segunda-feira, 6 de outubro de 2025

A INFLUÊNCIA DAS NINFAS NO MUNDO MÍTICO GREGO EM CORDEL, Por Nhenety Kariri-Xocó





🌸 Dedicatória Poética


Dedico este canto sagrado,

À força da Mãe Natureza,

Aos ventos, mares e bosques,

Que guardam divina beleza.

E às Ninfas do tempo antigo,

Que em canto suave e amigo,

Revelam a eterna pureza.


Dedico às vozes da Grécia,

Que ecoam na noite em flor,

E ao povo Kariri-Xocó,

Guardião do sonho e do amor.

Entre ninfas e ancestrais,

O mundo tem seus sinais,

De sabedoria e de cor.


🌿 Índice Poético


1️⃣ Abertura: O Canto das Águas Antigas

2️⃣ Prólogo Poético: A Voz das Ninfas

3️⃣ Capítulo I – A Origem e a Linhagem Divina

4️⃣ Capítulo II – Hierarquia e Harmonia dos Elementos

5️⃣ Capítulo III – A Geografia dos Reinos Encantados

6️⃣ Capítulo IV – O Culto, a Fé e os Rituais da Natureza

7️⃣ Capítulo V – A Memória Viva e o Legado das Ninfas

8️⃣ Encerramento: O Elo Sagrado Entre o Céu e a Terra

9️⃣ Epílogo Poético: A Eternidade em Flor

🔟 Nota de Fontes (Referências Rimadas)


🌊 Abertura: O Canto das Águas Antigas


Nas margens do tempo escuto,

Um sussurro, um doce som,

Das Ninfas, filhas do mundo,

Que o mito guardou com dom.

Elas dançam entre flores,

Protegem montes e amores,

E a Terra lhes dá o tom.


Da Grécia vem sua história,

Do mar, da serra, da luz,

De Gaia, mãe da memória,

Que o mistério sempre conduz.

São espelhos do divino,

No bosque ou no desatino,

Onde a vida se traduz.


🌼 Prólogo Poético: A Voz das Ninfas


Ó viajante das eras,

Que busca o mito profundo,

Aqui as Ninfas te chamam,

Entre o céu e o vasto mundo.

Elas cantam, leves, serenas,

Misturam o real às cenas,

Do sagrado mais fecundo.


São filhas da Terra e do Mar,

Do Céu, da brisa e do sol,

Com véus de luz e perfume,

Guiam o humano farol.

Quem as ouve entende o encanto,

E o mundo, feito de canto,

Gira em eterno arrebol.



🌳 Capítulo I – A Origem e a Linhagem Divina


1️⃣

Das entranhas de Gaia nascem,

As Ninfas, filhas da luz,

Entre o orvalho e a montanha,

Seu canto o tempo conduz.

De Urano herdaram o brilho,

De Oceano, o tom tranquilo,

Que a alma do mundo traduz.


2️⃣

No seio da mãe primeira,

A Terra, ventre fecundo,

Desperta o sopro divino,

Que se espalha pelo mundo.

Assim nascem as guardiãs,

Das águas, das serras, das mães,

Que tornam o ar mais profundo.


3️⃣

Não são deusas poderosas,

Nem humanas como nós,

Mas seres intermediários,

Que ecoam em doce voz.

Guardam segredos antigos,

E vivem entre os caminhos,

Onde o divino é algoz.


4️⃣

Os gregos as viam dançando,

Nos bosques ao entardecer,

Como se o vento trouxesse,

Mistério e poder do ser.

E ao som das folhas e fontes,

Se ouvia nos horizontes,

O cântico a florescer.


5️⃣

Filhas da Terra e do Céu,

Do mar e do firmamento,

Elas tecem o sagrado,

Em cada sopro ou alento.

São a ponte da energia,

Entre a dor e a alegria,

Entre o homem e o pensamento.


6️⃣

Por isso nos mitos antigos,

Elas curam, cantam, amam,

E dos deuses mais antigos,

A ternura herdaram.

São mensageiras da vida,

Força bela e escondida,

Que os elementos guardaram.


7️⃣

Nasceram antes dos templos,

Antes do mármore frio,

E no tempo dos trovões,

Eram voz de todo o rio.

Quando Zeus ainda menino,

Ouvia o cântico divino,

Das Ninfas do amor e do estio.


8️⃣

Em seu ventre está o início,

Do sagrado universal,

Que une o mundo visível,

Ao invisível, imortal.

Cada Ninfa é poesia,

Que renasce a cada dia,

Num gesto elemental.


