🌹 Dedicatória Poética
Dedico em verso e rima
Aos que amam tradição,
Ao cordel que se aproxima
Da mais pura inspiração.
Aos mestres da fantasia,
Que transformam noite em dia,
Na toada do sertão.
📑 Índice Poético
Abertura da Jornada
Prólogo Poético
A Cosmologia Medieval
Hierarquia e Seres Lendários
Linhas do Oriente Antigo
As Vozes do Ocidente
Do Renascimento à Glória
Fantasias Modernas
Contemporâneos Encantados
Encerramento da Cantiga
Epílogo Poético
Nota de Fontes (em cordel )
🌟 Abertura (8 estrofes)
Abro o cordel cavaleiro,
Com espada feita em flor,
No castelo verdadeiro
De memória e de valor.
O tempo da Idade Média
Foi mistério que remedeia
Entre trevas e esplendor.
Foi século de batalhas,
De reis, mosteiros e fé,
De cruzadas e muralhas,
De brasões com sua sé.
Ali nasceu a lembrança,
Que a lenda sempre alcança
No cordel que ora é.
Os monges escreviam livros,
Os trovadores cantavam,
Os sonhos eram cativos
Do que as torres guardavam.
Mas no povo em devoção
Crescia a imaginação
Que os bardos propagavam.
O medo do inferno ardente,
O céu com seu resplendor,
Faziam do penitente
Um servo cheio de ardor.
Assim cresceu a cultura
Que na lenda se mistura
Com magia e com temor.
Na forja da Idade escura,
Ergueu-se um mundo de glória,
De herança meio obscura
Mas que vive na memória.
Reinos, deuses, cavalaria,
Misturavam fantasia
Com a trama da história.
Eis aqui minha toada,
Que mistura céu e chão,
Que revela a caminhada
Do homem em tensão.
Entre o bem e a maldade,
Eis a Idade da Verdade,
Do mito e da devoção.
Que o leitor siga comigo
Nesta estrada encantada,
Onde o verso é o amigo
Que conduz na caminhada.
Da cosmologia antiga,
Que ainda hoje instiga,
Teremos longa jornada.
Com viola imaginária
Inicio meu cantar,
Pois a Idade lendária
Ainda pode ensinar.
É viagem que resiste,
E no cordel persiste
Para nunca se acabar.
🎭 Prólogo Poético (8 estrofes)
No começo havia um mundo
De três ordens divididas,
O celeste tão profundo,
Com as almas redimidas.
O terreno de senhores,
E o inferno dos horrores,
Das criaturas perdidas.
Deus reinava no infinito,
Entre santos e anjos seus,
Mas abaixo, em labirinto,
Vivia o povo plebeu.
E nas trevas mais sombrias,
Moravam feitiçarias
E o demônio que nasceu.
A fé moldava o destino,
O medo era o professor,
Quem pecava no caminho
Conhecia a dor maior.
Assim cresceu o sistema,
Onde a lenda foi poema
E o castigo era terror.
O feudalismo regia
A estrutura medieval,
Rei, senhor, cavalaria,
Servo em ordem desigual.
Essa ordem social,
Se refletia no astral,
No divino e no infernal.
Castelos viraram símbolos
De defesa e de poder,
Guardando saberes tímidos
Que não podiam morrer.
E no coração do povo,
O mito nascia de novo
Pra jamais se esquecer.
Os trovadores cantavam
Do cavaleiro e da dama,
Os monges também guardavam
O livro em sagrada chama.
Assim se erguia a ponte
Que ligava a mente à fonte
Da esperança que se inflama.
Era o tempo das cruzadas,
Da espada e do brasão,
Das nações fragmentadas
Por guerra e devoção.
Era o tempo da coragem,
Mas também da sacanagem
Do poder em opressão.
Este prólogo é a entrada
De um castelo encantador,
Onde a lenda é guardada
Nos salões do trovador.
Que o leitor entre comigo,
Pois o cordel é o abrigo
Do mito e do sonhador.
📜 Capítulo 1 – A Cosmologia Medieval (9 estrofes)
Três mundos eram descritos
Na mente medieval,
O celeste dos benditos,
De beleza sem igual;
O terreno de trabalho,
E o inferno do atalho,
Com tormento abismal.
No céu reinava a pureza,
Os anjos cantavam luz,
Santos davam fortaleza
Na presença de Jesus.
