sexta-feira, 10 de outubro de 2025

O FISICULTURISMO: Evolução, Campeões e a Busca Pelo Corpo Saudável, Literatura de Cordel – Por Nhenety Kariri-Xocó





🌿 Dedicatória Poética


À força que move o humano,

Do barro à luz criadora,

Ao corpo que é templo e plano

Da essência trabalhadora.

Dedico a quem fez do músculo

Símbolo da luta e do cálculo,

Entre o suor e a aurora.


Aos mestres do fisicismo,

Que moldam com idealismo

A escultura do vigor;

E a quem busca, na matéria,

A harmonia etérea

Do corpo junto ao amor.


📜 Índice Poético


Abertura – O Canto do Corpo e da Força Humana

Prólogo Poético – Das Musas da Grécia ao Músculo Moderno

Capítulo I – Sandow e o Alvorecer da Escultura Viva

Capítulo II – Herdeiros da Força e o Espetáculo do Século

Capítulo III – Os Irmãos Weider e o Império da IFBB

Capítulo IV – Mr. Universe e o Sonho da Glória Global

Capítulo V – Mr. Olympia: A Coroa dos Deuses de Aço

Capítulo VI – O Corpo Ideal e a Longevidade do Espírito

Encerramento – O Legado dos Gigantes

Epílogo Poético – O Corpo e a Eternidade

Nota de Fontes – Canto das Referências Inspiradoras


🌅 Abertura – O Canto do Corpo e da Força Humana


Desde o tempo dos altares,

O homem busca no espelho

O reflexo dos lugares

Onde habita o próprio conselho.

Entre músculos e ideias,

Entre dores e epopeias,

Faz do corpo seu evangelho.


No bronze antigo da Grécia,

Hércules ergue seu mito,

E a força, por excelência,

Surge em mármore bendito.

Mas o tempo fez caminho,

E no palco moderno e fino,

O músculo ergue seu grito.


🏛️ Prólogo Poético – Das Musas da Grécia ao Músculo Moderno


O corpo foi templo e símbolo,

Nos jogos da antiga Atenas,

Onde a glória era princípio

Das vitórias terrenas.

O suor tinha destino:

Ser ponte ao divino

Em façanhas serenas.


Mas séculos foram passando,

E a força que antes rezava

Renascera se moldando,

Em aço que o tempo gravava.

Eugen Sandow, o pioneiro,

Fez do físico um roteiro

Que a história consagrava.



⚙️ Capítulo I – Sandow e o Alvorecer da Escultura Viva 


Em mil novecentos e um,

Num setembro memorável,

Sandow mostrou a visão

Do corpo admirável.

No salão de Londres alta,

A multidão que exalta

Viu o sonho realizável.


Chamou-se “Grande Competição”,

O certame original,

Que moldou a tradição

Do esporte corporal.

Com juízes e plateia,

O corpo virou ideia

De vigor universal.


A plateia em reverência,

Aplaudia a perfeição,

Cada músculo em cadência,

Era arte em expressão.

O bronze vivo pulsava,

E a multidão proclamava:

"Este corpo é oração!"


Sandow, o artista e atleta,

Fez da força o seu altar,

Transformando em linha reta

O desejo de lutar.

Cada fibra era um verso,

E no corpo, o universo

Parecia respirar.


Com o tempo e sua lira,

Sua imagem floresceu,

Pois o mundo que admira

Do espelho se refez.

Do suor fez-se escultura,

Da dor – a formosura

De quem sempre renasceu.


No Royal Albert Hall antigo,

A história foi cunhada,

E Sandow, feito abrigo,

Guardou na alma a jornada.

O fisicismo nascia,

E a Grécia renascia

Na força reimaginada.


A arte e o ferro unidos,

Teceu-se o novo ideal,

E os corpos, reunidos,

Buscavam o transcendental.

Na carne, a alma morava,

E o músculo proclamava

O humano espiritual.


Assim nasceu o caminho

Do esporte e da poesia,

Entre ferro e pergaminho,

Entre carne e profecia.

Sandow, pioneiro eleito,

Gravou o primeiro preceito

Da força em liturgia.


