domingo, 5 de outubro de 2025

O SER HUMANO: Entre a Herança Biológica e as Escolhas Individuais Em Cordel, Por Nhenety Kariri-Xocó





🌾 DEDICATÓRIA POÉTICA


Ao povo que busca o saber,

Entre a herança e o querer,

Dedico este pensamento,

Feito em rima e fundamento.

Ao vento da criação,

Que sopra no coração,

Ao Deus do sopro divino,

Que faz do barro o destino.


📚 ÍNDICE POÉTICO


Abertura – A Essência da Criação


Prólogo Poético – O Mistério da Existência


Capítulo I – A Herança Biológica


Capítulo II – As Escolhas da Vida


Capítulo III – A Mente e o Saber


Capítulo IV – O Mundo Social


Capítulo V – A Luz Espiritual


Encerramento – Síntese da Humanidade


Epílogo Poético – O Caminho da Consciência


Nota de Fontes – Fontes em Verso e Sabedoria


🌅 ABERTURA – A ESSÊNCIA DA CRIAÇÃO


O homem é ser complexo,

Feito em corpo, alma e nexos,

Entre genes e vontade,

Vai traçando a identidade.

Da biologia herdada,

À escolha bem pensada,

Surge a vida em construção,

Feita em carne e decisão.


🌾 PRÓLOGO POÉTICO – O MISTÉRIO DA EXISTÊNCIA


Desde o barro de Adão,

Ao átomo em expansão,

Há no ser uma centelha

Que do tempo se espelha.

Ciência e fé se entrelaçam,

Quando os povos se abraçam,

E o saber que se renova

Diz: o homem é quem prova.


Não é só o que recebe,

Mas o rumo que concebe,

Pois da vida, cada trilha,

Tem raiz, mas tem partilha.



🌿 CAPÍTULO I – A HERANÇA BIOLÓGICA


O ser humano é herdeiro

De um saber verdadeiro,

Que o tempo foi lapidando,

E o corpo foi carregando.

Da célula ao coração,

Tudo é parte da missão,

Da herança que recebemos,

E com a vida enriquecemos.


Cada traço, cada veia,

Guarda a história que semeia,

De um passado tão antigo

Que mora dentro do abrigo.

No gene há poesia e lei,

No sangue o que herdei,

Da mãe, do pai, dos avós,

Ecoando dentro de nós.


Há no corpo a voz da terra,

Que na carne se encerra,

E no rosto de um menino,

Há mil séculos de destino.

Do índio ao europeu,

Do africano que nasceu,

Misturaram-se os caminhos,

Entre dores e carinhos.


Cada osso, cada fibra,

Traz memória que equilibra,

Entre o ontem e o agora,

O que foi e o que aflora.

Pois no corpo há lembrança,

De luta, dor e esperança,

De amores que já morreram,

Mas no sangue permaneceram.


O corpo é templo sagrado,

De um código decifrado,

Que o tempo não apaga,

Mas o espírito propaga.

E embora seja herdeiro,

O homem é jardineiro,

Pois cultiva a existência

Com escolha e consciência.


Se o gene é chão da vida,

A escolha é a semida,

Que germina ou se desfaz,

Conforme o rumo que traz.

Herança não é prisão,

Mas ponto de mutação,

Que se abre em novas flores,

No jardim de mil amores.


Quem entende o corpo humano

Vê que o sangue é oceano,

Onde correm esperanças

Das mais antigas alianças.

E assim se compreende,

Que a carne também aprende,

Pois da dor nasce o cuidado,

E o ser vive transformado.


Na biologia há poesia,

No gene mora a harmonia,

Entre o passado e o novo,

Entre o ser e o seu povo.

Cada célula é canção,

De uma eterna evolução,

E o homem, no seu caminho,

É herdeiro e é sozinho.


Por isso a carne é divina,

Mesmo quando se declina,

Pois no pó há semente,

De um recomeço presente.

E o ser humano, ao viver,

Aprende o que é crescer,

Entre a herança recebida

E a escolha de sua vida.


🌾 CAPÍTULO II – AS ESCOLHAS DA VIDA


O destino é como estrada,

Que não vem toda traçada,

Mas se faz com cada passo,

Cada ato, cada abraço.

É nas curvas da existência,

Que se prova a consciência,

Pois viver é decidir

Que rumo se vai seguir.


