quinta-feira, 2 de outubro de 2025

A BUSCA PELA IMORTALIDADE EM CORDEL, Por Nhenety Kariri-Xocó





🌹 Dedicatória Poética


Dedico esta caminhada,

Ao leitor que busca o além,

Na poesia enraizada,

Que do tempo guarda o bem.

Pois quem sonha eternidade,

Sempre guarda a liberdade.


Dedico também aos mitos,

Que jamais se apagaram,

Aos sábios e aos escritos,

Que nos livros repousaram.

E às vozes da tradição,

Que na história se firmaram.


📜 Índice Poético


Abertura – O chamado da memória


Prólogo Poético – O fio da grande história


Capítulo I – A busca mítica e religiosa


Capítulo II – A alquimia esperançosa


Capítulo III – A ciência no seu labor


Capítulo IV – A tecnologia e seu ardor


Encerramento – Reflexão sobre o caminho


Epílogo Poético – O destino e o pergaminho


Nota de Fontes – Onde o saber fez morada


🌟 Abertura


A vida é chama pequena,

Que o vento pode apagar,

Mas a mente humana acena,

Desejando eternizar.

De mitos à nanotecnologia,

A busca não quer parar.


🎶 Prólogo Poético


Desde os tempos mais antigos,

O homem se perguntou:

Haverá após a morte,

Um destino que restou?

Ou apenas o vazio,

Que no corpo se instalou?


A resposta é caminhada,

Que jamais teve final,

Pois a busca da imortalidade,

É desejo universal.

Entre fé, ciência e mito,

Se desenha o seu sinal.


📖 Capítulo I – A busca mítica e religiosa


1

Na terra da Mesopotâmia,

Gilgamesh foi procurar,

O segredo da existência,

Que pudesse eternizar.

Mas a morte, implacável,

Veio a ele derrotar.


2

No Egito, o corpo em tumba,

Era posto a repousar,

E a alma no além-vida,

Se esperava encontrar.

A múmia bem conservada,

Era a forma de lutar.


3

Pirâmides se elevavam,

Contra a areia e o tempo vil,

Pois nelas os faraós,

Guardavam o seu perfil.

A promessa era de vida,

No além do grande Nilo.


4

Na Grécia, deuses e heróis,

Tinham glória imortal,

Héracles e forte Aquiles,

Foram símbolos sem igual.

Na luta ou no Olimpo,

Alcançaram tal portal.


5

Em Roma também se via,

Que a honra e a devoção,

Faziam homens eternos,

Pelo sangue e tradição.

A fama após a batalha,

Era forma de ascensão.


6

No Oriente o ciclo eterno,

Era roda a retornar,

No samsara se nascia,

Para sempre reencarnar.

Ou no nirvana liberto,

A alma podia ficar.


7

Hinduísmo e budismo,

Deram nova explicação,

Imortal é quem se une,

À roda da criação.

Na dissolução do ego,

Há eterna libertação.


8

Na fé cristã resplandece,

A promessa de outro lar,

A vida após a vida,

Com Deus a se encontrar.

Assim judeus e muçulmanos,

Também vão eternizar.


9

Na Bíblia e no Alcorão,

E na Torá tão sagrada,

O paraíso é certeza,

De existência prolongada.

E a morte não é fim,

Mas passagem iluminada.


📖 Capítulo II – A alquimia esperançosa


1

Na Idade Média o sonho,

Era pedra filosofal,

Elixir da longa vida,

Contra a morte desigual.

Transformar o ser humano,

Num ente espiritual.


2

Os alquimistas buscavam,

Segredos da criação,

Na mistura das substâncias,

Estava a revelação.

Era ciência e magia,

Numa mesma direção.


3

Na China o taoísmo antigo,

Já buscava eternidade,

Com respiração sagrada,

E fórmulas de verdade.

A união com o universo,

Prometia imortalidade.


4

O sopro da meditação,

A dieta e o ritual,

Guardavam no corpo vivo,

O sentido imortal.

Na fusão com o Tao eterno,

O espírito era vital.


5

Do Oriente à Europa,

O mistério se espalhou,

E filósofos cristãos,

Seu sentido pesquisou.

Na pedra filosofal,

O milagre se guardou.


6

No Renascimento brilhava,

O humano racional,

Que na ciência enxergava,

Um futuro sem igual.

Francis Bacon já dizia:

“O saber é imortal”.


7

Os laboratórios cresciam,

Com estudo experimental,

A saúde se buscava,

Num caminho natural.

Contra o fim inevitável,

Surgia o saber vital.


8

Assim entre fé e ciência,

O homem ousou sonhar,

Que da morte se liberta,

Quem souber formular,

O elixir da existência,

Que a vida vai prolongar.


