🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA
Dedico este meu cordel
Aos mestres da tradição,
Que guardaram nas memórias
O saber de geração.
Dedico aos Irmãos Grimm,
Na força da criação.
Dedico às crianças puras,
Que encantadas vão sonhar,
E também aos mais velhos
Que gostam de recordar.
Pois o conto atravessado
Nunca deixa de brilhar.
📑 ÍNDICE POÉTICO
Prólogo da Imaginação
Origem dos Contos Antigos
Estrutura Fabulosa e Sonho
O Tempo no Reino Encantado
Geografia da Magia
Personagens Imortais
O Legado Cultural
Encerramento do Cordel
Epílogo Poético Final
Nota de Fontes em Verso
🌟 ABERTURA
Amigo leitor atento,
Aqui começa o cordel,
No mundo maravilhoso
Que os Grimm pintaram em pincel,
Entre florestas e bruxas,
Entre fadas e papel.
✨ PRÓLOGO POÉTICO
Era uma vez, meu amigo,
Um povo cheio de voz,
Que guardava em suas bocas
Histórias para todos nós.
Os irmãos Grimm recolheram
E nos legaram depois.
Na Alemanha do passado,
No Romantismo a brilhar,
Jacob e Wilhelm, unidos,
Resolveram registrar
As histórias do povo simples
Que sabiam encantar.
📚 CAPÍTULO 1 – ORIGEM DOS CONTOS ANTIGOS
1
Na aurora do século dezenove,
No Romantismo a crescer,
O povo era o guardião
Do saber e do viver,
Os Grimm foram coletores,
Com coragem de escrever.
2
De aldeias e de vilarejos
Vieram contos sem fim,
De viajantes e camponeses,
Do coração do jardim.
Assim nasceu o legado
De Jacob e Wilhelm Grimm.
3
Em mil oitocentos e doze,
Primeiro livro surgiu,
“Kinder- und Hausmärchen”,
O povo logo aplaudiu.
Na tradição alemã
Um tesouro reluziu.
4
Cada conto era espelho
Do tempo e sua emoção,
Guardava dentro da trama
Um pedaço da nação.
Era a vida do povo
Virando recordação.
5
O saber da tradição
Não se deixa aprisionar,
Passa em boca de avós,
De quem sabe escutar.
E o que era só palavra
Os Grimm foram anotar.
6
Histórias de reis e bruxas,
De donzelas a sofrer,
De meninos corajosos
Com vontade de vencer.
De animais que falavam
E ensinavam a viver.
7
O Romantismo buscava
O passado medieval,
E os Grimm com suas penas
Ergueram um pedestal.
Transformando a tradição
Num patrimônio imortal.
8
Na simplicidade do povo
Brilhou a eternidade,
Pois nos contos recolhidos
Há lição de humanidade.
Os Grimm deram ao mundo
Um espelho da verdade.
📚 CAPÍTULO 2 – ESTRUTURA FABULOSA E SONHO
1
Nas páginas dos Grimm mora
A floresta encantada,
Onde o herói se perde
E encontra a estrada.
Lugar de provação
E de alma iluminada.
2
O castelo se ergue altivo
Com muralha e torre forte,
Símbolo de destino,
De poder e de sorte.
Onde a vida é testada
Entre vida e entre morte.
3
O animal fala e ensina,
Com doçura ou ironia,
É amigo do herói,
Guia sua travessia.
Na palavra de um bicho
Mora a pura sabedoria.
4
A bruxa com seu feitiço,
O mago, o ogro, o dragão,
São símbolos do perigo
Que desafiam o coração.
O herói vence o mal
E cumpre sua missão.
5
Objetos encantados
Ganham voz e poder,
Um anel, uma coroa,
Um espelho a responder.
Cada coisa tem magia
Pra ajudar ou pra prender.
