terça-feira, 30 de setembro de 2025

O UNIVERSO MÍTICO DOS POVOS GERMÂNICOS E JORNADA HISTÓRICA EM CORDEL, Por Nhenety Kariri-Xocó






🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este meu cordel

A quem vive a tradição,

Aos que guardam na memória

Os mitos de cada nação.

Do Norte ao sertão distante,

Do passado ao caminhar,

A cultura é ponte viva

Que jamais vai se apagar.


📜 ÍNDICE POÉTICO


Prólogo Poético: Canto de Abertura


Cosmogonia: O Mundo em Conflito


Yggdrasil e os Nove Reinos


Deuses, Heróis e Valquírias


O Guerreiro e sua Honra


Migrações e Conflitos com Roma


Os Reinos da Idade Média


Herança Germânica na Modernidade


Encerramento: Canto do Legado


Epílogo Poético: Voz do Tempo


Nota de Fontes


🌟 ABERTURA


No cordel aqui presente

Conto a saga ancestral,

Dos povos que forjaram

Um destino sem igual.

Entre gelo, fogo e guerra

Criaram cosmovisão,

E na Europa semearam

Sua marca e tradição.


🎶 PRÓLOGO POÉTICO


A mitologia germânica

É um espelho a revelar,

O poder dos deuses fortes

E o destino a se traçar.

No tronco de Yggdrasil firme,

O universo vai pulsar,

E os homens, filhos da terra,

Seu caminho vão lutar.


📖 CAPÍTULOS


CAPÍTULO 1 – COSMOGONIA: O MUNDO EM CONFLITO


(10 estrofes)


Do gelo de Niflheim duro,

Do fogo em Muspelheim ardente,

Do abismo nasceu Ymir,

O gigante imponente.

No vazio, o Ginnungagap,

Tudo foi se desenhando,

Aos poucos a criação

O destino foi traçando.


(... segue em versos até completar 10 estrofes narrando Ymir, sua morte, o corpo criando o mundo e a visão dualista da cosmogonia).


CAPÍTULO 2 – YGGDRASIL E OS NOVE REINOS


(9 estrofes)


Uma árvore colossal,

Yggdrasil se fez raiz,

Entre mundos conecta tudo

Num destino que condiz.

De Asgard até Helheim,

Da vida até a morte,

Nove mundos sustentados

Pela árvore de suporte.


(... segue rimando cada reino e sua função até 9 estrofes).


CAPÍTULO 3 – DEUSES, HERÓIS E VALQUÍRIAS


(8 estrofes)


(... Thor, Odin, Frigg, Frey, Freyja, Njord, Valquírias escolhendo guerreiros para Valhalla).


CAPÍTULO 4 – O GUERREIRO E SUA HONRA


(8 estrofes)


(... ethos guerreiro, coragem, tings, comitati, honra na morte, glória eterna).


CAPÍTULO 5 – MIGRAÇÕES E CONFLITOS COM ROMA


(9 estrofes)


(... Tácito, Batalha de Teutoburgo, confrontos, migrações, Völkerwanderung).


CAPÍTULO 6 – OS REINOS DA IDADE MÉDIA


(10 estrofes)


(... visigodos, ostrogodos, vândalos, francos, anglo-saxões, lombardos, bávaros, alamanos).


CAPÍTULO 7 – HERANÇA GERMÂNICA NA MODERNIDADE


(9 estrofes)


(... Alemanha, Áustria, Suíça, Países Baixos, Escandinávia, Inglaterra, França, Itália, Eslovênia).


🌅 ENCERRAMENTO


Dos mitos à realeza,

Da espada ao coração,

O germânico construiu

Mais que um reino, uma visão.

Na Europa hoje pulsante

Resta clara a tradição,

Pois dos deuses aos humanos

Há eterna ligação.


🌌 EPÍLOGO POÉTICO


O cordel aqui termina,

Mas o canto vai seguir,

Pois a história é como o vento,

Que não cessa de fluir.

Nos mitos há resistência,

Na cultura, claridade,

E o passado nos ensina

A moldar a humanidade.


📚 NOTA DE FONTES (em cordel)


Na pesquisa eu caminhei

Com autores de valor,

Que trouxeram a base firme

Para este humilde cantor.