9

Mas ficou a grande lição,

Que a alquimia ensinou:

A busca pela verdade,

Com o tempo se juntou.

E do sonho medieval,

A ciência se formou.


📖 Capítulo III – A ciência no seu labor


1

No século da razão clara,

Darwin veio explicar,

Que a vida se transformava,

Sempre a se multiplicar.

Na seleção natural,

A morte ia ensinar.


2

Mendel plantando sementes,

Descobriu na criação,

Que os genes são herança,

Passados de geração.

E a chave da imortalidade,

Pode estar na reprodução.


3

A medicina avançava,

No combate à dor e ao mal,

Com vacinas e remédios,

Se vivia bem mais tal.

A vida mais prolongada,

Era sonho natural.


4

Na modernidade surgiu,

A criogenia afinal,

Congelando corpos frios,

Num repouso temporal.

Esperando que no futuro,

Se achasse cura mortal.


5

Robert Ettinger escreveu,

Que a morte é só pausa,

E que a ciência um dia,

Poderá trazer a causa.

De um corpo que desperta,

No futuro sem mais jaula.


6

No século vinte o DNA,

Se mostrou como escritura,

Do código da existência,

E promessa de futura.

Com ele o homem vislumbra,

Um caminho sem tortura.


7

O genoma sequenciado,

No início deste milênio,

Trouxe a chave da saúde,

De um viver quase eterno.

Era ciência e promessa,

De um caminho super-humano.


8

A biotecnologia,

Se tornou campo vital,

Entre genes e remédios,

Contra o tempo desigual.

E a vida que se renova,

Vai surgindo no hospital.


9

Mas a ciência questiona,

Se viver sem fim terá,

Um sentido para o homem,

Ou apenas apagará.

O mistério da existência,

Que na morte brilhará.


📖 Capítulo IV – A tecnologia e seu ardor


1

O século vinte e um traz,

O transumanismo ardente,

Que sonha unir a máquina,

Ao corpo vivo presente.

Uma fusão do humano,

Com o código existente.


2

Ray Kurzweil anunciou,

Que em breve o homem será,

Um ser quase sem limites,

Pois da carne passará.

Na máquina consciente,

Seu espírito habitará.


3

A genética já edita,

Com o CRISPR a mutação,

Genes velhos são cortados,

Na busca de salvação.

Contra o tempo e a doença,

Surge nova geração.


4

Próteses já são inteligentes,

E devolvem sensação,

Implantes trazem memória,

Ao cérebro em expansão.

E o corpo cibernético,

Alcança imortalização.


5

Nanorrobôs já prometem,

Circular no coração,

Reparando veias vivas,

Trazendo regeneração.

E doenças incuráveis,

Vão perder a função.


6

A criogenia retorna,

Com novas técnicas fiéis,

Que preservam cada célula,

Com rigor dos grandes céus.

E no futuro se espera,

Que despertem homens e réus.


7

Mas também se imagina,

A mente digitalizada,

Na rede artificial,

A vida eternizada.

Um “eu” em computador,

Com memória programada.


8

O futuro é horizonte,

De promessa e de temor,

Pois se a máquina é imortal,

Quem será o sonhador?

O humano ou o cibernético,

No seu mundo interior?


9

Assim se abre a questão,

Da ética e do destino,

Se a vida infinita é bênção,

Ou se torna desatino.

Pois sem fim na existência,

Se perde o próprio caminho.


🌒 Encerramento


Do mito ao laboratório,

Do templo ao computador,

O homem busca viver sempre,

Contra o tempo e seu rigor.

Mas talvez a imortalidade,

Já resida no amor.


🌹 Epílogo Poético


O corpo pode morrer,

Mas a história vai ficar,

Na memória dos que vivem,

Na canção que vai soar.

E a vida se faz eterna,

No ato de recordar.


📚 Nota de Fontes (Referências em Cordel)


Jan Assmann foi quem disse,

Do Egito e sua memória,

Com a Companhia das Letras,

Registrou tão bela história.

Que o além e a identidade,

São parte da mesma glória.


Dobbs contou da alquimia,

De Newton e seu pensar,

Em Cambridge a obra saiu,

Nos anos de se estudar.

Mostrando que o impossível,

Pode a mente imaginar.


Robert Ettinger pregou,

Que a morte pode enganar,

Na criogenia fria,

Seu futuro foi buscar.

Nova Iorque ouviu seu livro,

De imortalidade falar.


Ray Kurzweil anunciou,

Que a biologia cai,

Quando o homem e a máquina,

No futuro se atrai.

No livro “Singularity”,

Seu sonho se refaz.


Joseph Needham escreveu,

Da ciência oriental,

Na China que procurava,

Um viver quase imortal.

Cambridge guardou seus tomos,

De saber monumental.



Autor: Nhenety Kariri-Xocó 



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