A escolha é chama acesa,

Que ilumina a natureza,

Dá sentido à caminhada,

Mesmo em noite enevoada.

Quem escolhe o que é justo,

Segue firme e sem susto,

Mas quem cede à tentação,

Perde o norte da razão.


A comida que alimenta

Pode curar ou tormenta,

Pois do prato nasce o bem,

Ou o mal que nele tem.

A saúde é construção,

De cuidado e intenção,

E a mesa é altar sagrado

Do viver equilibrado.


Quem pratica o movimento,

Domina o próprio tempo,

Pois o corpo agradecido

Canta um hino ao sentido.

Mas o ser que se abandona,

Deixa a carne mais preguiçona,

E a vida se desfaz,

Como vento que se vai.


Escolher também é arte,

De compor a própria parte,

E saber que cada ação

Tem no tempo uma extensão.

Pois o gesto que se planta

Faz o fruto, e se encanta,

E a colheita é o retrato

Do que o homem faz no ato.


Nem sempre é fácil escolher,

Mas é o modo de crescer,

Pois na dúvida e no erro

Se lapida o que é sincero.

A escolha é ponte e abismo,

É caminho e é batismo,

E ensina, no seu modo,

Que o ser é livre em todo.


No trabalho e no descanso,

No silêncio e no remanso,

A vontade se refina,

E a alma se ilumina.

Pois a vida, em sua teia,

Tece o tempo e semeia,

A colheita do amanhã,

No labor de cada irmã.


Ser humano é decidir,

É errar e redimir,

Pois viver é construção

Feita em corpo e coração.

E cada escolha, no fim,

É o rumo do jardim,

Onde o ser se reconhece,

E o universo agradece.


A liberdade é um espelho,

De reflexo sempre velho,

Que revela, em cada olhar,

O poder de transformar.

Pois quem pensa e quem sente,

Sabe o quanto é diferente,

Ser levado pelo vento,

Ou guiar o pensamento.


E assim o homem reflete,

O que é justo, o que é reto,

E entende com emoção,

Que é dono da criação.

Pois viver é semear

E na vida se encontrar,

Entre o erro e o acerto,

No caminho mais desperto.



🌸 CAPÍTULO III – A MENTE E O SABER


A mente é solo fecundo,

Que abriga o saber do mundo,

Cada ideia é semente

Que floresce lentamente.

No pensar mora o poder,

De cair e renascer,

Pois quem busca o conhecimento,

Move o tempo e o pensamento.


Do estudo nasce a ponte,

Que eleva o ser e a fronte,

E o livro é companheiro

Do homem verdadeiro.

Paulo Freire, o educador,

Fez da palavra um valor,

E ensinou que a liberdade

Se conquista na verdade.


O saber não tem fronteira,

Nem pertence à algibeira,

Ele cresce na partilha,

Como rio que brilha.

Quem ensina também aprende,

E o espírito se estende,

Pois saber é convivência,

É ternura e consciência.


A mente é como uma chama,

Que ilumina e inflama,

Mas precisa de alimento,

De leitura e pensamento.

Cada sonho alimentado

Vira um fruto cultivado,

E o saber, se bem plantado,

Gera o ser iluminado.


O estudo é liberdade,

É da alma a claridade,

Pois o homem, quando pensa,

Com o erro também compensa.

Quem ignora vive preso,

Num mundo sem apreço,

Mas quem lê e compreende,

Com o todo se estende.


No pensar há poesia,

E na dúvida, sabedoria,

Pois quem busca compreender,

Se aproxima do viver.

O saber não é só regra,

É raiz que nunca nega,

Pois na mente bem aberta,

Toda estrada é descoberta.


Quem transforma o que aprendeu,

Vê o mundo que nasceu,

E o saber se faz ponte,

Entre o abismo e o horizonte.

A ciência e a emoção,

São irmãs na criação,

Pois o saber verdadeiro

É do corpo e do inteiro.


A mente, quando desperta,

É estrada ampla e aberta,

E o ser que nela caminha,

Faz da vida uma rainha.

Cada ideia é canção,

Que ressoa o coração,

E o humano, ao aprender,

Reaprende o que é viver.


Eis o dom da consciência,

Que desperta na existência,

Pois o homem que reflete

O destino não repete.

