sábado, 27 de setembro de 2025

POVOS INDÍGENAS E A FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO, Cordel de Nhenety Kariri-Xocó






🌹 Dedicatória Poética


Dedico este meu cordel

À memória milenar,

Dos povos que são raiz

Desta pátria singular,

Que lutaram, que resistem,

Sem jamais se entregar.


Dedico aos ancestrais

Que nas trilhas caminharam,

Deixando ritos e rezas

Que os mais velhos ensinaram,

E que nos tocos da mata

Os pajés sempre guardaram.


Dedico às novas sementes,

Crianças de cada chão,

Que carregam no futuro

A memória em sua mão,

E na aldeia ou na cidade

Dão sentido à tradição.


📜 ÍNDICE POÉTICO


1️⃣ Dedicatória Poética

2️⃣ Abertura

3️⃣ Prólogo Poético

4️⃣ Capítulo I – Povos da Terra Brasilis

5️⃣ Capítulo II – O Encontro com os Colonizadores

6️⃣ Capítulo III – Resistência e Sobrevivência

7️⃣ Capítulo IV – A Matriz Indígena na Formação do Povo Brasileiro

8️⃣ Capítulo V – O Legado Ancestral e os Desafios Atuais

9️⃣ Encerramento

🔟 Epílogo Poético

1️⃣1️⃣ Nota de Fontes Rimada

1️⃣2️⃣ Epílogo Final

1️⃣3️⃣ Ficha Técnica

1️⃣4️⃣ Quarta Capa Poética

1️⃣5️⃣ Sobre o Autor

1️⃣6️⃣ Sobre a Obra




🌄 Abertura


Convido o leitor amigo

A viajar no cordel,

Pois a história do Brasil

Não cabe só num papel,

Ela pulsa no presente,

Feita em luta e carrossel.



🌌 Epílogo Poético


Que os versos deste cordel 

Sejam ponte de memória, 

Que resgatem a verdade 

Oculta em nossa história, 

E que o povo originário 

Seja sempre nossa glória.


Nhenety Kariri-Xocó 

Canta em ritmo sincero, 

Que a luta e a resistência 

Fazem parte do que quero, 

Um Brasil mais justo e livre, 

Mais humano e mais inteiro.



🌟 Prólogo Poético


Antes do branco aportar

Nesta costa reluzente,

Já reinava nesta terra

Povo alegre e resistente,

Com culturas variadas,

Rito, canto e semente.


Mas chegou colonizador

Com sua cruz e ambição,

Desenhou nova batalha

Com espada e escravidão,

Mudou o rumo da história

De um povo em união.


📖 CAPÍTULO I – Povos da Terra Brasilis


Do litoral às florestas

Viviam mil nações,

Cada qual com sua língua,

Suas festas, tradições,

Viviam da terra fértil

Com saberes e canções.


No mar estava o Tupi,

Senhor de praia e canoa,

Que caçava e pescava

Com habilidade boa,

Seus aldeamentos firmavam

Uma vida muito à toa.


Tupiniquim e Tupinambá,

Senhores da beira-mar,

Foram os primeiros povos

Que o branco veio encontrar,

Na troca e no conflito

Muita dor veio ficar.


No sertão nordestino havia

Potiguara e Tabajara,

Kariri, Pankararu,

Que a memória declara,

Cada povo tinha força,

Cada aldeia se prepara.


No Sul, estavam Guaranis,

Em planalto e em campina,

Viviam da agricultura

Com mandioca e farinha,

E o canto da sua fé

Soava como rotina.


No Centro viviam fortes

Bororo e Terena,

Com caçadas coletivas,

E a vida sempre serena,

No equilíbrio com a mata,

Sustentando sua antena.


No cerrado e na Amazônia,

Xavante e Aruaque,

Com arco e flecha na mão,

Na luta não se enfraque,

Suas aldeias guardavam

Sabedoria em destaque.


Cada povo uma nação,

Com cultura e diferença,

Mas unidos na essência

Da vida em coexistência,

Na canção da natureza

Residia a consciência.


E antes do invasor chegar

Com seu ferro, sua cruz,

A terra já reluzia

Com o brilho dessa luz,

Do indígena que moldava

O Brasil que hoje seduz.


⚔️ CAPÍTULO II – O Encontro com os Colonizadores


Quando as caravelas vieram

Com seu pano e capitão,

Trouxeram ferro e doença,

Ganância e dominação,

Desenharam sobre o mapa

Nova forma de opressão.


No início houve espanto,

Também houve convivência,

Mas logo o europeu mostrou

Sua lógica de violência,

Viu na terra e no nativo

Somente utilidade e ciência.


O pau-brasil foi tomado

Com mão indígena escrava,

Trabalhando dia e noite,

Na mata que se travava,

E quem resistia à ordem

Muitas vezes se enterrava.


