🌹 Dedicatória Poética
Dedico este meu cordel
À memória milenar,
Dos povos que são raiz
Desta pátria singular,
Que lutaram, que resistem,
Sem jamais se entregar.
Dedico aos ancestrais
Que nas trilhas caminharam,
Deixando ritos e rezas
Que os mais velhos ensinaram,
E que nos tocos da mata
Os pajés sempre guardaram.
Dedico às novas sementes,
Crianças de cada chão,
Que carregam no futuro
A memória em sua mão,
E na aldeia ou na cidade
Dão sentido à tradição.
📜 ÍNDICE POÉTICO
1️⃣ Dedicatória Poética
2️⃣ Abertura
3️⃣ Prólogo Poético
4️⃣ Capítulo I – Povos da Terra Brasilis
5️⃣ Capítulo II – O Encontro com os Colonizadores
6️⃣ Capítulo III – Resistência e Sobrevivência
7️⃣ Capítulo IV – A Matriz Indígena na Formação do Povo Brasileiro
8️⃣ Capítulo V – O Legado Ancestral e os Desafios Atuais
9️⃣ Encerramento
🔟 Epílogo Poético
1️⃣1️⃣ Nota de Fontes Rimada
1️⃣2️⃣ Epílogo Final
1️⃣3️⃣ Ficha Técnica
1️⃣4️⃣ Quarta Capa Poética
1️⃣5️⃣ Sobre o Autor
1️⃣6️⃣ Sobre a Obra
🌄 Abertura
Convido o leitor amigo
A viajar no cordel,
Pois a história do Brasil
Não cabe só num papel,
Ela pulsa no presente,
Feita em luta e carrossel.
🌌 Epílogo Poético
Que os versos deste cordel
Sejam ponte de memória,
Que resgatem a verdade
Oculta em nossa história,
E que o povo originário
Seja sempre nossa glória.
Nhenety Kariri-Xocó
Canta em ritmo sincero,
Que a luta e a resistência
Fazem parte do que quero,
Um Brasil mais justo e livre,
Mais humano e mais inteiro.
🌟 Prólogo Poético
Antes do branco aportar
Nesta costa reluzente,
Já reinava nesta terra
Povo alegre e resistente,
Com culturas variadas,
Rito, canto e semente.
Mas chegou colonizador
Com sua cruz e ambição,
Desenhou nova batalha
Com espada e escravidão,
Mudou o rumo da história
De um povo em união.
📖 CAPÍTULO I – Povos da Terra Brasilis
Do litoral às florestas
Viviam mil nações,
Cada qual com sua língua,
Suas festas, tradições,
Viviam da terra fértil
Com saberes e canções.
No mar estava o Tupi,
Senhor de praia e canoa,
Que caçava e pescava
Com habilidade boa,
Seus aldeamentos firmavam
Uma vida muito à toa.
Tupiniquim e Tupinambá,
Senhores da beira-mar,
Foram os primeiros povos
Que o branco veio encontrar,
Na troca e no conflito
Muita dor veio ficar.
No sertão nordestino havia
Potiguara e Tabajara,
Kariri, Pankararu,
Que a memória declara,
Cada povo tinha força,
Cada aldeia se prepara.
No Sul, estavam Guaranis,
Em planalto e em campina,
Viviam da agricultura
Com mandioca e farinha,
E o canto da sua fé
Soava como rotina.
No Centro viviam fortes
Bororo e Terena,
Com caçadas coletivas,
E a vida sempre serena,
No equilíbrio com a mata,
Sustentando sua antena.
No cerrado e na Amazônia,
Xavante e Aruaque,
Com arco e flecha na mão,
Na luta não se enfraque,
Suas aldeias guardavam
Sabedoria em destaque.
Cada povo uma nação,
Com cultura e diferença,
Mas unidos na essência
Da vida em coexistência,
Na canção da natureza
Residia a consciência.
E antes do invasor chegar
Com seu ferro, sua cruz,
A terra já reluzia
Com o brilho dessa luz,
Do indígena que moldava
O Brasil que hoje seduz.
⚔️ CAPÍTULO II – O Encontro com os Colonizadores
Quando as caravelas vieram
Com seu pano e capitão,
Trouxeram ferro e doença,
Ganância e dominação,
Desenharam sobre o mapa
Nova forma de opressão.
No início houve espanto,
Também houve convivência,
Mas logo o europeu mostrou
Sua lógica de violência,
Viu na terra e no nativo
Somente utilidade e ciência.
O pau-brasil foi tomado
Com mão indígena escrava,
Trabalhando dia e noite,
Na mata que se travava,
E quem resistia à ordem
Muitas vezes se enterrava.