A mente é o grande altar,

Onde o tempo vem rezar,

E o saber, quando floresce,

É o dom que enobrece.


Quem educa e quem ensina,

Torna a alma peregrina,

Pois o saber compartilhado

É o bem mais consagrado.

E assim, com sabedoria,

O homem cria a harmonia,

Entre o livro e o viver,

Entre o ser e o saber.


🌍 CAPÍTULO IV – O MUNDO SOCIAL


O homem nasce no meio,

De cultura e de anseio,

Pois ninguém vive sozinho,

Nem caminha sem vizinho.

A sociedade é o espelho,

Onde o ser mostra o conselho,

Do amor, da convivência,

Da justiça e da ciência.


Cada gesto compartilhado,

É um mundo recriado,

Pois o laço e o afeto,

Fazem parte do projeto.

A amizade é raiz,

Que faz o pobre feliz,

E o trabalho é poesia,

Quando traz harmonia.


O social é um espelho,

Refletindo o mesmo velho,

Que na luta e no labor,

Busca sempre mais amor.

Quem convive com respeito,

Faz do mundo um bom conceito,

Pois no outro há um pedaço,

Do humano e do abraço.


Cada povo, cada canto,

Tem sua forma e seu encanto,

E a cultura é corrente,

Que sustenta o continente.

O homem é feito de redes,

De lembranças e de sedes,

Pois o social é canção,

Do encontro e da união.


A cidade, o campo, o chão,

São tecidos da nação,

E o humano é o tear,

Que aprende a costurar.

Nas relações, há sementes,

De caminhos diferentes,

Mas só floresce a bondade,

Quando há solidariedade.


Quem se isola se perde,

Pois o outro nos concede

O sentido de existir,

E o prazer de repartir.

Cada rosto, cada voz,

Revela mundos em nós,

Pois o laço e a comunhão,

São raízes da evolução.


O social não é prisão,

Mas espelho da ação,

Onde a escolha de um ser

Pode o todo refazer.

E no gesto de cuidar,

Há poder de transformar,

Pois quem ama e quem serve,

É quem o mundo conserva.


As culturas se misturam,

Como rios que se murmuram,

E no povo brasileiro,

Há um canto verdadeiro.

De indígena, negro e europeu,

Nasceu o que sou e o que é teu,

Uma pátria em construção,

Feita em sonho e coração.


Mas que o homem não se esqueça,

Da justiça e da promessa,

De fazer do social,

Um lugar mais fraternal.

Pois não há evolução,

Sem respeito e inclusão,

E o progresso verdadeiro,

É o amor por inteiro.


Assim se cumpre o destino,

De ser humano divino,

Que convive e compreende,

E com o outro se estende.

O social é poesia,

De união e de alegria,

E o homem, ao partilhar,

Aprende o que é amar.



CAPÍTULO V – A LUZ ESPIRITUAL E O ENCERRAMENTO – SÍNTESE DA HUMANIDADE


(Por Nhenety Kariri-Xocó)


No silêncio das origens, o ser desperta em chama,

Carrega o fardo e a dádiva do mistério que o inflama,

É corpo, alma e caminho, fragmento da mesma trama,

Entre a dor e o renascimento, é a vida que o reclama.

Na sombra encontra o limite, na luz, o amor o conclama,

A essência que nele habita é a semente que proclama,

Que o humano, entre o barro e o sopro, na esperança se derrama,

E o espírito em sua glória, ao infinito se reclama.


O tempo é o grande mestre, que molda e que ensina,

Nas idades e nas eras, sua palavra é divina,

Pois da argila fez o corpo, da centelha, a disciplina,

E do caos fez harmonia, da noite, a luz cristalina.

Quem entende o próprio espelho, no coração adivinha,

Que toda dor é passagem e toda alma é menina,

Que busca a pureza antiga, a canção que a ilumina,

No templo da consciência, a essência se destina.


As civilizações se erguem, brilham, e depois se apagam,

Mas cada pedra erguida, na memória se consagram,

Pois não morre o que ensina, nem o que as almas propagam,

As virtudes que nascem simples, são as que mais se embriagam.

Os povos, nas suas danças, seus tambores que se afagam,

São ecos de uma só origem, que os ventos do tempo embalam,

Na terra o corpo floresce, e nos céus as almas vagam,

Em busca da mesma luz que os mundos antigos tragam.