Era a ordem suprema,
Fonte eterna do poema,
Que o cordel hoje traduz.
Na terra havia o poder
Dos reis e dos cavaleiros,
E o camponês a sofrer
No trabalho derradeiro.
A vida era dividida,
Mas também fortalecida
Por costumes costumeiros.
E o inferno era o terror,
Onde o fogo não cessava,
Onde o diabo enganador
Aos homens tentava e achava.
Era reino de agonia,
De trevas e rebeldia
Que a fé sempre combatia.
A ordem era refletida
Na estrutura feudal,
Onde a classe dividida
Era o reflexo social.
Do mais alto ao camponês,
Se espelhava no que fez
O sistema espiritual.
Castelos se erguiam fortes,
Na colina ou na planície,
Protegendo reis e cortes
Do ataque ou da mesmice.
Mas também eram muralhas
Contra as forças e batalhas
Que o demônio sempre urdiss.
A cosmologia regia
Cada gesto do viver,
O destino se prendia
No temor de se perder.
Mas no medo havia a chama,
Que a esperança ainda inflama
No desejo de vencer.
Assim nasceu a cultura
Que misturava o real
Com a sombra da escritura
Do poder celestial.
O cordel conta em memória
Essa herança de vitória
Do legado medieval.
Hoje guardo no cordel
Essa visão de três mundos,
Que reflete o céu fiel
E os abismos tão profundos.
É pintura de um painel,
De grandeza sem igual,
Nos mistérios tão fecundos.
🏰 Capítulo 2 – Hierarquia e Seres Lendários (9 estrofes)
No trono estava o rei forte
De coroa e coração,
Mas o destino e a sorte
Dependiam da oração.
A cavalaria ardente
Era o braço reluzente
Da justiça e da nação.
Camelot virou legenda,
Com Artur e sua mesa,
Onde a honra se estenda
Como espada de defesa.
E o Graal, cálice santo,
Se tornou o grande encanto
Da verdade e da beleza.
Dragões rugiam no monte,
Guardando ouro escondido,
E o herói, de mesma fonte,
Enfrentava o perigo.
São Jorge na tradição,
Vencia com devoção
O monstro endurecido.
Monstros como o grifo alado
Misturavam o animal,
Com humano transformado
Em figura surreal.
E o lobisomem da lenda
Fez do medo a oferenda
No imaginário fatal.
As bruxas foram temidas
E queimadas na fogueira,
Mas guardavam as sabidas
Ervas da terra inteira.
Muitas eram perseguidas,
Outras lidas e ouvidas
Como força verdadeira.
Os gnomos e os anões
Da tradição germânica,
Guardavam subterrâneos
De riqueza titânica.
Elfos do Norte celeste
Mostravam vida agreste
Em poesia romântica.
Roland foi guerreiro forte
Na canção de cavalaria,
Beowulf firmou seu norte
Contra a fera em valentia.
Sigurd rompeu os segredos,
E mostrou nos mitos ledos
Sua fúria em poesia.
Os templários, cavaleiros,
Servos de cruz e bandeira,
Ergueram templos inteiros
Na jornada derradeira.
Eram símbolos de fé,
De poder que se revê
Na memória verdadeira.
Assim se forma o inventário
Dos seres medievais,
Um legado lendário
De encantos sem iguais.
É herança cultural
Que resiste universal
Nos poemas imortais.
🌍 Capítulo 3 – Linhas do Oriente Antigo (8 estrofes)
Na Pérsia de mil batalhas,
Ferdowsi foi o cantor,
No Shāhnameh fez muralhas
De coragem e de amor.
Rostam ergue-se em combate,
Com espada que abate
O demônio tentador.
No século das Mil Noites,
As histórias se firmaram,
Em sultões, gênios e açoites
Os contos se consagraram.
Scheherazade a narrar,
Fez da lenda o despertar
Que mil sonhos prolongaram.
Djins em lâmpadas presas,
Cidades encantadas,
Magos de grande destreza
E princesas coroadas.
Foi tesouro imortal,
Que em memória cultural
Tece as linhas encantadas.
A sabedoria islâmica
Deu forma ao mundo feérico,
Transformou visão pragmática
Em um sonho tão etéreo.
O Oriente foi morada
De magia eternizada
No imaginário sério.