🏋️‍♂️ Capítulo II – Herdeiros da Força e o Espetáculo do Século 


Após Sandow, novos nomes

Desenharam o caminho:

Atlas, Grimek, fortes homens,

Ergueram o novo ensino.

E a América, em ousadia,

Transformou o que se via

Em herói, arte e destino.


Charles Atlas, com destreza,

Criou o treino mental,

Chamou-o de fortaleza,

"Dynamic Tension" – vital.

Sem máquinas ou vaidade,

Buscava simplicidade

Na força natural.


E John Grimek, o guerreiro,

Da força fez sua sina,

Foi ginasta e pioneiro,

Na América divina.

Seu corpo era testemunha,

De que o músculo acentua

A vontade cristalina.


Nos anos de trinta e nove,

Surgiu o “Mr. America”,

O palco que o sonho move,

Em glória poética e épica.

O corpo virou bandeira,

E a multidão altaneira

Aplaudia a estética.


Nos anos de guerra e pranto,

O ferro foi companheiro,

Na dor, também no encanto,

Do soldado verdadeiro.

Treinar virou esperança,

Era o músculo a balança

Do corpo e do guerreiro.


As revistas de cultura

Tornaram-se pregação,

Divulgando a formosura

Da força e superação.

Cada página era um canto,

Cada imagem – novo manto

De fé e admiração.


Os ginásios se espalharam,

Do leste ao poente urbano,

E os jovens se inspiraram

No vigor sobre-humano.

A barra virou símbolo,

E o peso – livro íntimo

Do poder soberano.


Do suor nas academias,

Nasceu um rito moderno,

Onde os corpos, em poesias,

Desafiavam o eterno.

E no palco iluminado,

O atleta consagrado

Buscava o céu interno.


E assim, entre dor e sonho,

O século se firmava,

O homem, em corpo risonho,

O ideal reinventava.

Do bronze ao músculo vivo,

Do antigo ao evolutivo,

A força se proclamava.



🌍 Capítulo III – Os Irmãos Weider e o Império da IFBB 


Joe e Ben, irmãos da fibra,

Em mil novecentos e quarenta e seis,

Plantaram semente viva

De um legado que fez leis.

A IFBB nascia,

E o mundo reconhecia

O poder do que se fez.


De origem canadense e pura,

Com espírito visionário,

Deram forma à estrutura

Do esporte extraordinário.

E nas páginas que escreveram,

Os corpos que defenderam

Ganharam brilho lendário.


Criaram revistas e guias,

Com treinos e nutrição,

E o jovem que as seguia

Sonhava com perfeição.

“Muscle & Fitness” despontava,

E o mundo se encantava

Com o corpo em elevação.


Joe Weider foi o profeta

Do músculo disciplinado,

Transformou a dor secreta

Em sonho organizado.

Cada regra, um evangelho,

Cada treino, um castelo

De ferro consagrado.


E Ben, o irmão discreto,

Com mente de diplomata,

Levou o nome correto

A terras de nova prata.

Fundou sedes, fez pontes,

Entre mares e horizontes,

E a chama se dilata.


Nos campeonatos criados,

Brilharam novos heróis,

Corpos bem esculpidos,

Como templos após os sóis.

E o nome IFBB ecoava,

Cada palco celebrava

Os músculos dos faróis.


As mulheres, com ousadia,

Entraram no mesmo altar,

Pois a força também guia

Quem deseja superar.

E o fisicismo feminino

Desenhou o novo hino

Do poder de equilibrar.


Os irmãos deixaram história,

Com ferro, tinta e saber,

Fizeram do suor, memória,

E do corpo, o florescer.

Ergueram o templo moderno,

Onde o esforço é eterno

E o músculo – o renascer.


A IFBB, forte e viva,

Hoje é voz universal,

Guarda a tocha criativa

Da força espiritual.

E o nome de Weider, irmão,

Ecoa em cada nação,

Como símbolo imortal.


🌐 Capítulo IV – Mr. Universe e o Sonho da Glória Global 


Em mil novecentos e quarenta e oito,

A NABBA ergueu bandeira,

E o “Mr. Universe” foi o açoite

Da fama verdadeira.

