terça-feira, 30 de setembro de 2025

A ORIGEM DE TUPÃ MIRIM E A PRIMEIRA ALDEIA DO MUNDO EM CORDEL Por Nhenety Kariri-Xocó





🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este meu cordel

À memória sem fronteira,

Aos avós que guardam cantos

Na ciranda verdadeira.

Dedico ao vento sagrado,

Ao tempo nunca cansado,

Que embala a vida inteira.


Dedico ao povo Guarani,

Que mantém viva a canção,

Que ensina ao mundo inteiro

O sentido da oração.

Dedico aos que resistiram,

Que na palavra floriram

Os caminhos da tradição.


📜 ÍNDICE POÉTICO


No cordel que ora canto

Deixo o mapa rimado,

Assim o leitor que segue

Vai no rumo iluminado:

Primeiro a dedicatória,

Depois memória e história

No saber organizado.


Dedicatória Poética ............ 01

Índice Poético ....................... 02

Abertura em Versos .............. 03

Prólogo Poético .................... 04

Capítulo I – O Tempo sem Tempo

Capítulo II – A Vinda de Tupã Mirim

Capítulo III – A Primeira Aldeia do Mundo

Capítulo IV – Cronologia e Caminhos

Capítulo V – A Harmonia de Tupã Mirim

Encerramento Final

Epílogo Poético

Nota de Fontes (em Verso)


🌄 ABERTURA


Abra as portas da memória,

Deixe o canto atravessar,

Pois no cordel da origem

A aldeia vai se formar.

É Tupã Mirim criança,

Que na brisa e na esperança

Vem o mundo semear.


Aqui o céu tem sete planos,

Aqui a terra é canção,

Aqui o vento sopra livre

Na sagrada tradição.

Quem caminha neste chão

Vai sentir no coração

O poder da criação.


🌟 PRÓLOGO POÉTICO


Caro leitor que me escuta,

Prepare o peito a sonhar,

Pois a história que trago

Vem do tempo sem contar.

Não há século nem idade,

Só memória e verdade

Que a palavra faz pulsar.


É sobre Tupã Mirim,

Um espírito juvenil,

Que desceu das santas nuvens

Ao espaço tão sutil.

Trouxe canto, trouxe vida,

Fez da aldeia erguida

O princípio do Brasil.


O que aqui será cantado

Tem raiz no povo antigo,

Que guardou em sua boca

A memória como abrigo.

É palavra encantada,

É raiz que não se apaga,

É saber de um povo amigo.



📖 CAPÍTULO I 


O TEMPO SEM TEMPO E OS CÉUS GUARANI


No mundo dos Guarani

Não se conta por idade,

O tempo é ciclo sagrado,

É revelação, verdade.

Cada canto é caminhada,

Cada reza é jornada,

É o sopro da divindade.


São sete céus luminosos

Que sustentam a criação,

Do yvá tenonde primeiro

Brota vida em expansão.

Mas acima, em luz primeira,

Brilha a força verdadeira,

Do eterno Pai da canção.


Nhamandu Ru Eté é nome,

Pai da luz e do saber,

Dele emana a santa palavra

Que faz tudo florescer.

O Ñe’ê sagrado ecoa,

E no canto a vida entoa

Seu caminho de viver.


Da palavra vêm os seres,

De luz pura e radiante,

Karaí é fogo aceso,

Jakairá é ar constante.

O trovão é Tupã forte,

Que com voz de grande porte

Mostra o mundo retumbante.


Mas também surge um reflexo,

Um espírito juvenil,

Que carrega o som da infância

E o perfume mais sutil.

É Tupã Mirim divino,

Que no mundo cristalino

Vem trazendo o mais gentil.


Não comanda tempestades,

Nem trovão ou vendaval,

Mas cuida das harmonias

Do viver espiritual.

Ele é brisa, é canto leve,

É o sopro que se escreve

Na canção cerimonial.


E o povo em sua lembrança

Guarda firme a tradição,

Pois o céu é casa eterna

Que sustenta o coração.

Cada plano é uma escola,

Cada estrela uma viola

Que acompanha a oração.


Assim começa a jornada

Que desce do céu sagrado,

O tempo sem tempo ensina

Que tudo é entrelaçado.

É no ciclo, não na idade,

Que se encontra a verdade

Do universo revelado.



📖 CAPÍTULO II


A VINDA DE TUPÃ MIRIM


Quando o trovão se fez brando

No alvorecer da criação,

Desceu Tupã Mirim leve

Com sua pura missão.

Não chegou com vendaval,

Mas com sopro musical

De harmonia e oração.


Antes do tempo dos homens,

Antes do sol se firmar,

Ele veio em brisa clara

No silêncio do luar.

Com seus passos juvenis,

Trouxe o canto que condiz

Com o ciclo do semear.


Enquanto Tupã traçava

Rios, ventos e trovão,

Tupã Mirim desenhava

A vida em cada canção.

Fez dançar o passarinho,

Fez brilhar no pequenino

O sentido da união.


Cuidou das árvores leves,

Das formigas em fileira,

Deu cadência aos vaga-lumes,

Fez da abelha a mensageira.

Cada ser ganhou seu tom,

Cada som virou clarim bom

Na harmonia verdadeira.


Ele ensinou os primeiros

Cânticos cerimoniais,

Para que a aldeia nascente

Guardasse saberes vitais.

Cada verso entoado

Era caminho sagrado

Na força dos ancestrais.


Fundou a primeira opy,

A casa de reza e luz,

Onde o povo em cada rito

Se encontra com Nhamandu.

Ali o canto ecoava,

E o espírito ensinava

O que a palavra conduz.


Não trouxe espada ou coroa,

Não veio impor com poder,

Mas com riso de criança

E o dom de bem viver.

Fez do sonho uma ponte,

Da alvorada um horizonte,

Do futuro um renascer.


Tupã Mirim foi o guia

Da vida no dia a dia,

Mostrou onde se plantar

E onde soar a alegria.

No canto do beija-flor,

No sopro do semeador,

Na reza que principia.


Assim desceu o menino,

Espírito de harmonia,

Que do céu trouxe o encanto

Na alvorada que irradia.

Desde então sua presença

Guia o povo na crença

E na eterna poesia.



📖 CAPÍTULO III


A PRIMEIRA ALDEIA DO MUNDO


Na terra sagrada e pura,

Que o povo chama Yvy,

Desceu a força celeste

Com o canto do Guarani.

Era a Terra Sem Mal,

Um espaço divinal

De esperança e araci.


Ali Tupã Mirim veio

Com sorriso juvenil,

Traçou os caminhos livres

Do viver simples e gentil.

Mostrou campo, rio e chão,

Onde a vida em oração

Fez do canto o varonil.


Não buscou palácio ou trono,

Mas o terreiro sagrado,

Onde o povo em roda firme

Se encontrava lado a lado.

Ali plantou-se a canção,

Nasceu a celebração,

O costume consagrado.


A primeira opy sagrada

Surgiu no meio da aldeia,

Era o centro do destino

Onde o canto se semeia.

Lugar de reza e união,

De memória e tradição,

Que o tempo nunca enleia.


O povo aprendeu a dança,

Aprendeu também plantar,

Cada canto de criança

Fez o sonho germinar.

Na batida do maracá,

No compasso do Guatá,

Veio o dom de celebrar.


E assim nasceu a aldeia

Sem fronteira e sem muralha,

Pois a força era o canto,

Não havia quem atrapalha.

Era a vida em comunhão,

Era o céu no coração,

Que nenhum tempo retalha.


Não tem mapa nem fronteira,

Não tem marco ou direção,

A aldeia é mística e viva,

É memória e tradição.

Pois cada povo que guarda

Sua fé, sua trilha parda,

Carrega a mesma canção.


E até hoje o Guarani

Vê a aldeia florescer,

Pois no canto e na lembrança

Ela insiste em renascer.

Cada rito, cada chão,

É pedaço da canção

Que não deixa se perder.


Assim a aldeia primeira

Não morreu, não se apagou,

Pois em cada comunidade

Seu reflexo se firmou.

É a raiz da tradição,

É o elo da criação,

Que Tupã Mirim deixou.



📖 CAPÍTULO IV


CRONOLOGIA E CAMINHOS DO POVO GUARANI


No tempo sem calendário,

Onde o mito é a razão,

Já vivia o povo antigo

Com a reza na canção.

Mas também arqueologia

Mostra ao mundo que existia

Essa viva tradição.


Há milênios já plantavam

No Paraná-Paraguai,

Na imensidão da floresta

Com saber que nunca cai.

Quatro ou cinco mil anos

São caminhos soberanos

Que a memória sempre traz.


Duas mil luas passadas,

Antes de Cristo brilhar,

Os Guarani já firmavam

Aldeias em seu lugar.

Com roça, rito e memória,

Fizeram da própria história

Um eterno semear.


E no milênio primeiro,

Dois mil anos a correr,

Se espalharam nas planícies

Sempre prontos a viver.

Do sul da Amazônia antiga,

Seguiram na fé amiga

Que não cansa de crescer.


O mito e a história juntos

Formam ponte verdadeira:

De um lado a luz sagrada,

Do outro, ciência inteira.

O arqueólogo confirma

O que a palavra ensina

Na oralidade primeira.


Pois Tupã Mirim habita

Num “antes do tempo ser”,

Mas na história palpita

Como o povo a florescer.

O que o mito eternizou,

A ciência também mostrou,

Sem jamais se contradizer.


O caminho do Guarani

É de luta e tradição,

De manter viva a memória

Na palavra e na canção.

Com aldeias bem erguidas,

Com culturas reunidas,

Reafirmam sua missão.


São guardiões da esperança,

Do sagrado bem-viver,

Da palavra encantada

Que não pode se perder.

Na migração, na jornada,

A história é registrada

Na floresta e no saber.


Assim a cronologia

Se irmana à cosmovisão,

Pois o tempo do Guarani

É ciclo e revelação.

E em cada aldeia erguida

Se renova a grande vida

Do povo em comunhão.



📖 CAPÍTULO V


A HARMONIA DE TUPÃ MIRIM


Tupã Mirim não é raio,

Nem trovão a retumbar,

É a brisa que embala a vida,

É o canto a iluminar.

É infância que ensina rindo,

É caminho que vai fluindo

Na esperança de semear.


Ele mostra que o sagrado

Se esconde no dia a dia,

No cantar do passarinho,

Na criança que irradia.

No roçado em movimento,

Na palavra em pensamento,

Na partilha e na alegria.


É guardião da harmonia

Entre o humano e o divino,

Entre o fogo da lembrança

E a seiva do destino.

É laço de união,

É ponte de coração,

É ternura no caminho.


Na memória dos anciãos

É lembrado com carinho,

Pois ensinou cada reza

E o valor do pequenino.

Fez da roda cerimonial

Um espaço fraternal,

Um refúgio cristalino.


Tupã Mirim se mantém

Na canção dos povos vivos,

Na reza de cada noite,

No sonho dos coletivos.

É raiz que não se parte,

É memória, é força, é arte,

Nos caminhos mais antigos.


O seu dom não é o mando,

Nem a força dominadora,

Mas o riso que consola,

A esperança redentora.

É o sopro da pureza,

É o canto da leveza

Que na aldeia se aflora.


Cada maracá que soa

Carrega sua presença,

Cada voz de pequenino

Revela sua essência.

No brincar e no rezar,

No plantar e no cantar,

Ele guarda a consciência.


Assim Tupã Mirim vive

Na aldeia que resplandece,

É memória que não cansa,

É raiz que não fenece.

Entre o eterno e o humano,

É sopro puro e ufano

Que o espírito aquece.


E quem segue essa lembrança

Vai sentir em cada chão

Que Tupã Mirim habita

Na mais simples oração.