9️⃣

Assim começa a jornada,

Do mito que o tempo traz,

E o homem, em sua estrada,

Busca o elo e a paz.

Pois em cada flor que brota,

Há uma Ninfa que anota,

A vida que o amor refaz.


10️⃣

São mães de toda harmonia,

Sopro e canto da razão,

E quem delas se aproxima,

Sente a pura conexão.

Entre o céu, a Terra e o ar,

O homem aprende a amar,

Na divina Criação.


🌺 Capítulo II – Hierarquia e Harmonia dos Elementos


1️⃣

Na Grécia, antiga e sagrada,

O mundo era bem ordenado,

Cada ser tinha seu posto,

Num ciclo bem equilibrado.

No topo, os grandes deuses,

E abaixo, as Ninfas suaves,

Guardando o plano encantado.


2️⃣

Zeus, no Olimpo reinava,

Com poder e claridade,

Mas ouvia das florestas,

A Ninfa em suavidade.

Pois sabia que o equilíbrio,

Do universo e do delírio,

Vinha da natureza e verdade.


3️⃣

As Dríades são das árvores,

Do tronco, folha e raiz,

Guardam o sopro da vida,

E o segredo do país.

São as Ninfas da madeira,

Que fazem a primavera,

Ser promessa e ser feliz.


4️⃣

As Náiades, das águas doces,

De rios, fontes e lagos,

Cantam entre os juncos verdes,

Com sorrisos, sem embargos.

São Ninfas do cristal puro,

Que guardam no fundo escuro,

Mistérios, bênçãos e afagos.


5️⃣

As Oréades moram altas,

Entre rochas e neblina,

Onde o eco dos trovões,

Com a alma se combina.

Elas dançam entre as pedras,

E os ventos, com asas ledas,

As tornam pura e divina.


6️⃣

As Nereidas vivem no mar,

Ao lado de Poseidon,

Cuidando das ondas vivas,

Que fazem do abismo um tom.

São do sal e da espuma,

Da lua que se perfuma,

E do vento que é canção.


7️⃣

Assim se faz a harmonia,

Entre o chão, o mar e o céu,

Pois cada Ninfa é um verso,

No livro que o tempo escreveu.

O homem aprende a sentir,

Que o mundo é um porvir,

E que o sagrado é seu.


8️⃣

Há Ninfas dos ventos leves,

Das flores e das manhãs,

Das colinas e das neves,

Das cavernas e romãs.

Cada uma é guardiã,

Da energia que amanhã,

Fará brotar novas irmãs.


9️⃣

Os deuses respeitavam,

Essas forças da beleza,

Pois sabiam que a harmonia,

Vem da pura natureza.

Sem Ninfa, não há respiro,

Nem aurora, nem suspiro,

Nem vida, nem singeleza.


10️⃣

E assim se forma o eterno,

Equilíbrio universal,

Entre o humano e o divino,

Entre o efêmero e o imortal.

O mito grego nos ensina,

Que toda força divina,

Tem raiz no natural.


🌾 Capítulo III – A Geografia dos Reinos Encantados


1️⃣

Por toda a antiga Grécia,

Há Ninfas em cada chão,

Nos montes, rios e mares,

No sopro e na amplidão.

Elas tecem na paisagem,

A divina hospedagem,

Da vida em comunhão.


2️⃣

As Dríades, das florestas,

Habitam o verde altar,

Onde o musgo faz tapete,

E o sol vem abençoar.

Cada árvore é morada,

De uma Ninfa consagrada,

Que o vento vem saudar.


3️⃣

Nas fontes e nas nascentes,

Vivem as doces Náiades,

Guardando o fluxo das águas,

Com suas eternas vontades.

Nas margens fazem oferenda,

De canto que o mundo entenda,

As leis da vitalidade.


4️⃣

As Oréades, das montanhas,

São filhas do firmamento,

Ouvem o trovão dos deuses,

E dominam o vento.

Nas grutas guardam segredos,

Dos homens e dos seus medos,

No eco do pensamento.


5️⃣

Já as Nereidas do mar,

Brilham no sal das marés,

Dançam entre as espumas,

Sob o olhar de Poseidon e as fés.

Com seus cabelos de prata,

Navegam na onda exata,

Entre abismos e marés.


6️⃣

Cada Ninfa tem seu tempo,

Seu espaço e direção,

Habita o templo do mundo,

Com seu místico clarão.

E o grego via em cada monte,

Um altar, uma fonte,

E um verso em oração.


7️⃣

As montanhas de Delfos,

Tinham vozes misteriosas,

E nas encostas do Parnaso,

Floresciam Ninfas formosas.