6
A estrutura fabulosa
Segue o mesmo coração:
O herói parte na busca,
Enfrenta dor e lição,
Sai vitorioso ao fim
Com justiça e redenção.
7
E o vilão castigado
Mostra a regra essencial:
Quem pratica o mal no mundo
Receberá o seu igual.
Assim a moral do conto
Se firma como sinal.
8
Por trás da fantasia
Mora um saber profundo:
O conto é um espelho
Da experiência do mundo.
No simples verso infantil
Um ensinamento fecundo.
📚 CAPÍTULO 3 – O TEMPO NO REINO ENCANTADO
1
O tempo nos contos Grimm
Não segue linha exata,
É tempo de fantasia
Que a imaginação retrata.
Entre mito e moral
A narrativa se ata.
2
No tempo mítico vivem
Deuses, fadas e poder,
É a era primordial
Que o homem tenta entender.
No fundo de cada lenda
Há desejo de saber.
3
Depois surge a Idade Média
Como palco de emoção,
Com cavaleiros valentes
E reis de coração,
Com aldeias e castelos
Na eterna descrição.
4
É nesse tempo inventado
Que as histórias se dão,
Onde o herói enfrenta o mal
E vence pela paixão,
Onde o sonho medieval
Nunca perde a razão.
5
Ao final do conto surge
Outro tempo a brilhar,
O tempo moralizante
Que procura ensinar.
Com justiça recompõe
O que estava a se quebrar.
6
A noção do tempo é mágica,
É tecido de ilusão,
Não importa o calendário,
Mas a lição de perdão.
É o tempo que educa
E molda o coração.
7
Assim, três tempos distintos
Os Grimm souberam usar:
O mítico, o medieval
E o moral a ensinar.
Um ciclo que se repete
Pra quem sabe escutar.
8
Do ontem ao hoje vivo,
O conto nunca parou,
Na roda do tempo humano
Sempre se transformou.
É eterno porque ensina
E jamais se apagou.
📚 CAPÍTULO 4 – GEOGRAFIA DA MAGIA
1
A floresta é misteriosa,
De provação e de dor,
Mas também de aprendizado,
De coragem e de amor.
Quem se perde entre seus ramos
Sai de lá muito melhor.
2
O vilarejo é humilde,
De trabalho e devoção,
Onde mora a vida simples
Com fartura e tradição.
É o berço dos personagens
De cada narração.
3
O castelo é o destino,
Lugar de grande poder,
De reis e de princesas,
De perigos a vencer.
É o sonho do herói
Que deseja ali viver.
4
O caminho é simbólico,
É jornada a se cumprir,
Cada passo é escolha,
Cada curva a decidir.
É trilha da vida humana
Que ensina a prosseguir.
5
Os espaços não são mapas
Com medidas a contar,
São reflexos interiores
Que nos ajudam pensar.
É geografia da alma
A nos guiar sem cessar.
6
O rio corre sereno
Como prova e travessia,
Entre margens da incerteza
Com coragem e ousadia.
É ponte de transformação,
É símbolo da alquimia.
7
A montanha ergue forte
Desafio e superação,
Quem a escala conquista
Nova visão, nova mão.
É a altura que revela
O tamanho da lição.
8
Assim, no reino encantado,
Cada espaço tem valor,
Não é terra geográfica,
Mas cenário interior.
É mapa da existência
A ser lido com ardor.
📚 CAPÍTULO 5 – PERSONAGENS IMORTAIS
1
Cinderela, a donzela,
Que sofreu, mas triunfou,
Na bondade encontrou força
E no baile se mostrou.
Com sapato de cristal
Seu destino transformou.
2
Branca de Neve, a princesa,
Com beleza sem igual,
Perseguida pela inveja
De madrasta tão fatal.
Sete anões foram amigos
No abrigo fraternal.
3
Rapunzel de longos fios
Na torre aprisionada,
Com seus cabelos dourados
Foi por príncipe chamada.
Da prisão da feiticeira
Saiu livre e encantada.
4
João e Maria perdidos
Na floresta sem ter pão,
Encontraram casa doce
Mas de bruxa e perdição.
Com coragem derrotaram
O poder da escuridão.
5
Chapeuzinho Vermelho,
De capuz tão reluzente,
Encontrou no seu caminho
Um lobo muito ardente.
Mas no fim a esperteza
Fez vencer o mal presente.
6
O príncipe que era sapo
Por feitiço condenado,
Com o beijo verdadeiro
Logo foi desencantado.
Mostrando que o amor puro
Vence o mal enfeitiçado.
7
A bruxa Dame Gothel,
Guardava Rapunzel,
Figura de poder duro
Com feitiço cruel.
Mas caiu como caíram
As bruxas de todo o céu.
8
Os músicos de Bremen,
Um burro, um cão, um gatinho,
E um galo destemido
Que buscavam seu caminho.
Mostraram que a união
Vale mais que o ouro e o vinho.
9
Esses seres imortais
Não envelhecem jamais,
Pois no conto renascem
Sempre vivos, sempre iguais.
São vozes do imaginário
Que ecoam nos ancestrais.
📚 CAPÍTULO 6 – O LEGADO CULTURAL
1
Dos contos dos Irmãos Grimm
O mundo nunca esqueceu,
No teatro, no cinema,
Na cultura reviveu.
Na boca do povo simples
Seu encanto se estendeu.
2
Da Disney aos novos livros,
Da escola à televisão,
As histórias dos Grimm vivem
Na moderna geração.
São sementes da cultura
Plantadas no coração.
3
Preservaram o passado,
A oralidade sem fim,
Guardaram a voz do povo
Que não cabe num jardim.
E assim a humanidade
Deve muito aos irmãos Grimm.
4
Os contos atravessaram
O Atlântico a brilhar,
Do Brasil à América
Não pararam de encantar.
Viraram música e dança,
Cinema pra emocionar.
5
Em cada conto encontramos
O símbolo universal,
Do amor, do medo, da luta,
Do castigo e do final.
Assim nos reconhecemos
No espelho imortal.
6
Por isso o legado Grimm
Não é só livro fechado,
É memória coletiva
Do mundo entrelaçado.
É cultura que se espalha
Num abraço encantado.
7
De geração em geração
O conto se renova,
Traz lição para o futuro
E a tradição comprova.
Na alma do ser humano
A fantasia se mova.
8
Assim, caro leitor,
Saiba que esse tesouro
Vale mais que o diamante,
É maior do que o ouro.
É herança da memória
Do povo em seu decoro.
🌅 ENCERRAMENTO
Aqui termina o cordel
O mundo cheio de encanto,
Onde os Grimm deixaram vozes,
Onde o povo deixou canto.
E a memória dos contos
Ainda ecoa em seu manto.
🌙 EPÍLOGO POÉTICO
O conto nunca termina,
Ele passa a renascer,
Do avô para o netinho,
De quem conta pra quem lê.
No cordel e nos contos
A vida volta a crescer.
📜 NOTA DE FONTES (REFERÊNCIAS EM VERSO)
Grimm, Jacob e Wilhelm,
Com a Belinky a traduzir,
Na Companhia das Letras
Trouxeram conto a florir,
São Paulo foi o terreno
Do livro a reluzir.
Campbell trouxe o herói
De mil faces a lutar,
Cultrix foi a editora
Que o fez se eternizar,
São Paulo, dois mil e sete,
Nos ajudou a pensar.
Propp, com sua morfologia,
Fez do conto um saber,
Martins Fontes publicou
Em noventa e dois pra ler,
Deu ao mundo um alicerce
Pra ciência compreender.
Zumthor, na Idade Média,
A literatura a mostrar,
Pela Ática editora
Fez o estudo eternizar.
São Paulo guardou nos livros
O saber pra recordar.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
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