🌸 Dedicatória Poética
Dedico este canto sagrado,
À força da Mãe Natureza,
Aos ventos, mares e bosques,
Que guardam divina beleza.
E às Ninfas do tempo antigo,
Que em canto suave e amigo,
Revelam a eterna pureza.
Dedico às vozes da Grécia,
Que ecoam na noite em flor,
E ao povo Kariri-Xocó,
Guardião do sonho e do amor.
Entre ninfas e ancestrais,
O mundo tem seus sinais,
De sabedoria e de cor.
🌿 Índice Poético
1️⃣ Abertura: O Canto das Águas Antigas
2️⃣ Prólogo Poético: A Voz das Ninfas
3️⃣ Capítulo I – A Origem e a Linhagem Divina
4️⃣ Capítulo II – Hierarquia e Harmonia dos Elementos
5️⃣ Capítulo III – A Geografia dos Reinos Encantados
6️⃣ Capítulo IV – O Culto, a Fé e os Rituais da Natureza
7️⃣ Capítulo V – A Memória Viva e o Legado das Ninfas
8️⃣ Encerramento: O Elo Sagrado Entre o Céu e a Terra
9️⃣ Epílogo Poético: A Eternidade em Flor
🔟 Nota de Fontes (Referências Rimadas)
🌊 Abertura: O Canto das Águas Antigas
Nas margens do tempo escuto,
Um sussurro, um doce som,
Das Ninfas, filhas do mundo,
Que o mito guardou com dom.
Elas dançam entre flores,
Protegem montes e amores,
E a Terra lhes dá o tom.
Da Grécia vem sua história,
Do mar, da serra, da luz,
De Gaia, mãe da memória,
Que o mistério sempre conduz.
São espelhos do divino,
No bosque ou no desatino,
Onde a vida se traduz.
🌼 Prólogo Poético: A Voz das Ninfas
Ó viajante das eras,
Que busca o mito profundo,
Aqui as Ninfas te chamam,
Entre o céu e o vasto mundo.
Elas cantam, leves, serenas,
Misturam o real às cenas,
Do sagrado mais fecundo.
São filhas da Terra e do Mar,
Do Céu, da brisa e do sol,
Com véus de luz e perfume,
Guiam o humano farol.
Quem as ouve entende o encanto,
E o mundo, feito de canto,
Gira em eterno arrebol.
🌳 Capítulo I – A Origem e a Linhagem Divina
1️⃣
Das entranhas de Gaia nascem,
As Ninfas, filhas da luz,
Entre o orvalho e a montanha,
Seu canto o tempo conduz.
De Urano herdaram o brilho,
De Oceano, o tom tranquilo,
Que a alma do mundo traduz.
2️⃣
No seio da mãe primeira,
A Terra, ventre fecundo,
Desperta o sopro divino,
Que se espalha pelo mundo.
Assim nascem as guardiãs,
Das águas, das serras, das mães,
Que tornam o ar mais profundo.
3️⃣
Não são deusas poderosas,
Nem humanas como nós,
Mas seres intermediários,
Que ecoam em doce voz.
Guardam segredos antigos,
E vivem entre os caminhos,
Onde o divino é algoz.
4️⃣
Os gregos as viam dançando,
Nos bosques ao entardecer,
Como se o vento trouxesse,
Mistério e poder do ser.
E ao som das folhas e fontes,
Se ouvia nos horizontes,
O cântico a florescer.
5️⃣
Filhas da Terra e do Céu,
Do mar e do firmamento,
Elas tecem o sagrado,
Em cada sopro ou alento.
São a ponte da energia,
Entre a dor e a alegria,
Entre o homem e o pensamento.
6️⃣
Por isso nos mitos antigos,
Elas curam, cantam, amam,
E dos deuses mais antigos,
A ternura herdaram.
São mensageiras da vida,
Força bela e escondida,
Que os elementos guardaram.
7️⃣
Nasceram antes dos templos,
Antes do mármore frio,
E no tempo dos trovões,
Eram voz de todo o rio.
Quando Zeus ainda menino,
Ouvia o cântico divino,
Das Ninfas do amor e do estio.
8️⃣
Em seu ventre está o início,
Do sagrado universal,
Que une o mundo visível,
Ao invisível, imortal.
Cada Ninfa é poesia,
Que renasce a cada dia,
Num gesto elemental.
9️⃣
Assim começa a jornada,
Do mito que o tempo traz,
E o homem, em sua estrada,
Busca o elo e a paz.
