Nesta parte, irei lidar com neologismos que creio serem necessários para distinguir certos parentes. Comecemos com a distinção por idade dos descendentes, o termo para descendente em todas as línguas é *nu, portanto usaremos ela como base, vou sugerir primeiro a palavra para 'filho mais novo', esta utilizará uma das palavras que falamos da última vez para se referir a um 'jovem, guri, moleque', sabemos que a palavra completa é *muɲəcə ou *mɨɲəcə, como demonstrei na parte 1.5, essa palavra é divisível, portanto as três sílabas podem ser usadas para se referir ao filho mais jovem, sugiro que a estrutura seja assim para cada dialeto:
Dz.: numu, nuñâ, nukyâ
Kp.: numŷ, nunhe, nukiá
Sp.: numú, nunyéi, nucéi, numyú, nukó
Km.: numù, nunyà, nucà, nuparì, nunàng
Kt.: numi, nuñó, nushó
KX.: numû, nuñâ, nukyâ
Pp.: numý, nunhae, nukyae
Para o filho do meio, primeiro devo sugerir o neologismo que traduza o termo 'meio', usarei a palavra 'coração' e irei estender seu significado para 'cerne, centro, meio', portanto seguindo a lógica do anterior temos:
Dz.: nudhi
Kp.: nusí
Sp.: nusí
Km.: nusùi
Kt.: nusi
KX.: nusí
Pp.: nusi
Por último, o filho mais velho seguirá a mesma lógica dos anteriores, dessa vez irei derivar o termo velho (em termo de idade) de 'mais' e 'grande', portanto ficará assim:
Dz.: numâyâ
Kp.: numaeyẽ
Sp.: numeiyéi
Km.: numayàng
Kt.: numóyó
KX.: numâyân
Pp.: numaeyãe
Agora indo para a geração dos avós, temos a falta de termos para distinguir os irmãos destes, devo lembrar que existem termos específicos para tios maternos e paternos e também termos que dependem do sexo do Ego, portanto seguindo a lógica dos termos para tios que demonstrei na parte 1, a palavra 'velho' será usada como sufixo para distinguir estes dos irmãos dos pais, sendo portanto:
Dz.: X-râ (ex.: aña, ña 'tia paterna' vs añarâ 'tia-avó paterna')
Kp.: X-re (ex.: cucú 'tio materno' vs cucúre 'tio-avô materno')
Km.: X-rù (ex.: gainyè 'tia materna' vs gainyerù 'tia-avó materna')
Sp.: X-lá (ex.: poynyé 'tio paterno do ego masc.' vs poynyelá 'tio-avô paterno do ego masc.')
Kt.: X-shi, X-bó (ex.: aña, ña 'tia paterna' vs añashi, añabó, ñashi, ñabó 'tia-avó paterna')
KX.: X-râ, X-ré (ex.: khukhú 'tio materno' vs khukhurâ, khukhure 'tio-avô materno')
Pp.: X-rae (ex.: anha, nha 'tia paterna' vs anharae, nharae 'tia-avó paterna')
Na primeira parte, mencionei que iria trazer um termo neutro para cônjuge, a forma comum dos Nhihô de falar esse conceito é dizer que a pessoa era a figura materna ou paterna de seu filho, caso a pessoa não queira especificar o gênero do cônjuge ou este for não-binário, recomendo que seja utilizado o termo 'pessoa do casar', assim surgindo nos dialetos como:
Dz.: âcâphi
Kp.: etçãpi
Km.: atsappì
Sp.: eitseiphí
Kt.: ósóphi
KX.: âtsânphi
Pp.: aetsãepi
Continuando o assunto de pessoas em relações amorosas, também creio ser necessário um termo para namorado e namorada que não tenha uma conotação negativa como POÑE e WOÑU, portanto sugiro o termo 'desejado(a)' ou 'amado(a)', surgindo em cada dialeto como:
Dz.: dukhali, didhâmlâmli, didhâmli, dilâmli
Kp.: ducarí, disaeraerí, disaerí, diraerí
Km.: tìkkàlùi, tìsaràng'lùi, tìsàlùi, tiràng'lùi
Sp.: tíkhálí, tíseiléilí, tíséilí, tíléilí
Kt.: dukhari, disóróri, disóri, diróri
KX.: dukhari, disâlâri, disâri, dilâri
Pp.: dukari, disaeraeri, disaeri, diraeri
Seguindo ainda nesse tema, irei sugerir um neologismo para 'moça casadoura', versão feminina de PODITÃ, portanto 'garota jovem, adolescente', para manter essas duas palavras conectadas, irei juntar a palavra TÃ que significa 'novo (idade)' com o sufixo que denota o gênero feminino de cada dialeto, formando assim:
Dz.: tamke, tamzi
Kp.: tãké, tãdzi
Km.: tangtsùi
Sp.: tangkúi
Kt.: tanki
KX.: tãké, tãdzi
Pp.: tãkê, tãdzi
Autor da matéria: Ari Loussant
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