As doenças trazidas

Causaram tanta ferida,

Varíola, sarampo e peste

Foram dor nunca vencida,

Povos inteiros caíram

Sem poder salvar a vida.


Vieram os jesuítas

Com missões de catequese,

Ensinando nova fé,

Com promessa e com prece,

Mas também como estratégia

De controle que não esquece.


Houve sangue derramado,

Houve fuga e resistência,

O colonizador chegou

Com espada e violência,

A história foi se marcando

Na memória da existência.


Muitos povos extintos

Nesse choque desleal,

Outros foram reduzidos

Ao cativeiro brutal,

E a terra dos ancestrais

Virou campo colonial.


Mas se a dor foi tão cruel,

Também nasceu rebeldia,

O indígena resistiu

Com coragem e ousadia,

Reerguendo sua aldeia,

Mantendo sua alegria.


🌱 CAPÍTULO III – Resistência e Sobrevivência


O índio não se entregou,

Se espalhou pelo sertão,

Adentrou mata fechada

Buscando libertação,

Fez da fuga e da astúcia

Armas da sobrevivência.


Na Amazônia encontrou

Novo espaço de viver,

Criou redes de aldeias

Que sabiam florescer,

Com o saber da floresta

Puderam sobreviver.


No aldeamento jesuíta

Muitos foram obrigados,

Aprendendo o português

Com costumes misturados,

Mas nos cantos escondidos

Os ritos eram guardados.


O arco e flecha seguiu

Como força de defesa,

E nas festas da aldeia

Permaneceu a nobreza,

Do canto que traz a alma,

Do ritual com beleza.


Resistir foi ato vivo,

De manter identidade,

De não se deixar perder

Pela cruz ou autoridade,

De ser povo originário

Com cultura e verdade.


Na miscigenação também

O indígena resistiu,

Seu sangue corre nas veias

De quem hoje é do Brasil,

A força da sua herança

Na história nunca sumiu.


Mesmo em meio às violências

Nunca deixou de sonhar,

Com a terra e o direito

Que precisa se firmar,

E até hoje luta firme

Pelo seu modo de estar.


🌍 CAPÍTULO IV – A Matriz Indígena na Formação do Povo Brasileiro


A base do brasileiro

Nasceu dessa mistura,

Do indígena com o branco

E o africano na cultura,

Três raízes se unindo

Numa pátria tão madura.


No idioma cotidiano

O Tupi se fez presente,

“Abacaxi”, “caju”,

São palavras persistentes,

Que lembram nossa memória

De maneira eloquente.


Na cozinha brasileira

O indígena deixou traço,

Da mandioca à farinha,

Da pimenta ao bom abraço,

É sabor que se mistura

Em panela e em regaço.


A casa de palha e barro,

O costume de pescar,

O uso das ervas curas,

O hábito de plantar,

Tudo isso vem do índio

E não pode se apagar.


Muitas cidades surgiram

Dos aldeamentos cristãos,

São Paulo foi uma delas

Levantada em suas mãos,

Mas a base verdadeira

Foi do povo das manhãs.


Na dança e na cantoria,

Nos rituais de pajé,

O Brasil bebeu cultura

Que até hoje ainda é,

Memória viva e pulsante

Que jamais perde a fé.


Na visão de natureza

O indígena ensinou,

Que a terra é mãe sagrada

E o futuro se plantou,

Na harmonia com o mundo

O Brasil também brotou.


Assim a matriz indígena

Na formação do Brasil,

Deixou raízes eternas

Que transformam o perfil,

De um povo mestiço e forte,

Com destino varonil.


🔥 CAPÍTULO V – O Legado Ancestral e os Desafios Atuais


Hoje o índio ainda resiste

Na cidade ou na aldeia,

Na luta por suas terras

Que a injustiça semeia,

Mas o espírito ancestral

É raiz que não se alteia.


Na cultura e no saber

Segue a contribuição,

Com a medicina da mata,

Com seu canto e tradição,

Mostrando à sociedade

O valor da conexão.


No Congresso e nas ruas

Segue firme a resistência,

Clamando por seus direitos

Com força e inteligência,

Pois sem o povo nativo

Não há plena consciência.


O saber da sustentabilidade

Já é antigo ensinamento,

Respeitar a terra-mãe

É viver em contentamento,

Algo que o índio pregou

Desde o primeiro momento.


Mas ainda sofrem ataques,

Invasões e mineração,

O gado ocupa seus campos,

Queimadas destroem o chão,

É preciso mais respeito

Pra salvar a criação.


Na memória do Brasil

O indígena é semente,

Que se espalhou no passado

E floresce no presente,

Mostrando que a identidade

É diversa e persistente.


O legado permanece,

Na poesia e no cantar,

Na pintura corporal

E no direito de lutar,

Pois sem povos originários

Não há pátria pra lembrar.


🌻 Encerramento


Assim termina o cordel,

Mas não termina a lição,

Pois o Brasil que é mestiço

Se ergueu dessa união,

E o indígena é raiz

De toda esta nação.


A luta segue nas matas,

Nas aldeias, no sertão,

Nos cantos e nas escolas,

No saber e na canção,

Com memória e esperança

Guardadas pela tradição.



🌌 Epílogo Poético


Que os versos deste cordel

Sejam ponte de memória,

Que resgatem a verdade

Oculta em nossa história,

E que o povo originário

Seja sempre nossa glória.


Nhenety Kariri-Xocó

Canta em ritmo sincero,

Que a luta e a resistência

Fazem parte do que quero,

Um Brasil mais justo e livre,

Mais humano e mais inteiro.



📚 Nota de Fontes (em verso)


Para compor este cordel,

De saber e tradição,

Busquei em livros antigos

E em estudos de atenção,

Que registraram na história

O indígena em sua ação.


Monteiro, John Manuel,

Com pesquisa singular,

Mostrou "Negros da Terra"

E o índio a trabalhar,

Entre bandeiras e roças

De São Paulo a se formar.


Gilberto Freyre contou,

Na "Casa-Grande & Senzala",

O convívio das culturas

Que o Brasil tanto embala,

Com mistura de raças

Que o tempo nunca abala.


Maria Emília Prado

Também veio registrar,

Com "História dos Índios"

Para o povo lembrar,

Que a raiz originária

Ninguém pode apagar.


Manuela Carneiro da Cunha,

Com olhar de cidadania,

Mostrou no livro recente

Direitos e sabedoria,

"Os Índios no Brasil"

Com memória e ousadia.


De Funari e Noelli,

"Pré-história do Brasil",

Surgiram análises claras,

Com detalhe varonil,

Das culturas primeiras

Num estudo tão sutil.


Do IBGE veio dado,

Em estatística fiel,

Mapeando os indígenas

Com pesquisa a pincel,

Desenhando no presente

A verdade do cordel.


Assim ficam registradas

As fontes que consultei,

Com respeito e consciência

Os autores eu citei,

Para honrar na poesia

O saber que consultei.



🌙 Epílogo Final


Nos caminhos do tempo antigo,

Ecoa a voz do ancestral,

Que moldou com sua vida

O destino nacional.

E nas veias do Brasil

Corre sangue original.


Que este cordel seja ponte

Entre o ontem e o porvir,

Para que cada leitor

Possa ver e redescobrir

Que a raiz da liberdade

Nasceu do povo a sorrir.


📘 Ficha Técnica


Título: Povos Indígenas e a Formação do Povo Brasileiro

Gênero: Literatura de Cordel

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Edição: Especial Bilíngue Simbólica – Brasil & Portugal

Revisão e Organização: Nhenety Kariri-Xocó & ChatGPT – Assistente Literário Virtual

Formatação: A5 – Vertical (Padrão de Cordel)

Ano: 2025

Local: Porto Real do Colégio – Alagoas, Brasil

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 

Arte Digital 3D: ChatGPT (Edição Virtual)

Direitos Autorais: © 2025 – Nhenety Kariri-Xocó

Todos os direitos reservados.


💫 Quarta Capa Poética





Neste cordel refulgente,

Ecoa o canto da aldeia,

Onde o tempo se mistura

E a memória incendeia.


É o Brasil indígena vivo,

Que resiste e que semeia,

Na voz de Nhenety poeta

Que o passado clareia.


Entre o Brasil e Portugal,

As bandeiras entrelaçadas,

Mostram pontes de cultura

E raízes consagradas.

Um canto de união eterna,

De almas iluminadas.


🪶 Sobre o Autor


Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, poeta e pesquisador das tradições dos povos originários do Brasil.

Pertencente ao povo Kariri-Xocó, de Porto Real do Colégio (AL), dedica sua vida à preservação da memória ancestral, à valorização da cultura indígena e à expressão poética da sabedoria nativa.

Seus cordéis unem espiritualidade, história e resistência, construindo pontes entre a tradição oral e a arte literária contemporânea.


📖 Sobre a Obra


O cordel “Povos Indígenas e a Formação do Povo Brasileiro” celebra a presença ancestral e contínua dos povos nativos na construção da identidade nacional.

Em versos rimados, o autor percorre as origens, o encontro com os colonizadores, a resistência, o legado e os desafios atuais dos povos indígenas, mostrando como sua cultura moldou o Brasil em essência, língua, culinária, arte e espiritualidade.

A obra é também um manifesto poético pela justiça histórica, pela memória viva e pelo reconhecimento do valor sagrado das primeiras nações desta terra.

Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:  

https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/povos-indigenas-e-formacao-do-povo.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 









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