quarta-feira, 16 de abril de 2025

O MUNDO MÍTICO CELTA E A ESTRUTURA DO UNIVERSO





"O Mundo Mítico Celta e a Estrutura do Universo" é uma imersão profunda na espiritualidade e simbologia do povo celta, cuja mitologia resiste ao tempo e continua a inspirar gerações. Através de uma abordagem cronológica e cultural, o autor Nhenety Kariri-Xocó conduz o leitor pelos caminhos da criação cósmica, da tríade universal celta e das figuras espirituais como druidas, deuses e seres sobrenaturais. Este trabalho é mais que um estudo — é um reencontro com uma herança ancestral que pulsa viva nas tradições orais, na natureza e no imaginário das nações celtas e de todos os povos que honram seus mitos.


Uma leitura essencial para quem busca compreender a alma mítica da Europa Antiga e o elo invisível entre o homem, o sagrado e o universo.



Resumo



Este trabalho apresenta uma abordagem descritiva sobre o universo mítico celta, explorando a origem da criação segundo sua mitologia, a estrutura cósmica tripartida e a hierarquia espiritual que rege a relação entre os mundos físico e espiritual. Examina-se a formação simbólica do mundo celta e o papel dos deuses, druidas e seres míticos na manutenção da ordem cósmica. Além disso, é traçada uma linha do tempo histórica dos povos celtas na Europa e na Península Ibérica, com ênfase nas transformações culturais desde o período proto-celta até a sobrevivência de tradições nas chamadas nações celtas contemporâneas. O trabalho destaca ainda os países de origem celta e as permanências culturais visíveis na atualidade.

Palavras-chave: Celtas; mitologia; cosmologia; espiritualidade; história celta.


Introdução 


O povo celta, amplamente difundido pela Europa em tempos antigos, desenvolveu uma rica tradição mitológica e cosmológica, cuja estrutura espiritual e simbólica sobreviveu mesmo após processos de romanização e cristianização. Este trabalho tem por objetivo apresentar uma visão geral do mundo mítico celta, com ênfase na sua concepção de criação do universo, na organização cósmica tripartida e na hierarquia espiritual que envolve deuses, druidas e seres sobrenaturais. A partir de uma perspectiva cronológica, a pesquisa percorre os principais períodos da história celta, desde suas origens proto-indo-europeias até o legado preservado nas chamadas nações celtas da atualidade, como Irlanda, Escócia, País de Gales e Bretanha. A escolha do tema justifica-se pela relevância cultural, simbólica e histórica da mitologia celta como parte fundamental da herança espiritual europeia e pela sua permanência no imaginário coletivo de diversas culturas contemporâneas.


1. Introdução Mítica: A Origem e a Criação do Mundo Celta


A cosmovisão celta é marcada por uma rica mitologia oral, depois transcrita por monges cristãos irlandeses. Na mitologia celta, o mundo é criado a partir da interação entre os elementos naturais e as forças espirituais primordiais. O universo é concebido como trifásico e interconectado, composto por:


An Domhan (o Mundo Físico): a Terra onde vivem os humanos.


Tír na nÓg (Terra da Juventude): o mundo espiritual dos deuses e ancestrais.


Abred, Gwynfyd e Ceugant: na tradição druídica gaulesa, o universo é dividido em três estados da alma e da existência.


2. A Estrutura Cósmica Celta


O universo celta era cíclico, sagrado e dividido em três níveis principais, associados à árvore cósmica (frequentemente o carvalho):


Submundo: lar dos mortos, dos ancestrais e das forças ocultas.


Mundo Médio: a realidade terrena, morada dos humanos.


Mundo Superior: onde habitam os deuses (Tuatha Dé Danann, entre outros) e os espíritos da natureza.


Essa estrutura simboliza a interligação entre o mundo físico e o espiritual, e cada plano influencia o outro. Portais entre esses mundos são encontrados em colinas, lagos, florestas e pedras sagradas.


3. Entidades Hierárquicas e Divindades Celtas


Deuses Primordiais: Tuatha Dé Danann (Irlanda) – seres de poder, sabedoria e magia. Ex: Dagda (pai dos deuses), Brigid (deusa da poesia e cura), Lugh (deus da guerra e habilidades).


Seres Espirituais e Elementais: fadas, sidhe, dríades, kelpies, banshees.


Druidas: sacerdotes, filósofos e médiuns, intermediadores entre os mundos.


Heróis e Ancestrais: personagens mitológicos como Cúchulainn ou Fionn mac Cumhaill são exemplos da presença dos heróis como parte viva do mito celta.


Linha do Tempo Histórica dos Povos Celtas


c. 2000 a.C. – Proto-Celtas


Origens nos povos indo-europeus das estepes euroasiáticas.


Primeiras migrações para a Europa Central (cultura campaniforme).