Davidson contou os deuses

Do Norte em sua visão,

E Dumézil decifrou

Mitos da tradição.


Heather falou do império,

Da queda e invasão,

Littleton trouxe a lenda

Com nórdica inspiração.


Todd mostrou os germânicos

No seu tempo original,

Le Goff cantou o Ocidente

Na Idade Medieval.


E Tácito, voz antiga,

Registrou com precisão,

As tribos que resistiam

À romana dominação.



📖 Autor: Nhenety Kariri-Xocó



CAPÍTULO 1 – COSMOGONIA: O MUNDO EM CONFLITO


(10 estrofes)


1

No começo não havia,

Nem o tempo, nem lugar,

Só o abismo silencioso,

Sem começo, sem parar.

O Ginnungagap guardava

O mistério a se formar.


2

De um lado reinava o gelo,

Niflheim, sombrio e frio,

Do outro ardia o fogo,

Muspelheim em desafio.

Quando ambos se encontraram

Surgiu logo o novo fio.


3

Da fusão desses dois reinos,

Ymir, o gigante, nasceu,

Do suor de seu enorme corpo

Toda vida floresceu.

Mas dos deuses a vingança

O destino lhe teceu.


4

Odin, Vili e Vé, guerreiros,

Se ergueram contra o titã,

Matando o ser imenso

Na batalha soberana.

Do cadáver do gigante

Fez-se a ordem que emana.


5

Da sua carne surgiu a terra,

Do seu sangue o vasto mar,

Os ossos viraram montanhas,

Do seu crânio o céu no ar.

E dos cabelos compridos

A floresta foi brotar.


6

Das sobrancelhas fizeram muros,

Protegendo o mundo humano,

Chamado Midgard, cercado,

Destino já soberano.

Tudo tinha uma origem

Do colosso sobre-humano.


7

O sol veio das fagulhas,

De Muspelheim abrasado,

E a lua foi companheira

No horizonte desenhado.

As estrelas foram postas

No universo iluminado.


8

Assim nasceu a ordem cósmica,

Da morte de um só ser,

Revelando que do caos

A vida pode nascer.

E a mitologia germânica

Nunca deixou de dizer.


9

Que a luta entre gelo e fogo

Revela eterna lição:

Do contraste surge o todo,

Do conflito, a criação.

Na memória dos germânicos

É raiz da tradição.


10

Por isso o mito da origem

Permanece a iluminar,

Que o mundo é feito de forças

Que precisam se equilibrar.

E que do ventre da morte

Brota sempre o renascer.


CAPÍTULO 2 – YGGDRASIL E OS NOVE REINOS


(9 estrofes)


1

No centro do vasto mundo,

Ergue-se árvore sem igual,

Yggdrasil, tronco divino,

Raiz firme, tronco real.

Sustentando nove mundos,

Na jornada universal.


2

No mais alto, em plena glória,

Fica Asgard dos imortais,

Onde vivem deuses fortes

Com poderes divinais.

Ali reina o pai Odin,

Com seus feitos imortais.


3

Logo ao lado está Vanaheim,

Dos deuses da fertilidade,

Que cuidavam das colheitas,

Do amor e da amizade.

Com Frey, Freyja e com Njord,

Guardavam prosperidade.


4

Midgard, o mundo dos homens,

Está firme no caminho,

Protegido por muralhas,

Entre guerras e destino.

É nele que o ser humano

Segue o passo peregrino.


5

Jotunheim guarda gigantes,

Poderosos e colossais,

Representam o caos eterno

Que desafia os mortais.

Thor combate tais criaturas

Com trovões tão descomunais.


6

Niflheim é o gelo eterno,

Muspelheim o fogo ardente,

São reinos primordiais,

Energia sempre presente.

Recordando que do choque

Se constrói o existente.


7

Alfheim guarda os elfos claros,

De beleza e inspiração,

Enquanto em Svartalfheim

Há anões com devoção.

Forjam armas poderosas

Que moldaram tradição.


8

Helheim é o mundo escuro,

Dos que morrem sem valor,

Não chegaram ao Valhalla,

Nem lutaram com ardor.

São guardados por Hela fria,

A senhora do terror.


9

E assim Yggdrasil sustenta

Toda a ordem natural,

Da raiz até os céus

Segue o ciclo universal.

