🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA
Dedico este meu cordel
A quem vive a tradição,
Aos que guardam na memória
Os mitos de cada nação.
Do Norte ao sertão distante,
Do passado ao caminhar,
A cultura é ponte viva
Que jamais vai se apagar.
📜 ÍNDICE POÉTICO
Prólogo Poético: Canto de Abertura
Capítulo 1 - Cosmogonia: O Mundo em Conflito
Capítulo 2 - Yggdrasil e os Nove Reinos
Capítulo 3 - Deuses, Heróis e Valquírias
Capítulo 4 - O Guerreiro e sua Honra
Capítulo 5 - Migrações e Conflitos com Roma
Capítulo 6 - Os Reinos da Idade Média
Capítulo 7 - Herança Germânica na Modernidade
Encerramento: Canto do Legado
Epílogo Poético: Voz do Tempo
Nota de Fontes
🌟 ABERTURA
No cordel aqui presente
Conto a saga ancestral,
Dos povos que forjaram
Um destino sem igual.
Entre gelo, fogo e guerra
Criaram cosmovisão,
E na Europa semearam
Sua marca e tradição.
🎶 PRÓLOGO POÉTICO
A mitologia germânica
É um espelho a revelar,
O poder dos deuses fortes
E o destino a se traçar.
No tronco de Yggdrasil firme,
O universo vai pulsar,
E os homens, filhos da terra,
Seu caminho vão lutar.
🌅 ENCERRAMENTO
Dos mitos à realeza,
Da espada ao coração,
O germânico construiu
Mais que um reino, uma visão.
Na Europa hoje pulsante
Resta clara a tradição,
Pois dos deuses aos humanos
Há eterna ligação.
🌌 EPÍLOGO POÉTICO
O cordel aqui termina,
Mas o canto vai seguir,
Pois a história é como o vento,
Que não cessa de fluir.
Nos mitos há resistência,
Na cultura, claridade,
E o passado nos ensina
A moldar a humanidade.
CAPÍTULO 1 – COSMOGONIA: O MUNDO EM CONFLITO
1
No começo não havia,
Nem o tempo, nem lugar,
Só o abismo silencioso,
Sem começo, sem parar.
O Ginnungagap guardava
O mistério a se formar.
2
De um lado reinava o gelo,
Niflheim, sombrio e frio,
Do outro ardia o fogo,
Muspelheim em desafio.
Quando ambos se encontraram
Surgiu logo o novo fio.
3
Da fusão desses dois reinos,
Ymir, o gigante, nasceu,
Do suor de seu enorme corpo
Toda vida floresceu.
Mas dos deuses a vingança
O destino lhe teceu.
4
Odin, Vili e Vé, guerreiros,
Se ergueram contra o titã,
Matando o ser imenso
Na batalha soberana.
Do cadáver do gigante
Fez-se a ordem que emana.
5
Da sua carne surgiu a terra,
Do seu sangue o vasto mar,
Os ossos viraram montanhas,
Do seu crânio o céu no ar.
E dos cabelos compridos
A floresta foi brotar.
6
Das sobrancelhas fizeram muros,
Protegendo o mundo humano,
Chamado Midgard, cercado,
Destino já soberano.
Tudo tinha uma origem
Do colosso sobre-humano.
7
O sol veio das fagulhas,
De Muspelheim abrasado,
E a lua foi companheira
No horizonte desenhado.
As estrelas foram postas
No universo iluminado.
8
Assim nasceu a ordem cósmica,
Da morte de um só ser,
Revelando que do caos
A vida pode nascer.
E a mitologia germânica
Nunca deixou de dizer.
9
Que a luta entre gelo e fogo
Revela eterna lição:
Do contraste surge o todo,
Do conflito, a criação.
Na memória dos germânicos
É raiz da tradição.
10
Por isso o mito da origem
Permanece a iluminar,
Que o mundo é feito de forças
Que precisam se equilibrar.
E que do ventre da morte
Brota sempre o renascer.
CAPÍTULO 2 – YGGDRASIL E OS NOVE REINOS
1
No centro do vasto mundo,
Ergue-se árvore sem igual,
Yggdrasil, tronco divino,
Raiz firme, tronco real.
Sustentando nove mundos,
Na jornada universal.
2
No mais alto, em plena glória,
Fica Asgard dos imortais,
Onde vivem deuses fortes
Com poderes divinais.
Ali reina o pai Odin,
Com seus feitos imortais.
3
Logo ao lado está Vanaheim,
Dos deuses da fertilidade,
Que cuidavam das colheitas,
Do amor e da amizade.
Com Frey, Freyja e com Njord,
Guardavam prosperidade.
