominada calombi; quem lá ia de canoa, encontrava o capim grande; era o caniço com que nosso povo costumava pescar quando o peixe era abundante. Olhando adiante, na margem direita está o estado de Sergipe; pés de ingazeiras sombreavam o outro lado.

Quando morávamos lá naquela rua dos Índios, não existia o cais de pedra; só tinha o barranco alto, escavado pelas águas do rio ao longo dos séculos; a beira era de uma areia fina, meio amarelada, pequenas pedrinhas alvas como as nuvens do céu; cardumes de peixes remexiam as águas, pulavam como se estivessem brincando. Este rio é um grande espelho do sol e da lua; onde refletem as suas luzes no horizonte estão os pequenos montes; do lado de cá, onde está nossa cidade, só tem casas beirando o rio.
Acima da rua onde morávamos, estavam canoas de pesca amarradas com cordas em troncos fincados n'água; continuando mais além, o Morro de São Caetano, marco tradicional de nossa terra. Da calçada do antigo Posto dava para ver a Serra da Apreaca.

Nhenety Kariri-Xoco .

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