Árvore cósmica eterna,

Símbolo espiritual.



CAPÍTULO 3 – DEUSES, HERÓIS E VALQUÍRIAS


(8 estrofes)


1

Odin, pai dos poderosos,

Sábio, astuto e senhor,

Bebeu da fonte sagrada,

Se fez dono do saber.

Mesmo cego de um dos olhos,

Comandava o que se vê.


2

Com corvos sempre ao seu lado,

Que lhe trazem informação,

Era guia dos guerreiros,

Comandante da ação.

Seu trono vigiava os mundos,

Guardião da criação.


3

Thor, com o martelo Mjölnir,

Era o raio retumbante,

Defendia o povo humano

Do gigante ameaçante.

Com trovão e tempestade

Mostrava-se triunfante.


4

Frigg, esposa do grande Odin,

Era mãe, senhora e guia,

Trazia o dom da família,

Do destino que se fia.

No tear do tempo oculto

Fiava a sabedoria.


5

Do outro lado, os Vanir,

Com Frey e sua irmã,

Guardavam fertilidade,

As colheitas e o amanhã.

E Njord, senhor dos mares,

Dava ao povo o seu afã.


6

Mas nos céus havia um sopro,

De figuras mais leais:

As Valquírias, mensageiras,

De beleza divinais.

Elas escolhiam os bravos

Entre os mortos nos mortais.


7

Os guerreiros escolhidos

Iam ao Valhalla morar,

No salão de ouro e glória,

Com banquetes a cantar.

Lá lutavam todo o dia

E à noite iam festejar.


8

Assim a fé dos germânicos

Foi tecida em devoção:

Deuses, heróis e Valquírias

Guiavam cada ação.

Na batalha ou na vida,

Era eterna inspiração.


CAPÍTULO 4 – O GUERREIRO E SUA HONRA


(8 estrofes)


1

Ser guerreiro era destino,

Era honra, era viver,

Pois quem cai em dura luta

Nunca deixa de vencer.

Mesmo morto em campo aberto

Seu valor vai florescer.


2

O chefe era mais que rei,

Era guia, era farol,

Comitatus lhe seguia,

Um exército sem igual.

Fidelidade era a base,

Era pacto natural.


3

Os guerreiros recebiam

Proteção e também pão,

Mas em troca ofereciam

A coragem e a mão.

Era aliança de sangue,

Era fé no coração.


4

No ting, a grande assembleia,

Se decidia a questão,

Ali homens se encontravam

Para ouvir cada irmão.

E a palavra valia tanto

Quanto a força da mão.


5

As leis eram baseadas

Na honra e na tradição,

Não se escrevia em pergaminho,

Era na recordação.

Quem quebrava tais acordos

Perdia toda razão.


6

A batalha não era apenas

Conquista de um pedaço,

Era a busca da vitória

Com coragem passo a passo.

Na morte havia glória,

Era eterno o seu abraço.


7

Os cantores, chamados bardos,

Guardavam cada memória,

Cantavam feitos dos bravos,

Deixando viva a história.

Assim o guerreiro caído

Ganhava sempre vitória.


8

E assim os povos germânicos

Se moldaram na bravura,

Na coragem e no combate,

Na palavra sempre pura.

A honra era maior riqueza,

Mais que ouro e mais que altura.



CAPÍTULO 5 – MIGRAÇÕES E CONFLITOS COM ROMA


(9 estrofes)


1

Roma via no horizonte

Um perigo a se formar,

Eram tribos germânicas

Que vinham pra enfrentar.

Nos relatos de Tácito

Se podia já notar.


2

Na batalha de Teutoburgo,

No ano nove da era,

As legiões foram vencidas

Por astúcia e por espera.

Arminius, herói germano,

Deu ao povo nova esfera.


3

Três legiões foram tombadas,

Sob o bosque secular,

Roma nunca mais ousou

Na Germânia se firmar.

O império, tão temido,

Ali não pôde reinar.


4

Nos séculos que vieram,

O contato aumentou,

Ora guerra, ora comércio,

O destino se formou.

Germânicos pelas fronteiras

Seu poder multiplicou.


5

No século quarto em diante

Veio a grande migração,

Chamaram de Völkerwanderung,

Movimento em expansão.

Povos novos se espalharam,

Mudando toda a nação.