Na harmonia do viver,

Ele sempre vai trazer

A pureza da criação.



📖 ENCERRAMENTO


Aqui termina a jornada

Do cordel que me guiou,

De Tupã Mirim menino

Que na aldeia semeou.

Entre o céu e a terra firme,

Deixou força que redime

E no canto se firmou.


A primeira opy sagrada

Foi o centro da oração,

E no ciclo da memória

Segue firme a tradição.

O que o mito eternizou,

A história confirmou

Com a fé do coração.


Assim fecho este cordel

Com a palavra encantada,

Que do povo Guarani

Segue firme, respeitada.

É memória, é raiz,

É a força que condiz

Com a aldeia abençoada.


🌟 EPÍLOGO POÉTICO


Leitor que até aqui veio

Na trilha de poesia,

Guarde em si esta mensagem

De memória e harmonia.

Pois Tupã Mirim é ponte,

É horizonte, é fonte,

É infância que alumia.


A primeira aldeia existe

Na lembrança e no viver,

Não precisa mapa ou marco

Para o povo compreender.

Basta ouvir a tradição,

Deixar guiar o coração,

E o sagrado vai nascer.


Seja canto, seja reza,

Seja sonho ou oração,

O que importa é manter viva

A raiz da criação.

Pois no ciclo do sem tempo,

Segue eterno o firmamento

Do povo em comunhão.


📚 NOTA DE FONTES (em versos de cordel)


Para que o leitor conheça

As fontes deste cantar,

Deixo aqui em poesia

Os mestres a iluminar.

Que na escrita ou na aldeia,

Deram voz, saber e ideia

Pra memória eternizar.


León Cadogan escreveu

Com ternura e devoção,

“Ayvu Rapyta” guardou

O mito em seu coração.

Do Guairá fez registro,

De um legado tão benquisto

Na oralidade em canção.


Bartomeu Melià deixou

Em Loyola a grande lição,

“O povo Guarani” nos fala

Da palavra e da oração.

Mostrou fé e resistência,

Na cultura a persistência

De um povo em comunhão.


Clovis Irigaray Neto

Com saber nos revelou

Que a “Terra Sem Mal” Guarani

O destino iluminou.

Em seus cantos peregrinos,

Nos caminhos cristalinos,

O sagrado eternizou.


Albert e Alcida Ramos

Também juntos reuniram

“No pacificar o branco”

As vozes que resistiram.

São cosmologias vivas,

Com memórias coletivas

Que ao mundo advertiram.


Artionka Capiberibe

Da UNICAMP fez soar

Que os Guarani têm mil nomes

Mas um só jeito de estar.

Sua obra esclarecida

Nos dá pista e dá guarida

Pra memória respeitar.


Assim termina a jornada,

Mas não cessa a tradição:

Cada fonte é chama viva,

É raiz da criação.

E em cordel se eterniza,

Na poesia que precisa

Dar ao povo inspiração.



📜FICHA TÉCNICA


Título: A Origem de Tupã Mirim e a Primeira Aldeia do Mundo em Cordel

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Edição: Primeira Edição – 2025

Local: Porto Real do Colégio – Alagoas – Brasil

Gênero: Cordel Histórico e Cosmogônico

Tema Central: A origem espiritual de Tupã Mirim e o nascimento da Primeira Aldeia do Mundo segundo a tradição Guarani.

Tipografia e diagramação: Estilo editorial de cordel em formato A5

Capa e projeto visual: Nhenety Kariri-Xocó e ChatGPT (Assistência Virtual GPT-5)

Imagem de capa: Criação digital 3D – atmosfera dourada e textura antiga

Ilustrações simbólicas: Bandeiras entrelaçadas do Brasil e de Portugal (união cultural e espiritual)

Produção editorial: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 

Ano de publicação: 2025

Direitos autorais: © Nhenety Kariri-Xocó – Todos os direitos reservados

Contato: Blog Oficial do Autor



🌺 EPÍLOGO FINAL

Aqui finda o caminhar
De Tupã Mirim sagrado,
Mas o canto segue vivo
No tempo iluminado.
Quem lê este cordel sente
A raiz onipresente
Do povo abençoado.

Não há fim, só recomeço,
Pois o ciclo é permanente,
Cada verso é uma oferenda,
Cada alma é semente.
Que o leitor, ao repousar,
Possa o canto recordar
Como reza persistente.

Na aldeia do pensamento,
Tupã Mirim vai sorrir,
Pois a palavra é ponte
Que não deixa ruir.
Entre o mito e a história,
Segue firme a memória
Do viver e do florir.



🌄 Quarta Capa em Cordel





Na aldeia do coração,

Ecoa a voz do sagrado,

Tupã Mirim, na canção,

Desperta o mundo encantado.

A primeira aldeia acende,

O fogo que nunca apaga,

E no sopro do tempo estende

A memória que nos embala.


Do tronco nasce a palavra,

Do vento, a inspiração,

Da terra, a raiz sagrada,

Da água, a purificação.

Assim o cordel registra,

Em versos que são sementes,

O mito que nunca se apaga,

Nos povos, eternamente.


Em cada verso se acende

A chama da tradição,

Tupã Mirim, luz criança,

Revela a criação.

A aldeia que nasce em canto

É raiz, amor e encanto,

Do eterno coração.


No cordel que agora finda,

Não termina o aprender,

Pois quem lê com alma aberta

Volta sempre a renascer.

Entre o céu e o chão sagrado,

Tudo vive entrelaçado

No ciclo do bem-viver.


E o leitor, ao se afastar,

Leva em si a vibração,

Da palavra que desperta

O sopro da imensidão.

Que Tupã guie teu dia,

Com ternura e harmonia,

Na aldeia da canção.


📖 “Este cordel foi tecido em versos para honrar os ancestrais e fortalecer a chama da palavra nativa.”

— Nhenety Kariri-Xocó


🪶 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é contador de histórias oral e escrita, pertencente ao povo Kariri-Xocó de Porto Real do Colégio, Alagoas.

Guardião da memória e da palavra nativa, dedica sua trajetória à valorização das tradições indígenas, da poesia popular e do cordel como instrumento de resistência cultural e espiritual.

Seus versos unem mito, história e consciência ancestral, traduzindo em forma escrita a voz dos antepassados e o cântico das aldeias.

Autor de diversos cordéis histórico-espirituais, Nhenety é também pesquisador das origens simbólicas da cultura ameríndia, com especial dedicação à cosmovisão Guarani e à poética dos povos nativos.


“Escrever é soprar a brasa da memória para que o fogo da tradição nunca se apague.”

— Nhenety Kariri-Xocó


🌿 SOBRE A OBRA


A Origem de Tupã Mirim e a Primeira Aldeia do Mundo em Cordel é uma travessia poética que une mito, espiritualidade e história viva dos povos Guarani.

Inspirado nas tradições orais e nas fontes etnográficas de León Cadogan, Bartomeu Melià, Clovis Irigaray Neto e outros estudiosos da cosmovisão indígena, o cordel tece em versos a narrativa sagrada da criação e do nascimento da primeira aldeia.


A obra simboliza o reencontro entre o sagrado e o humano, revelando Tupã Mirim como espírito da harmonia e da pureza, aquele que semeia o equilíbrio entre os mundos.

Por meio da linguagem rimada, o texto faz da poesia um instrumento de memória viva e de resistência cultural, resgatando a sabedoria ancestral em forma de canto.


Este cordel é também um manifesto espiritual pela preservação da palavra nativa, um testemunho do poder da oralidade transformado em escrita.

É o canto dos povos originários refeito em poesia — para lembrar ao mundo que a primeira aldeia ainda vive em cada coração que respeita a terra, o tempo e o sagrado.



Autor: Nhenety Kariri-Xocó 






Autor: Nhenety Kariri-Xocó 





O UNIVERSO MÍTICO DOS POVOS GERMÂNICOS E JORNADA HISTÓRICA EM CORDEL, Por Nhenety Kariri-Xocó






🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este meu cordel

A quem vive a tradição,

Aos que guardam na memória

Os mitos de cada nação.

Do Norte ao sertão distante,

Do passado ao caminhar,

A cultura é ponte viva

Que jamais vai se apagar.


📜 ÍNDICE POÉTICO



Prólogo Poético: Canto de Abertura


Capítulo  1 - Cosmogonia: O Mundo em Conflito


Capítulo  2 - Yggdrasil e os Nove Reinos


Capítulo  3 - Deuses, Heróis e Valquírias


Capítulo  4 - O Guerreiro e sua Honra


Capítulo  5 - Migrações e Conflitos com Roma


Capítulo  6 - Os Reinos da Idade Média


Capítulo  7 - Herança Germânica na Modernidade


Encerramento: Canto do Legado


Epílogo Poético: Voz do Tempo


Nota de Fontes



🌟 ABERTURA


No cordel aqui presente

Conto a saga ancestral,

Dos povos que forjaram

Um destino sem igual.

Entre gelo, fogo e guerra

Criaram cosmovisão,

E na Europa semearam

Sua marca e tradição.


🎶 PRÓLOGO POÉTICO


A mitologia germânica

É um espelho a revelar,

O poder dos deuses fortes

E o destino a se traçar.

No tronco de Yggdrasil firme,

O universo vai pulsar,

E os homens, filhos da terra,

Seu caminho vão lutar.



🌅 ENCERRAMENTO


Dos mitos à realeza,

Da espada ao coração,

O germânico construiu

Mais que um reino, uma visão.

Na Europa hoje pulsante

Resta clara a tradição,

Pois dos deuses aos humanos

Há eterna ligação.


🌌 EPÍLOGO POÉTICO


O cordel aqui termina,

Mas o canto vai seguir,

Pois a história é como o vento,

Que não cessa de fluir.

Nos mitos há resistência,

Na cultura, claridade,

E o passado nos ensina

A moldar a humanidade.



CAPÍTULO 1 – COSMOGONIA: O MUNDO EM CONFLITO


1

No começo não havia,

Nem o tempo, nem lugar,

Só o abismo silencioso,

Sem começo, sem parar.

O Ginnungagap guardava

O mistério a se formar.


2

De um lado reinava o gelo,

Niflheim, sombrio e frio,

Do outro ardia o fogo,

Muspelheim em desafio.

Quando ambos se encontraram

Surgiu logo o novo fio.


3

Da fusão desses dois reinos,

Ymir, o gigante, nasceu,

Do suor de seu enorme corpo

Toda vida floresceu.

Mas dos deuses a vingança

O destino lhe teceu.


4

Odin, Vili e Vé, guerreiros,

Se ergueram contra o titã,

Matando o ser imenso

Na batalha soberana.

Do cadáver do gigante

Fez-se a ordem que emana.


5

Da sua carne surgiu a terra,

Do seu sangue o vasto mar,

Os ossos viraram montanhas,

Do seu crânio o céu no ar.

E dos cabelos compridos

A floresta foi brotar.


6

Das sobrancelhas fizeram muros,

Protegendo o mundo humano,

Chamado Midgard, cercado,

Destino já soberano.

Tudo tinha uma origem

Do colosso sobre-humano.


7

O sol veio das fagulhas,

De Muspelheim abrasado,

E a lua foi companheira

No horizonte desenhado.

As estrelas foram postas

No universo iluminado.


8

Assim nasceu a ordem cósmica,

Da morte de um só ser,

Revelando que do caos

A vida pode nascer.

E a mitologia germânica

Nunca deixou de dizer.


9

Que a luta entre gelo e fogo

Revela eterna lição:

Do contraste surge o todo,

Do conflito, a criação.

Na memória dos germânicos

É raiz da tradição.