4
Midgard, o mundo dos homens,
Está firme no caminho,
Protegido por muralhas,
Entre guerras e destino.
É nele que o ser humano
Segue o passo peregrino.
5
Jotunheim guarda gigantes,
Poderosos e colossais,
Representam o caos eterno
Que desafia os mortais.
Thor combate tais criaturas
Com trovões tão descomunais.
6
Niflheim é o gelo eterno,
Muspelheim o fogo ardente,
São reinos primordiais,
Energia sempre presente.
Recordando que do choque
Se constrói o existente.
7
Alfheim guarda os elfos claros,
De beleza e inspiração,
Enquanto em Svartalfheim
Há anões com devoção.
Forjam armas poderosas
Que moldaram tradição.
8
Helheim é o mundo escuro,
Dos que morrem sem valor,
Não chegaram ao Valhalla,
Nem lutaram com ardor.
São guardados por Hela fria,
A senhora do terror.
9
E assim Yggdrasil sustenta
Toda a ordem natural,
Da raiz até os céus
Segue o ciclo universal.
Árvore cósmica eterna,
Símbolo espiritual.
CAPÍTULO 3 – DEUSES, HERÓIS E VALQUÍRIAS
1
Odin, pai dos poderosos,
Sábio, astuto e senhor,
Bebeu da fonte sagrada,
Se fez dono do saber.
Mesmo cego de um dos olhos,
Comandava o que se vê.
2
Com corvos sempre ao seu lado,
Que lhe trazem informação,
Era guia dos guerreiros,
Comandante da ação.
Seu trono vigiava os mundos,
Guardião da criação.
3
Thor, com o martelo Mjölnir,
Era o raio retumbante,
Defendia o povo humano
Do gigante ameaçante.
Com trovão e tempestade
Mostrava-se triunfante.
4
Frigg, esposa do grande Odin,
Era mãe, senhora e guia,
Trazia o dom da família,
Do destino que se fia.
No tear do tempo oculto
Fiava a sabedoria.
5
Do outro lado, os Vanir,
Com Frey e sua irmã,
Guardavam fertilidade,
As colheitas e o amanhã.
E Njord, senhor dos mares,
Dava ao povo o seu afã.
6
Mas nos céus havia um sopro,
De figuras mais leais:
As Valquírias, mensageiras,
De beleza divinais.
Elas escolhiam os bravos
Entre os mortos nos mortais.
7
Os guerreiros escolhidos
Iam ao Valhalla morar,
No salão de ouro e glória,
Com banquetes a cantar.
Lá lutavam todo o dia
E à noite iam festejar.
8
Assim a fé dos germânicos
Foi tecida em devoção:
Deuses, heróis e Valquírias
Guiavam cada ação.
Na batalha ou na vida,
Era eterna inspiração.
CAPÍTULO 4 – O GUERREIRO E SUA HONRA
1
Ser guerreiro era destino,
Era honra, era viver,
Pois quem cai em dura luta
Nunca deixa de vencer.
Mesmo morto em campo aberto
Seu valor vai florescer.
2
O chefe era mais que rei,
Era guia, era farol,
Comitatus lhe seguia,
Um exército sem igual.
Fidelidade era a base,
Era pacto natural.
3
Os guerreiros recebiam
Proteção e também pão,
Mas em troca ofereciam
A coragem e a mão.
Era aliança de sangue,
Era fé no coração.
4
No ting, a grande assembleia,
Se decidia a questão,
Ali homens se encontravam
Para ouvir cada irmão.
E a palavra valia tanto
Quanto a força da mão.
5
As leis eram baseadas
Na honra e na tradição,
Não se escrevia em pergaminho,
Era na recordação.
Quem quebrava tais acordos
Perdia toda razão.
6
A batalha não era apenas
Conquista de um pedaço,
Era a busca da vitória
Com coragem passo a passo.
Na morte havia glória,
Era eterno o seu abraço.
7
Os cantores, chamados bardos,
Guardavam cada memória,
Cantavam feitos dos bravos,
Deixando viva a história.
Assim o guerreiro caído
Ganhava sempre vitória.
8
E assim os povos germânicos
Se moldaram na bravura,
Na coragem e no combate,
Na palavra sempre pura.
A honra era maior riqueza,
Mais que ouro e mais que altura.
CAPÍTULO 5 – MIGRAÇÕES E CONFLITOS COM ROMA
1
Roma via no horizonte
Um perigo a se formar,
Eram tribos germânicas
Que vinham pra enfrentar.
Nos relatos de Tácito
Se podia já notar.
2
Na batalha de Teutoburgo,
No ano nove da era,
As legiões foram vencidas
Por astúcia e por espera.