Pois em cada flor que brota,
Há uma Ninfa que anota,
A vida que o amor refaz.
10️⃣
São mães de toda harmonia,
Sopro e canto da razão,
E quem delas se aproxima,
Sente a pura conexão.
Entre o céu, a Terra e o ar,
O homem aprende a amar,
Na divina Criação.
🌺 Capítulo II – Hierarquia e Harmonia dos Elementos
1️⃣
Na Grécia, antiga e sagrada,
O mundo era bem ordenado,
Cada ser tinha seu posto,
Num ciclo bem equilibrado.
No topo, os grandes deuses,
E abaixo, as Ninfas suaves,
Guardando o plano encantado.
2️⃣
Zeus, no Olimpo reinava,
Com poder e claridade,
Mas ouvia das florestas,
A Ninfa em suavidade.
Pois sabia que o equilíbrio,
Do universo e do delírio,
Vinha da natureza e verdade.
3️⃣
As Dríades são das árvores,
Do tronco, folha e raiz,
Guardam o sopro da vida,
E o segredo do país.
São as Ninfas da madeira,
Que fazem a primavera,
Ser promessa e ser feliz.
4️⃣
As Náiades, das águas doces,
De rios, fontes e lagos,
Cantam entre os juncos verdes,
Com sorrisos, sem embargos.
São Ninfas do cristal puro,
Que guardam no fundo escuro,
Mistérios, bênçãos e afagos.
5️⃣
As Oréades moram altas,
Entre rochas e neblina,
Onde o eco dos trovões,
Com a alma se combina.
Elas dançam entre as pedras,
E os ventos, com asas ledas,
As tornam pura e divina.
6️⃣
As Nereidas vivem no mar,
Ao lado de Poseidon,
Cuidando das ondas vivas,
Que fazem do abismo um tom.
São do sal e da espuma,
Da lua que se perfuma,
E do vento que é canção.
7️⃣
Assim se faz a harmonia,
Entre o chão, o mar e o céu,
Pois cada Ninfa é um verso,
No livro que o tempo escreveu.
O homem aprende a sentir,
Que o mundo é um porvir,
E que o sagrado é seu.
8️⃣
Há Ninfas dos ventos leves,
Das flores e das manhãs,
Das colinas e das neves,
Das cavernas e romãs.
Cada uma é guardiã,
Da energia que amanhã,
Fará brotar novas irmãs.
9️⃣
Os deuses respeitavam,
Essas forças da beleza,
Pois sabiam que a harmonia,
Vem da pura natureza.
Sem Ninfa, não há respiro,
Nem aurora, nem suspiro,
Nem vida, nem singeleza.
10️⃣
E assim se forma o eterno,
Equilíbrio universal,
Entre o humano e o divino,
Entre o efêmero e o imortal.
O mito grego nos ensina,
Que toda força divina,
Tem raiz no natural.
🌾 Capítulo III – A Geografia dos Reinos Encantados
1️⃣
Por toda a antiga Grécia,
Há Ninfas em cada chão,
Nos montes, rios e mares,
No sopro e na amplidão.
Elas tecem na paisagem,
A divina hospedagem,
Da vida em comunhão.
2️⃣
As Dríades, das florestas,
Habitam o verde altar,
Onde o musgo faz tapete,
E o sol vem abençoar.
Cada árvore é morada,
De uma Ninfa consagrada,
Que o vento vem saudar.
3️⃣
Nas fontes e nas nascentes,
Vivem as doces Náiades,
Guardando o fluxo das águas,
Com suas eternas vontades.
Nas margens fazem oferenda,
De canto que o mundo entenda,
As leis da vitalidade.
4️⃣
As Oréades, das montanhas,
São filhas do firmamento,
Ouvem o trovão dos deuses,
E dominam o vento.
Nas grutas guardam segredos,
Dos homens e dos seus medos,
No eco do pensamento.
5️⃣
Já as Nereidas do mar,
Brilham no sal das marés,
Dançam entre as espumas,
Sob o olhar de Poseidon e as fés.
Com seus cabelos de prata,
Navegam na onda exata,
Entre abismos e marés.
6️⃣
Cada Ninfa tem seu tempo,
Seu espaço e direção,
Habita o templo do mundo,
Com seu místico clarão.
E o grego via em cada monte,
Um altar, uma fonte,
E um verso em oração.
7️⃣
As montanhas de Delfos,
Tinham vozes misteriosas,
E nas encostas do Parnaso,
Floresciam Ninfas formosas.