Na Índia e na Arábia,
No Egito e na Mesopotâmia,
Se uniram culturas sábias
Que criaram a grande chama.
E os contos dessa herança
São pilares da lembrança
Que no tempo se derrama.
Assim a tradição mística
Do Oriente floresceu,
Unindo o saber e a mística
No que o povo concebeu.
É raiz que ainda inspira,
É memória que transpira
No cordel que aqui nasceu.
Seja no mito persa
Ou na lenda islâmica,
Cada verso se dispersa
Numa ponte emblemática.
Entre o real e o além,
Ficou vivo o que convém
À memória fantástica.
E o Oriente permanece
Como fonte inesgotável,
Onde o mito enriquece
O saber inesgotável.
É canto que ecoa inteiro,
É tesouro verdadeiro,
De beleza admirável.
⚔️ Capítulo 4 – As Vozes do Ocidente (9 estrofes)
Beowulf foi o primeiro,
Herói de lenda anglo-saxã,
Enfrentou monstro traiçoeiro
Na batalha desumana.
Venceu Grendel e a mãe fera,
E um dragão que o desterra
Na canção sobre-humana.
Rolando foi cavaleiro
Na França carolíngia,
Defendeu o povo inteiro
Contra a guerra sanguínea.
Na Canção de sua vida,
Mostrou coragem destemida,
Na epopeia cristalina.
Chrétien de Troyes cantou
O mistério do Graal,
E o ciclo se formou
No romance medieval.
Camelot ganhou poesia,
Com cavalaria e magia,
No sonho cavaleiral.
Wolfram, na Alemanha,
Fez de Artur nova canção,
Sua pena se entranha
Na sagrada tradição.
O Graal virou esperança,
E na lenda, a confiança
De um herói em devoção.
E Dante, o florentino,
Na Divina Comédia viu,
O inferno tão divino
Que o humano traduziu.
Entre céu, inferno e chão,
Fez da alma uma visão
Que até hoje seduziu.
Na Itália medieval,
A poesia floresceu,
E o céu espiritual
No purgatório se deu.
Era viagem da mente,
Era obra permanente,
Que no tempo reviveu.
O Ocidente assim guardou
Em sua pena imortal,
O mito que se firmou
Em um ciclo universal.
Da França à Inglaterra,
Da Alemanha em sua terra,
Resistiu ao temporal.
Essas vozes do Ocidente
Foram chama e fundação,
E o cordel agora sente
Sua eterna inspiração.
Do trovador ao poeta,
Ficou viva a linha reta
Que nos dá imaginação.
Assim termina o inventário
Do Ocidente cavaleiro,
Legado forte e lendário
Do passado verdadeiro.
É herança cultural,
É memória universal,
No cordel brasileiro.
🎨 Capítulo 5 – Do Renascimento à Glória (8 estrofes)
Ludovico Ariosto canta
Orlando Furioso em cor,
Onde a lenda se levanta
Com cavaleiro e amor.
Era a Itália renascida,
Na epopeia destemida
De bravura e de ardor.
Milton trouxe Paraíso
Na Inglaterra do Barroco,
Recontou no seu juízo
O conflito mais antigo.
Deus e anjos em batalha,
O demônio que não falha
No orgulho tão nocivo.
Foi a queda de Satã,
A rebeldia infernal,
Contra o céu soberano
E a vitória celestial.
Obra de filosofia,
Mas também de poesia
Do destino universal.
O Renascimento abriu
Novas portas do saber,
Mas a lenda resistiu
E voltou a florescer.
Pois no herói e na espada,
A memória renovada
Teve nova luz nascer.
Foi tempo de descobertas,
De ciência e de razão,
Mas as portas estavam abertas
Pra magia e devoção.
Era tempo de mudança,
Mas a lenda foi esperança
Que ficou no coração.
Assim se firmou no mundo
A ponte entre eras distintas,
Do passado tão profundo
Às conquistas mais distintas.
E a lenda resistiu,
E no sonho persistiu,
Nas memórias mais distintas.
Ariosto e Milton guardam
A chama do medieval,
Em suas obras que ardam
Na herança cultural.
São poetas da memória,
São guardiões da história
No caminho universal.
O Renascimento mostrou
Que a lenda é resistência,
Que o mito não se apagou
Na razão ou na ciência.
Pois o homem sempre cria,
Na fé ou na fantasia,
Sua eterna consciência.
📚 Capítulo 6 – Fantasias Modernas (8 estrofes)
Os irmãos Grimm recolheram
Na Alemanha camponesa,
Contos que se floresceram
Na memória da nobreza.
Bruxas, lobos e princesas,
Florestas de mil belezas,
Foram chama de certeza.
William Morris recriou
Cenários medievais,
George MacDonald sonhou
Com reinos tão imortais.
A fantasia se ergueu,
Em poesia floresceu,
Com encantos tão reais.
No século XIX,
O mito voltou com força,
A memória sobrevive
Na tradição que não torça.
Pois o conto popular
Nunca deixou de inspirar
Na esperança que reforça.
Era tempo de mudança,
De ciência e progresso,
Mas o povo na lembrança
Não largava o recesso.
O medieval ressurgia,
Na palavra que dizia
O cordel em retrocesso.
Assim o mito voltou
Na cultura germinada,
Na poesia que restou
Da memória preservada.
Pois o povo, no querer,
Sempre busca renascer
Sua história encantada.
Grimm, Morris e MacDonald
São faróis dessa visão,
Guardam sempre o imortal
Na toada da canção.
E no tempo que viria,
Renovaram a poesia
Com memória e tradição.
O moderno fez da lenda
Um espelho permanente,
E a poesia se estenda
Na cultura do presente.
É passado que inspira,
É futuro que admira
O legado resistente.
Assim ficou reafirmado
Que o medieval resiste,
E no sonho eternizado
Sua chama ainda existe.
Na memória popular,
Ele volta a se afirmar
No cordel que persiste.
🐉 Capítulo 7 – Contemporâneos Encantados (9 estrofes)
Tolkien foi grande poeta
Da Inglaterra sonhadora,
Criou terra tão secreta
De memória encantadora.
Com anel e com dragão,
Com elfos na imensidão,
Fez a lenda protetora.
Nárnia nasceu com Lewis,
Cavaleiro da esperança,
Que em suas letras traduziu
A fé como herança.
Entre reis e animais falantes,
Entre símbolos radiantes,
Fez do mito a confiança.
E Martin, no século novo,
Com Gelo e Fogo encantado,
Recriou no mundo o povo
Num castelo consagrado.
Bruxas, reis e dragões,
Guerras, mortes e paixões,
No cordel são lembrados.
A fantasia renasceu
Com força contemporânea,
Mostrou o que já viveu
Na memória quotidiana.
Pois a Idade Medieval
É raiz tão imortal
Na cultura soberana.
O cinema e a televisão
Também deram sua voz,
A lenda ganha canção
E nunca fica a sós.
É memória universal,
Que resiste sem igual,
Do passado até nós.
A Idade Média reflete
No presente atual,
Seus mitos são o bilhete
Pra viagem sem igual.
É fantasia e verdade,
É história e identidade,
É cultura imortal.
Tolkien trouxe um mundo inteiro,
Lewis fez ponte cristã,
Martin trouxe o derradeiro
Do real ao amanhã.
Cada um no seu caminho,
Fez do mito um pergaminho
Que a memória nos dá.
A Idade ressurge viva,
Na cultura do presente,
A memória é objetiva
E resiste eternamente.
Do cordel ao romance,
O mito tem sua chance
De seguir resplandecente.
Assim termina o inventário
Da Idade Contemporânea,
Legado sempre lendário
Da memória soberana.
É presente e é futuro,
É tesouro tão seguro
Na toada quotidiana.
🌙 Encerramento da Cantiga (8 estrofes)
Chega ao fim minha jornada
Por castelos e reinos velhos,
Onde a lenda foi bordada
Por cavaleiros e espelhos.
Mas a memória não cessa,
Pois no tempo ela atravessa
Com seus mitos tão vermelhos.
Do Oriente ao Ocidente,
Do passado ao presente,
A lenda foi resistente,
Foi memória persistente.
Na cultura popular,
Nunca deixou de cantar
O que é sonho permanente.
O medieval nos ensina
Que a luta entre bem e mal
É chama que nos destina
A buscar o ideal.
É simbólica memória,
Mas também é nossa história
De coragem sem igual.
O cordel é testemunha
Dessa viagem encantada,
Que a lenda sempre ruma
Com memória consagrada.
É viagem do leitor,
Que encontrou neste cantor
Uma estrada iluminada.