Formação dos grupos protolinguísticos celtas na região do Danúbio.


c. 1200–800 a.C. – Cultura dos Campos de Urnas


Prática de cremação e enterramento em urnas.


Expansão para a Europa Central e Ocidental.


Início da formação da identidade celta.


c. 800–450 a.C. – Cultura de Hallstatt (Idade do Ferro Inicial)


Localização: atual Áustria, sul da Alemanha, Suíça.


Desenvolvimento social hierárquico e comércio com gregos e etruscos.


Início da difusão cultural celta.


c. 450–100 a.C. – Cultura de La Tène


Apogeu da civilização celta: arte refinada, guerreiros, organização tribal.


Expansão para Gália, Ilhas Britânicas, Península Ibérica (Gallaeci, Celtiberos), norte da Itália (gália Cisalpina), Balcãs e Anatólia (Galácia).


Choques com romanos e helenos.


c. 390 a.C. – Saque de Roma pelos Senones


Os celtas invadem e saqueiam Roma, mostrando seu poder militar.


c. 279 a.C. – Invasão da Grécia e Galácia


Grupos celtas atacam Delfos e se estabelecem na Anatólia, fundando a Galácia.


c. 218–50 a.C. – Confrontos com Roma


Guerras contra Júlio César na Gália.


Declínio das culturas celtas no continente devido à romanização.


Séculos I–V d.C. – Romanização


Gália, Península Ibérica e Britânia são romanizadas.


Resistência cultural persiste nas regiões montanhosas e insulares.


Séculos V–IX d.C. – Cristianização e Resistência Cultural


Ilhas Britânicas: Irlanda e Escócia mantêm tradições celtas cristianizadas.


Nasce o Celtismo Cristão: sincretismo entre druidismo e cristianismo.


Produção de manuscritos com mitologia celta (ex: Lebor Gabála Érenn).


Séculos X–XII – Reinos Celtas Cristianizados


Irlanda, Escócia, País de Gales e Bretanha preservam línguas e mitos.


Surgimento das lendas arturianas com elementos celtas.


Países de Origem Celta (atualmente reconhecidos)


São conhecidos como “Nações Celtas”:


Irlanda – mitologia rica, origem dos Tuatha Dé Danann.


Escócia – herança gaélica forte, clãs, lendas e espiritualidade.


País de Gales – mitologia galesa (Mabinogion), língua viva.


Cornualha (Inglaterra) – língua córnica, resistiu à anglicanização.


Bretanha (França) – preservação da língua e cultura bretona.


Ilha de Man – língua manx e mitos insulares.


Outras regiões de herança celta:


Galícia e Astúrias (Espanha) – povos Gallaeci e Celtiberos.


Norte de Portugal – forte presença dos Galaicos e Brácaros.


Conclusão


O universo mítico celta é uma teia viva e dinâmica entre o visível e o invisível, onde a natureza, os deuses e os humanos formam um único fluxo de energia. A estrutura cósmica reflete a espiritualidade e o modo de viver dos celtas, profundamente conectados à terra e ao sagrado. Historicamente, o povo celta se espalhou por grande parte da Europa, e apesar da romanização e cristianização, seus mitos, línguas e tradições sobreviveram especialmente nas regiões insulares.


Considerações Finais 


A mitologia celta revela uma profunda conexão entre natureza, espiritualidade e comunidade, expressa por uma estrutura cósmica cíclica que interliga os mundos visível e invisível. O modelo trifásico do universo celta, sustentado por divindades, druidas e seres elementais, evidencia uma visão de mundo sagrada e integrada. Ao longo da história, os povos celtas enfrentaram invasões, dominação cultural e transformações profundas, mas conseguiram preservar aspectos fundamentais de sua identidade, sobretudo nas regiões insulares e montanhosas da Europa Ocidental. A permanência das línguas celtas, rituais, festividades e narrativas mitológicas nas chamadas nações celtas demonstra a vitalidade desse legado. Assim, estudar o mundo mítico celta é também compreender as raízes espirituais, culturais e simbólicas de uma parte significativa da história europeia.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 



CHADWICK, Nora. The Celts. London: Penguin Books, 1997.


MARKALE, Jean. A Mitologia Celta. São Paulo: Madras, 2001.


MACCAFFREY, Carmel; EATON, Leo. In Search of Ancient Ireland. Chicago: New Amsterdam Books, 2002.


GREEN, Miranda J. The World of the Druids. London: Thames and Hudson, 1997.


PIGGOTT, Stuart. The Druids. London: Thames and Hudson, 1985.




Utilizando a ferramenta Gemini ( Google ), inteligência artificial para análise da temática e Consultado por meio da ferramenta ChatGPT (OpenAI), inteligência artificial como apoio para elaboração do trabalho, em 12 de abril de 2025 e a capa do artigo dia 8 de maio de 2025.





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