O oráculo, em seu templo,
Era o sopro do exemplo,
Das forças harmoniosas.
8️⃣
O mar Egeu, com seus cantos,
Era o lar do encantamento,
Onde as Ninfas marinhas,
Deslizavam no firmamento.
E cada ilha grega antiga,
Tinha Ninfa que bendiga,
A paz do firmamento.
9️⃣
As cavernas eram portais,
Entre o humano e o divino,
Lá se ouviam os sinais,
Do mistério peregrino.
E o povo, ao contemplar,
Sentia o ar revelar,
O poder do destino.
🔟
Assim, o mapa do mundo,
Na Grécia antiga se fez,
Com Ninfas em cada canto,
Guardando a sua vez.
Natureza era escritura,
Do sagrado e da ternura,
Que o mito revive outra vez.
🔥 Capítulo IV – O Culto, a Fé e os Rituais da Natureza
1️⃣
Nos bosques e nas colinas,
O povo vinha rezar,
Com flores e cânticos puros,
Para as Ninfas celebrar.
E as águas, como espelhos,
Refletiam seus conselhos,
No brilho do luar.
2️⃣
As Ninfas eram amadas,
Com respeito e devoção,
Pois nelas morava a força,
Da pura renovação.
Eram pontes da harmonia,
Entre o homem e a energia,
Que move a Criação.
3️⃣
Em grutas e fontes claras,
Eram deixadas oferendas,
Frutos, mel, vinho e flores,
Com preces e reverendas.
Pois quem dava com ternura,
Ganhava da formosura,
As bênçãos mais estupendas.
4️⃣
Os poetas e os artistas,
Buscavam nelas inspiração,
Pois sentiam nas Ninfas,
O sopro da criação.
E o canto que nascia,
Em corda e melodia,
Era pura invocação.
5️⃣
As Ninfas curavam males,
Da alma e do coração,
Com toques sutis e leves,
De divina vibração.
Quem bebia em suas fontes,
Sentia os altos montes,
Em santa contemplação.
6️⃣
Os rituais eram simples,
Mas cheios de significado,
Pois o povo via o sagrado,
Em todo canto habitado.
Na pedra, na flor, no vento,
Vivia o encantamento,
Do amor eternizado.
7️⃣
Em noites de primavera,
Com tochas e melodias,
As Ninfas eram lembradas,
Nas danças e alegrias.
E os jovens, com esperança,
Faziam delas lembrança,
Nas rimas que a lua guia.
8️⃣
Havia também respeito,
Ao poder de cada uma,
Pois brincar com a natureza,
É trair a própria bruma.
Quem feria o bosque santo,
Ouvia o eco do pranto,
Da Ninfa sob a lua.
9️⃣
E assim, a fé dos gregos,
Era viva e natural,
Não nascia do medo,
Mas do amor universal.
O culto era comunhão,
De homem e criação,
Num abraço ancestral.
🔟
Por isso, o tempo consagra,
O que o mito revelou,
Que a Ninfa é guardiã pura,
Do dom que o mundo herdou.
E o homem que reconhece,
A vida que dela cresce,
Vê o sagrado que ficou.
Capítulo V – A Memória Viva e o Legado das Ninfas
I
Das águas claras brotaram memórias,
Que o vento antigo quis recontar,
Guardando em cantos e velhas histórias
O dom divino de eternizar.
As ninfas, belas, filhas da aurora,
Semeiam sonhos por onde morar,
E em cada fonte, pedra ou floresta,
Há voz do tempo a lhes sussurrar.
II
São guardiãs da pureza encantada,
Do orvalho, do musgo, do luar,
Do rio que nasce e beija a estrada,
Do tronco antigo a meditar.
O canto delas cura o homem,
Que sabe ouvir sem profanar,
Pois quem respeita o dom do invisível
Aprende o dom de perpetuar.
III
Nas danças leves, movem-se as eras,
Girando em ciclos de recordar,
Pois a memória que nelas habita
É chama oculta do verbo amar.
O som das flautas nos bosques ecoa,
Chamando o mundo pra despertar,
E o coração do homem desperto
É templo vivo a consagrar.
IV
Cada ninfa é símbolo e caminho,
Mistério antigo do renascer,
Pois guarda a força do feminino
Que a natureza quis conceder.
É mãe do rio, do vento e da terra,
É irmã das luas no entardecer,
E o seu olhar, profundo e sereno,
É o espelho do bem viver.
V
Nas fontes puras, guardam segredos,
Das eras míticas que o sol banhou,
Quando os deuses falavam ao vento,
E o verbo cósmico floresceu.