10

Por isso o mito da origem

Permanece a iluminar,

Que o mundo é feito de forças

Que precisam se equilibrar.

E que do ventre da morte

Brota sempre o renascer.


CAPÍTULO 2 – YGGDRASIL E OS NOVE REINOS


1

No centro do vasto mundo,

Ergue-se árvore sem igual,

Yggdrasil, tronco divino,

Raiz firme, tronco real.

Sustentando nove mundos,

Na jornada universal.


2

No mais alto, em plena glória,

Fica Asgard dos imortais,

Onde vivem deuses fortes

Com poderes divinais.

Ali reina o pai Odin,

Com seus feitos imortais.


3

Logo ao lado está Vanaheim,

Dos deuses da fertilidade,

Que cuidavam das colheitas,

Do amor e da amizade.

Com Frey, Freyja e com Njord,

Guardavam prosperidade.


4

Midgard, o mundo dos homens,

Está firme no caminho,

Protegido por muralhas,

Entre guerras e destino.

É nele que o ser humano

Segue o passo peregrino.


5

Jotunheim guarda gigantes,

Poderosos e colossais,

Representam o caos eterno

Que desafia os mortais.

Thor combate tais criaturas

Com trovões tão descomunais.


6

Niflheim é o gelo eterno,

Muspelheim o fogo ardente,

São reinos primordiais,

Energia sempre presente.

Recordando que do choque

Se constrói o existente.


7

Alfheim guarda os elfos claros,

De beleza e inspiração,

Enquanto em Svartalfheim

Há anões com devoção.

Forjam armas poderosas

Que moldaram tradição.


8

Helheim é o mundo escuro,

Dos que morrem sem valor,

Não chegaram ao Valhalla,

Nem lutaram com ardor.

São guardados por Hela fria,

A senhora do terror.


9

E assim Yggdrasil sustenta

Toda a ordem natural,

Da raiz até os céus

Segue o ciclo universal.

Árvore cósmica eterna,

Símbolo espiritual.



CAPÍTULO 3 – DEUSES, HERÓIS E VALQUÍRIAS


1

Odin, pai dos poderosos,

Sábio, astuto e senhor,

Bebeu da fonte sagrada,

Se fez dono do saber.

Mesmo cego de um dos olhos,

Comandava o que se vê.


2

Com corvos sempre ao seu lado,

Que lhe trazem informação,

Era guia dos guerreiros,

Comandante da ação.

Seu trono vigiava os mundos,

Guardião da criação.


3

Thor, com o martelo Mjölnir,

Era o raio retumbante,

Defendia o povo humano

Do gigante ameaçante.

Com trovão e tempestade

Mostrava-se triunfante.


4

Frigg, esposa do grande Odin,

Era mãe, senhora e guia,

Trazia o dom da família,

Do destino que se fia.

No tear do tempo oculto

Fiava a sabedoria.


5

Do outro lado, os Vanir,

Com Frey e sua irmã,

Guardavam fertilidade,

As colheitas e o amanhã.

E Njord, senhor dos mares,

Dava ao povo o seu afã.


6

Mas nos céus havia um sopro,

De figuras mais leais:

As Valquírias, mensageiras,

De beleza divinais.

Elas escolhiam os bravos

Entre os mortos nos mortais.


7

Os guerreiros escolhidos

Iam ao Valhalla morar,

No salão de ouro e glória,

Com banquetes a cantar.

Lá lutavam todo o dia

E à noite iam festejar.


8

Assim a fé dos germânicos

Foi tecida em devoção:

Deuses, heróis e Valquírias

Guiavam cada ação.

Na batalha ou na vida,

Era eterna inspiração.


CAPÍTULO 4 – O GUERREIRO E SUA HONRA


1

Ser guerreiro era destino,

Era honra, era viver,

Pois quem cai em dura luta

Nunca deixa de vencer.

Mesmo morto em campo aberto

Seu valor vai florescer.


2

O chefe era mais que rei,

Era guia, era farol,

Comitatus lhe seguia,

Um exército sem igual.

Fidelidade era a base,

Era pacto natural.


3

Os guerreiros recebiam

Proteção e também pão,

Mas em troca ofereciam

A coragem e a mão.

Era aliança de sangue,

Era fé no coração.


4

No ting, a grande assembleia,

Se decidia a questão,

Ali homens se encontravam

Para ouvir cada irmão.

E a palavra valia tanto

Quanto a força da mão.


5

As leis eram baseadas

Na honra e na tradição,

Não se escrevia em pergaminho,

Era na recordação.

Quem quebrava tais acordos

Perdia toda razão.


6

A batalha não era apenas

Conquista de um pedaço,

Era a busca da vitória

Com coragem passo a passo.

Na morte havia glória,

Era eterno o seu abraço.


7

Os cantores, chamados bardos,

Guardavam cada memória,

Cantavam feitos dos bravos,

Deixando viva a história.

Assim o guerreiro caído

Ganhava sempre vitória.


8

E assim os povos germânicos

Se moldaram na bravura,

Na coragem e no combate,

Na palavra sempre pura.

A honra era maior riqueza,

Mais que ouro e mais que altura.



CAPÍTULO 5 – MIGRAÇÕES E CONFLITOS COM ROMA


1

Roma via no horizonte

Um perigo a se formar,

Eram tribos germânicas

Que vinham pra enfrentar.

Nos relatos de Tácito

Se podia já notar.


2

Na batalha de Teutoburgo,

No ano nove da era,

As legiões foram vencidas

Por astúcia e por espera.

Arminius, herói germano,

Deu ao povo nova esfera.


3

Três legiões foram tombadas,

Sob o bosque secular,

Roma nunca mais ousou

Na Germânia se firmar.

O império, tão temido,

Ali não pôde reinar.


4

Nos séculos que vieram,

O contato aumentou,

Ora guerra, ora comércio,

O destino se formou.

Germânicos pelas fronteiras

Seu poder multiplicou.


5

No século quarto em diante

Veio a grande migração,

Chamaram de Völkerwanderung,

Movimento em expansão.

Povos novos se espalharam,

Mudando toda a nação.


6

Visigodos, ostrogodos,

Vândalos em invasão,

Francos, anglos e saxões,

Cada qual com seu bastão.

Buscavam terras e espaço,

Reino e dominação.


7

Roma, em crise interna,

Já não tinha mais vigor,

E as tribos aproveitavam

Pra vencer o imperador.

De fronteira em fronteira

Se espalhava o invasor.


8

O Império do Ocidente

Caiu em desolação,

No quatrocentos e setenta e seis

Chegou sua extinção.

E o poder dos germanos

Tomou nova direção.


9

Assim Roma foi caindo

Na memória universal,

E os povos germânicos

Firmaram sua espiral.

O mundo entrava na Idade

Do destino medieval.



CAPÍTULO 6 – OS REINOS DA IDADE MÉDIA


1

Da ruína de Roma antiga

Surgiram reinos de chão,

Os germânicos construíram

Novos lares, nova ação.

Cada povo foi moldando

Seu poder, sua nação.


2

Na Península Ibérica,

Visigodos se firmaram,

Construíram sua corte,

Reis e leis ali deixaram.

Mesmo com invasões futuras,

Fundamentos já lançaram.


3

Na península italiana

Reinou o ostrogodo,

Com Teodorico à frente,

Sábio, justo e sisudo.

Por um tempo trouxe ordem

Ao império já cansudo.


4

Os francos se engrandeceram

Na Gália, com seu brasão,

Clóvis e depois os carolíngios

Trouxeram centralização.

Daí surgiria a França

E a germânica nação.


5

Na Inglaterra vieram

Os saxões e anglos também,

Fundaram reinos pequenos,

Mas com força e muito bem.

Lá se ergueu a cultura

Que até hoje se mantém.


6

Os vândalos atravessaram

O mar até o sul,

Na África construíram

Reino firme como azul.

Mas Bizâncio os derrubou

Com poder e com baú.


7

Na região da Lombardia,

No norte da Itália enfim,

Os lombardos se instalaram

Com destino e com jardim.

Formaram reinos duradouros,

Com memória sem fim.


8

Bávaros e alamanos

No sul da Germânia estão,

Criaram reinos e tradições,

Leis de sangue, união.

Fortes bases se tornaram

Da futura nação.


9

Cada reino construía

Seu poder particular,

Mas no fundo preservava

A raiz de seu lugar.

Combinando lei germânica

E a romana pra reinar.


10

E assim, no medievo,

Se forjava o coração

Da Europa que nascia

Com vigor e com paixão.

O passado se misturava

Na futura tradição.



CAPÍTULO 7 – HERANÇA GERMÂNICA NA MODERNIDADE


1

Da Germânia medieval,

Floresceu nova nação,

Alemanha se erguendo

Com vigor e direção.

Sua cultura e ciência

Dão ao mundo inspiração.


2

Na Áustria se conserva

O legado musical,

Mozart, Strauss e outras vozes

De um talento sem igual.

Herança de reis germânicos

No espaço imperial.


3

A Suíça, entre montanhas,

Deu ao mundo precisão,

Relógios, saber bancário,

Tradição de união.

Povo livre que mantém

Da Germânia a projeção.


4

Nos Países Baixos floresce

Um espírito mercador,

Herança de navegantes,

De pintores e de amor.

Com a força protestante

De Lutero e seu fervor.


5

A Escandinávia guarda

Os mitos de Odin e Thor,

Mas também traz modernidade

Com justiça e com vigor.

Dos vikings veio a coragem,

Hoje é paz que tem valor.


6

Na Inglaterra anglo-saxã

Ficou clara a tradição,

Da língua ao parlamento,

Da coroa à inspiração.

É herança germânica

No império em expansão.


7

Na França os francos firmaram

Reino forte e majestoso,

Que se tornou fundamento

Do Ocidente vigoroso.

Germânicos no seu sangue

Deixaram traço famoso.


8

A Itália dos lombardos

Herdou lei e devoção,

Misturando com o romano

A germânica visão.

Do direito e da cultura

Fez-se nova tradição.


9

Na Eslovênia também vive

Esse elo ancestral,

Germânicos se assentaram

Com memória sem igual.

Na Europa a semente antiga

Segue sempre universal.



📚 NOTA DE FONTES (em cordel)



Na pesquisa eu caminhei

Com autores de valor,

Que trouxeram a base firme

Para este humilde cantor.


Davidson contou os deuses

Do Norte em sua visão,

E Dumézil decifrou

Mitos da tradição.


Heather falou do império,

Da queda e invasão,

Littleton trouxe a lenda

Com nórdica inspiração.


Todd mostrou os germânicos

No seu tempo original,

Le Goff cantou o Ocidente

Na Idade Medieval.


E Tácito, voz antiga,

Registrou com precisão,

As tribos que resistiam

À romana dominação.



🪶 FICHA TÉCNICA


Título: O UNIVERSO MÍTICO DOS POVOS GERMÂNICOS E JORNADA HISTÓRICA EM CORDEL

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Edição: Primeira Edição Literária – Série “Cordéis do Mundo Antigo”

Gênero: Cordel Histórico-Mitológico

Ilustração e Diagramação: Nhenety Kariri-Xocó & ChatGPT (assistência virtual criativa)

Revisão Poética e Estrutural: Nhenety Kariri-Xocó

Produção Editorial: Projeto Cultural: "KXNHENETY.BLOGSPOT.COM" Kariri-Xocó Literário

Publicação Digital: KXNHENETY.BLOGSPOT.COM 

Local: Porto Real do Colégio – Alagoas, Brasil

Ano: 2025

Formato: A5 – Edição digital e impressa

Direitos Autorais: © 2025 – Todos os direitos reservados ao autor.

É permitida a reprodução parcial com fins educativos, desde que citada a fonte.