Reg Park brilhou primeiro,

E o palco, mundo inteiro,

Tornou-se a nova esteira.


O Universo, agora em cena,

Juntava povos e sonhos,

E a força, pura e serena,

Ganhava contornos risonhos.

Da Europa à América unida,

Ecoava a voz erguida

Dos músculos tão risonhos.


Reg Park, em sua jornada,

Fez do físico monumento,

E a lenda consagrada

Se ergueu em movimento.

Seu corpo, em harmonia,

Cantava filosofia

E arte em fundamento.


E um jovem austríaco, Arnold,

Com olhar determinado,

Deixou a terra e o frio nórdico,

Buscando o destino traçado.

Nasceu sob luz da coragem,

Fez do treino sua viagem,

Do suor, o seu legado.


Em Londres foi a semente,

Mas em Los Angeles, o fruto,

O jovem tornou-se mente

Do vigor resoluto.

Com Park como inspiração,

Seguiu firme a vocação

Do ferro absoluto.


O “Mr. Universe” crescia,

A cada ano e edição,

E o mundo reconhecia

A força como oração.

Os corpos, como planetas,

Brilhavam nas estéticas

Da humana criação.


Arnold venceu e encantou,

Tornou-se mito terreno,

O palco inteiro ovacionou

O seu corpo sereno.

E o fisicismo, elevado,

Passou a ser consagrado

Como templo pleno e ameno.


O cinema o eternizou,

Com músculos de titã,

E a juventude sonhou

Com a força soberã.

De Atlas a Conan guerreiro,

Arnold foi o mensageiro

Da era sobre-humana.


Assim, o “Mr. Universe”

Tornou-se rito global,

Onde o corpo é o verso e o curso

De um sonho universal.

E cada atleta que pisa

O palco da nobre brisa,

Ergue a alma imortal.


O ferro virou bandeira,

O suor, fonte e oração,

E o atleta, alma inteira,

Canta nova devoção.

Que o corpo, em sua vitória,

Seja espelho da memória

E do espírito em ação.



🏆 Capítulo V – Mr. Olympia: A Coroa dos Deuses de Aço 


Em mil novecentos e sessenta e cinco,

Joe Weider, em gesto ousado,

Fez nascer o Olympia altivo,

Do sonho mais consagrado.

Era o templo do supremo,

Onde o corpo era o emblema

Do espírito disciplinado.


Larry Scott, o pioneiro,

Abriu o trono do vigor,

Com bíceps de mensageiro

E alma de escultor.

O primeiro campeão sagrado,

Deixou no ferro gravado

O símbolo do labor.


Logo veio Sergio Oliva,

Chamado “O Mito” por paixão,

Que em forma sobre-humana

Inspirou a multidão.

Três vitórias luminosas,

Feitas de fibras gloriosas,

Ergueram sua canção.


Mas eis que surge um austríaco,

Com olhar de rei e aço,

Arnold, de peito mítico,

Fez do palco o seu espaço.

Sete vezes coroado,

Com suor abençoado,

Transformou o tempo em traço.


Nos anos de luta e glória,

Vieram Columbu e Haney,

Cujo nome vive na história

Como força e lei do treino.

Haney, oito vezes campeão,

Fez do corpo oração,

De um ferro sereno e pleno.


Depois, Dorian Yates chegou,

Com densidade e furor,

E em sombras, o mundo mostrou

O novo valor do suor.

Seis vitórias conquistadas,

Entre fibras talhadas,

Pelas mãos do lutador.


Ronnie Coleman rugiu,

Com músculos de trovão,

E oito vezes conduziu

O trono da perfeição.

“Yeah Buddy!” ecoava,

E o público proclamava

A força como canção.


Jay Cutler, firme e exato,

Tomou o cetro do herói,

Com físico de impacto

E alma que não se destrói.

Quatro títulos erguidos,

Por braços esclarecidos,

Que a memória reconstrói.


Phil Heath, depois reinou,

Com estética angelical,

E o ferro testemunhou

O domínio espiritual.