Na voz das ninfas vive a lembrança
Do elo antigo que não morreu,
Pois todo ser que ama a terra
É descendente do amor que nasceu.
VI
E ao cair da tarde, entre as brumas,
Elas retornam, no entardecer,
Com folhas verdes, coroas e plumas,
Cantando a vida e o renascer.
Cada canto é promessa e encanto,
Um novo ciclo a florescer,
Pois na memória das ninfas mora
O poder sagrado de renascer.
VII
Quem as escuta com fé e calma,
Recebe o sopro do coração,
E em sua alma sente a palma
Da mãe-terra em comunhão.
Assim o homem torna-se parte
Do todo em pura integração,
E aprende, humilde, o velho ofício
De honrar a vida em oração.
VIII
Por isso o tempo não as apaga,
Nem o silêncio as faz morrer,
Pois no mistério onde o verbo afaga
O dom da alma torna a crescer.
As ninfas guardam, serenas e belas,
A chama eterna do bem viver,
E todo aquele que ouve seus passos
Aprende o dom de não esquecer.
Encerramento – O Elo Sagrado Entre o Céu e a Terra
I
Cessa o canto, mas não o encanto,
Pois cada verso é uma oração,
Que une o homem ao alto manto
Do cosmos vivo em expansão.
Do chão ao céu, o som circula,
Como corrente de comunhão,
E o verbo em cordel se transforma
Em ponte sagrada e tradição.
II
O céu derrama sua energia,
A terra acolhe com devoção,
E no entrelaço dessa harmonia
Brota o segredo da Criação.
As folhas dançam, os ventos chamam,
As águas falam em união,
E o ser que sente o divino dentro
É parte viva da imensidão.
III
Do sol que nasce ao luar que vela,
Tudo é caminho, tudo é altar,
E o coração da mãe natureza
É templo vivo a pulsar.
Quem nela crê e nela confia
Sabe que o tempo há de ensinar,
Que o amor é o ciclo da vida
E o verbo é ponte a eternizar.
IV
Assim termina, mas não se finda,
A jornada em versos e emoção,
Pois todo canto que o vento espalha
É semente em transformação.
Que cada alma que aqui se encontre
Leve consigo a inspiração,
De honrar a terra, o céu e a vida
Com fé, respeito e gratidão.
V
O cordel, pois, é rito e caminho,
É rezo, sonho e tradição,
É ponte entre o sagrado antigo
E o novo ciclo em gestação.
Nhenety canta, o povo escuta,
E o som se espalha em consagração,
Pois o verbo vivo nascido da terra
É voz do cosmos em expansão.
🌿 Epílogo – O Cântico Eterno da Criação
E o vento sussurra: “Nada termina”,
Pois cada fim é recomeçar,
E a alma livre, em sua sina,
Busca o eterno verbo amar.
Na voz dos povos, nas matas vivas,
O som do tempo vem ecoar,
E o que é sagrado permanece,
Mesmo que o mundo queira mudar.
📚 Nota de Fontes (Referências Rimadas)
Busquei nas fontes do tempo antigo,
Nas lendas, mitos e devoção,
O verbo vivo do povo amigo
Que vê no mundo a Criação.
Dos gregos veio a ninfa e o canto,
Dos celtas, o culto à imensidão,
Dos povos livres da terra e vento,
A fé no elo e na comunhão.
Do saber indígena tirei o alento,
Da selva, o som da inspiração,
E do cordel, sagrado instrumento,
O dom da rima e da emoção.
Que fique escrito no pó da estrada:
A arte é filha da tradição,
E todo canto que nasce em alma
É luz, memória e gratidão.
De Burkert vem o saber,
Da religião helênica,
Que mostra a fé e o poder,
Da Grécia mítica e gênica.
De Buchtelis vem o canto,
Da mitologia sagrada,
Que traduz em doce encanto,
A cultura eternizada.
Grimal trouxe o compêndio,
De heróis e divindades,
Com seus mitos emendio,
As humanas verdades.
Kerényi em seu tratado,
Revela o sentido e o laço,
Dos deuses no passado,
E o homem no mesmo abraço.
Moraes, com sua lira,
Traz o mito em narrativa,
E Leandro Moraes inspira,
A Ninfa ainda viva.
Vernant vem e recorda,
A sociedade e o rito,
Onde o símbolo acorda,
O sentido do infinito.
Assim termina o cordel,
De beleza universal,
Do sagrado ao natural,
Que se une ao sol e ao céu.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
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