O oráculo, em seu templo,

Era o sopro do exemplo,

Das forças harmoniosas.


8️⃣

O mar Egeu, com seus cantos,

Era o lar do encantamento,

Onde as Ninfas marinhas,

Deslizavam no firmamento.

E cada ilha grega antiga,

Tinha Ninfa que bendiga,

A paz do firmamento.


9️⃣

As cavernas eram portais,

Entre o humano e o divino,

Lá se ouviam os sinais,

Do mistério peregrino.

E o povo, ao contemplar,

Sentia o ar revelar,

O poder do destino.


🔟

Assim, o mapa do mundo,

Na Grécia antiga se fez,

Com Ninfas em cada canto,

Guardando a sua vez.

Natureza era escritura,

Do sagrado e da ternura,

Que o mito revive outra vez.


🔥 Capítulo IV – O Culto, a Fé e os Rituais da Natureza


1️⃣

Nos bosques e nas colinas,

O povo vinha rezar,

Com flores e cânticos puros,

Para as Ninfas celebrar.

E as águas, como espelhos,

Refletiam seus conselhos,

No brilho do luar.


2️⃣

As Ninfas eram amadas,

Com respeito e devoção,

Pois nelas morava a força,

Da pura renovação.

Eram pontes da harmonia,

Entre o homem e a energia,

Que move a Criação.


3️⃣

Em grutas e fontes claras,

Eram deixadas oferendas,

Frutos, mel, vinho e flores,

Com preces e reverendas.

Pois quem dava com ternura,

Ganhava da formosura,

As bênçãos mais estupendas.


4️⃣

Os poetas e os artistas,

Buscavam nelas inspiração,

Pois sentiam nas Ninfas,

O sopro da criação.

E o canto que nascia,

Em corda e melodia,

Era pura invocação.


5️⃣

As Ninfas curavam males,

Da alma e do coração,

Com toques sutis e leves,

De divina vibração.

Quem bebia em suas fontes,

Sentia os altos montes,

Em santa contemplação.


6️⃣

Os rituais eram simples,

Mas cheios de significado,

Pois o povo via o sagrado,

Em todo canto habitado.

Na pedra, na flor, no vento,

Vivia o encantamento,

Do amor eternizado.


7️⃣

Em noites de primavera,

Com tochas e melodias,

As Ninfas eram lembradas,

Nas danças e alegrias.

E os jovens, com esperança,

Faziam delas lembrança,

Nas rimas que a lua guia.


8️⃣

Havia também respeito,

Ao poder de cada uma,

Pois brincar com a natureza,

É trair a própria bruma.

Quem feria o bosque santo,

Ouvia o eco do pranto,

Da Ninfa sob a lua.


9️⃣

E assim, a fé dos gregos,

Era viva e natural,

Não nascia do medo,

Mas do amor universal.

O culto era comunhão,

De homem e criação,

Num abraço ancestral.


🔟

Por isso, o tempo consagra,

O que o mito revelou,

Que a Ninfa é guardiã pura,

Do dom que o mundo herdou.

E o homem que reconhece,

A vida que dela cresce,

Vê o sagrado que ficou.



Capítulo V – A Memória Viva e o Legado das Ninfas


I

Das águas claras brotaram memórias,

Que o vento antigo quis recontar,

Guardando em cantos e velhas histórias

O dom divino de eternizar.

As ninfas, belas, filhas da aurora,

Semeiam sonhos por onde morar,

E em cada fonte, pedra ou floresta,

Há voz do tempo a lhes sussurrar.


II

São guardiãs da pureza encantada,

Do orvalho, do musgo, do luar,

Do rio que nasce e beija a estrada,

Do tronco antigo a meditar.

O canto delas cura o homem,

Que sabe ouvir sem profanar,

Pois quem respeita o dom do invisível

Aprende o dom de perpetuar.


III

Nas danças leves, movem-se as eras,

Girando em ciclos de recordar,

Pois a memória que nelas habita

É chama oculta do verbo amar.

O som das flautas nos bosques ecoa,

Chamando o mundo pra despertar,

E o coração do homem desperto

É templo vivo a consagrar.


IV

Cada ninfa é símbolo e caminho,

Mistério antigo do renascer,

Pois guarda a força do feminino

Que a natureza quis conceder.

É mãe do rio, do vento e da terra,

É irmã das luas no entardecer,

E o seu olhar, profundo e sereno,

É o espelho do bem viver.