6

Visigodos, ostrogodos,

Vândalos em invasão,

Francos, anglos e saxões,

Cada qual com seu bastão.

Buscavam terras e espaço,

Reino e dominação.


7

Roma, em crise interna,

Já não tinha mais vigor,

E as tribos aproveitavam

Pra vencer o imperador.

De fronteira em fronteira

Se espalhava o invasor.


8

O Império do Ocidente

Caiu em desolação,

No quatrocentos e setenta e seis

Chegou sua extinção.

E o poder dos germanos

Tomou nova direção.


9

Assim Roma foi caindo

Na memória universal,

E os povos germânicos

Firmaram sua espiral.

O mundo entrava na Idade

Do destino medieval.


CAPÍTULO 6 – OS REINOS DA IDADE MÉDIA


(10 estrofes)


1

Da ruína de Roma antiga

Surgiram reinos de chão,

Os germânicos construíram

Novos lares, nova ação.

Cada povo foi moldando

Seu poder, sua nação.


2

Na Península Ibérica,

Visigodos se firmaram,

Construíram sua corte,

Reis e leis ali deixaram.

Mesmo com invasões futuras,

Fundamentos já lançaram.


3

Na península italiana

Reinou o ostrogodo,

Com Teodorico à frente,

Sábio, justo e sisudo.

Por um tempo trouxe ordem

Ao império já cansudo.


4

Os francos se engrandeceram

Na Gália, com seu brasão,

Clóvis e depois os carolíngios

Trouxeram centralização.

Daí surgiria a França

E a germânica nação.


5

Na Inglaterra vieram

Os saxões e anglos também,

Fundaram reinos pequenos,

Mas com força e muito bem.

Lá se ergueu a cultura

Que até hoje se mantém.


6

Os vândalos atravessaram

O mar até o sul,

Na África construíram

Reino firme como azul.

Mas Bizâncio os derrubou

Com poder e com baú.


7

Na região da Lombardia,

No norte da Itália enfim,

Os lombardos se instalaram

Com destino e com jardim.

Formaram reinos duradouros,

Com memória sem fim.


8

Bávaros e alamanos

No sul da Germânia estão,

Criaram reinos e tradições,

Leis de sangue, união.

Fortes bases se tornaram

Da futura nação.


9

Cada reino construía

Seu poder particular,

Mas no fundo preservava

A raiz de seu lugar.

Combinando lei germânica

E a romana pra reinar.


10

E assim, no medievo,

Se forjava o coração

Da Europa que nascia

Com vigor e com paixão.

O passado se misturava

Na futura tradição.



CAPÍTULO 7 – HERANÇA GERMÂNICA NA MODERNIDADE


1

Da Germânia medieval,

Floresceu nova nação,

Alemanha se erguendo

Com vigor e direção.

Sua cultura e ciência

Dão ao mundo inspiração.


2

Na Áustria se conserva

O legado musical,

Mozart, Strauss e outras vozes

De um talento sem igual.

Herança de reis germânicos

No espaço imperial.


3

A Suíça, entre montanhas,

Deu ao mundo precisão,

Relógios, saber bancário,

Tradição de união.

Povo livre que mantém

Da Germânia a projeção.


4

Nos Países Baixos floresce

Um espírito mercador,

Herança de navegantes,

De pintores e de amor.

Com a força protestante

De Lutero e seu fervor.


5

A Escandinávia guarda

Os mitos de Odin e Thor,

Mas também traz modernidade

Com justiça e com vigor.

Dos vikings veio a coragem,

Hoje é paz que tem valor.


6

Na Inglaterra anglo-saxã

Ficou clara a tradição,

Da língua ao parlamento,

Da coroa à inspiração.

É herança germânica

No império em expansão.


7

Na França os francos firmaram

Reino forte e majestoso,

Que se tornou fundamento

Do Ocidente vigoroso.

Germânicos no seu sangue

Deixaram traço famoso.


8

A Itália dos lombardos

Herdou lei e devoção,

Misturando com o romano

A germânica visão.

Do direito e da cultura

Fez-se nova tradição.


9

Na Eslovênia também vive

Esse elo ancestral,

Germânicos se assentaram

Com memória sem igual.

Na Europa a semente antiga

Segue sempre universal.



Autor: Nhenety Kariri-Xocó 





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