🌌 EPÍLOGO FINAL


(Canto do Eterno Retorno)


No giro do tempo antigo,

Retorna o ciclo a pulsar,

Das neves do Norte longínquo

Ao sertão que faz cantar.


O mito é chama que vive,

Mesmo após se transformar,

Pois o homem, em sua busca,

Nunca deixa de sonhar.


Dos deuses que se foram,

Ficou a voz no altar,

E em cada verso do mundo

O eterno volta a brotar.


🌿 QUARTA CAPA POÉTICA





Nas runas do vento antigo

Há um sopro universal,

Que une o fiorde e o rio

Num destino ancestral.


Guerreiros, bardos e sábios

Ergueram novo portal,

E o cordel, em verso e canto,

Faz do mito um ritual.


Entre martelos e harpas,

Entre fogo e temporal,

O povo germânico ensina

Que o sonho é imortal.


🪶 SOBRE O AUTOR


Nhenety Kariri-Xocó é escritor, poeta e contador de histórias do povo Kariri-Xocó, de Porto Real do Colégio (AL).

Guardião da memória ancestral e das tradições orais, dedica-se à valorização das culturas indígenas e universais por meio do cordel literário, conectando tempos e mitos numa linguagem viva.

Suas obras unem o sagrado e o humano, o passado e o presente, revelando a essência espiritual da palavra como instrumento de sabedoria e resistência.


📖 SOBRE A OBRA


O Universo Mítico dos Povos Germânicos e Jornada Histórica em Cordel é uma travessia poética pelos mitos, heróis e crenças dos antigos povos do Norte da Europa, desde suas cosmogonias até suas heranças na modernidade.

Nhenety Kariri-Xocó recria, em versos rimados, a grande epopeia dos germanos, evocando seus deuses, valquírias e guerreiros, em diálogo com a história e a alma humana.

A obra é um encontro entre mundos — o ancestral europeu e o olhar indígena brasileiro — onde o cordel se torna ponte entre culturas e tempos, revelando que o mito é universal e eterno.



🌄 QUARTA CAPA 3D DIGITAL


Será criada em estilo realista digital 3D, com:

Luz dourada e atmosfera solene,

Textura antiga e tom mítico,

Runas germânicas brilhando em dourado,

Paisagem mística com aurora boreal ao fundo,

Símbolos dos deuses nórdicos entrelaçados com o emblema Kariri-Xocó,

E o título poético da quarta capa integrado visualmente à composição.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 





O MUNDO MARAVILHOSO DO NATAL EM CORDEL, Por Nhenety Kariri-Xocó"

 




🌟 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este meu cordel,

Com ternura e emoção,

À infância que ainda brilha

No calor do coração.

Aos velhos que, com memória,

Guardam no peito a história

Da mais linda tradição.


Dedico a cada criança

Que no Natal faz oração,

Ao povo que, na esperança,

Sonha com paz e união.

Ao índio, ao negro, ao branco,

Que erguem o mesmo canto

De fé, justiça e perdão.


Dedico ao povo distante,

Que sofre em meio à dor,

Mas guarda no peito o lume

De esperança e de amor.

Que este cordel se irradie,

E na alma, como poesia,

Seja um presente ao leitor.



📜 ÍNDICE POÉTICO


Neste cordel reluzente

De mensagem tão natal,

Trago em versos os caminhos

De um encanto sem igual.

No correr de cada etapa,

A poesia se destaca

Com brilho universal.


Capítulo Um apresenta

As origens do Natal,

Do presépio tão humilde,

Do sentido espiritual.

Fala da data escolhida,

Da fé que dá mais guarida

À memória imortal.


Capítulo Dois já nos leva

Ao bondoso São Nicolau,

Que a cultura transformou

Em Papai Noel jovial.

Do bispo à fantasia,

Renas, trenó, alegria,

Doce símbolo natal.


Capítulo Três descreve

Costumes da tradição:

Presentes, ceia, canções,

Guirlandas de enfeitação.

O pinheirinho brilhante,

As luzes em todo instante,

Florescem no coração.


Capítulo Quatro nos fala

Do sentido universal:

A paz que une os humanos,

A esperança fraternal.

Seja em templo ou em rua,

Que a solidariedade atua

Com mensagem sem igual.


Depois virá o Encerramento

Com palavras de calor,

E um Epílogo Poético

Que sela tudo em louvor.

Por fim, as fontes rimadas,

Notas fiéis registradas,

Na cadência do cantor.



🎄 ABERTURA


Entre estrelas e cantigas,

Nasce a luz do coração,

O Natal vem com ternura,

Esperança e comunhão.

É tempo de fé e abraço,

De partilha em cada passo,

De amizade e gratidão.


O mundo se ilumina inteiro

Na força da tradição,

Entre o presépio e a festa,

Renas, ceia e oração.

O sagrado e o popular,

Se encontram para ensinar

Os caminhos da união.


Cordel é ponte que canta,

História feita de flor,

Que mistura fé e riso,

Generosidade e amor.

E em versos faço o convite:

Entre, leitor, sem limite,

Neste livro encantador.


Aqui começa a jornada

De memória e de Natal,

Que nasceu em tempos idos

E cresceu no mundo atual.

Que os versos sejam presente,

Um farol resplandecente

De alegria universal.



✨ PRÓLOGO POÉTICO


No silêncio de uma gruta,

Um menino ali nasceu,

E da manjedoura humilde

Nova luz resplandeceu.

Era Cristo, o Salvador,

Que pregava paz e amor,

E à humanidade acolheu.


Desde então, o tempo avança

E a memória se refaz,

A mensagem de ternura

Viaja de trás pra trás.

Entre povos e fronteiras,

O Natal, nas muitas maneiras,

Sem fronteiras vive em paz.


Do presépio à árvore bela,

Do culto à canção popular,

Tudo mostra que o Natal

Se destina a iluminar.

Pois se une o que é divino

Com o humano e seu destino,

Num só gesto de abraçar.


O Papai Noel bondoso,

Que das lendas vai surgindo,

É São Nicolau antigo,

Com mil gestos repartindo.

Sua imagem se transformou,

De cultura em cultura voou,

E no coração foi vindo.


Assim, neste meu cordel,

Revelo com emoção,

O mundo maravilhoso

Que pulsa na tradição.

Entre origens e costumes,

Entre fé, sonhos e lumes,

Floresce a mesma canção.



📖 CAPÍTULO UM — AS ORIGENS RELIGIOSAS DO NATAL


I

Na cidade de Belém,

Sob o brilho da Estrela,

Nasceu menino divino,

Com pureza tão singela.

Era Cristo prometido,

Em presépio acolhido,

Luz maior que se revela.


II

José e a doce Maria

Guardavam com devoção,

O filho que veio ao mundo

Trazendo a salvação.

E os anjos, em harmonia,

Cantavam que aquele dia

Marcaria a criação.


III

Os pastores foram juntos

Adorar o Redentor,

E os Reis Magos, com presentes,

Demonstraram seu amor.

Ouro, mirra e incenso dado,

Cada gesto consagrado

Pelo nascimento em flor.


IV

No quarto século da era,

A Igreja então decidiu,

Que o dia vinte e cinco

De dezembro se perfil.

E, com festa solene,

O Natal ganhou regime

Que no mundo se expandiu.


V

Mas havia antigamente

Festas do sol triunfal,

Saturnália dos romanos,

Com banquete e ritual.

O cristão, em sabedoria,

Transformou a idolatria

No sentido espiritual.


VI

Assim nasce a grande data

Que ressoa até hoje em dia,

Unindo o sagrado antigo

À fé que se irradia.

Entre rezas e louvores,

Entre símbolos e amores,

Vive a santa liturgia.


VII

O presépio se tornou

O maior dos símbolos belos,

Com Maria, José e o Cristo,

E os animais ao redor deles.

É lembrança verdadeira,

Do amor que a vida inteira

Une a terra aos céus eternos.


VIII

E cada vela acesa brilha

No altar de cada cristão,

Relembrando o nascimento

Que acende no coração.

Pois Jesus, sendo menino,

Mostrou ao mundo o destino

De paz, fé e compaixão.


IX

Assim, a raiz sagrada

Do Natal se eternizou,

E no seio da cultura

Com ternura se firmou.

Entre fé e tradição,

Segue a mesma procissão

Que a humanidade abraçou.



🎅 CAPÍTULO DOIS — A TRADIÇÃO DE PAPAI NOEL


I

Lá no século bem distante,

Na cidade de Mira existiu,

Um bispo de fé bondosa

Que a muitos já socorreu.

Chamava-se Nicolau,

De coração tão leal,

Que a todos sempre ajudou.


II

Dava pão a quem sofria,

Protegia os pequeninos,

Socorria as famílias

E acolhia os peregrinos.

De tão nobre caridade,

Sua vida, na verdade,

Foi exemplo cristalino.


III

Conta a lenda que ele dava

Presentinhos às crianças,

Sempre em noites silenciosas,

Como fruto da esperança.

Assim cresceu sua fama,

Que do altar fez-se chama,

Repartindo confiança.


IV

Com o tempo a tradição

Foi cruzando o continente,

E da Europa até a América

Cresceu firme e reluzente.

Mudou roupas, mudou cores,

Mas guardou nos corações

O sentido permanente.


V

Do século dezenove,

Vem a forma que hoje vemos:

De barba longa e branca,

Com trenó e renas temos.

Um velhinho generoso,

De semblante carinhoso,

Que alegra até nos extremos.


VI

Sua roupa vermelhinha,

O gorro sempre enfeitado,

O sorriso estampado

E o olhar tão animado.

De Nicolau ele herdou

O gesto que se firmou:

Dar presente ao necessitado.


VII

Na véspera de Natal,

Ele chega tão ligeiro,

Passa o mundo num segundo

Com seu trenó aventureiro.

Trazendo paz e alegria,

Doces, sonhos, fantasia,

Ao menino verdadeiro.


VIII

Mas não é só fantasia,

Nem só riso passageiro:

É memória de bondade

Que se torna o dia inteiro.

Pois Papai Noel ensina

Que a vida se ilumina

Se o gesto for verdadeiro.


IX

Assim ficou consagrado

Na cultura universal,

O velhinho caridoso

Que simboliza o Natal.

Entre mito e devoção,

Ele guarda no coração

A mensagem fraternal.



🎶 CAPÍTULO TRÊS — OS COSTUMES POPULARES DO NATAL


I

Com o tempo o santo dia

Ganhou nova dimensão,

Entre povos e culturas

Floresceu na tradição.

Misturou-se fé e festa,

O Natal virou floresta

De esperança e comunhão.


II

A troca de bons presentes

É costume bem antigo,

Que reflete a grande oferta

Dos Magos ao Deus amigo.

Cada caixa embrulhadinha

É sinal da luz divina

Que caminha ao nosso abrigo.


III

O cartão com sua frase

De carinho singular,

Viaja de mão em mão

E faz o afeto pulsar.

Pois um simples pedacinho

Traz no verso o caminho

De ternura popular.


IV

Na ceia de fim de ano

Se reúne a família inteira,

Com o pão sobre a mesa

E a união verdadeira.

Entre risos e abraços,

São selados novos laços

Numa noite hospitaleira.


V

Cantam hinos e canções

De alegria e devoção,

Coros, vozes afinadas

Que elevam o coração.

De “Noite Feliz” ao presépio,

Cada canto é um mistério

Que renova a tradição.


VI

Enfeitam-se as moradias

Com pinheiros reluzentes,

Com guirlandas e estrelas,

Pisca-piscas sorridentes.

Cada luzinha acesa

É lembrança de pureza

A brilhar para os viventes.


VII

O presépio pequenino

É montado em cada lar,

Com a cena de Belém

Que nos inspira a lembrar.

Menino, pais e pastores,

São símbolos de valores

Que nos fazem celebrar.


VIII

No templo, na madrugada,

Celebra-se a missa santa,

Que relembra o nascimento

E o coração levanta.

Entre velas e oração,

Reacende a devoção

Que na fé jamais se espanta.


IX

Assim, cada povo cria

Sua forma de expressar,

Mas em todos vive a chama

Do espírito natal.

Entre festas e cultuar,

Tudo vem pra confirmar

O desejo de amar mais.



🕊️ CAPÍTULO QUATRO — O SENTIDO UNIVERSAL: PAZ E FRATERNIDADE


I

O Natal é mais que festa,

É chamado à reflexão,

É um tempo de esperança

Que renova o coração.

Mesmo em meio à tempestade,

Planta a flor da caridade

Nos caminhos da nação.


II

Não importa a crença ou raça,

Nem fronteira ou cor da pele,

Pois a chama que ele traz

Não se apaga nem se espele.

É mensagem que se lança,

Convocando a esperança

De que o amor sempre vele.


III

É o gesto solidário

De estender a própria mão,

É doar sem esperar,

É cuidar do seu irmão.

São campanhas de ternura,

Onde a fé se faz mais pura

E renova a compaixão.


IV

É a paz que se deseja

Em um mundo tão ferido,

Onde guerras ainda gritam

E o ódio não faz sentido.

Mas no Natal resplandece

A vontade que engrandece

De viver no bem erguido.


V

É momento de perdão,

De acertar velhas feridas,

De abraçar quem se afastou

E de unir as divididas.

É lembrar que a vida inteira

Fica mais verdadeira

Quando as almas são unidas.


VI

É olhar pra quem não tem

O pão certo todo dia,

É levar um pouco de afeto,

Um sorriso, uma alegria.

Pois Natal não é só festa,

É justiça manifesta

Na partilha que irradia.


VII

É a fé universal

Que em mil línguas se traduz,

É a estrela que conduz

Cada povo à mesma luz.

Pois ainda que distante,

Cada homem caminhante

Ao Natal sempre reluz.


VIII

No oriente ou no ocidente,

No sertão ou capital,

Todos sentem o chamado

Desse tempo sem igual.

Pois Natal, de todo jeito,

Nasce dentro do peito

Com ternura fraternal.


IX

Assim o Natal ensina

Que a humanidade é capaz

De viver em harmonia,

Sem fronteira, em plena paz.

É lição de eternidade,

De justiça e de bondade,

Que ninguém esquece jamais.



🌟 ENCERRAMENTO


Chegando ao fim da estrada,

Da jornada em poesia,

Revemos no coração

Tudo o que o Natal irradia.

Da origem tão sagrada,

À cultura misturada,

Ecoa fé e alegria.


Do presépio de Belém

À imagem do bom velhinho,

Do altar até a ceia,

Do abraço ao presentinho,

O Natal se fez canção,

Fez-se luz, fez-se união,

No mais humano caminho.


Seja em templo ou na rua,

Em família ou multidão,

O Natal brilha certeiro

Como estrela em procissão.

É convite universal

Que proclama o ideal

Da mais pura comunhão.


E que os versos deste livro,

Com cadência de cordel,

Sejam ponte luminosa,

Como o brilho de um pincel.

Pintem sonhos, fortaleçam,

Nas memórias enriqueçam

O Natal doce e fiel.



✨ EPÍLOGO POÉTICO


E assim termina este cordel,

Mas a história não se finda,

Pois o Natal é chama viva

Que a cada ano se ainda.

Nos corações ele mora,

Em cada gesto aflora

E a esperança nos brinda.


Não é só festa ou presente,

Nem só luz que a noite acende,

É lembrança do menino

Que a paz aos homens entende.

É amor que se propaga,

É união que se afaga,

É sentimento que surpreende.


Que cada laço de ternura,

Cada abraço e canção,

Seja semente plantada

No jardim do coração.

Pois Natal, em todo instante,

É cuidado constante,

É a vida em comunhão.


E quando a estrela surgir

No céu claro a brilhar,

Que possamos todos juntos

O espírito abraçar.

Pois entre fé, lenda e festa,

O que a vida mais nos resta

É no amor sempre caminhar.



📚 NOTA DE FONTES (REFERÊNCIAS EM CORDEL)


Para este cordel sagrado

Que o Natal veio ensinar,

Usei livros de estudo

Que ajudaram a me guiar.


CARDOSO e VAINFAS, mestres,

Na História a me ensinar,

Ensaios e metodologia

Que me fizeram meditar.


ELIAS com “Processo Civilizador”

Revelou ao meu olhar

Como a humanidade cresce

E se aprende a caminhar.


FRAZER, com “O Ramo de Ouro”,

Mostrou lendas a brilhar,

Rituais e antigos costumes

Que nos ensinam a amar.


HOBSBAWM, com “Invenção das Tradições”,

Explica bem o ritual,

Como festas e celebrações

Viraram cultura universal.


MARTINHO, em “História do Natal”,

De Lisboa veio nos dar

As origens e tradições

Que hoje o mundo quer celebrar.


A esses mestres e escritores

Meu cordel vem homenagear,

Pois sem seus saberes ricos

Não poderia se rimar.

Que suas palavras ecoem,

E que este cordel ensine,

A memória do Natal honrar.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 














segunda-feira, 29 de setembro de 2025

A ORIGEM E A COSMOVISÃO DOS GUARANI EM CORDEL, Por Nhenety Kariri-Xocó





🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este meu cordel,

À memória ancestral,

Aos Guarani de raiz,

E ao seu canto imortal.

Que o sopro da mata antiga,

Nos guie em senda amiga,

Do mundo espiritual.


Dedico ao meu povo amado,

Kariri-Xocó de chão,

Que na luta e na esperança,

Mantém firme a tradição.

Que o verso seja ponte,

Entre passado e horizonte,

Na força da criação.


📜 ÍNDICE POÉTICO


Abertura


Prólogo Poético


Capítulo I – A Antiga Origem do Povo


Capítulo II – A Estrutura do Cosmos Chiripá


Capítulo III – A Alma e a Saúde Mbyá


Capítulo IV – Ambientes Sagrados e a Terra sem Mal


Encerramento


Epílogo Poético


Nota de Fontes


🌄 ABERTURA


Aqui começa o cordel,

Na cadência do sagrado,

Falando dos Guarani,

Seu viver iluminado.

Entre corpo e cosmovisão,

Guardam na alma a canção,

Do tempo nunca apagado.


🎶 PRÓLOGO POÉTICO


Venham todos ouvir bem,

Uma história verdadeira,

Que vem dos tempos antigos,

Do coração da aldeia inteira.

É canto, mito e memória,

É raiz que guarda a história,

Da nação hospitaleira.


Os Guarani caminharam,

Das florestas até o sul,

Seguindo a rota da vida,

Na luz divina de Ñamandu.

Na palavra sagrada e pura,

Viveram fé e cultura,

Entre o céu azul e o urubu.


📖 CAPÍTULO I – A ANTIGA ORIGEM DO POVO


1

Muito antes de Colombo,

Já viviam os Guarani,

Vindos da Amazônia vasta,

Onde a vida tinha ali.

No tronco Tupi-Guarani,

A raiz estava ali,

Com força para seguir.


2

Por volta de três mil anos,

Antes do Cristo nascer,

Seus antepassados fortes,

Aprenderam a viver.

Plantando milho e mandioca,

Criando aldeia que toca,

A vida no florescer.


3

Mil anos antes da era,

Eles seguiram migrando,

Do Peru, Bolívia e Norte,

Para o sul se espalhando.

No Prata e Paraguai,

Com o sonho que não se vai,

Nova terra conquistando.


4

Do século treze em diante,

Expandiram-se sem fim,

Brasil, Argentina e o sul,

Vivendo em teko porã sim.

Com xamãs e sua ciência,

Preservaram a consciência,

De um cosmo dentro de si.


5

Mas chegou o europeu,

No século dezesseis,

E com ele veio a dor,

De batalhas e leis.

As reduções jesuíticas,

As correntes tão políticas,

E a cruz em suas vez.


6

Ainda assim resistiram,

Com palavra e coração,

Cantando para o futuro,

Com sagrada devoção.

A história dos ancestrais,

Ecoa nos rituais,

Na floresta e oração.


📖 CAPÍTULO II – A ESTRUTURA DO COSMOS CHIRIPÁ


1

Os Chiripá conhecem bem,

Os céus de grande valor,

Camadas de pura luz,

E moradas de esplendor.

Cada espaço é guardião,

Com espírito e canção,

Que revelam seu amor.


2

Yvágapy está mais perto,

Do chão que a gente pisa,

É o primeiro dos céus,

Onde a fé se eterniza.

Depois vem Yvá tenonde,

Que aos sábios corresponde,

Com força que harmoniza.


3

No meio há Yvá mbyte,

De saber espiritual,

E mais alto Yvá katú,

Com poder celestial.

No vermelho Yvá pytã,

A palavra soberã,

Resplandece sem igual.


4

Yvá porã é morada,

Dos que viveram direito,

E Yvá marangatú,

É o sagrado perfeito.

Onde Ñamandu habita,

Com luz que sempre convida,

Para o eterno respeito.


5

Ñamandu Ru Ete é o pai,

Da palavra primordial,

É o criador supremo,

E do mundo espiritual.

Com Karaí e Jakaira,

Tupã e força que paira,

No equilíbrio universal.


6

Pelos sonhos e cantigas,

O xamã pode alcançar,

Os caminhos do invisível,

Que vêm nos abençoar.

Com plantas e oração,

Ele guarda a conexão,

Do céu com o nosso lar.


📖 CAPÍTULO III – A ALMA E A SAÚDE MBYÁ


1

Os Mbyá veem a pessoa,

Com várias almas no ser,

Que caminham juntas sempre,

E precisam se manter.

Se uma parte se afasta,

O corpo logo desgasta,

E a vida pode perder.


2

O espírito chamado Aña,

É mal que causa doença,

Mas com rituais de cura,

Se expulsa sua presença.

O xamã guia o caminho,

Com erva, canto e carinho,

E a fé como crença.


3

O angá é a alma leve,

Que no sonho pode sair,

Mas precisa retornar,

Para o corpo não ruir.

Se demora e não regressa,

O corpo enfraquece e cessa,

De poder se ressurgir.


4

A palavra-alma Ñe'ẽ,

É força de vibração,

É sopro, canto e essência,

Que anima todo coração.

É voz que se eterniza,

É vida que sempre frisa,

O poder da criação.


📖 CAPÍTULO IV – AMBIENTES SAGRADOS E A TERRA SEM MAL


1

Na aldeia chamada tekoha,

É o centro da união,

Onde o povo compartilha,

A vida em comunhão.

É espaço de convivência,

De respeito e consciência,

De amor e tradição.


2

Na opy, casa sagrada,

O canto ecoa profundo,

Com reza e dança ritual,

Ligando o céu com o mundo.

O xamã guia a oração,

Que fortalece a nação,

E protege todo o fundo.


3

Na floresta o ka’aguy,

Mora a força do saber,

É mãe e mestra divina,

Que ensina a sobreviver.

Com plantas, cura e alimento,

Guarda o sagrado momento,

Do espírito renascer.


4

Mas a meta derradeira,

É a Terra sem mal, enfim,

Onde não existe dor,

Só o viver porã sem fim.

É o ideal dos Guarani,

Que até hoje está aqui,

No sonho que não tem fim.


🌅 ENCERRAMENTO


Assim termina este canto,

De origem e cosmovisão,

Dos Guarani tão antigos,

Na floresta em oração.

Sua palavra é ponte,

Do passado até o horizonte,

Na eterna renovação.


🌌 EPÍLOGO POÉTICO


Que o leitor guarde na alma,

A lição do Guarani,

Que na busca da harmonia,

Mostra o caminho daqui.

Entre corpo, céu e chão,

Entre canto e oração,

Segue a vida por aqui.


📚 NOTA DE FONTES (em cordel)


Para compor este cordel,

Usei livros de valor,

De mestres que registraram,

A cultura com amor.

Deixo aqui rimado e belo,

As fontes que dão o selo,

Do saber inspirador.


Cadogan com seus escritos,

“No Ayvu Rapyta” fiel,

Mostrou mitos e cantigas,

Do Guarani tão singel.

Com Meliá veio a visão,

Do povo em dominação,

Num registro de papel.


Aracy e Grupioni,

Do Brasil indígena inteiro,

Reuniram em São Paulo,

Um estudo verdadeiro.

Roberto Morin também,

Mostrou a Terra do bem,

Com olhar forte e certeiro.


Pierri nos trouxe a alma,

E seu corpo a dialogar,

Egon Schaden revelou,

Aspectos pra estudar.

Tereza Silveira então,

Mostrou a cura e a ação,

Da opy a nos guiar.



Autor: Nhenety Kariri-Xocó 




O MUNDO MÍTICO CELTA E A ESTRUTURA DO UNIVERSO EM CORDEL, Por Nhenety Kariri-Xocó





🌹 Dedicatória Poética


Dedico este meu cordel,

A quem busca a tradição,

Ao irmão que ama os mitos,

E escuta a inspiração.

Na voz dos povos antigos,

Habita a revelação,

Do celta e sua cultura,

Herança e devoção.


📜 Índice Poético


Abertura da Jornada


Prólogo da Inspiração


Capítulo I – A Criação do Mundo Celta


Capítulo II – A Estrutura Cósmica Tripartida


Capítulo III – Deuses, Druidas e Seres Sobrenaturais


Capítulo IV – Linha do Tempo Histórica dos Celtas


Capítulo V – As Nações Celtas e Suas Raízes


Capítulo VI – Síntese da Espiritualidade Celta


Encerramento da Tradição


Epílogo Poético


Nota de Fontes


🌟 Abertura


Aqui começa a viagem,

Na rima vou conduzir,

Os mistérios dos antigos,

Que não deixam de existir.

Na lenda dos povos celtas,

A alma vem reluzir,

Um cordel que faz memória,

Do que ainda há de vir.


🎼 Prólogo Poético


Quem lê cordel abre a mente,

E no tempo vai sonhar,

Pois o mito é como chama

Que jamais vai se apagar.

No carvalho está a força,

Na palavra o recordar,

Do universo em três caminhos,

Que a lenda veio guardar.


🌍 Capítulo I – A Criação do Mundo Celta


(8 estrofes)


1

O mito celta descreve,

O princípio universal,

Entre forças da natureza,

E o poder espiritual.

Tudo nasce da harmonia,

Do mistério original,

Onde o homem, a terra e os deuses,

Tece um laço sem igual.


2

An Domhan, mundo terreno,

É a casa do viver,

Onde a carne se refaz,

E a semente pode crescer.

Ali os mortais se encontram,

Com destino a transcender,

Na matéria o ciclo nasce,

Para a alma florescer.


(... e segue até completar as 8–10 estrofes)


🌳 Capítulo II – A Estrutura Cósmica Tripartida


(9 estrofes)


(... aqui descreve Submundo, Mundo Médio e Mundo Superior, portais, colinas, florestas e o carvalho sagrado)


⚡ Capítulo III – Deuses, Druidas e Seres Sobrenaturais


(10 estrofes)


(... Dagda, Brigid, Lugh, Tuatha Dé Danann, fadas, banshees, kelpies, heróis)


🕰️ Capítulo IV – Linha do Tempo Histórica dos Celtas


(9 estrofes)


(... Proto-Celtas, Hallstatt, La Tène, saque de Roma, Galácia, guerras com Roma, romanização, cristianização, lendas arturianas)


🏞️ Capítulo V – As Nações Celtas e Suas Raízes


(8 estrofes)


(... Irlanda, Escócia, País de Gales, Cornualha, Bretanha, Ilha de Man, Galícia, Astúrias, Norte de Portugal)


🔮 Capítulo VI – Síntese da Espiritualidade Celta


(8 estrofes)


(... tríade sagrada, ligação natureza-espírito, permanências culturais, resistência dos mitos)


🌅 Encerramento da Tradição


Que este cordel seja ponte,

Entre o mito e a razão,

Pois o celta ainda vive,

Na memória e tradição.

Na palavra a chama arde,

Na cultura a projeção,

E o sagrado se refaz,

No pulsar do coração.


✨ Epílogo Poético


O universo é caminho,

Que jamais se desfaz,

A tríade celta ensina,

Que tudo retorna à paz.

Entre mundos invisíveis,

A memória se refaz,

Na poesia do cordel,

O eterno vive e jaz.


📚 Nota de Fontes (em forma de cordel)


Para compor este canto,

Busquei livros na jornada,

De mestres que já falaram,

Da cultura celebrada.

Aqui deixo em poesia,

A memória registrada,

Das fontes que me guiaram,

Na escrita rimada:


De Nora Chadwick, a lição,

“The Celts” veio a ensinar,

Com a força das origens,

Que não deixam de passar.


Jean Markale registrou,

A mitologia celta em flor,

Na editora Madras vive,

Esse saber encantador.


Maccaffrey e Leo Eaton,

Em “Ancient Ireland” mostraram,

As raízes da cultura,

Que jamais se apagaram.


Miranda Green descreveu,

“O Mundo dos Druidas” com luz,

Na Thames and Hudson brilhou,

Sabedoria que seduz.


E Stuart Piggott também,

Com “The Druids” revelou,

O saber dos sacerdotes,

Que a história eternizou.



CAPÍTULOS I - VI : O Mundo Celta e a Estrutura do Universo Em Cordel 



🌍 Capítulo I – A Criação do Mundo Celta


1

O mito celta descreve,

O princípio universal,

Entre forças da natureza,

E o poder espiritual.

Tudo nasce da harmonia,

Do mistério original,

Onde a vida se conecta,

No sagrado ritual.


2

Da montanha vem a brisa,

Do oceano vem o som,

No trovão reside a força,

E a terra serve de tom.

Cada estrela que desponta,

Guarda em si o mesmo dom:

Ser espelho do divino,

Que ao mundo dá seu bom.


3

An Domhan é o terreno,

Onde o humano vai viver,

É a casa dos mortais,

Do trabalho e do sofrer.

Mas também do sonho livre,

Que ensina o homem a ser,

Parte do cosmo infinito,

Que não cessa de crescer.


4

Existe a Tír na nÓg,

Terra jovem sem idade,

Onde vivem os divinos,

Com vigor e eternidade.

Nesse reino da beleza,

Reina a pura imensidade,

Lugar onde os ancestrais

Guardam toda a verdade.


5

Na visão druídica antiga,

Há três passos do existir,

Abred, Gwynfyd e Ceugant,

Caminhos para seguir.

Do sofrer ao conhecimento,

A alma vem evoluir,

Até que no fim da trilha,

O divino vai surgir.


6

A criação é movimento,

É ciclo que não termina,

No nascer e no morrer

A energia se destina.

Cada árvore sagrada

Na memória se ilumina,

Pois resume em sua força

O que o mito determina.


7

Do silêncio nasce o som,

Da noite vem a aurora,

Tudo em círculo se move,

Nada some, tudo aflora.

Assim a lenda celta ensina

Que o tempo nunca vai embora,

É apenas transfigura

Do presente e da hora.


8

O universo é teia viva,

Entre o humano e o divino,

Que se encontram no carvalho,

Grande eixo do destino.

Ali mora o mistério,

Do começo e do caminho,

Onde o mito se refaz,

Num eterno pergaminho.


🌳 Capítulo II – A Estrutura Cósmica Tripartida


1

O universo tem três planos,

No pensar tradicional,

O submundo, a terra média,

E o mundo celestial.

São camadas entrelaçadas

Numa ordem sem igual,

Portais de vida e de morte,

De sentido universal.


2

No submundo estão guardados,

Os segredos ancestrais,

Onde vivem os que foram,

E os espíritos imortais.

É a morada do mistério,

Das potências mais reais,

Que nos sonhos e presságios

Falam coisas viscerais.


3

O mundo médio é a terra,

Onde o homem caminha,

Com seus reinos e florestas,

Com o sol que se avizinha.

Ali vivem gerações,

No labor de cada linha,

E a colheita se reflete,

Na esperança que caminha.


4

No superior estão os deuses,

Com seus dons e majestade,

Tuatha Dé Danann reinam

Com poder e liberdade.

Na montanha e no relâmpago

Se esconde sua verdade,

Eles regem o destino

Com justiça e claridade.


5

Entre planos existem pontes,

Lagos, pedras e colinas,

São portais de outro mundo,

Entre brumas cristalinas.

Quem atravessa o mistério

Escuta vozes divinas,

E retorna transformado

Com memórias peregrinas.


6

O carvalho é o emblema,

Da união universal,

Suas raízes vão ao fundo,

Ramos tocam o astral.

É o eixo da existência,

Símbolo transcendental,

Que traduz em sua forma

A harmonia original.


7

A tríade é sagrada,

Tudo em três vai se ligar,

Na cultura, no destino,

Na batalha e no amar.

Dois extremos se equilibram,

O terceiro vem mediar,

Assim os celtas compreendem

O segredo de criar.


8

Cada plano se reflete,

No outro em pura essência,

E a vida é movimento

Que não perde sua presença.

No nascer e no morrer,

Resplandece a consciência,

De que a morte é só passagem

Para a eterna existência.


9

Assim o cosmo celta é,

Círculo vivo a pulsar,

Entre os mundos invisíveis

Que se podem encontrar.

A estrutura é poesia

Que nos faz acreditar

Que a vida é sempre ponte

Entre o ir e o voltar.


⚡ Capítulo III – Deuses, Druidas e Seres Sobrenaturais


1

Tuatha Dé Danann brilham,

Na Irlanda sem igual,

São divinos, guerreiros,

Seres de poder real.

Dagda, pai poderoso,

De saber transcendental,

Rege o ciclo da colheita,

Com domínio magistral.


2

Brigid é pura chama,

Deusa da cura e da arte,

Protetora da poesia,

Que da alma nunca parte.

Seu poder é esperança,

É o dom de cada parte,

Que transforma a vida dura

Em beleza que reparte.


3

Lugh é o deus do talento,

Da guerra e da destreza,

Com a lança luminosa

Revela sua grandeza.

É o mestre das batalhas,

Senhor da fortaleza,

Que ensina ao homem celta

A coragem na aspereza.


4

Os druidas são guardiões,

Da palavra e do saber,

São filósofos, magistas,

Com poder de interceder.

Entre o homem e os deuses,

Têm missão de compreender,

O que é justo, o que é sagrado,

E o caminho a percorrer.


5

Eles curam, eles julgam,

Eles cantam, eles guiam,

Guardam segredos da terra,

Que os ventos anunciam.

Sua ciência é tão antiga,

Que os séculos não destruíam,

E em seus ritos ecoava

A voz que os céus pediam.


6

Seres mágicos também vivem,

Na cultura sem fronteira,

Fadas, banshees e kelpies,

Semeiam a noite inteira.

São espíritos encantados,

Que rondam cada ribeira,

E lembram ao ser humano

Sua alma verdadeira.


7

As dríades moram nas árvores,

Com beleza sem igual,

Protetoras das florestas,

Com poder espiritual.

São irmãs da natureza,

Força pura original,

Que ensinam o ser humano

A ter vínculo natural.


8

Os heróis como Cúchulainn

Ou Fionn mac Cumhaill, valentes,

São exemplos do destino

De guerreiros persistentes.

Sua vida é uma lenda,

Com valores eloquentes,

Que atravessa gerações

Como símbolos potentes.


9

Assim os deuses e os druidas,

Com os seres encantados,

Formam parte do universo,

Em seus ciclos consagrados.

Na memória dos celtas

Eles vivem eternizados,

Como chama que ilumina

Os caminhos entrelaçados.


10

E quem ouve esses contos,

Sente a alma vibrar,

Pois a lenda é alimento

Que nos faz acreditar.

Entre o mito e a memória,

Sempre vai se renovar,

O poder da tradição

Que jamais vai se apagar.



🕰️ Capítulo IV – Linha do Tempo Histórica dos Celtas


1

Das estepes euro-asiáticas,

Veio o povo a migrar,

Proto-celtas se chamavam,

Com saber a se espalhar.

No Danúbio encontraram,

Um caminho a prosperar,

E na Europa se firmaram,

Sua história a traçar.


2

Nos Campos de Urnas, se via,

Cultura de funeral,

Cremavam corpos em vasos,

De forma ritual.

Era início da memória,

Da identidade ancestral,

Que faria dos celtas,

Um povo universal.


3

Em Hallstatt se ergueram,

Com o ferro a dominar,

Áustria, Suíça e Alemanha,

Começaram a brilhar.

Com comércio entre vizinhos,

Souberam bem negociar,

E na arte da guerra,

Souberam também lutar.


4

Já La Tène foi apogeu,

De refinada expressão,

Com ornamentos de bronze,

E guerreiros de ação.

Expandiram-se na Europa,

Com poder e tradição,

Na Península Ibérica

E também no coração.


5

Em Roma deixaram marca,

No saque tão violento,

Quando os Senones entraram,

Foi de grande sofrimento.

O Senado em agonia,

Registrou o tormento,

Dos celtas que demonstraram

Seu poder no momento.


6

Na Grécia também chegaram,

Com coragem sem igual,

Invadindo até Delfos,

Um destino triunfal.

Na Anatólia fundaram,

Galácia no ritual,

Misturando suas forças

Com vigor continental.


7

Mas Roma os enfrentaria,

Com poder avassalador,

De César nas campanhas,

Vieram dias de dor.

As tribos foram vencidas,

Com tristeza e com rigor,

E a cultura foi sofrendo,

De romanização o ardor.


8

Nos séculos que vieram,

Cristianismo foi chegar,

E com mosteiros erguendo,

A fé nova se implantar.

Mas os monges registraram,

O que ouviam cantar,

E por isso até hoje

Os mitos podem brilhar.


9

Das lendas arturianas,

Um renovo se criou,

Com espadas e cavaleiros,

O celta se misturou.

Mas no fundo da memória,

Sua essência ali ficou,

Com a língua e a tradição

Que o tempo não apagou.


🏞️ Capítulo V – As Nações Celtas e Suas Raízes


1

Na Irlanda vivem mitos,

Tuatha Dé Danann em flor,

O Mabinogion em Gales,

Com memórias de valor.

Na Escócia a tradição

Dos clãs vive com vigor,

E nas lendas dos guerreiros

Se mantém o seu sabor.


2

Na Cornualha resiste,

O falar tradicional,

Com a língua dos antigos,

De caráter sem igual.

Já na Bretanha da França,

Vive um povo cultural,

Que nas festas e nos cantos

Traz memória ancestral.


3

Na Ilha de Man ainda,

A língua manx se escuta,

E nas músicas insulares

A memória é impoluta.

Cada canto da nação

É cultura resoluta,

Que enfrenta o tempo e o vento

Com lembrança absoluta.


4

Na Espanha resistiram,

Os galaicos com bravura,

E na terra portuguesa

Ficou forte a estrutura.

Em Braga e na Galícia,

Persiste a voz mais pura,

De guerreiros e tambores

Que ecoam na cultura.


5

Assim surgem sete irmãs,

De memória tão fiel,

São chamadas “nações celtas”

Na história do cordel.

Cada uma é testemunha,

De um destino tão cruel,

Mas que nunca se quebrou

Na roda do carrossel.


6

São culturas que permanecem,

Com seus cantos e bandeiras,

Cada festa, cada rito,

Reacende as fogueiras.

São sementes de esperança,

Que florescem nas clareiras,

E mostram ao mundo inteiro

Que as raízes são certeiras.


7

O gaélico resplandece,

Na Escócia e Irlanda antiga,

O bretão fala na França,

E o galês sempre persiga.

O manx revive na Ilha,

E o córnico se investiga,

Cada língua é testemunha

De uma chama que não liga.


8

Nações vivas são faróis,

Que do passado nos guiam,

Seus símbolos e memórias,

Em canções se recriam.

Na bandeira e nos tambores,

As histórias se confiam,

E nas vozes do presente

Os seus mitos se mantinham.


🔮 Capítulo VI – Síntese da Espiritualidade Celta


1

A visão celta é cíclica,

Tudo volta a renascer,

A morte nunca é o fim,

Mas caminho a percorrer.

No silêncio do sepulcro,

Outra vida vai nascer,

E o espírito atravessa

Novos mundos a viver.


2

A tríade é fundamento,

Três caminhos vão ligar,

Entre o corpo, a mente e a alma,

Tudo tende a se juntar.

Entre céu, a terra e o fundo,

O mistério a revelar,

Que na roda da existência

Tudo vem a retornar.


3

Os druidas eram ponte,

Entre o mundo e o divino,

Guardadores de segredos,

Do passado e do destino.

Em seus ritos e canções,

Ecoava o peregrino,

Que na vida se encontrava

Com a ordem do caminho.


4

O cosmo é árvore viva,

Com raízes a prender,

Seus ramos tocam os céus,

E no tronco o homem a ser.

Cada folha é memória,

Que o vento faz mover,

E no ciclo da floresta

O mistério vem viver.


5

A natureza é sagrada,

Cada rio, cada colina,

Cada pedra é um portal,

Que um segredo determina.

É no vento e na chuva,

Que a alma se ilumina,

E o mundo celta se abre

Na poesia cristalina.


6

Mesmo o tempo desgastando,

E a invasão a ferir,

Os celtas não perderam,

Seu poder de resistir.

Nas ilhas e nas montanhas,

Conseguiram persistir,

E no canto de seus povos

Seu legado a expandir.


7

Assim o mito persiste,

Como chama imortal,

Que ensina ao ser humano

Um sentido transcendental.

No passado ou no presente,

É memória cultural,

Que liga o homem à terra

E o espírito ao astral.


8

O mundo celta é lição,

De unidade universal,

De harmonia com a vida,

E respeito ao natural.

Sua visão de eternidade

É consolo sem igual,

Que faz da alma humana

Um reflexo divinal.


🌅 Encerramento da Tradição


1

Aqui termina a jornada,

Do cordel que foi traçado,

Com memória e poesia,

E com mito celebrado.

Mas no peito do leitor,

Fica sempre o legado,

De um povo que resiste,

No destino eternizado.


2

Pois a lenda não se apaga,

Quando vive em coração,

Cada verso é testemunha

De uma antiga tradição.

E a cultura celta brilha,

Com vigor e devoção,

Como estrela que ilumina

A mais pura inspiração.


✨ Epílogo Poético


1

Entre mundos invisíveis,

Celtas deixaram lição,

De que a vida é movimento,

E não finda na estação.

É ciclo que se renova,

É sagrada conexão,

Entre o homem e o cosmo,

Entre a terra e a criação.


2

Assim fecho este cordel,

Com respeito e devoção,

Que a memória celta inspire

Cada nova geração.

E que a chama da cultura

Se mantenha em expansão,

Pois quem guarda a tradição

Guarda também sua nação.




Autor: Nhenety Kariri-Xocó 



O MUNDO MARAVILHOSO DOS IRMÃOS GRIMM EM CORDEL, Por Nhenety Kariri-Xocó





🌹 DEDICATÓRIA POÉTICA


Dedico este meu cordel

Aos mestres da tradição,

Que guardaram nas memórias

O saber de geração.

Dedico aos Irmãos Grimm,

Na força da criação.


Dedico às crianças puras,

Que encantadas vão sonhar,

E também aos mais velhos

Que gostam de recordar.

Pois o conto atravessado

Nunca deixa de brilhar.


📑 ÍNDICE POÉTICO


Prólogo da Imaginação


Capítulo  1 - Origem dos Contos Antigos


Capítulo  2 - Estrutura Fabulosa e Sonho


Capítulo  3 - O Tempo no Reino Encantado


Capítulo  4 - Geografia da Magia


Capítulo  5 - Personagens Imortais


Capítulo  6 - O Legado Cultural


Encerramento do Cordel


Epílogo Poético Final


Nota de Fontes em Verso


🌟 ABERTURA


Amigo leitor atento,

Aqui começa o cordel,

No mundo maravilhoso

Que os Grimm pintaram em pincel,

Entre florestas e bruxas,

Entre fadas e papel.


✨ PRÓLOGO POÉTICO


Era uma vez, meu amigo,

Um povo cheio de voz,

Que guardava em suas bocas

Histórias para todos nós.

Os irmãos Grimm recolheram

E nos legaram depois.


Na Alemanha do passado,

No Romantismo a brilhar,

Jacob e Wilhelm, unidos,

Resolveram registrar

As histórias do povo simples

Que sabiam encantar.


📚 CAPÍTULO 1 – ORIGEM DOS CONTOS ANTIGOS


1

Na aurora do século dezenove,

No Romantismo a crescer,

O povo era o guardião

Do saber e do viver,

Os Grimm foram coletores,

Com coragem de escrever.


2

De aldeias e de vilarejos

Vieram contos sem fim,

De viajantes e camponeses,

Do coração do jardim.

Assim nasceu o legado

De Jacob e Wilhelm Grimm.


3

Em mil oitocentos e doze,

Primeiro livro surgiu,

“Kinder- und Hausmärchen”,

O povo logo aplaudiu.

Na tradição alemã

Um tesouro reluziu.


4

Cada conto era espelho

Do tempo e sua emoção,

Guardava dentro da trama

Um pedaço da nação.

Era a vida do povo

Virando recordação.


5

O saber da tradição

Não se deixa aprisionar,

Passa em boca de avós,

De quem sabe escutar.

E o que era só palavra

Os Grimm foram anotar.


6

Histórias de reis e bruxas,

De donzelas a sofrer,

De meninos corajosos

Com vontade de vencer.

De animais que falavam

E ensinavam a viver.


7

O Romantismo buscava

O passado medieval,

E os Grimm com suas penas

Ergueram um pedestal.

Transformando a tradição

Num patrimônio imortal.


8

Na simplicidade do povo

Brilhou a eternidade,

Pois nos contos recolhidos

Há lição de humanidade.

Os Grimm deram ao mundo

Um espelho da verdade.


📚 CAPÍTULO 2 – ESTRUTURA FABULOSA E SONHO


1

Nas páginas dos Grimm mora

A floresta encantada,

Onde o herói se perde

E encontra a estrada.

Lugar de provação

E de alma iluminada.


2

O castelo se ergue altivo

Com muralha e torre forte,

Símbolo de destino,

De poder e de sorte.

Onde a vida é testada

Entre vida e entre morte.


3

O animal fala e ensina,

Com doçura ou ironia,

É amigo do herói,

Guia sua travessia.

Na palavra de um bicho

Mora a pura sabedoria.


4

A bruxa com seu feitiço,

O mago, o ogro, o dragão,

São símbolos do perigo

Que desafiam o coração.

O herói vence o mal

E cumpre sua missão.


5

Objetos encantados

Ganham voz e poder,

Um anel, uma coroa,

Um espelho a responder.

Cada coisa tem magia

Pra ajudar ou pra prender.


6

A estrutura fabulosa

Segue o mesmo coração:

O herói parte na busca,

Enfrenta dor e lição,

Sai vitorioso ao fim

Com justiça e redenção.


7

E o vilão castigado

Mostra a regra essencial:

Quem pratica o mal no mundo

Receberá o seu igual.

Assim a moral do conto

Se firma como sinal.


8

Por trás da fantasia

Mora um saber profundo:

O conto é um espelho

Da experiência do mundo.

No simples verso infantil

Um ensinamento fecundo.


📚 CAPÍTULO 3 – O TEMPO NO REINO ENCANTADO


1

O tempo nos contos Grimm

Não segue linha exata,

É tempo de fantasia

Que a imaginação retrata.

Entre mito e moral

A narrativa se ata.


2

No tempo mítico vivem

Deuses, fadas e poder,

É a era primordial

Que o homem tenta entender.

No fundo de cada lenda

Há desejo de saber.


3

Depois surge a Idade Média

Como palco de emoção,

Com cavaleiros valentes

E reis de coração,

Com aldeias e castelos

Na eterna descrição.


4

É nesse tempo inventado

Que as histórias se dão,

Onde o herói enfrenta o mal

E vence pela paixão,

Onde o sonho medieval

Nunca perde a razão.


5

Ao final do conto surge

Outro tempo a brilhar,

O tempo moralizante

Que procura ensinar.

Com justiça recompõe

O que estava a se quebrar.


6

A noção do tempo é mágica,

É tecido de ilusão,

Não importa o calendário,

Mas a lição de perdão.

É o tempo que educa

E molda o coração.


7

Assim, três tempos distintos

Os Grimm souberam usar:

O mítico, o medieval

E o moral a ensinar.

Um ciclo que se repete

Pra quem sabe escutar.


8

Do ontem ao hoje vivo,

O conto nunca parou,

Na roda do tempo humano

Sempre se transformou.

É eterno porque ensina

E jamais se apagou.


📚 CAPÍTULO 4 – GEOGRAFIA DA MAGIA


1

A floresta é misteriosa,

De provação e de dor,

Mas também de aprendizado,

De coragem e de amor.

Quem se perde entre seus ramos

Sai de lá muito melhor.


2

O vilarejo é humilde,

De trabalho e devoção,

Onde mora a vida simples

Com fartura e tradição.

É o berço dos personagens

De cada narração.


3

O castelo é o destino,

Lugar de grande poder,

De reis e de princesas,

De perigos a vencer.

É o sonho do herói

Que deseja ali viver.


4

O caminho é simbólico,

É jornada a se cumprir,

Cada passo é escolha,

Cada curva a decidir.

É trilha da vida humana

Que ensina a prosseguir.


5

Os espaços não são mapas

Com medidas a contar,

São reflexos interiores

Que nos ajudam pensar.

É geografia da alma

A nos guiar sem cessar.


6

O rio corre sereno

Como prova e travessia,

Entre margens da incerteza

Com coragem e ousadia.

É ponte de transformação,

É símbolo da alquimia.


7

A montanha ergue forte

Desafio e superação,

Quem a escala conquista

Nova visão, nova mão.

É a altura que revela

O tamanho da lição.


8

Assim, no reino encantado,

Cada espaço tem valor,

Não é terra geográfica,

Mas cenário interior.

É mapa da existência

A ser lido com ardor.


📚 CAPÍTULO 5 – PERSONAGENS IMORTAIS


1

Cinderela, a donzela,

Que sofreu, mas triunfou,

Na bondade encontrou força

E no baile se mostrou.

Com sapato de cristal

Seu destino transformou.


2

Branca de Neve, a princesa,

Com beleza sem igual,

Perseguida pela inveja

De madrasta tão fatal.

Sete anões foram amigos

No abrigo fraternal.


3

Rapunzel de longos fios

Na torre aprisionada,

Com seus cabelos dourados

Foi por príncipe chamada.

Da prisão da feiticeira

Saiu livre e encantada.


4

João e Maria perdidos

Na floresta sem ter pão,

Encontraram casa doce

Mas de bruxa e perdição.

Com coragem derrotaram

O poder da escuridão.


5

Chapeuzinho Vermelho,

De capuz tão reluzente,

Encontrou no seu caminho

Um lobo muito ardente.

Mas no fim a esperteza

Fez vencer o mal presente.


6

O príncipe que era sapo

Por feitiço condenado,

Com o beijo verdadeiro

Logo foi desencantado.

Mostrando que o amor puro

Vence o mal enfeitiçado.


7

A bruxa Dame Gothel,

Guardava Rapunzel,

Figura de poder duro

Com feitiço cruel.

Mas caiu como caíram

As bruxas de todo o céu.


8

Os músicos de Bremen,

Um burro, um cão, um gatinho,

E um galo destemido

Que buscavam seu caminho.

Mostraram que a união

Vale mais que o ouro e o vinho.


9

Esses seres imortais

Não envelhecem jamais,

Pois no conto renascem

Sempre vivos, sempre iguais.

São vozes do imaginário

Que ecoam nos ancestrais.


📚 CAPÍTULO 6 – O LEGADO CULTURAL


1

Dos contos dos Irmãos Grimm

O mundo nunca esqueceu,

No teatro, no cinema,

Na cultura reviveu.

Na boca do povo simples

Seu encanto se estendeu.


2

Da Disney aos novos livros,

Da escola à televisão,

As histórias dos Grimm vivem

Na moderna geração.

São sementes da cultura

Plantadas no coração.


3

Preservaram o passado,

A oralidade sem fim,

Guardaram a voz do povo

Que não cabe num jardim.

E assim a humanidade

Deve muito aos irmãos Grimm.


4

Os contos atravessaram

O Atlântico a brilhar,

Do Brasil à América

Não pararam de encantar.

Viraram música e dança,

Cinema pra emocionar.


5

Em cada conto encontramos

O símbolo universal,

Do amor, do medo, da luta,

Do castigo e do final.

Assim nos reconhecemos

No espelho imortal.


6

Por isso o legado Grimm

Não é só livro fechado,

É memória coletiva

Do mundo entrelaçado.

É cultura que se espalha

Num abraço encantado.


7

De geração em geração

O conto se renova,

Traz lição para o futuro

E a tradição comprova.

Na alma do ser humano

A fantasia se mova.


8

Assim, caro leitor,

Saiba que esse tesouro

Vale mais que o diamante,

É maior do que o ouro.

É herança da memória

Do povo em seu decoro.


🌅 ENCERRAMENTO


Aqui termina o cordel

O mundo cheio de encanto,

Onde os Grimm deixaram vozes,

Onde o povo deixou canto.

E a memória dos contos

Ainda ecoa em seu manto.


🌙 EPÍLOGO POÉTICO


O conto nunca termina,

Ele passa a renascer,

Do avô para o netinho,

De quem conta pra quem lê.

No cordel e nos contos

A vida volta a crescer.


📜 NOTA DE FONTES (REFERÊNCIAS EM VERSO)


Grimm, Jacob e Wilhelm,

Com a Belinky a traduzir,

Na Companhia das Letras

Trouxeram conto a florir,

São Paulo foi o terreno

Do livro a reluzir.


Campbell trouxe o herói

De mil faces a lutar,

Cultrix foi a editora

Que o fez se eternizar,

São Paulo, dois mil e sete,

Nos ajudou a pensar.


Propp, com sua morfologia,

Fez do conto um saber,

Martins Fontes publicou

Em noventa e dois pra ler,

Deu ao mundo um alicerce

Pra ciência compreender.


Zumthor, na Idade Média,

A literatura a mostrar,

Pela Ática editora

Fez o estudo eternizar.

São Paulo guardou nos livros

O saber pra recordar.


📘 FICHA TÉCNICA


Título: O Mundo Maravilhoso dos Irmãos Grimm em Cordel

Autor: Nhenety Kariri-Xocó

Edição: Primeira Edição Literária

Local: Porto Real do Colégio – AL, Brasil

Ano: 2025

Gênero: Literatura de Cordel / Estudos Culturais e Folclóricos

Formato: Poético e Descritivo

Produção Visual: ChatGPT – Assistência Virtual Editorial

Edição Gráfica: Projeto Digital 3D – Estilo Tradicional de Cordel

Direitos Autorais: © Nhenety Kariri-Xocó.

Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização do autor.



🌠 EPÍLOGO FINAL

E assim finda o caminho,
Mas o sonho fica aceso,
Pois na palavra dos Grimm
Há um segredo indefeso:
Quem sonha com o impossível
Cria o mundo indefinido e preso.

O conto é ponte dourada
Entre o tempo e o coração,
É lição que se renova
Na eterna imaginação.
Que este cordel te conduza
À infância e à inspiração.

Pois contar é resistir,
É manter a alma viva,
É dar voz à humanidade
Que nas histórias cultiva.
E que o povo, como os Grimm,
Nunca esqueça sua narrativa.

🌷 QUARTA CAPA POÉTICA

Entre florestas encantadas,
E reis de sabedoria,
Vive o povo e sua fala,
Raiz da fantasia.
Nas vozes dos Irmãos Grimm
A tradição se alumia.

Do castelo à cabana,
Do sonho à travessia,
O conto é chama antiga
Que o tempo não esfria.
E o cordel, nesta obra,
Renova a poesia.

Este livro é um espelho
Do povo e sua memória,
Um tributo aos narradores
Que eternizam a história.
Do mito ao coração,
Aqui vive a vitória.

✍️ SOBRE O AUTOR

Nhenety Kariri-Xocó é escritor, poeta e contador de histórias do povo Kariri-Xocó, nascido em Porto Real do Colégio, Alagoas.
Guardião da palavra ancestral e pesquisador das tradições orais, dedica-se à preservação da cultura indígena, nordestina e popular brasileira através da arte do cordel.
Sua escrita une a sabedoria dos antigos à modernidade poética, fazendo do livro um espaço de encontro entre povos, tempos e vozes.
Autor de diversas obras em verso e prosa, Nhenety mantém viva a missão de celebrar a memória cultural através da poesia e do sonho.

📖 SOBRE A OBRA

“O Mundo Maravilhoso dos Irmãos Grimm em Cordel” é uma homenagem à imaginação universal e à força das tradições orais.
Nhenety Kariri-Xocó recria, em versos rimados, o universo simbólico dos contos germânicos, revelando sua essência popular e espiritual.
Entre o Romantismo europeu e a voz dos contadores nordestinos, o livro une culturas distintas em um mesmo gesto poético:
preservar a memória dos povos que contam para não esquecer.
É uma celebração da fantasia, da palavra e da resistência cultural.



🎨 QUARTA CAPA 3D DIGITAL – DESCRIÇÃO PARA ILUSTRAÇÃO









Estilo: Realista digital 3D
Atmosfera: Luz dourada suave, textura antiga e atmosfera solene
Elementos visuais:

Um livro aberto luminoso, de cujas páginas emergem pequenas figuras de contos (Cinderela, João e Maria, Branca de Neve e o Lobo) em brilho etéreo.

Ao fundo, uma floresta dourada e azulada, envolta em névoa e magia.

No horizonte, o perfil simbólico dos Irmãos Grimm em sombra poética, olhando o mundo encantado que criaram.

No canto inferior direito, a assinatura discreta: Nhenety Kariri-Xocó.

O título em letras clássicas douradas:
O MUNDO MARAVILHOSO DOS IRMÃOS GRIMM EM CORDEL





Autor: Nhenety Kariri-Xocó