As doenças trazidas
Causaram tanta ferida,
Varíola, sarampo e peste
Foram dor nunca vencida,
Povos inteiros caíram
Sem poder salvar a vida.
Vieram os jesuítas
Com missões de catequese,
Ensinando nova fé,
Com promessa e com prece,
Mas também como estratégia
De controle que não esquece.
Houve sangue derramado,
Houve fuga e resistência,
O colonizador chegou
Com espada e violência,
A história foi se marcando
Na memória da existência.
Muitos povos extintos
Nesse choque desleal,
Outros foram reduzidos
Ao cativeiro brutal,
E a terra dos ancestrais
Virou campo colonial.
Mas se a dor foi tão cruel,
Também nasceu rebeldia,
O indígena resistiu
Com coragem e ousadia,
Reerguendo sua aldeia,
Mantendo sua alegria.
🌱 CAPÍTULO III – Resistência e Sobrevivência
O índio não se entregou,
Se espalhou pelo sertão,
Adentrou mata fechada
Buscando libertação,
Fez da fuga e da astúcia
Armas da sobrevivência.
Na Amazônia encontrou
Novo espaço de viver,
Criou redes de aldeias
Que sabiam florescer,
Com o saber da floresta
Puderam sobreviver.
No aldeamento jesuíta
Muitos foram obrigados,
Aprendendo o português
Com costumes misturados,
Mas nos cantos escondidos
Os ritos eram guardados.
O arco e flecha seguiu
Como força de defesa,
E nas festas da aldeia
Permaneceu a nobreza,
Do canto que traz a alma,
Do ritual com beleza.
Resistir foi ato vivo,
De manter identidade,
De não se deixar perder
Pela cruz ou autoridade,
De ser povo originário
Com cultura e verdade.
Na miscigenação também
O indígena resistiu,
Seu sangue corre nas veias
De quem hoje é do Brasil,
A força da sua herança
Na história nunca sumiu.
Mesmo em meio às violências
Nunca deixou de sonhar,
Com a terra e o direito
Que precisa se firmar,
E até hoje luta firme
Pelo seu modo de estar.
🌍 CAPÍTULO IV – A Matriz Indígena na Formação do Povo Brasileiro
A base do brasileiro
Nasceu dessa mistura,
Do indígena com o branco
E o africano na cultura,
Três raízes se unindo
Numa pátria tão madura.
No idioma cotidiano
O Tupi se fez presente,
“Abacaxi”, “caju”,
São palavras persistentes,
Que lembram nossa memória
De maneira eloquente.
Na cozinha brasileira
O indígena deixou traço,
Da mandioca à farinha,
Da pimenta ao bom abraço,
É sabor que se mistura
Em panela e em regaço.
A casa de palha e barro,
O costume de pescar,
O uso das ervas curas,
O hábito de plantar,
Tudo isso vem do índio
E não pode se apagar.
Muitas cidades surgiram
Dos aldeamentos cristãos,
São Paulo foi uma delas
Levantada em suas mãos,
Mas a base verdadeira
Foi do povo das manhãs.
Na dança e na cantoria,
Nos rituais de pajé,
O Brasil bebeu cultura
Que até hoje ainda é,
Memória viva e pulsante
Que jamais perde a fé.
Na visão de natureza
O indígena ensinou,
Que a terra é mãe sagrada
E o futuro se plantou,
Na harmonia com o mundo
O Brasil também brotou.
Assim a matriz indígena
Na formação do Brasil,
Deixou raízes eternas
Que transformam o perfil,
De um povo mestiço e forte,
Com destino varonil.
🔥 CAPÍTULO V – O Legado Ancestral e os Desafios Atuais
Hoje o índio ainda resiste
Na cidade ou na aldeia,
Na luta por suas terras
Que a injustiça semeia,
Mas o espírito ancestral
É raiz que não se alteia.
Na cultura e no saber
Segue a contribuição,
Com a medicina da mata,
Com seu canto e tradição,
Mostrando à sociedade
O valor da conexão.
No Congresso e nas ruas
Segue firme a resistência,
Clamando por seus direitos
Com força e inteligência,
Pois sem o povo nativo
Não há plena consciência.
O saber da sustentabilidade
Já é antigo ensinamento,
Respeitar a terra-mãe
É viver em contentamento,
Algo que o índio pregou
Desde o primeiro momento.
Mas ainda sofrem ataques,
Invasões e mineração,
O gado ocupa seus campos,
Queimadas destroem o chão,
É preciso mais respeito
Pra salvar a criação.
Na memória do Brasil
O indígena é semente,
Que se espalhou no passado
E floresce no presente,
Mostrando que a identidade
É diversa e persistente.
O legado permanece,
Na poesia e no cantar,
Na pintura corporal
E no direito de lutar,
Pois sem povos originários
Não há pátria pra lembrar.
🌻 Encerramento
Assim termina o cordel,
Mas não termina a lição,
Pois o Brasil que é mestiço
Se ergueu dessa união,
E o indígena é raiz
De toda esta nação.
A luta segue nas matas,
Nas aldeias, no sertão,
Nos cantos e nas escolas,
No saber e na canção,
Com memória e esperança
Guardadas pela tradição.
🌌 Epílogo Poético
Que os versos deste cordel
Sejam ponte de memória,
Que resgatem a verdade
Oculta em nossa história,
E que o povo originário
Seja sempre nossa glória.
Nhenety Kariri-Xocó
Canta em ritmo sincero,
Que a luta e a resistência
Fazem parte do que quero,
Um Brasil mais justo e livre,
Mais humano e mais inteiro.
📚 Nota de Fontes (em verso)
Para compor este cordel,
De saber e tradição,
Busquei em livros antigos
E em estudos de atenção,
Que registraram na história
O indígena em sua ação.
Monteiro, John Manuel,
Com pesquisa singular,
Mostrou "Negros da Terra"
E o índio a trabalhar,
Entre bandeiras e roças
De São Paulo a se formar.
Gilberto Freyre contou,
Na "Casa-Grande & Senzala",
O convívio das culturas
Que o Brasil tanto embala,
Com mistura de raças
Que o tempo nunca abala.
Maria Emília Prado
Também veio registrar,
Com "História dos Índios"
Para o povo lembrar,
Que a raiz originária
Ninguém pode apagar.
Manuela Carneiro da Cunha,
Com olhar de cidadania,
Mostrou no livro recente
Direitos e sabedoria,
"Os Índios no Brasil"
Com memória e ousadia.
De Funari e Noelli,
"Pré-história do Brasil",
Surgiram análises claras,
Com detalhe varonil,
Das culturas primeiras
Num estudo tão sutil.
Do IBGE veio dado,
Em estatística fiel,
Mapeando os indígenas
Com pesquisa a pincel,
Desenhando no presente
A verdade do cordel.
Assim ficam registradas
As fontes que consultei,
Com respeito e consciência
Os autores eu citei,
Para honrar na poesia
O saber que consultei.
🌙 Epílogo Final
Nos caminhos do tempo antigo,
Ecoa a voz do ancestral,
Que moldou com sua vida
O destino nacional.
E nas veias do Brasil
Corre sangue original.
Que este cordel seja ponte
Entre o ontem e o porvir,
Para que cada leitor
Possa ver e redescobrir
Que a raiz da liberdade
Nasceu do povo a sorrir.
📘 Ficha Técnica
Título: Povos Indígenas e a Formação do Povo Brasileiro
Gênero: Literatura de Cordel
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Edição: Especial Bilíngue Simbólica – Brasil & Portugal
Revisão e Organização: Nhenety Kariri-Xocó & ChatGPT – Assistente Literário Virtual
Formatação: A5 – Vertical (Padrão de Cordel)
Ano: 2025
Local: Porto Real do Colégio – Alagoas, Brasil
Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM
Arte Digital 3D: ChatGPT (Edição Virtual)
Direitos Autorais: © 2025 – Nhenety Kariri-Xocó
Todos os direitos reservados.
💫 Quarta Capa Poética
Neste cordel refulgente,
Ecoa o canto da aldeia,
Onde o tempo se mistura
E a memória incendeia.
É o Brasil indígena vivo,
Que resiste e que semeia,
Na voz de Nhenety poeta
Que o passado clareia.
Entre o Brasil e Portugal,
As bandeiras entrelaçadas,
Mostram pontes de cultura
E raízes consagradas.
Um canto de união eterna,
De almas iluminadas.
🪶 Sobre o Autor
Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, poeta e pesquisador das tradições dos povos originários do Brasil.
Pertencente ao povo Kariri-Xocó, de Porto Real do Colégio (AL), dedica sua vida à preservação da memória ancestral, à valorização da cultura indígena e à expressão poética da sabedoria nativa.
Seus cordéis unem espiritualidade, história e resistência, construindo pontes entre a tradição oral e a arte literária contemporânea.
📖 Sobre a Obra
O cordel “Povos Indígenas e a Formação do Povo Brasileiro” celebra a presença ancestral e contínua dos povos nativos na construção da identidade nacional.
Em versos rimados, o autor percorre as origens, o encontro com os colonizadores, a resistência, o legado e os desafios atuais dos povos indígenas, mostrando como sua cultura moldou o Brasil em essência, língua, culinária, arte e espiritualidade.
A obra é também um manifesto poético pela justiça histórica, pela memória viva e pelo reconhecimento do valor sagrado das primeiras nações desta terra.
Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/povos-indigenas-e-formacao-do-povo.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó


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