V CAPÍTULO — O Colégio dos Jesuítas e a Resistência do Povo da Serra
Antônio Souto de Macedo
Foi o poderoso fazendeiro
Deu a N. Srª da Conceição
Algo além do ouro dinheiro
Fazenda Urubumirim 1675
Foi entregue pelo romeiro.
A Residência Urubumirim
Anexa ao colégio inaciano
O centro da evangelização
Índio bravo seria cotidiano
Pelos costumes europeus
Em dezembro festa do ano.
O Kariri residente da colina
Na aldeia antiga tradicional
Neste o Morro Alto do Bode
Uma Lagoa Comprida vicinal
Floresta do Ouricuri Sagrado
Atravessou o tempo original.
A comunidade foi levada
De seu lar nativo querido
Para a Missão do Colégio
O índio fugiam escondido
Dentro a Floresta Sagrada
Ritual em segredo mantido.
Com as tribos reunidas
Centro da catequização
No colégio dos jesuítas
Ensinava ofício e oração
Apagar a cultura do índio
Como também a tradição.
Os índios ficaram morando
Ao redor da Igreja da santa
Sob vigilância dos jesuítas
Rezava com direito a janta
Para obrigar eles trabalhar
As vantagens não era tanta.
Aldeia tradicional redonda
Por eles logo abandonada
As ocas coletivas de palha
Agora seria casa separada
Cada família recebeu uma
Por esta forma organizada.
A língua nativa substituída
Pelo idioma do português
Índio deixaria os costumes
Para tornar-se um burguês
Morar ao redor da paróquia
Pois o nativo já era freguês.
Governador de Pernambuco
Sebastião de Castro Caldas
No dia 1º de janeiro de 1708
Doou as terras demarcadas
Aldeias Colégio e o São Brás
Seriam as duas beneficiadas.
VI CAPÍTULO — A Expulsão dos Jesuítas e o Retorno ao Ouricuri Sagrado
Mas as terras era dos índios
Destas duas aldeias secular
Com os jesuítas arrendando
Os colonizadores após pagar
Todo dinheiro foi arrecadado
A igreja sua fortuna aumentar.
Passando quase 200 anos
Que os jesuítas aqui chegou
Igreja com mais 11 fazendas
Colégio Urubumirim enricou
Foi diante de tantas riquezas
No ano 1759 tudo terminou.
Este 1º Ministro Português
Seria o Marquês de Pombal
Um chefe da administração
Certa forma Coroa Imperial
Que expulsa padres jesuítas
Por todo esse Brasil Colonial.
Com este Colégio jesuítico
Diante seria muita pressão
Padres João Batista como
O Nicolau Botelho na prisão
Foram escoltados a Olinda
Deixaram Colégio a missão.
Em 1760 criada a Freguesia
No poder local portugueses
O índio saiu da praça central
Colonizadores os interesses
Os nativos ficou na periferia
Depois desses longos meses.
Em 1795 criado o Distrito
Quando seria denominado
Para Porto Real do Colégio
Aldeamento transformado
Chegando os portugueses
Transformado no povoado.
O Pajé Luduvico dos Kariris
No período de conturbação
Que mudou o local do ritual
Por causa dessa civilização
A Taba do Ouricuri Sagrado
Bem longe de toda ambição.
Na colina entre florestas
Neste Alto do Bode antigo
A aldeia tradicional mudou
Para longe de todo o perigo
Num pé de angico frondoso
Distante ao norte do inimigo.
VII CAPÍTULO — O Diretório dos Índios e a Ordem do Império
Marquês de Pombal 1798
Com nativos emancipados
Criou o Diretório dos Índios
Elevando vila de civilizados
Administração de um diretor
Aqueles os povos aldeados.
A Vila de Penedo abrangia
Uma vasta região alagoana
Do litoral Sul ao rio Moxotó
Na margem Sanfranciscana
Os povoados e aldeamentos
A sua administração urbana.
Em Porto Real do Colégio
No distrito foi militarizado
O povoado capitães mores
Com indígenas e civilizado
Índio Capitão Pedro Lolaço
Foi nativo bem hierarquizado.
Ele chefiava várias aldeias
Segundo alegava a tradição
Acalmou as várias revoltas
Pelos Kariri com sua nação
Ainda assim seria lembrado
Nos arredores e população.
Englobava as localidades
O território do aldeamento
Incluindo os rios e serras
Por um certo ordenamento
Administrada pelo Distrito
Em nome do povoamento.
Cada povoado um capitão
Por toda a região adjacente
Em 1817 Alagoas Província
Passando a ter um presidente
Que pertencia a Pernambuco
Mas agora ser independente.
A administração dos índios
Estava a cargo de um diretor
Aqui o José de Santana Reis
Para os nativos seu protetor
Aldeia Porto Real do Colégio
No ano 1822 a história relator.
Um fato muito importante
Contada pela tradição oral
Chegando com D. Pedro II
O Colégio vem família real
O dia 16 de outubro de 1859
Visita da Majestade Imperial.
No maracá Manoel Baltazar
O pajé da Aldeia de Colégio
Teve a festa e toré na praça
Com toda honra do privilégio
Concedida doação o dinheiro
Pelo rei no seu tesouro régio.
VIII CAPÍTULO — Guerreiros do Opará e o Tempo da Discriminação
Em viagem a Paulo Afonso
Imperador deixou povoação
Logo subiu no navio a vapor
No rio iniciando continuação
Visitando outros ribeirinhos
Como o chefe dessa nação.
As coisas não estavam boas
Terras destes aldeamentos
Toda Província de Alagoas
Discriminações e lamentos
Por Assembleia Legislativa
Com índios os sofrimentos.
Nesta capital da Província
Os índios com Diretor Geral
Que administrava oito aldeias
Em cada uma diretor parcial
O dinheiro dos aldeamentos
Guardava tesouro provincial.
Acontece Guerra Paraguaia
Pelo Brasil então declarada
D. Pedro II e o Solano López
No Paraguai 1864 deflagrada
Alagoas também participou
Com essa luta desesperada.
Índios Voluntários da Pátria
Nos Batalhões incorporados
Convocados pelos diretores
Nesta guerra como soldados
Muitos até morreram lutando
Outros ficaram abandonados.
O dia 1º de março de 1870
Guerra Paraguaia terminou
Brasil sai como o vitorioso
Alguns índios assim voltou
Aldeias ficam abandonadas
Mas na esperança retornou.
O Firmino José dos Santos
Seria um alferes respeitado
Era o índio da Aldeia Colégio
Na valentia fez ele afamado
Lutou na Guerra do Paraguai
Para os Kariris muito amado.
No dia 17 de julho de 1873
Os aldeamentos alagoanos
Foi declarada sua extinção
Discriminados durante anos
Por Presidente da Província
Nos seus atos desumanos.
Na política discriminatória
Por ponto de vista jurídico
Mas os índios ainda vivem
Os caboclos do Velho Chico
Ficariam na rua e periferia
Desde o tempo de Ludovico.
Autor: Nhenety Kariri-Xocó
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