V

Nas fontes puras, guardam segredos,

Das eras míticas que o sol banhou,

Quando os deuses falavam ao vento,

E o verbo cósmico floresceu.

Na voz das ninfas vive a lembrança

Do elo antigo que não morreu,

Pois todo ser que ama a terra

É descendente do amor que nasceu.


VI

E ao cair da tarde, entre as brumas,

Elas retornam, no entardecer,

Com folhas verdes, coroas e plumas,

Cantando a vida e o renascer.

Cada canto é promessa e encanto,

Um novo ciclo a florescer,

Pois na memória das ninfas mora

O poder sagrado de renascer.


VII

Quem as escuta com fé e calma,

Recebe o sopro do coração,

E em sua alma sente a palma

Da mãe-terra em comunhão.

Assim o homem torna-se parte

Do todo em pura integração,

E aprende, humilde, o velho ofício

De honrar a vida em oração.


VIII

Por isso o tempo não as apaga,

Nem o silêncio as faz morrer,

Pois no mistério onde o verbo afaga

O dom da alma torna a crescer.

As ninfas guardam, serenas e belas,

A chama eterna do bem viver,

E todo aquele que ouve seus passos

Aprende o dom de não esquecer.


Encerramento – O Elo Sagrado Entre o Céu e a Terra


I

Cessa o canto, mas não o encanto,

Pois cada verso é uma oração,

Que une o homem ao alto manto

Do cosmos vivo em expansão.

Do chão ao céu, o som circula,

Como corrente de comunhão,

E o verbo em cordel se transforma

Em ponte sagrada e tradição.


II

O céu derrama sua energia,

A terra acolhe com devoção,

E no entrelaço dessa harmonia

Brota o segredo da Criação.

As folhas dançam, os ventos chamam,

As águas falam em união,

E o ser que sente o divino dentro

É parte viva da imensidão.


III

Do sol que nasce ao luar que vela,

Tudo é caminho, tudo é altar,

E o coração da mãe natureza

É templo vivo a pulsar.

Quem nela crê e nela confia

Sabe que o tempo há de ensinar,

Que o amor é o ciclo da vida

E o verbo é ponte a eternizar.


IV

Assim termina, mas não se finda,

A jornada em versos e emoção,

Pois todo canto que o vento espalha

É semente em transformação.

Que cada alma que aqui se encontre

Leve consigo a inspiração,

De honrar a terra, o céu e a vida

Com fé, respeito e gratidão.


V

O cordel, pois, é rito e caminho,

É rezo, sonho e tradição,

É ponte entre o sagrado antigo

E o novo ciclo em gestação.

Nhenety canta, o povo escuta,

E o som se espalha em consagração,

Pois o verbo vivo nascido da terra

É voz do cosmos em expansão.


🌿 Epílogo – O Cântico Eterno da Criação


E o vento sussurra: “Nada termina”,

Pois cada fim é recomeçar,

E a alma livre, em sua sina,

Busca o eterno verbo amar.

Na voz dos povos, nas matas vivas,

O som do tempo vem ecoar,

E o que é sagrado permanece,

Mesmo que o mundo queira mudar.


📚 Nota de Fontes (Referências Rimadas)


Busquei nas fontes do tempo antigo,

Nas lendas, mitos e devoção,

O verbo vivo do povo amigo

Que vê no mundo a Criação.

Dos gregos veio a ninfa e o canto,

Dos celtas, o culto à imensidão,

Dos povos livres da terra e vento,

A fé no elo e na comunhão.


Do saber indígena tirei o alento,

Da selva, o som da inspiração,

E do cordel, sagrado instrumento,

O dom da rima e da emoção.

Que fique escrito no pó da estrada:

A arte é filha da tradição,

E todo canto que nasce em alma

É luz, memória e gratidão.


De Burkert vem o saber,

Da religião helênica,

Que mostra a fé e o poder,

Da Grécia mítica e gênica.


De Buchtelis vem o canto,

Da mitologia sagrada,

Que traduz em doce encanto,

A cultura eternizada.


Grimal trouxe o compêndio,

De heróis e divindades,

Com seus mitos emendio,

As humanas verdades.


Kerényi em seu tratado,

Revela o sentido e o laço,

Dos deuses no passado,

E o homem no mesmo abraço.


Moraes, com sua lira,

Traz o mito em narrativa,

E Leandro Moraes inspira,

A Ninfa ainda viva.


Vernant vem e recorda,

A sociedade e o rito,

Onde o símbolo acorda,

O sentido do infinito.


Assim termina o cordel,

De beleza universal,

Do sagrado ao natural,

Que se une ao sol e ao céu.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 


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