A fé é ponte sagrada entre o humano e o divino,

Não é prisão, nem sentença, é o rumo do peregrino,

Que compreende que o caminho é um círculo cristalino,

Onde a queda é aprendizado, e o amor, o seu destino.

O espírito é chama eterna, em corpo leve e fino,

Que atravessa mil existências no seu ciclo genuíno,

E descobre, enfim, sorrindo, no seu centro cristalino,

Que a vida é a face viva do mistério do divino.


A humanidade é espelho do universo em expansão,

É verso de fogo e água, é luz feita em oração,

Cada povo é um fragmento da sagrada Criação,

E o amor é a partitura que rege a imensidão.

O saber é chama viva que guia a evolução,

E a arte é o seu reflexo, sua pura encarnação,

Por isso o canto do homem, quando vem do coração,

É a voz do próprio cosmos em divina inspiração.


O cordel finda o caminho, mas a jornada não findou,

Pois o saber é rio vivo que o tempo não secou,

E cada alma que lê, talvez aqui despertou,

Para o sentido maior que o Criador lhe confiou.

Da sombra nasce o clarão, do fim, o que recomeçou,

E o homem, em sua busca, enfim, se iluminou,

Compreendendo que o universo em si se revelou,

E que a luz que ele buscava, nele mesmo sempre brilhou.


🌞 Epílogo Reflexivo


“Na arte do cordel, o verbo se torna ponte entre mundos.

O homem é o eco da Criação, e cada verso, um lampejo de eternidade.”

— Nhenety Kariri-Xocó


🌾 ENCERRAMENTO – SÍNTESE DA HUMANIDADE


O ser humano é mistura,

Entre o dado e a procura,

É herança e construção,

É matéria e coração.

Traz no sangue a natureza,

Mas escolhe com firmeza,

Entre o erro e a virtude,

Seu caminho e plenitude.


Não é só o que recebeu,

Mas aquilo que escolheu,

Pois no ventre da existência,

Nasce a força da consciência.

E no ciclo universal,

Tudo é ponte espiritual,

Pois ser humano é missão,

De amor e transformação.


🌙 EPÍLOGO POÉTICO – O CAMINHO DA CONSCIÊNCIA


Seja o corpo ou seja o vento,

Tudo vive em movimento,

E a essência do existir

É cair, mas prosseguir.

Entre genes e valores,

Entre erros e amores,

Segue o homem, passo a passo,

Tece o tempo e o espaço.


E no fim, quando se entende

Que a vida é o que se aprende,

O ser humano sorri,

Pois se descobre em si.


📜 NOTA DE FONTES – FONTES EM VERSO E SABEDORIA


Paulo Freire nos inspira,

Com saber que não se retira,

Em “Autonomia” ensina,

Que a vida é obra divina.


Edgar Morin, com razão,

Fala da humanidade e ação,

No “Método” que revela

A mente humana tão bela.


Sartre em sua filosofia,

Diz que o ser se cria e guia,

“O Existencialismo” ensina,

Que a escolha é peregrina.


Vigotski, o mestre russo,

Mostrou o saber propulsor,

Que a mente é social,

E o pensar é relacional.


Assim termina este livro,

De pensamento altivo,

Com a ciência e a poesia,

Unidas em harmonia.




🌅 Quarta Capa Poética – Síntese da Jornada Humana




No ventre do tempo ecoa,

A voz da vida a ensinar:

“És fruto da natureza,

Mas teu destino é criar.”

O sangue vem dos antepassos,

Mas a alma quer voar.


O corpo é barro sagrado,

E a mente, chama do além,

Entre o instinto e o pensamento

O homem escolhe o que vem.

É herdeiro e construtor,

Do que foi e do que tem.


Herança, escolha e caminho,

Tecem o mesmo cordel,

Um fio corre nas veias,

Outro acende no céu.

E o ser humano se ergue,

Como ponte entre o papel.


Na carne, o código antigo,

Na ideia, o sonho a brotar,

E o coração, na travessia,

Nunca deixa de pulsar.

Pois ser humano é mistério,

Que o amor veio decifrar.



✒️ Autor: Nhenety Kariri-Xocó

🌿 Obra: O SER HUMANO: Entre a Herança Biológica e as Escolhas Individuais Em Cordel

📖 Ano: 2025




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