Fecho aqui minha toada
Mas deixo a lenda em flor,
Que a memória consagrada
Siga sempre em seu valor.
Pois no mito e na poesia,
Resiste a sabedoria
Do passado encantador.
Do feudal ao moderno,
Do trovador ao cantor,
O caminho foi eterno
Na memória do leitor.
E no cordel brasileiro,
Renascem no tempo inteiro
As histórias de valor.
O mito é chama sagrada,
Que jamais vai se apagar,
É ponte sempre guardada
Pro futuro se firmar.
No cordel ficou escrito,
O legado mais bonito
Que a lenda pode entregar.
E assim termino contente
Este livro em poesia,
Com memória resistente
E cordel que alumia.
É história e tradição,
É memória e devoção,
É cultura e fantasia.
✨ Epílogo Poético (8 estrofes)
Seja eterno o mito antigo
Que a memória preservou,
Seja o livro grande amigo
Que no tempo se firmou.
Pois a lenda é o espelho
Do humano e seu conselho,
Do que o povo cultivou.
Entre o céu e o inferno,
Entre a terra e a razão,
Se constrói o mundo eterno
Da fé e da tradição.
É viagem sem medida,
É memória que convida
À cultura e à canção.
A Idade Média é raiz
De cultura universal,
É memória que se diz
No cordel tradicional.
É passado e é futuro,
É tesouro mais seguro
Do legado cultural.
O cordel guarda a toada
Que o tempo não apagou,
É memória consagrada
Que no povo se firmou.
E na rima nordestina,
A memória se destina
A quem sempre a cultivou.
NOTA DE FONTES
No caminho da jornada
Que narrei com devoção,
Não caminhei solitário,
Busquei sábia inspiração.
Das letras de antigos mestres
Floresceu minha canção.
Ferdowsi, o persa eterno,
Guardião dos reis valentes,
No Shāhnameh revelou
Os combates incandescentes,
Onde Rostam e seus feitos
Ecoam nos continentes.
Dante, em sua Comédia,
Do Céu ao Inferno guiou,
Pelas sendas do Purgatório
Com poesia nos levou,
Mostrando a ordem do mundo
Que a Idade Média forjou.
Também ouvi os irmãos Grimm
Com seus contos tão singelos,
De florestas encantadas,
De monstros, reis e castelos,
Guardando a alma do povo
Em relatos tão belos.
John Milton, com sua pena,
Fez o Paraíso Perdido,
E no embate cósmico
Lúcifer foi destemido;
Mas a vitória da luz
Ficou para o Céu erguido.
George Martin, mais recente,
Com dragões e grandes tronos,
Mostrou reinos em disputa,
Sangue, fogo, duros donos,
Trazendo ao tempo moderno
Os medievais abonos.
Tolkien, mestre encantado,
Com a Terra-Média escreveu
A saga de um anel mágico
Que o mundo inteiro leu;
No sopro dos nórdicos mitos
Sua lenda floresceu.
E Chrétien de Troyes, outrora,
Com cavaleiro e Graal,
Plantou na alma da Europa
A esperança triunfal,
Que em Camelot se expandia
No sonho cavaleiral.
José Manuel Arias trouxe
Mitos e lendas medievais,
Em páginas tão certeiras,
Mostrou símbolos ancestrais,
Guardando o peso da História
E seus ecos imortais.
Assim fiz meu caminhar,
Do passado até o presente,
Das fontes brotou a seiva
Que corre forte e corrente,
Para erguer esta cantiga
Que entrego a todo leitor crente.
QUARTA CAPA POÉTICA
Quarta Capa Poética
No castelo da memória,
Onde a lenda se acendeu,
Dragões cruzam o horizonte,
Com coragem de quem leu.
Na Idade Média encantada
O mito nunca morreu.
Heróis de espada erguida,
Contra o mal em desafio,
Bruxas tecem seus segredos,
Na neblina e no frio.
Cada verso deste livro
É um portal aberto ao rio.
Do Oriente ao Ocidente,
A jornada aqui se traça,
Cavaleiros, reis e povos,
De esperança e de desgraça.
Na cosmologia mítica
Todo tempo se entrelaça.
Quem folhear estas páginas
Verá mundos em expansão,
Com poetas e cronistas
Guardando a inspiração.
É cordel que abre as portas
Da eterna imaginação.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
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