Arminius, herói germano,
Deu ao povo nova esfera.
3
Três legiões foram tombadas,
Sob o bosque secular,
Roma nunca mais ousou
Na Germânia se firmar.
O império, tão temido,
Ali não pôde reinar.
4
Nos séculos que vieram,
O contato aumentou,
Ora guerra, ora comércio,
O destino se formou.
Germânicos pelas fronteiras
Seu poder multiplicou.
5
No século quarto em diante
Veio a grande migração,
Chamaram de Völkerwanderung,
Movimento em expansão.
Povos novos se espalharam,
Mudando toda a nação.
6
Visigodos, ostrogodos,
Vândalos em invasão,
Francos, anglos e saxões,
Cada qual com seu bastão.
Buscavam terras e espaço,
Reino e dominação.
7
Roma, em crise interna,
Já não tinha mais vigor,
E as tribos aproveitavam
Pra vencer o imperador.
De fronteira em fronteira
Se espalhava o invasor.
8
O Império do Ocidente
Caiu em desolação,
No quatrocentos e setenta e seis
Chegou sua extinção.
E o poder dos germanos
Tomou nova direção.
9
Assim Roma foi caindo
Na memória universal,
E os povos germânicos
Firmaram sua espiral.
O mundo entrava na Idade
Do destino medieval.
CAPÍTULO 6 – OS REINOS DA IDADE MÉDIA
1
Da ruína de Roma antiga
Surgiram reinos de chão,
Os germânicos construíram
Novos lares, nova ação.
Cada povo foi moldando
Seu poder, sua nação.
2
Na Península Ibérica,
Visigodos se firmaram,
Construíram sua corte,
Reis e leis ali deixaram.
Mesmo com invasões futuras,
Fundamentos já lançaram.
3
Na península italiana
Reinou o ostrogodo,
Com Teodorico à frente,
Sábio, justo e sisudo.
Por um tempo trouxe ordem
Ao império já cansudo.
4
Os francos se engrandeceram
Na Gália, com seu brasão,
Clóvis e depois os carolíngios
Trouxeram centralização.
Daí surgiria a França
E a germânica nação.
5
Na Inglaterra vieram
Os saxões e anglos também,
Fundaram reinos pequenos,
Mas com força e muito bem.
Lá se ergueu a cultura
Que até hoje se mantém.
6
Os vândalos atravessaram
O mar até o sul,
Na África construíram
Reino firme como azul.
Mas Bizâncio os derrubou
Com poder e com baú.
7
Na região da Lombardia,
No norte da Itália enfim,
Os lombardos se instalaram
Com destino e com jardim.
Formaram reinos duradouros,
Com memória sem fim.
8
Bávaros e alamanos
No sul da Germânia estão,
Criaram reinos e tradições,
Leis de sangue, união.
Fortes bases se tornaram
Da futura nação.
9
Cada reino construía
Seu poder particular,
Mas no fundo preservava
A raiz de seu lugar.
Combinando lei germânica
E a romana pra reinar.
10
E assim, no medievo,
Se forjava o coração
Da Europa que nascia
Com vigor e com paixão.
O passado se misturava
Na futura tradição.
CAPÍTULO 7 – HERANÇA GERMÂNICA NA MODERNIDADE
1
Da Germânia medieval,
Floresceu nova nação,
Alemanha se erguendo
Com vigor e direção.
Sua cultura e ciência
Dão ao mundo inspiração.
2
Na Áustria se conserva
O legado musical,
Mozart, Strauss e outras vozes
De um talento sem igual.
Herança de reis germânicos
No espaço imperial.
3
A Suíça, entre montanhas,
Deu ao mundo precisão,
Relógios, saber bancário,
Tradição de união.
Povo livre que mantém
Da Germânia a projeção.
4
Nos Países Baixos floresce
Um espírito mercador,
Herança de navegantes,
De pintores e de amor.
Com a força protestante
De Lutero e seu fervor.
5
A Escandinávia guarda
Os mitos de Odin e Thor,
Mas também traz modernidade
Com justiça e com vigor.
Dos vikings veio a coragem,
Hoje é paz que tem valor.
6
Na Inglaterra anglo-saxã
Ficou clara a tradição,
Da língua ao parlamento,
Da coroa à inspiração.
É herança germânica
No império em expansão.
7
Na França os francos firmaram
Reino forte e majestoso,
Que se tornou fundamento
Do Ocidente vigoroso.
Germânicos no seu sangue
Deixaram traço famoso.
8
A Itália dos lombardos
Herdou lei e devoção,
Misturando com o romano
A germânica visão.
Do direito e da cultura
Fez-se nova tradição.
9
Na Eslovênia também vive
Esse elo ancestral,
Germânicos se assentaram
Com memória sem igual.
Na Europa a semente antiga
Segue sempre universal.
📚 NOTA DE FONTES (em cordel)
Na pesquisa eu caminhei
Com autores de valor,
Que trouxeram a base firme
Para este humilde cantor.
Davidson contou os deuses
Do Norte em sua visão,
E Dumézil decifrou
Mitos da tradição.
Heather falou do império,
Da queda e invasão,
Littleton trouxe a lenda
Com nórdica inspiração.
Todd mostrou os germânicos
No seu tempo original,
Le Goff cantou o Ocidente
Na Idade Medieval.
E Tácito, voz antiga,
Registrou com precisão,
As tribos que resistiam
À romana dominação.
🪶 FICHA TÉCNICA
Título: O UNIVERSO MÍTICO DOS POVOS GERMÂNICOS E JORNADA HISTÓRICA EM CORDEL
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
Edição: Primeira Edição Literária – Série “Cordéis do Mundo Antigo”
Gênero: Cordel Histórico-Mitológico
Ilustração e Diagramação: Nhenety Kariri-Xocó & ChatGPT (assistência virtual criativa)
Revisão Poética e Estrutural: Nhenety Kariri-Xocó
Produção Editorial: Projeto Cultural: "KXNHENETY.BLOGSPOT.COM" Kariri-Xocó Literário
Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM
Local: Porto Real do Colégio – Alagoas, Brasil
Ano: 2025
Formato: A5 – Edição digital e impressa
Direitos Autorais: © 2025 – Todos os direitos reservados ao autor.
É permitida a reprodução parcial com fins educativos, desde que citada a fonte.
🌌 EPÍLOGO FINAL
(Canto do Eterno Retorno)
No giro do tempo antigo,
Retorna o ciclo a pulsar,
Das neves do Norte longínquo
Ao sertão que faz cantar.
O mito é chama que vive,
Mesmo após se transformar,
Pois o homem, em sua busca,
Nunca deixa de sonhar.
Dos deuses que se foram,
Ficou a voz no altar,
E em cada verso do mundo
O eterno volta a brotar.
🌿 QUARTA CAPA POÉTICA
Nas runas do vento antigo
Há um sopro universal,
Que une o fiorde e o rio
Num destino ancestral.
Guerreiros, bardos e sábios
Ergueram novo portal,
E o cordel, em verso e canto,
Faz do mito um ritual.
Entre martelos e harpas,
Entre fogo e temporal,
O povo germânico ensina
Que o sonho é imortal.
🪶 SOBRE O AUTOR
Nhenety Kariri-Xocó é escritor, poeta e contador de histórias do povo Kariri-Xocó, de Porto Real do Colégio (AL).
Guardião da memória ancestral e das tradições orais, dedica-se à valorização das culturas indígenas e universais por meio do cordel literário, conectando tempos e mitos numa linguagem viva.
Suas obras unem o sagrado e o humano, o passado e o presente, revelando a essência espiritual da palavra como instrumento de sabedoria e resistência.
📖 SOBRE A OBRA
O Universo Mítico dos Povos Germânicos e Jornada Histórica em Cordel é uma travessia poética pelos mitos, heróis e crenças dos antigos povos do Norte da Europa, desde suas cosmogonias até suas heranças na modernidade.
Nhenety Kariri-Xocó recria, em versos rimados, a grande epopeia dos germanos, evocando seus deuses, valquírias e guerreiros, em diálogo com a história e a alma humana.
A obra é um encontro entre mundos — o ancestral europeu e o olhar indígena brasileiro — onde o cordel se torna ponte entre culturas e tempos, revelando que o mito é universal e eterno.
Esta obra foi inspirada e fundamentada no artigo publicado no blog “KXNHENETY.BLOGSPOT.COM", disponível em:
https://kxnhenety.blogspot.com/2025/04/o-universo-mitico-dos-povos-germanicos.html?m=0 , seguindo uma estrutura acadêmica nos moldes da ABNT e respaldada em referenciais históricos e culturais que unem a tradição oral ao conhecimento erudito.
🌄 QUARTA CAPA 3D DIGITAL
Será criada em estilo realista digital 3D, com:
Luz dourada e atmosfera solene,
Textura antiga e tom mítico,
Runas germânicas brilhando em dourado,
Paisagem mística com aurora boreal ao fundo,
Símbolos dos deuses nórdicos entrelaçados com o emblema Kariri-Xocó,
E o título poético da quarta capa integrado visualmente à composição.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó


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