Sete títulos brilhantes,

Feitos de gestos vibrantes

E harmonia universal.


Hoje, novos campeões

Seguem o mesmo altar,

Choopan e Lunsford – lições

De coragem singular.

E o Olympia permanece,

Como rito que enaltece

O dom de superar.


🌱 Capítulo VI – O Corpo Ideal e a Longevidade do Espírito 


O corpo é casa divina,

Morada da luz e da dor,

Onde a alma se ilumina

Com suor e com amor.

Cada músculo é um verso,

Cada célula – universo

Que respira seu louvor.


Ser forte é mais que aparência,

É ter dentro harmonia,

É unir fé e ciência,

Matéria e poesia.

Pois o ferro que aperfeiçoa,

Também cura e abençoa

Quem o ergue em sintonia.


Alimentar-se com pureza,

Honrar o pão de cada dia,

Beber da fonte da natureza

Com modesta sabedoria.

Pois a nutrição sagrada

É canção equilibrada

Entre corpo e melodia.


O descanso é prece oculta,

Onde o músculo se refaz,

A noite, calma e adulta,

É bálsamo e é paz.

Dormir é renovar a chama,

E no silêncio da cama,

A alma repousa em gás.


Evitar o uso insano

De droga e de ilusão,

É seguir o ser humano

Com plena devoção.

A força sem consciência

É queda, não essência,

É sombra da criação.


O atleta que se conhece

Não busca só o espelho,

Pois o tempo o enriquece

Com saber e conselho.

Ele ergue o ferro leve,

Pois no coração se atreve

A moldar o próprio espelho.


A saúde é o verdadeiro

Trono da imortalidade,

E o corpo, companheiro,

Da alma em liberdade.

Ser vigor é ser constante,

Na alegria pulsante

Da vida em integridade.


E quando o músculo cansa,

O espírito ainda brilha,

Pois a força que se avança

É chama que não trilha.

O corpo é breve caminho,

Mas o ser, puro e divino,

Nunca perde sua trilha.


Ser corpo é ser poesia,

Ser limite e criação,

É honrar a biologia

Como forma de oração.

Que a força seja medida

Não pela carne erguida,

Mas pela luz da razão.


Assim o atleta aprende

Que ser forte é ser inteiro,

É unir o que se entende

Ao amor verdadeiro.

Pois o corpo, na jornada,

É escultura sagrada

Do sopro do primeiro.



🌄 Encerramento – O Legado dos Gigantes


Sandow abriu o caminho,

Arnold levou a tocha,

Haney seguiu o destino,

Coleman deixou a rocha.

E Heath, no palco brilhante,

Mostrou que o corpo vibrante

É também mente que brocha.


O tempo avança e ensina

Que a força é mais do que músculo:

É disciplina divina,

É o domínio do círculo.

O corpo, em cada era,

Permanece a quimera

Do homem em vínculo múltiplo.






🌌 Epílogo Poético – O Corpo e a Eternidade


Assim termina o cordel,

Mas o canto não se encerra,

Pois o corpo é o próprio anel

Que liga o céu e a terra.

Fisicismo é poesia,

É força que desafia

E o espírito que não erra.


Que cada suor vertido

Seja verso em movimento,

E o músculo esculpido,

Um templo em pensamento.

O homem segue buscando,

E a vida vai ensinando

O corpo – seu fundamento.


📚 Nota de Fontes – Canto das Referências Inspiradoras


Do saber que se renova

Bebi na fonte da história,

De Del Rey veio a prova

Da escultura e da glória.

Fairclough cantou sociedade,

E Klein, com profundidade,

O corpo fez trajetória.


Joe e Ben, irmãos de aço,

Deixaram livro em verdade,

“Brothers of Iron” no espaço

Da eterna posteridade.

E a IFBB confirma,

No registro que ilumina,

A força e a lealdade.


O “Mr. Olympia”, em seus tronos,

Registra os grandes campeões,

Que, com ferro e sonhos bons,

Fizeram novas gerações.

Na tela, o tempo descreve

A glória que nunca é leve:

A arte em mil versões.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 






Nenhum comentário: