segunda-feira, 29 de setembro de 2025

O MUNDO MARAVILHOSO DOS IRMÃOS GRIMM EM CORDEL, Por Nhenety Kariri-Xocó





🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este meu cordel

Aos mestres da tradição,

Que guardaram nas memórias

O saber de geração.

Dedico aos Irmãos Grimm,

Na força da criação.


Dedico às crianças puras,

Que encantadas vão sonhar,

E também aos mais velhos

Que gostam de recordar.

Pois o conto atravessado

Nunca deixa de brilhar.


📑 ÍNDICE POÉTICO


Prólogo da Imaginação


Origem dos Contos Antigos


Estrutura Fabulosa e Sonho


O Tempo no Reino Encantado


Geografia da Magia


Personagens Imortais


O Legado Cultural


Encerramento do Cordel


Epílogo Poético Final


Nota de Fontes em Verso


🌟 ABERTURA


Amigo leitor atento,

Aqui começa o cordel,

No mundo maravilhoso

Que os Grimm pintaram em pincel,

Entre florestas e bruxas,

Entre fadas e papel.


✨ PRÓLOGO POÉTICO


Era uma vez, meu amigo,

Um povo cheio de voz,

Que guardava em suas bocas

Histórias para todos nós.

Os irmãos Grimm recolheram

E nos legaram depois.


Na Alemanha do passado,

No Romantismo a brilhar,

Jacob e Wilhelm, unidos,

Resolveram registrar

As histórias do povo simples

Que sabiam encantar.


📚 CAPÍTULO 1 – ORIGEM DOS CONTOS ANTIGOS


1

Na aurora do século dezenove,

No Romantismo a crescer,

O povo era o guardião

Do saber e do viver,

Os Grimm foram coletores,

Com coragem de escrever.


2

De aldeias e de vilarejos

Vieram contos sem fim,

De viajantes e camponeses,

Do coração do jardim.

Assim nasceu o legado

De Jacob e Wilhelm Grimm.


3

Em mil oitocentos e doze,

Primeiro livro surgiu,

“Kinder- und Hausmärchen”,

O povo logo aplaudiu.

Na tradição alemã

Um tesouro reluziu.


4

Cada conto era espelho

Do tempo e sua emoção,

Guardava dentro da trama

Um pedaço da nação.

Era a vida do povo

Virando recordação.


5

O saber da tradição

Não se deixa aprisionar,

Passa em boca de avós,

De quem sabe escutar.

E o que era só palavra

Os Grimm foram anotar.


6

Histórias de reis e bruxas,

De donzelas a sofrer,

De meninos corajosos

Com vontade de vencer.

De animais que falavam

E ensinavam a viver.


7

O Romantismo buscava

O passado medieval,

E os Grimm com suas penas

Ergueram um pedestal.

Transformando a tradição

Num patrimônio imortal.


8

Na simplicidade do povo

Brilhou a eternidade,

Pois nos contos recolhidos

Há lição de humanidade.

Os Grimm deram ao mundo

Um espelho da verdade.


📚 CAPÍTULO 2 – ESTRUTURA FABULOSA E SONHO


1

Nas páginas dos Grimm mora

A floresta encantada,

Onde o herói se perde

E encontra a estrada.

Lugar de provação

E de alma iluminada.


2

O castelo se ergue altivo

Com muralha e torre forte,

Símbolo de destino,

De poder e de sorte.

Onde a vida é testada

Entre vida e entre morte.


3

O animal fala e ensina,

Com doçura ou ironia,

É amigo do herói,

Guia sua travessia.

Na palavra de um bicho

Mora a pura sabedoria.


4

A bruxa com seu feitiço,

O mago, o ogro, o dragão,

São símbolos do perigo

Que desafiam o coração.

O herói vence o mal

E cumpre sua missão.


5

Objetos encantados

Ganham voz e poder,

Um anel, uma coroa,

Um espelho a responder.

Cada coisa tem magia

Pra ajudar ou pra prender.


6

A estrutura fabulosa

Segue o mesmo coração:

O herói parte na busca,

Enfrenta dor e lição,

Sai vitorioso ao fim

Com justiça e redenção.


7

E o vilão castigado

Mostra a regra essencial:

Quem pratica o mal no mundo

Receberá o seu igual.

Assim a moral do conto

Se firma como sinal.


8

Por trás da fantasia

Mora um saber profundo:

O conto é um espelho

Da experiência do mundo.

No simples verso infantil

Um ensinamento fecundo.


📚 CAPÍTULO 3 – O TEMPO NO REINO ENCANTADO


1

O tempo nos contos Grimm

Não segue linha exata,

É tempo de fantasia

Que a imaginação retrata.

Entre mito e moral

A narrativa se ata.


2

No tempo mítico vivem

Deuses, fadas e poder,

É a era primordial

Que o homem tenta entender.

No fundo de cada lenda

Há desejo de saber.


3

Depois surge a Idade Média

Como palco de emoção,

Com cavaleiros valentes

E reis de coração,

Com aldeias e castelos

Na eterna descrição.


4

É nesse tempo inventado

Que as histórias se dão,

Onde o herói enfrenta o mal

E vence pela paixão,

Onde o sonho medieval

Nunca perde a razão.


5

Ao final do conto surge

Outro tempo a brilhar,

O tempo moralizante

Que procura ensinar.

Com justiça recompõe

O que estava a se quebrar.


6

A noção do tempo é mágica,

É tecido de ilusão,

Não importa o calendário,

Mas a lição de perdão.

É o tempo que educa

E molda o coração.


7

Assim, três tempos distintos

Os Grimm souberam usar:

O mítico, o medieval

E o moral a ensinar.

Um ciclo que se repete

Pra quem sabe escutar.


8

Do ontem ao hoje vivo,

O conto nunca parou,

Na roda do tempo humano

Sempre se transformou.

É eterno porque ensina

E jamais se apagou.


📚 CAPÍTULO 4 – GEOGRAFIA DA MAGIA


1

A floresta é misteriosa,

De provação e de dor,

Mas também de aprendizado,

De coragem e de amor.

Quem se perde entre seus ramos

Sai de lá muito melhor.


2

O vilarejo é humilde,

De trabalho e devoção,

Onde mora a vida simples

Com fartura e tradição.

É o berço dos personagens

De cada narração.


3

O castelo é o destino,

Lugar de grande poder,

De reis e de princesas,

De perigos a vencer.

É o sonho do herói

Que deseja ali viver.


4

O caminho é simbólico,

É jornada a se cumprir,

Cada passo é escolha,

Cada curva a decidir.

É trilha da vida humana

Que ensina a prosseguir.


5

Os espaços não são mapas

Com medidas a contar,

São reflexos interiores

Que nos ajudam pensar.

É geografia da alma

A nos guiar sem cessar.


6

O rio corre sereno

Como prova e travessia,

Entre margens da incerteza

Com coragem e ousadia.

É ponte de transformação,

É símbolo da alquimia.


7

A montanha ergue forte

Desafio e superação,

Quem a escala conquista

Nova visão, nova mão.

É a altura que revela

O tamanho da lição.


8

Assim, no reino encantado,

Cada espaço tem valor,

Não é terra geográfica,

Mas cenário interior.

É mapa da existência

A ser lido com ardor.


📚 CAPÍTULO 5 – PERSONAGENS IMORTAIS


1

Cinderela, a donzela,

Que sofreu, mas triunfou,

Na bondade encontrou força

E no baile se mostrou.

Com sapato de cristal

Seu destino transformou.


2

Branca de Neve, a princesa,

Com beleza sem igual,

Perseguida pela inveja

De madrasta tão fatal.

Sete anões foram amigos

No abrigo fraternal.


3

Rapunzel de longos fios

Na torre aprisionada,

Com seus cabelos dourados

Foi por príncipe chamada.

Da prisão da feiticeira

Saiu livre e encantada.


4

João e Maria perdidos

Na floresta sem ter pão,

Encontraram casa doce

Mas de bruxa e perdição.

Com coragem derrotaram

O poder da escuridão.


5

Chapeuzinho Vermelho,

De capuz tão reluzente,

Encontrou no seu caminho

Um lobo muito ardente.

Mas no fim a esperteza

Fez vencer o mal presente.


6

O príncipe que era sapo

Por feitiço condenado,

Com o beijo verdadeiro

Logo foi desencantado.

Mostrando que o amor puro

Vence o mal enfeitiçado.


7

A bruxa Dame Gothel,

Guardava Rapunzel,

Figura de poder duro

Com feitiço cruel.

Mas caiu como caíram

As bruxas de todo o céu.


8

Os músicos de Bremen,

Um burro, um cão, um gatinho,

E um galo destemido

Que buscavam seu caminho.

Mostraram que a união

Vale mais que o ouro e o vinho.


9

Esses seres imortais

Não envelhecem jamais,

Pois no conto renascem

Sempre vivos, sempre iguais.

São vozes do imaginário

Que ecoam nos ancestrais.


📚 CAPÍTULO 6 – O LEGADO CULTURAL


1

Dos contos dos Irmãos Grimm

O mundo nunca esqueceu,

No teatro, no cinema,

Na cultura reviveu.

Na boca do povo simples

Seu encanto se estendeu.


2

Da Disney aos novos livros,

Da escola à televisão,

As histórias dos Grimm vivem

Na moderna geração.

São sementes da cultura

Plantadas no coração.


3

Preservaram o passado,

A oralidade sem fim,

Guardaram a voz do povo

Que não cabe num jardim.

E assim a humanidade

Deve muito aos irmãos Grimm.


4

Os contos atravessaram

O Atlântico a brilhar,

Do Brasil à América

Não pararam de encantar.

Viraram música e dança,

Cinema pra emocionar.


5

Em cada conto encontramos

O símbolo universal,

Do amor, do medo, da luta,

Do castigo e do final.

Assim nos reconhecemos

No espelho imortal.


6

Por isso o legado Grimm

Não é só livro fechado,

É memória coletiva

Do mundo entrelaçado.

É cultura que se espalha

Num abraço encantado.


7

De geração em geração

O conto se renova,

Traz lição para o futuro

E a tradição comprova.

Na alma do ser humano

A fantasia se mova.


8

Assim, caro leitor,

Saiba que esse tesouro

Vale mais que o diamante,

É maior do que o ouro.

É herança da memória

Do povo em seu decoro.


🌅 ENCERRAMENTO


Aqui termina o cordel

O mundo cheio de encanto,

Onde os Grimm deixaram vozes,

Onde o povo deixou canto.

E a memória dos contos

Ainda ecoa em seu manto.


🌙 EPÍLOGO POÉTICO


O conto nunca termina,

Ele passa a renascer,

Do avô para o netinho,

De quem conta pra quem lê.

No cordel e nos contos

A vida volta a crescer.


📜 NOTA DE FONTES (REFERÊNCIAS EM VERSO)


Grimm, Jacob e Wilhelm,

Com a Belinky a traduzir,

Na Companhia das Letras

Trouxeram conto a florir,

São Paulo foi o terreno

Do livro a reluzir.


Campbell trouxe o herói

De mil faces a lutar,

Cultrix foi a editora

Que o fez se eternizar,

São Paulo, dois mil e sete,

Nos ajudou a pensar.


Propp, com sua morfologia,

Fez do conto um saber,

Martins Fontes publicou

Em noventa e dois pra ler,

Deu ao mundo um alicerce

Pra ciência compreender.


Zumthor, na Idade Média,

A literatura a mostrar,

Pela Ática editora

Fez o estudo eternizar.

São Paulo guardou nos livros

O saber pra recordar.



Autor: Nhenety Kariri-Xocó 






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