terça-feira, 24 de outubro de 2023

TRÊS TIPOS DE NOMINALIZADORES DO KATUANDÍ


Vê-se que no Katuandí existe a presença de três nominalizadores, isto é, morfemas derivacionais com o propósito de criar formas nominais de verbos, adjetivos e também de outros substantivos.


1) Nominalizador a- (Kt.: assê a- / Nt.: eze e-)


 Este primeiro nominalizador é o mais comum da família Katuandí, ele não só deriva substantivos como também marca que a palavra referida está em ou é uma forma nominal, como no Xocó tsá 'fogo', que pode ser opcionalmente marcado com o prefixo a-, formando a-tsa (atsá) 'fogo' sem qualquer mudança no seu significado. Foi reconstruido baseado no método comparativo para o Natú como e-. O cognato dessa marcação foi discutido por Andrey Nikulin em sua publicação "As línguas Maxakalí e Krenák dentro do tronco Macro-Jê" de 2020 na página 20.



2) Nominalizador -sá (Kt.: assê -sá / Nt.: eze -se)


 Este nominalizador surge no composto inkrandibiçá 'preguiçoso', cujo foi previamente desconstruído como in-krandi-bi-çá '3-força-não-NMLZ', ou seja 'ele/ela que não tem força'. Baseado em sua função, é um nominalizador de agente, que marca aquele que comete uma ação, como -ador ou -ante do português. Foi reconstruído para o Natú como -se, com a forma -ze em posições intervocálicas.


3) Nominalizador nulo (Kt.: assê sômá / Nt.: eze sumkru)


 O nominalizador nulo é um marcador sem representação fonética, ele surge em um único exemplo resgatado por Nhenety, a palavra mênsô 'pajé' do Natú, que significa mên 'homem' + sô 'curar', note que não existe nada além dessas duas palavras na composição, mostrando que substantivos podem ser criados sem nenhuma marcação de derivação do significado de um verbo.





Autor da matéria: Suã Ari Llusan 


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