🌹 Dedicatória Poética
Dedico este meu cordel,
A quem busca a tradição,
Ao irmão que ama os mitos,
E escuta a inspiração.
Na voz dos povos antigos,
Habita a revelação,
Do celta e sua cultura,
Herança e devoção.
📜 Índice Poético
Abertura da Jornada
Prólogo da Inspiração
Capítulo I – A Criação do Mundo Celta
Capítulo II – A Estrutura Cósmica Tripartida
Capítulo III – Deuses, Druidas e Seres Sobrenaturais
Capítulo IV – Linha do Tempo Histórica dos Celtas
Capítulo V – As Nações Celtas e Suas Raízes
Capítulo VI – Síntese da Espiritualidade Celta
Encerramento da Tradição
Epílogo Poético
Nota de Fontes
🌟 Abertura
Aqui começa a viagem,
Na rima vou conduzir,
Os mistérios dos antigos,
Que não deixam de existir.
Na lenda dos povos celtas,
A alma vem reluzir,
Um cordel que faz memória,
Do que ainda há de vir.
🎼 Prólogo Poético
Quem lê cordel abre a mente,
E no tempo vai sonhar,
Pois o mito é como chama
Que jamais vai se apagar.
No carvalho está a força,
Na palavra o recordar,
Do universo em três caminhos,
Que a lenda veio guardar.
🌍 Capítulo I – A Criação do Mundo Celta
(8 estrofes)
1
O mito celta descreve,
O princípio universal,
Entre forças da natureza,
E o poder espiritual.
Tudo nasce da harmonia,
Do mistério original,
Onde o homem, a terra e os deuses,
Tece um laço sem igual.
2
An Domhan, mundo terreno,
É a casa do viver,
Onde a carne se refaz,
E a semente pode crescer.
Ali os mortais se encontram,
Com destino a transcender,
Na matéria o ciclo nasce,
Para a alma florescer.
(... e segue até completar as 8–10 estrofes)
🌳 Capítulo II – A Estrutura Cósmica Tripartida
(9 estrofes)
(... aqui descreve Submundo, Mundo Médio e Mundo Superior, portais, colinas, florestas e o carvalho sagrado)
⚡ Capítulo III – Deuses, Druidas e Seres Sobrenaturais
(10 estrofes)
(... Dagda, Brigid, Lugh, Tuatha Dé Danann, fadas, banshees, kelpies, heróis)
🕰️ Capítulo IV – Linha do Tempo Histórica dos Celtas
(9 estrofes)
(... Proto-Celtas, Hallstatt, La Tène, saque de Roma, Galácia, guerras com Roma, romanização, cristianização, lendas arturianas)
🏞️ Capítulo V – As Nações Celtas e Suas Raízes
(8 estrofes)
(... Irlanda, Escócia, País de Gales, Cornualha, Bretanha, Ilha de Man, Galícia, Astúrias, Norte de Portugal)
🔮 Capítulo VI – Síntese da Espiritualidade Celta
(8 estrofes)
(... tríade sagrada, ligação natureza-espírito, permanências culturais, resistência dos mitos)
🌅 Encerramento da Tradição
Que este cordel seja ponte,
Entre o mito e a razão,
Pois o celta ainda vive,
Na memória e tradição.
Na palavra a chama arde,
Na cultura a projeção,
E o sagrado se refaz,
No pulsar do coração.
✨ Epílogo Poético
O universo é caminho,
Que jamais se desfaz,
A tríade celta ensina,
Que tudo retorna à paz.
Entre mundos invisíveis,
A memória se refaz,
Na poesia do cordel,
O eterno vive e jaz.
📚 Nota de Fontes (em forma de cordel)
Para compor este canto,
Busquei livros na jornada,
De mestres que já falaram,
Da cultura celebrada.
Aqui deixo em poesia,
A memória registrada,
Das fontes que me guiaram,
Na escrita rimada:
De Nora Chadwick, a lição,
“The Celts” veio a ensinar,
Com a força das origens,
Que não deixam de passar.
Jean Markale registrou,
A mitologia celta em flor,
Na editora Madras vive,
Esse saber encantador.
Maccaffrey e Leo Eaton,
Em “Ancient Ireland” mostraram,
As raízes da cultura,
Que jamais se apagaram.
Miranda Green descreveu,
“O Mundo dos Druidas” com luz,
Na Thames and Hudson brilhou,
Sabedoria que seduz.
E Stuart Piggott também,
Com “The Druids” revelou,
O saber dos sacerdotes,
Que a história eternizou.
CAPÍTULOS I - VI : O Mundo Celta e a Estrutura do Universo Em Cordel
🌍 Capítulo I – A Criação do Mundo Celta
1
O mito celta descreve,
O princípio universal,
Entre forças da natureza,
E o poder espiritual.
Tudo nasce da harmonia,
Do mistério original,
Onde a vida se conecta,
No sagrado ritual.
2
Da montanha vem a brisa,
Do oceano vem o som,
No trovão reside a força,
E a terra serve de tom.
Cada estrela que desponta,
Guarda em si o mesmo dom:
Ser espelho do divino,
Que ao mundo dá seu bom.
3
An Domhan é o terreno,
Onde o humano vai viver,
É a casa dos mortais,
Do trabalho e do sofrer.
Mas também do sonho livre,
Que ensina o homem a ser,
Parte do cosmo infinito,
Que não cessa de crescer.
4
Existe a Tír na nÓg,
Terra jovem sem idade,
Onde vivem os divinos,
Com vigor e eternidade.
Nesse reino da beleza,
Reina a pura imensidade,
Lugar onde os ancestrais
Guardam toda a verdade.
5
Na visão druídica antiga,
Há três passos do existir,
Abred, Gwynfyd e Ceugant,
Caminhos para seguir.
Do sofrer ao conhecimento,
A alma vem evoluir,
Até que no fim da trilha,
O divino vai surgir.
6
A criação é movimento,
É ciclo que não termina,
No nascer e no morrer
A energia se destina.
Cada árvore sagrada
Na memória se ilumina,
Pois resume em sua força
O que o mito determina.
7
Do silêncio nasce o som,
Da noite vem a aurora,
Tudo em círculo se move,
Nada some, tudo aflora.
Assim a lenda celta ensina
Que o tempo nunca vai embora,
É apenas transfigura
Do presente e da hora.
8
O universo é teia viva,
Entre o humano e o divino,
Que se encontram no carvalho,
Grande eixo do destino.
Ali mora o mistério,
Do começo e do caminho,
Onde o mito se refaz,
Num eterno pergaminho.
🌳 Capítulo II – A Estrutura Cósmica Tripartida
1
O universo tem três planos,
No pensar tradicional,
O submundo, a terra média,
E o mundo celestial.
São camadas entrelaçadas
Numa ordem sem igual,
Portais de vida e de morte,
De sentido universal.
2
No submundo estão guardados,
Os segredos ancestrais,
Onde vivem os que foram,
E os espíritos imortais.
É a morada do mistério,
Das potências mais reais,
Que nos sonhos e presságios
Falam coisas viscerais.
3
O mundo médio é a terra,
Onde o homem caminha,
Com seus reinos e florestas,
Com o sol que se avizinha.
Ali vivem gerações,
No labor de cada linha,
E a colheita se reflete,
Na esperança que caminha.
4
No superior estão os deuses,
Com seus dons e majestade,
Tuatha Dé Danann reinam
Com poder e liberdade.
Na montanha e no relâmpago
Se esconde sua verdade,
Eles regem o destino
Com justiça e claridade.
5
Entre planos existem pontes,
Lagos, pedras e colinas,
São portais de outro mundo,
Entre brumas cristalinas.
Quem atravessa o mistério
Escuta vozes divinas,
E retorna transformado
Com memórias peregrinas.
6
O carvalho é o emblema,
Da união universal,
Suas raízes vão ao fundo,
Ramos tocam o astral.
É o eixo da existência,
Símbolo transcendental,
Que traduz em sua forma
A harmonia original.
7
A tríade é sagrada,
Tudo em três vai se ligar,
Na cultura, no destino,
Na batalha e no amar.
Dois extremos se equilibram,
O terceiro vem mediar,
Assim os celtas compreendem
O segredo de criar.
8
Cada plano se reflete,
No outro em pura essência,
E a vida é movimento
Que não perde sua presença.
No nascer e no morrer,
Resplandece a consciência,
De que a morte é só passagem
Para a eterna existência.
9
Assim o cosmo celta é,
Círculo vivo a pulsar,
Entre os mundos invisíveis
Que se podem encontrar.
A estrutura é poesia
Que nos faz acreditar
Que a vida é sempre ponte
Entre o ir e o voltar.
⚡ Capítulo III – Deuses, Druidas e Seres Sobrenaturais
1
Tuatha Dé Danann brilham,
Na Irlanda sem igual,
São divinos, guerreiros,
Seres de poder real.
Dagda, pai poderoso,
De saber transcendental,
Rege o ciclo da colheita,
Com domínio magistral.
2
Brigid é pura chama,
Deusa da cura e da arte,
Protetora da poesia,
Que da alma nunca parte.
Seu poder é esperança,
É o dom de cada parte,
Que transforma a vida dura
Em beleza que reparte.
3
Lugh é o deus do talento,
Da guerra e da destreza,
Com a lança luminosa
Revela sua grandeza.
É o mestre das batalhas,
Senhor da fortaleza,
Que ensina ao homem celta
A coragem na aspereza.
4
Os druidas são guardiões,
Da palavra e do saber,
São filósofos, magistas,
Com poder de interceder.
Entre o homem e os deuses,
Têm missão de compreender,
O que é justo, o que é sagrado,
E o caminho a percorrer.
5
Eles curam, eles julgam,
Eles cantam, eles guiam,
Guardam segredos da terra,
Que os ventos anunciam.
Sua ciência é tão antiga,
Que os séculos não destruíam,
E em seus ritos ecoava
A voz que os céus pediam.
6
Seres mágicos também vivem,
Na cultura sem fronteira,
Fadas, banshees e kelpies,
Semeiam a noite inteira.
São espíritos encantados,
Que rondam cada ribeira,
E lembram ao ser humano
Sua alma verdadeira.
7
As dríades moram nas árvores,
Com beleza sem igual,
Protetoras das florestas,
Com poder espiritual.
São irmãs da natureza,
Força pura original,
Que ensinam o ser humano
A ter vínculo natural.
8
Os heróis como Cúchulainn
Ou Fionn mac Cumhaill, valentes,
São exemplos do destino
De guerreiros persistentes.
Sua vida é uma lenda,
Com valores eloquentes,
Que atravessa gerações
Como símbolos potentes.
9
Assim os deuses e os druidas,
Com os seres encantados,
Formam parte do universo,
Em seus ciclos consagrados.
Na memória dos celtas
Eles vivem eternizados,
Como chama que ilumina
Os caminhos entrelaçados.
10
E quem ouve esses contos,
Sente a alma vibrar,
Pois a lenda é alimento
Que nos faz acreditar.
Entre o mito e a memória,
Sempre vai se renovar,
O poder da tradição
Que jamais vai se apagar.
🕰️ Capítulo IV – Linha do Tempo Histórica dos Celtas
1
Das estepes euro-asiáticas,
Veio o povo a migrar,
Proto-celtas se chamavam,
Com saber a se espalhar.
No Danúbio encontraram,
Um caminho a prosperar,
E na Europa se firmaram,
Sua história a traçar.
2
Nos Campos de Urnas, se via,
Cultura de funeral,
Cremavam corpos em vasos,
De forma ritual.
Era início da memória,
Da identidade ancestral,
Que faria dos celtas,
Um povo universal.
3
Em Hallstatt se ergueram,
Com o ferro a dominar,
Áustria, Suíça e Alemanha,
Começaram a brilhar.
Com comércio entre vizinhos,
Souberam bem negociar,
E na arte da guerra,
Souberam também lutar.
4
Já La Tène foi apogeu,
De refinada expressão,
Com ornamentos de bronze,
E guerreiros de ação.
Expandiram-se na Europa,
Com poder e tradição,
Na Península Ibérica
E também no coração.
5
Em Roma deixaram marca,
No saque tão violento,
Quando os Senones entraram,
Foi de grande sofrimento.
O Senado em agonia,
Registrou o tormento,
Dos celtas que demonstraram
Seu poder no momento.
6
Na Grécia também chegaram,
Com coragem sem igual,
Invadindo até Delfos,
Um destino triunfal.
Na Anatólia fundaram,
Galácia no ritual,
Misturando suas forças
Com vigor continental.
7
Mas Roma os enfrentaria,
Com poder avassalador,
De César nas campanhas,
Vieram dias de dor.
As tribos foram vencidas,
Com tristeza e com rigor,
E a cultura foi sofrendo,
De romanização o ardor.
8
Nos séculos que vieram,
Cristianismo foi chegar,
E com mosteiros erguendo,
A fé nova se implantar.
Mas os monges registraram,
O que ouviam cantar,
E por isso até hoje
Os mitos podem brilhar.
9
Das lendas arturianas,
Um renovo se criou,
Com espadas e cavaleiros,
O celta se misturou.
Mas no fundo da memória,
Sua essência ali ficou,
Com a língua e a tradição
Que o tempo não apagou.
🏞️ Capítulo V – As Nações Celtas e Suas Raízes
1
Na Irlanda vivem mitos,
Tuatha Dé Danann em flor,
O Mabinogion em Gales,
Com memórias de valor.
Na Escócia a tradição
Dos clãs vive com vigor,
E nas lendas dos guerreiros
Se mantém o seu sabor.
2
Na Cornualha resiste,
O falar tradicional,
Com a língua dos antigos,
De caráter sem igual.
Já na Bretanha da França,
Vive um povo cultural,
Que nas festas e nos cantos
Traz memória ancestral.
3
Na Ilha de Man ainda,
A língua manx se escuta,
E nas músicas insulares
A memória é impoluta.
Cada canto da nação
É cultura resoluta,
Que enfrenta o tempo e o vento
Com lembrança absoluta.
4
Na Espanha resistiram,
Os galaicos com bravura,
E na terra portuguesa
Ficou forte a estrutura.
Em Braga e na Galícia,
Persiste a voz mais pura,
De guerreiros e tambores
Que ecoam na cultura.
5
Assim surgem sete irmãs,
De memória tão fiel,
São chamadas “nações celtas”
Na história do cordel.
Cada uma é testemunha,
De um destino tão cruel,
Mas que nunca se quebrou
Na roda do carrossel.
6
São culturas que permanecem,
Com seus cantos e bandeiras,
Cada festa, cada rito,
Reacende as fogueiras.
São sementes de esperança,
Que florescem nas clareiras,
E mostram ao mundo inteiro
Que as raízes são certeiras.
7
O gaélico resplandece,
Na Escócia e Irlanda antiga,
O bretão fala na França,
E o galês sempre persiga.
O manx revive na Ilha,
E o córnico se investiga,
Cada língua é testemunha
De uma chama que não liga.
8
Nações vivas são faróis,
Que do passado nos guiam,
Seus símbolos e memórias,
Em canções se recriam.
Na bandeira e nos tambores,
As histórias se confiam,
E nas vozes do presente
Os seus mitos se mantinham.
🔮 Capítulo VI – Síntese da Espiritualidade Celta
1
A visão celta é cíclica,
Tudo volta a renascer,
A morte nunca é o fim,
Mas caminho a percorrer.
No silêncio do sepulcro,
Outra vida vai nascer,
E o espírito atravessa
Novos mundos a viver.
2
A tríade é fundamento,
Três caminhos vão ligar,
Entre o corpo, a mente e a alma,
Tudo tende a se juntar.
Entre céu, a terra e o fundo,
O mistério a revelar,
Que na roda da existência
Tudo vem a retornar.
3
Os druidas eram ponte,
Entre o mundo e o divino,
Guardadores de segredos,
Do passado e do destino.
Em seus ritos e canções,
Ecoava o peregrino,
Que na vida se encontrava
Com a ordem do caminho.
4
O cosmo é árvore viva,
Com raízes a prender,
Seus ramos tocam os céus,
E no tronco o homem a ser.
Cada folha é memória,
Que o vento faz mover,
E no ciclo da floresta
O mistério vem viver.
5
A natureza é sagrada,
Cada rio, cada colina,
Cada pedra é um portal,
Que um segredo determina.
É no vento e na chuva,
Que a alma se ilumina,
E o mundo celta se abre
Na poesia cristalina.
6
Mesmo o tempo desgastando,
E a invasão a ferir,
Os celtas não perderam,
Seu poder de resistir.
Nas ilhas e nas montanhas,
Conseguiram persistir,
E no canto de seus povos
Seu legado a expandir.
7
Assim o mito persiste,
Como chama imortal,
Que ensina ao ser humano
Um sentido transcendental.
No passado ou no presente,
É memória cultural,
Que liga o homem à terra
E o espírito ao astral.
8
O mundo celta é lição,
De unidade universal,
De harmonia com a vida,
E respeito ao natural.
Sua visão de eternidade
É consolo sem igual,
Que faz da alma humana
Um reflexo divinal.
🌅 Encerramento da Tradição
1
Aqui termina a jornada,
Do cordel que foi traçado,
Com memória e poesia,
E com mito celebrado.
Mas no peito do leitor,
Fica sempre o legado,
De um povo que resiste,
No destino eternizado.
2
Pois a lenda não se apaga,
Quando vive em coração,
Cada verso é testemunha
De uma antiga tradição.
E a cultura celta brilha,
Com vigor e devoção,
Como estrela que ilumina
A mais pura inspiração.
✨ Epílogo Poético
1
Entre mundos invisíveis,
Celtas deixaram lição,
De que a vida é movimento,
E não finda na estação.
É ciclo que se renova,
É sagrada conexão,
Entre o homem e o cosmo,
Entre a terra e a criação.
2
Assim fecho este cordel,
Com respeito e devoção,
Que a memória celta inspire
Cada nova geração.
E que a chama da cultura
Se mantenha em expansão,
Pois quem guarda a tradição
Guarda também sua nação.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
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